Mostrar mensagens com a etiqueta titles. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta titles. Mostrar todas as mensagens

junho 04, 2016

Fragmento e detalhe no title design de Filipe Carvalho

Filipe Carvalho é uma das referências internacionais no mundo do title design (design de genéricos) e esteve recentemente no Semi Permanent 2016 em Sydney, para o qual criou também o genérico promocional do evento que podemos ver abaixo, agora disponibilizado pelo Art of Title.






O seu mais recente trabalho está nas salas de cinema e serve a abertura e fecho de “Alice Through the Looking Glass” (2016). Se quiserem mais, podem seguir o seu trabalho a partir do seu site Random Thought Pattern. É verdade que o Filipe não se dedica apenas ao title design como poderão ver na página, e também como se pode ver desde já neste filme para a Semi Permanent, o seu trabalho distribui-se por todas as áreas relacionadas com a imagem em movimento, desde a realização à edição, passando pela cinematografia, produção e inevitavelmente o design.

Este filme é paradigmático de toda essa versatilidade de Filipe Carvalho, e por isso é também tão relevante na análise do seu percurso já que dá conta do amadurecimento, da capacidade de conduzir o todo da experiência plástica audiovisual para o conceito visionado. Sendo o title design, tal como grande parte do motion design, uma espécie de arte de fusão, pela apropriação de conceitos e objetos, sua colagem e mistura, é-o sem parecer um mero compilar de elementos, e é talvez por isso mesmo que se tem destacado tanto, e ganho tanta importância nos últimos anos.

Podemos ver como, ao longo destes 2 minutos, são trazidos à liça, a narração de Tom Waits, o texto de Charles Bukowski, as imagens de Toros Kose, a música de Tiago Benzinho, tudo (excepto a música) é servido em fragmentos, recortes, partes incompletas, desconectas, e como Filipe Carvalho reconstrói nexo, narrativiza. E não estamos a falar de mera samplagem audiovisual porque tudo é envolvido por um conjunto de novas imagens criadas pelo próprio Filipe (ver making of).

"Semi Permanent 2016 Opening Titles" de Filipe Carvalho

Se a música nos parece ser a pauta que lima os desfasamentos, e mesmo reconhecendo a sua enorme mais valia, é a partir do trabalho de composição visual que o sentido emerge, pela sua produção de valor estético. O modo como se trabalha a fragmentação e o detalhe de todos os elementos, nomeadamente a tríade — movimento, espaço e conceitos — acaba sendo a responsável por garantir a expressividade e identidade de todo o texto audiovisual.

fevereiro 11, 2016

Motion designer: Danny Yount

A Adobe Create criou um pequeno filme sobre Danny Yount, um dos mais brilhantes designers de genéricos a surgir depois de Kyle Cooper. Vale a pena ver, pela qualidade do resumo, mas acima de tudo pela enorme simplicidade, humildade e autenticidade de Yount.






Young tornou-se conhecido com os genéricos de Six Feet Under, Kiss Kiss Bang Bang e RocknRolla desde então criou a sua própria produtora a Prodigal Pictures e dezenas de genéricos para alguns dos filmes mais caros de Hollywood, tendo ganho vários Emmys que guarda numa básica prateleira Ikea.

Young dá algumas pistas sobre o modo de entrar na indústria, nomeadamente fala do sentido de oportunidade que surge num momento limitado e que precisa de ser aproveitado. De qualquer modo podem ver no site da sua empresa aquilo que neste momento conta e o que se procura neste domínio em termos de competências.

"The Film Before the Film - Title Designer Danny Yount" (2015) Adobe Create


Mais sobre este tema:
Off Book: "The Art of Film and TV Title Design"
Histórias do Title Design

julho 02, 2015

Os genéricos de "True Detective"

A Elastik voltou a surpreender com mais um genérico, para a segunda temporada de "True Detective", o que é um feito, já que depois de nos ter surpreendido com o genérico da primeira temporada (rever abaixo), não era fácil ultrapassarem-se a si próprios, mas conseguiram.




Ambos os trabalhos funcionam sobre uma base de mescla entre o recorte fotográfico e a ilustração. No primeiro, a mescla funcionava mais por dissolving e blurring, neste entra-se num registo mais rugoso e texturado, trabalhado numa mescla muito limpa e delineada. Aliás, podemos dizer que se nota aqui alguma influência do design de Carson, ou numa referência mais próxima, Kyle Cooper, mas que se diferencia pelo choque entre os aspectos, fragmentado e limpo. Por outro lado, se o primeiro manifestava grande sobriedade através de uma palete muito pouco saturada, neste a cor torna-se dominante, imprimindo enorme sumptuosidade.

Interessante como as séries de televisão se transformaram, sendo capazes de ombrear, em termos técnicos e estéticos, com o melhor que o cinema nos tem dado, e como continuam a melhorar. Ainda há pouco tempo tinha aqui dado conta de um plano sequência, realizado exatamente para esta série, que não ficava atrás, em nada, daquilo que o cinema tem feito. Há muito que falamos da idade do ouro das séries de televisão, mas inicialmente os seus atributos limitaram-se mais ao storytelling, foi apenas nos anos mais recentes que a estética audiovisual se começou a refinar, e como podemos ver, está cada vez melhor.

True Detective, Season 2, Main Titles (2015)


True Detective, Season 1, Main Titles (2014)

abril 17, 2013

histórias do Title Design

Esta semana surgiu mais um documentário na rede sobre a história do desenho de genéricos, The Film before The Film (2013). Esta é uma arte que me interessa particularmente e sobre a qual já trabalhei do ponto de vista académico. De qualquer modo aproveito este artigo para listar três trabalhos anteriores que se cruzam e ajudam a reforçar os momentos mais relevantes da história deste meio.


O filme A History Of The Title Sequence traça, literalmente, a história do desenho dos genéricos apresentando os nomes dos mais importantes designers desenhando-os seguindo os estilos de cada designer. É um pequeno filme que poderia funcionar como genérico de um documentário maior sobre a área. Vale a pena ver um pequeno making of do filme.

A History Of The Title Sequence (2011) de Jurjen Versteeg

Ainda em 2011 o site The Art of Title preparou uma sequência com alguns dos mais importantes excertos de title design da história do cinema, desde Intolerance até The Social Network. A curta tem apenas música, e apresenta os excertos em modo cronológico. Foi criado para introduzir o prémio Title Design Finalists Screening no SXSW, Austin em 2011.

A Brief History of Title Design (2011) de Ian Albinson

Em 2012 foi a vez da série OffBook realizar também um episódio dedicado à arte do desenho de genéricos. Nessa altura apresentei aqui o documentário e discuti-o em função do artigo que tinha escrito para a academia sobre o assunto, com excertos traduzidos para português.


E finalmente chega-nos agora este novo trabalho, The Film before The Film (2013) de Nora Thoes e Damian Pérez criado na Berliner Technische Kunsthochschule. Uma curta documental que traça a evolução dos genéricos através de uma breve análise da história do cinema. Em certa medida é como se pegasse no trabalho A Brief History of Title Design (2011) de Ian Albinson e o estendesse, adicionando ainda uma narração que vai contando toda a história e importância do meio. É provavelmente o trabalho documental mais completo sobre a história do meio. 


The Film before The Film (2013) de Nora Thoes e Damian Pérez

Outros trabalhos na área dos genéricos que tenho aqui discutido podem ser encontrados seguindo a etiqueta Titles.


ACTUALIZAÇÃO 20/04/2013
Em conversa o Daniel Brandão referenciou ainda a curta documental  "What is Motion Design ?" (2012) de Paola Boileau e Kook Ewo, na qual podemos ver excertos de genéricos misturados com idents de televisão, videoclips e jogos. Um documentário criado para dar suporte a uma ideia que os autores têm e que passa por criar em França um museu dedicado ao Motion Design. Vale a pena ver.

What is Motion Design ?" (2012) de Paola Boileau e Kook Ewo

fevereiro 03, 2013

o genérico de Skyfall (2012)

Vi ontem Skyfall (2012) não me desiludiu, porque esperava pouco do filme. Passados 50 anos impressiona que ainda se tente explorar o tema. Mas gostei de duas coisas, o trabalho realizado à volta da identidade do personagem, e o genérico de abertura. No caso do personagem julgo que procuraram responder à tendência atual de enriquecimento dos personagens que até aqui apareciam do nada. Ao fim de 50 anos James Bond ganha alguma consistência pessoal, as suas origens são reconstruídas e ficamos pela primeira vez a saber algo sobre a sua infância.


Mas o melhor do filme é sem dúvida a sequência de créditos iniciais, e por várias razões. Primeiro porque é um assumir claro da sua importância no panorama do cinema atual, que tem procurado secundarizar os genéricos atirando-os para o fim do filme. Mais, é preciso acreditar muito na força do seu genérico para fazer um corte ao fim de quase 10 minutos e meter uma sequência animada de quase 4 minutos. A verdade é que Sam Mendes não tinha nada a temer, o genérico foi feito por Daniel Kleinman, criador dos genéricos de 007 desde GoldenEye (1995) a Casino Royale (2006). Além disso teve o suporte da excelente equipa de VFX da Framestore liderada por William Bartlett.





Esta sequência é para mim uma das mais bem conseguidas até hoje em 007. Não apenas pela excelência do trabalho visual, mas porque realiza a sua função na plenitude. O genérico enquadra o espectador resumindo visualmente os grandes momentos do filme, preparando assim o espectador emocionalmente para o que se segue.




Não foi ainda libertada a sequência para que a possa colocar aqui. Vários vídeos foram entretanto retirados do YouTube, e os que por lá ficaram são de muito má qualidade. Deixo aqui o link para uma versão menos má no Vimeo, ainda assim, se ainda não viram o filme, aconselharia a guardarem-se para experienciar o genérico aquando virem o filme.

abril 23, 2012

Off Book: "The Art of Film and TV Title Design"

O novo episódio da série Off Book trata o Title Design, ou seja os genéricos para cinema e televisão. Esta é uma das artes que mais me tem interessado nos últimos 20 anos, por fundir tão bem o meu interesse pelo cinema com o meu interesse pelo design gráfico, no fundo é a forma de arte que deu origem a tudo aquilo que hoje chamamos de motion design.


No ano passado escrevi um artigo sobre o title design contemporâneo, Poétiques du Générique de Cinéma : l'Expressionnisme en Mouvement (Poéticas do Genérico de Cinema: Expressionismo em Movimento) para uma revista científica francesa, a Sociéte. Como o artigo está inacessível passei para aqui alguns trecho da primeira parte do artigo que ainda tinha aqui em português.

Genérico de fecho de 300 (2006) por Garson Yu da yU+co

"Esta nova forma de criar e construir as entradas no filme acabam por surgir como uma mistura de componentes narrativas do filme em si e de marketing, não sendo nem uma coisa nem outra. Como nas capa de livros, a capa é para além de informativa um dos principais motes de impulsão de compra assim como o são o Cartaz e o trailer do filme. Mas o genérico não é uma mera ferramenta de marketing, apesar de fazer uso de toda a sua mecânica persuasiva para envolver e transportar a pessoa para o território do artefacto. De algum modo e até pegando no facto de o próprio Kyle Cooper ter criado uma empresa com esse nome, a Prologue,  os genéricos transformaram-se em algo mais do que a mera visualização de informação, criando verdadeiros prólogos ou epílogos aos filmes, dando vida a uma nova forma de comunicação que envolve e “amacia”  o espectador.





"Em termos históricos podemos dizer que os genéricos para cinema têm sido mal tratados não apenas pela academia mas pela própria indústria de cinema. Das mais de vinte categorias existentes nos Oscars Academy Awards, nenhuma reconhece este trabalho  e o mesmo se sucede com os festivais de Cannes ou Veneza, entre muitos outros. Por outro lado e por estranho que pareça os genéricos são perfeitamente reconhecidos, há mais de dez anos, na área dos seriados para televisão, pelos Emmy Awards com a categoria “Outstanding Main Title Design”.

Em termos bibliográficos um dos melhores trabalhos realizados até hoje sobre a história dos genéricos no cinema é o livro Uncredited de Boneu e Solana (2007) que apesar de possuir uma fraca capacidade analítica dos artefactos em si  é capaz de elencar muito trabalho desconhecido do grande publico e até dos mais entendidos uma vez que o trabalho criativo por detrás dos genéricos foi para além de durante muitos anos negligenciado, não reconhecido nos próprios créditos de produção, e daí o nome da obra de Boneu e Solana.

Genérico de abertura de Rocknrolla (2008) por Danny Yount da Prologue

Podemos neste livro descobrir que dois dos mais conceituados realizadores da história do cinema, Hitchcock e Godard, criavam os seus próprios genéricos. Hitchcock terá mesmo começado a sua carreira no tempo do cinema mudo como designer de intertitulos e daí ao trabalho de design de genéricos foi apenas um passo. E por isso mesmo se torna tão clara a sua associação ao designer do momento nos anos 50, Saul Bass para a criação dos títulos de Vertigo (1958) e Psycho (1960) depois deste ter criado um dos primeiros e mais famosos genéricos de sempre para Man with the Golden Arm (1955)  levando mesmo a que no cartaz de promoção do filme se tivesse substituído a imagem de Frank Sinatra pelo grafismo criado por Bass (Boneu e Solana, 2007:143).


Imagem e experiência da abstracção (Arnheim, 1969:151)


O que está aqui em discussão é antes de mais a possibilidade de definir uma corrente estilística alegadamente criada por um determinado recorte de genéricos fílmicos que se concentra sobre um grupo companhias de produção de genéricos fílmicos e seus artistas. A saber em concreto que tipo de relação estética existe entre o trabalho criado pela R/GA nos anos 70, com o trabalho criado nos anos 90 pela Imaginary Forces, e depois nos anos 2000 pela Prologue e yU+co. Ou seja procurar traços estilísticos comuns no trabalho dos artistas - Greenberg, Cooper, Yu, Fong e Yount – e saber se definem per si uma corrente." Neste episódio têm desde já oportunidade para ouvir entrevistas com Fong e Frankfurt.


setembro 13, 2010

o mais crível Robin Hood

Robin Hood (2010) de Ridley Scott é, sem grandes dúvidas, o melhor Robin Hood de sempre. Mais uma vez em contra-ciclo com alguns críticos acredito que este trabalho veio elevar a imagem da lenda conferindo-lhe, se é que isso é se pode dizer, credibilidade. Para quem já visitou Nottingham sabe que a sua única preciosidade turística é Robin Hood, e por isso julgo que faz ainda mais sentido que o personagem seja estudado e apresentado como alguém que verdadeiramente existiu e não como um mero herói em collants que roubava aos ricos para dar aos pobres.


Robin Hood é um filme de autor, em poucos minutos se pode identificar o estilo de Ridley Scott, a sua rigidez com todos os aspectos de composição e cinematografia são por demais evidentes. O trabalho de Crown não é menor e carrega em grande parte o peso de ter conseguido elevar o personagem muito para além de um peso-médio como Kevin Costner ou de um joker como Errol Flynn.

A acrescentar ao magnífico trabalho levado a cabo por Ridley Scott temos um não menos magnífico genérico final criado pela Prologue. Não que não me comece a irritar que os genéricos estejam claramente a ser delegados para o final do filme. O objectivo é simples entrar o mais rapidamente no filme para não perder o espectador. Mas se este não estiver interessado no genérico estará verdadeiramente interessado no filme!

É um genérico feito com efeitos gráficos sobre ilustrações a óleo, o que já por si lhes aplica um charme engajador. Por outro lado as cores escolhidas para o genérico apesar de complementares são um risco forte, mas quem não arrisca não consegue ficar na memória das pessoas.



Para mais detalhe sobre a criação deste genérico veja-se a entrevista com o director criativo do mesmo pela Motionographer.

outubro 19, 2009

Idents do Telejornal

A partir do Mediascópio, aqui ficam alguns idents (genéricos ou vinhetas de identificação corporativa) do Telejornal do primeiro canal da RTP dos últimos 25 anos. Vale a pena avaliar a evolução.

1986


1989


1996


2007

outubro 09, 2009

Outstanding Main Title Design 2009 - Tara...

No mês passado Jamie Caliri e os seus colegas ganharam o Emmy para Outstanding Main Title Design (Design de Melhor Genérico). Com menos de um minuto inteiramente produzidas em stop motion com recurso a uma Canon 40D e uma Nikon D300, depois foi utilizado o Dragon Stop Motion para a captura e finalmente o After Effects para a composição final.

United States Of Tara (Showtime)

480p | 720p

Title Director: Jamie Caliri, Animation: Anthony Scott, Illustration: Alex Juhasz, Production Company (titles): DUCK, Client: Showtime

making of Tara...



Os outros nomeados eram,

Storymakers (AMC)

James Spindler, Creative Director; Mike Wasilewski, Designer; Ahmet Ahmet, Art Director; Grant Lau, Art Director

Taking Chance (HBO)

Michael Riley, Title Designer; Dru Nget, Title Designer; Dan Meehan, Animator; Bob Swensen, Main Title Producer

True Blood (HBO)

Rama Allen, Designer; Shawn Fedorchuk, Editor; Matthew Mulder, Creative Director; Morgan Henry, Main Title Producer; Camm Rowland, Designer; Ryan Gagnier, Designer
Making Of da Digital Kitchen

Lie To Me (FOX)

Robert Bradley, Title Designer; Thomas Cobb, Title Designer

julho 23, 2009

Terminator com Cinema4d e After Effects



Mais um trabalho da Imaginary Forces criado pela Karin Fong. E mais uma vez é com grande interesse que vejo que as ferramentas de eleição são as escolhidas pelo Mestrado em Ciências da Comunicação: Audiovisual e Multimédia, o Cinema 4d e o After Effects. Fica uma entrevista da fxguide à equipa da Imaginary responsável pelo genérico do Terminator Salvation (2009).

Deixo um excerto de uma entrevista dada pela Imaginary Forces ao FXGuide a propósito do genérico.
fxg: Let's talk about the main titles - how did you get started with those?

Rod: A lot of the inspiration for the titles came from the machine vision work and from what we were already working on. The titles themselves are big, iconic, heavy pieces that fit into the score that Danny Elfman did. We did our best to work in pixel crawls and glitches to match the other stuff we were doing.

Jeremy: McG loved the original Terminator titles which also had very large type scrolling past screen. He wanted to take that and do a modern version of it. We did some boards of that idea plus a couple of ideas we had.

fxg: What were the techniques you settled on for achieving the titles?

Jeremy: The 3D letters were done in Cinema 4D, composited in After Effects and the title cards were also animated in After Effects.

fxg: What kinds of things were figured out in the boards stage?

Jeremy: We wanted it to start out very vague so that you weren't entirely sure what you were looking at. Then as it progresses you realise they are giant letters and then realise what it will be spelling out. We had that in mind, and the idea of not entirely being sure what material the letters were made out of - glassy, holographic or stone. It's a very odd material and we gave it some digital distortion and digital noise for a unique tone.

fxg: How were those textures done?

Rod: I know we did a lot of experimentation with shaders and layering. A lot of work went into getting the right quality of each letter by the lead titles animator, Charles Khoury.

fxg: It's been happening for a little while, but it's great to see main titles, either at the beginning or the end of films, being part of the storytelling.

Rod: Yeah, mains at the end are becoming more popular these days. I think it's easier to have it happen then. If we can keep people in their chair for another few minutes then we've done our job.

Karin: And I think there's something very emotional for an audience when they see this re-telling of the story done in this way, especially with the large-type titles. It might be years since the first movie, but it's a very recognisable mythology or legend, and it works to play against that sensibility.

abril 07, 2009

genérico em cartão

Aqui fica mais um genérico brilhante, desta vez a socorrer-se do efeito de bonecos em cartão, com vincos inclusive, variações de perspectiva e em profundidade de grande detalhe. Realizado por Jamie Caliri, com animação de Anthony Scott.

dezembro 03, 2007

title design português

Um dos melhores genéricos feitos em Portugal. Só demonstra que o facto de começar a aparecer uma indústria de produção de conteúdos audiovisuais, ainda que de telenovelas, só tem feito com que os recursos humanos da área tenham melhorado significamente nos últimos anos.

Genérico da Ilha dos Amores (2007)

abril 07, 2007

ghost whisperer title design

Esta tarde de sábado enquanto lia o jornal com a televisão ligada assisti a um genérico de uma série de televisão que me fez pousar o jornal. Entre Vidas ou Ghost Whisperer com Jennifer Love Hewitt.


Genérico de Ghost Whisperer (2005-2007)

Excelente utilização de desenho 2d, animados como objectos sobre fundos de excelentes gradações de cor, de níveis pastelizados. A fazer lembrar Ceremony of Innocence (1997). O title design é da autoria de Paul Matthaeus da empresa Digital Kitchen de Seattle. No site é possível ver o genérico entre outros trabalhos. Entretanto fiquei a saber que este genérico esteve nomeado para o Emmy - Outstanding Main Title Design de 2006.

Qual é então o desígnio destes genéricos, para que serve, de que forma são pensados? Para Goldberg e Rabkin (2003) existem 3 tipos distintos de genéricos,

"Format sequences, that actually tell you in narration and in writing what the show is about; Mood sequences that convey the type of feeling and tone they are going for; and Character sequences, which delineate who the characters are and how they interact. Many main titles are combinations of these three sequences." [1]

Como sempre as taxionomizações valem o que valem, e ainda para mais quando se diz no final da classificação que "muitos" dos artefactos objecto da categorização usam combinações. Contudo não posso deixar de julgar interessante a análise tripartida dos objectivos. Eu acredito muito sinceramente que um genérico quando feito com o objectivo de chamar a atenção, pretende sempre adicionar algo ao artefacto que se segue. Ora uma abordagem das linhas narrativas ou das personagens não são em si mesmas algo que pode adicionar algo, mas apenas ajudar a cognição do que se vai seguir. Desse modo para que um genérico se torne interessante, adicione algo, ou seja tenha algo para além do próprio artefacto que encabeça, deve destacar-se pela sua vertente regulatória do mood. Ou seja preparar as pessoas não cognitivamente para o que se vai seguir, mas antes emocionalmente. Isto porque o genérico inicial deve servir de introdução ao mundo ficcional, de sorvedouro de pensamentos externos ao filme, uma filtragem emocional que regulará emocionalmente o estado de recepção do espectador e deixando-o o mais possível à mercê daquilo que será apresentado a seguir...



[1] Goldberg, Lee, Rabkin, William, (2003), Successful Television Writing, Wiley

abril 05, 2007

Motion Design as Art

Adormecido e de novo devolvido à vida pela procura da minha busca de novos interesse de investigação. O Motion Design foi, e continua a ser para mim uma das mais fascinantes áreas de trabalho, seja ele concebido com que materiais for, desde que obedeça a dois parâmetros simples: design em suporte digital e design com movimento.


É bastante provável que esta grande influência me tenha surgido com o genérico de Seven (1995), e daí a minha paixão pelo trabalho de Kyle Cooper. Cooper demonstra duas qualidades ou talentos de génio:
  • Sintetização do conceito central de duas horas de filme em 2 minutos de genérico.

  • Criação de movimento gráfico a partir de qualquer tipo de elemento analógico/digital (fotográfico, traço, vídeo, película, objectos físicos, objectos e modelos digitais, 2d ou 3d) acima de tudo o jogo (animação e estilos) de caracteres.

Genério de "Se7en" (1995) criado por Kyle Cooper

Kyle Cooper é um dos mais conceituados criadores de genéricos (Title Design) de abertura para cinema. Depois de Saul Bass e os seus inesquecíveis genéricos para Hitchcock, nunca outro designer tinha atingindo um nível tão elevado de reconhecimento no cinema. A ponto de alguns produtores terem receio de trabalhar com ele por este poder roubar o protagonismo do filme para o genérico inicial. Depois de "Se7en" criou a empresa Imaginary Forces onde se podem ver grande parte dos seus filmes. No entanto há poucos anos abandonou esta empresa para criar uma mais pequena (Prologue) e poder trabalhar ao seu ritmo e sem pressões industriais.

Cooper faz parte de um grupo de espíritos criativos oriundos dos anos 90 que deram todo um novo impulso à imagem em movimento - David Fincher, Spike Jonze, Chris Cunningham, Michel Gondry. Uma geração influenciada pela velocidade imprimida pela música sobre as imagens que tiveram de procurar na sua imaginação e através da sua criatividade formas e movimentos para transformar em histórias visuais, vazios publicitários e musicais.