Trago duas curtas, uma espanhola de Juan Rayos e uma portuguesa de Nuno Barbosa, nas quais a montagem de som e imagem é pura emoção visceral. Ambos os filmes funcionam com aquilo que denomino de
montagem em staccato, em que o tempo de cada plano é encurtado para alimentar expectativa e gerar ansiedade nos espectadores.
Stationpark (2012)
O trabalho de Juan Rayos,
StationPark, realiza este aspecto mais ao nível visual em duas situações de montagem rápida, que por sua vez são alimentadas por um cenário que por si gera quase todas as necessidades atmosféricas. O cenário é depois banhado por uma luz verdadeiramente impressionante, deliciosamente bem captada pela câmara. Não é o típico filme de
skaters, porque aqui Kilian Martin faz parte do todo, não é enfatizado, está ao nível do cenário, da luz, da montagem, de um toco que se completa.
Life's a Soundcheck (2012)
Por outro lado no trabalho do Nuno,
Life's a Soundcheck, o
staccato acontece mais no campo sonoro, até porque o filme foi produzido como promoção para a Rode, marca de microfones. No campo da fotografia, tecnicamente muito bem, não tão de encontro ao meu gosto, porque demasiado naturalista, aliás por oposição à força expressiva da luz em
StationPark. Por outro lado o filme do Nuno não precisa tanto da força expressiva do espaço, porque conta com uma intensidade dramática muito conseguida por João Fino.
StationPark (2012) de Juan Rayos
Life's a Soundcheck (2012) de Nuno Barbosa
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