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janeiro 14, 2020

Envelhecendo com Noah

Há 14 anos expressava aqui o meu espanto com o primeiro vídeo de Noah, na altura feito com fotografias diárias de 6 anos. Hoje trago o vídeo em que Noah nos mostra a passagem de 20 anos em 8 minutos, criado a partir de 7263 fotografias tiradas, entre 11 de Janeiro 2000 e 11 de Janeiro 2020, uma por dia. Quando saiu o primeiro filme ainda não existia a palavra "selfie", quando aqui o partilhei, em 2007, contava com 5 milhões de visualizações, hoje conta com mais 20 milhões.
20 anos separam estas duas imagens

O filme, apesar de mais longo e envolvido numa nova música de Carly Comando — "Circadian" — continua tão hipnótico como o primeiro. Desta vez já não vemos Noah a tornar-se adulto, mas a a envelhecer, com a face a raiar e a pele a quebrar, recordando que também nós já disso nos apercebemos quando nos olhamos ao espelho.



Atualização: 15.1.2020 
Acabei de encontrar uma grande Entrevista com Noah Kalina, por Ryan Essmaker, de julho 2018 para a The Great Discontent, na qual ele fala sobre a sua carreira, o modo como começou e como sempre trabalhou em fotografia, sobre a relação arte e comércio e um conjunto de outros tópicos. Muito interessante.
"I think about it from time to time, and I don’t even know how you would start a career in photography now. You get yourself an Instagram account or something, I guess. But just generally, I’d say take a billion pictures. I mean, that’s what I did, and still do. It’s the only way you’re going to learn. And it’s a cliche, but: look at a lot of photography. Find what styles you like, and try to emulate them. You’ll become whatever you are as a photographer out of the mashup of photographers you admire."

““…people try to put you down, and to discourage you…But for some reason, I just didn’t care. I always believed there was going to be a way to make money doing photography.”

setembro 02, 2019

A física da natureza

Trago um dos mais impressionantes experimentos de Física que já encontrei na rede, a "máquina de ondas" ou "ondas de pêndulo", e que consiste num pêndulo constituído de várias bolas, todas lançadas ao mesmo tempo, visualizadas a partir de um ponto lateral. O efeito pendular acionado pela força da gravidade gera ressonância na frequência, que se distingue pelos tamanhos dos fios de cada bola, e produz variação sinusoidal harmónica o que acaba produzindo efeitos visuais deslumbrantes.



Visualmente é deslumbrante, não apenas pela beleza do aparente ciclo caos-ordem, mas acima de tudo pelo modo como parece traduzir a sensação motora da vida no planeta. Como se as forças da natureza atuassem sobre os corpos, transformando-os continuamente, produzindo o orgânico, o eterno e perfeito arredondadamento de todas as formas naturais, das células às órbitas dos planetas. Por outro lado, ver o modo como o movimento vai produzindo formas reconhecíveis obriga-nos também a refletir sobre o quanto daquilo que vemos, das formas visuais, ao que ouvimos, formas sonoras, não passam de ilusões, de momentos recortados da realidade que aparentam apenas comportar-se de forma distinta, seguindo simetrias.

Um pêndulo feito com 15 bolas de bilhar.

O experimento no vídeo surge sem autor, contudo o mesmo experimento pode ser observado noutro vídeo, "Pendulum Waves", criado por Nils Sorensen da Universidade de Harvard. A primeira vez que o experimento terá sido criado foi em Praga, por Ernst Mach, Professor de Física Experimental na Charles University, em 1867, tendo ficado conhecido como "Wavemachine of Mach".

junho 28, 2018

O que se esperava da tecnologia VAR

Não me parece que o sistema de assistência vídeo aos árbitros, que está a ser utilizado no Mundial 2018, mais conhecido por VAR, esteja em condições de garantir as expectativas nele depositadas. O jornal Público fala hoje no reconhecimento de um erro na marcação de um pénalti contra Portugal, e isso só veio confirmar algumas das minhas questões sobre o próprio sistema. Ou seja, o modo como VAR funciona parece-me pouco robusto nomeadamente por duas razões: o árbitro principal não controla o que vê; as imagens a revisionar são apenas vídeo.


Sobre o controlo do árbitro sobre as imagens que visiona, direi que o controlo direto, a manipulação interativa das imagens permitiria ao árbitro uma muito maior cognição do que está a ver. Falo de poder selecionar entre diferentes ângulos, e principalmente de poder andar para a frente e para trás, acelerando e desacelerando as imagens, podendo sincronizar o seu modelo mental com o modelo apresentado nas imagens. Sei bem que isto seria pesado para o mesmo. Estar no meio de um jogo, num modelo de jogos em que perder 2 minutos cria grande tensão, até porque nem sequer existe o hábito destas paragens, e exigir ao árbitro que procure as melhores imagens seria tremendo. Além de que reconheço que a FIFA não se poupou ao investimento, o VAR é constituído por 4 pessoas de reconhecidas competências que visualizam ângulos específicos das mais de 30 câmaras disponíveis, suportados ainda por  mais 4 pessoas que visualizam as restantes câmaras, e por isso claramente serão que está melhor posicionado para fazer recomendações ao árbitro. Mas se assim fosse realmente o árbitro não precisaria de ver as imagens, e a verdade é que tem precisado. Tem precisado porque as imagens estão longe de ser claras, porque um fora de jogo é muito diferente de uma bola na mão vs. mão na bola.

Câmaras no estádio

Porque neste último exemplo, o árbitro não pode só olhar para a mão, tem de olhar para toda a linguagem corporal, para a distância a que a bola está, a velocidade e intensidade, para poder compreender o que está a ver. Não basta ver uma bola numa mão, não basta ver um cotovelo junto à cara de um jogador, é preciso analisar o todo. E aqui começam a surgir problemas, porque os árbitros do VAR estão mais focados na exatidão do posicionamento dos elementos, cabendo ao árbitro a decisão final. Ora se é este que toma a decisão concreta, então ele tem de poder aceder às imagens, ele tem de poder controlar o feed de vídeo, de outro modo será guiado apenas pelo que outros à distância de centenas ou milhares de kilómetros (no caso do Mundial a central do VAR está em Moscovo) dirão e que viram apenas a realidade através de um vídeo.

Árbitro pode apenas ver o que o VAR decide mostrar, não pode manipular as imagens. Provavelmente pode pedir outros ângulos, mas isso está longe de corresponder ao verdadeiro exercício manipulativo das imagens.

Sobre a tecnologia vídeo. O vídeo é excelente, altamente realista, quase tão real como a realidade, não é por acaso que os árbitros do VAR vêem o jogo apenas através de vídeo, nenhum deles acede ao campo, estão longe e fechados numa sala, e conseguem ver quase o mesmo que o árbitro no meio do campo. Conseguem porque possuem mais de 30 olhos no terreno, câmaras de alta definição entre outras. Ora o problema é que o vídeo contém apenas 2 dimensões, o que é manifestamente insuficiente para o ajuizar de um mundo que acontece em 3 dimensões, mais ainda quando temos vários jogadores sobrepostos no caminho dos ângulos das câmaras. Por isso parece-me mais do que evidente que a FIFA já deveria ter começado a investir em sistemas de reconstrução 3D, sistemas capazes de capturar as várias imagens vídeo do campo, com a ajuda de sensores e marcadores, que lhe permitissem recriar em tempo real modelos dos jogadores nas posições em questão. O que uma reconstrução 3D de cena permitiria seria a manipulação de uma câmara virtual que rodasse a toda a volta da bola ou dos jogadores, sem qualquer obstrução de visão como acontece no vídeo. Isto permitiria ver com total exatidão a posição das bolas, dos braços, dos pés, etc. Não que fosse o garante último, tendo em conta a complexidade do que muitas das vezes está em análise, nunca existirão sistemas perfeitos, mas garantiria muito maior proximidade ao centro da ação.

Numa cena 3d é possível rodar a câmara virtual para qualquer posição em 360º, aproximando ou distanciado se houver necessidade.


Atualização 16.7.2018:
Dias antes de eu publicar este texto, era publicado no Fast Company um texto que dava conta das atuais possibilidades de reconstrução 3D que vale a pena ler para se perceber melhor o alcance do que digo acima.

setembro 16, 2017

Timelapse no Mar em Movimento

É longo, 10 minutos, mas vai arrancar-vos do lugar, questionar-vos pela força da beleza do que mostra, assim como pela perspectiva distinta que vos dará do planeta que habitamos. Em 10 minutos, verão atravessar na vossa frente, 30 dias condensados em 80 mil imagens capturadas a partir de um cargueiro, na sua passagem do Oceano Índico ao Oceano Pacífico.




O que mais me impressionou foi a formação das nuvens e o contraste entre o céu estrelado estático e o movimento do planeta. Já vi imensos filmes de timelapse, este ganha pela vida que o movimento do barco imprime à construção do lapse, que nos permite ver e compreender dinâmicas do planeta que normalmente assumimos como imóveis.

"30 Days Timelapse at Sea" (2017) de JeffHK

junho 24, 2014

Expressividades do papel

Nos últimos dois anos tenho colecionado links de trabalhos realizados com recurso a materiais em papel. Desde animações a videojogos, passando por simples ilustrações, vários têm sido os meios expressivos que têm recorrido ao papel para plastificar a sua forma. Na verdade quando comecei a coleccionar estes objectos tinha intenção de aprofundar as potenciais razões estéticas por detrás do uso desse meio, objectivo para o qual nunca consegui tempo. Por isso, e em virtude de ter hoje visto mais um desses belíssimos objectos, resolvi listar os mesmos num pequeno apontamento, e assim deixar fluir as ideias.

"11 Paper Place" (2014) de Daniel Houghton

O papel é algo muito comum em nosso redor, mas é-o normalmente sob a forma de mero envelope, ou seja de suporte, de transporte de ideias que se socorrem de outras formas para se expressar seja o texto, o gráfico ou simplesmente a cor. E é em parte por isso que quando alguém usa o papel como elemento expressivo nos soa estranho, ou exótico. O papel está em todo o lado, mas raramente o vemos, menos ainda lhe damos importância. Quando ele serve directamente a expressão é um pouco como se de repente ganhasse vida, fosse além daquilo a que estava confinado.

Não é a primeira vez que aqui trato obras criadas sobre papel, exemplos como as animações "Train of Thought" (2010) ou "Much Better Now" (2011), os videojogos "And Yet it Moves" (2010) "Lume" (2011) são apenas alguns dos que me têm fascinado ao longo dos anos. Pelo meio tenho encontrado artistas que se dedicam apenas a trabalhar com papel como Ingrid Siliakus ou Zim and Zou, ou Apps como "The Paper Fox" (2013) de Jeremy Kool, ou ainda um colectivo online que se dedica à construção de brinquedos em papel. Deixo então abaixo vários que fui coleccionando.


"11 Paper Place" (2014) de Daniel Houghton


"The Wolf I Used To Be..." (2012) dos Nearly Normal 


"Curriculum Vitae" (2011) de weareflink



"Moleskine Mini Planners" (2011) de Rogier Wieland



"Star Wars in Paper" (2010) de Eric Power. Do mesmo autor, Zelda on Paper e Mario on Paper.



"Cardboard Warfare" (2010) de Clinton Jones



"Cardboard Tron Lightcycles" (2008) de Miké e Vinz

fevereiro 16, 2013

Moonbot no Kickstarter

A Moonbot está a desenvolver Golem, um novo jogo sobre histórias populares da República Checa, e para financiar o projecto está a recorrer ao Kickstarter. A Moonbot trouxe-nos o brilhante The Fantastic Flying Books of Mr. Morris Lessmore (2011) que ganhou Oscar de Melhor Curta Animada em 2012, e depois disso o fantástico Numberlys (2012) um jogo para iPad com interessantes abordagens à narrativa interactiva. Mas se falo aqui do novo projecto não é por ele ser extraordinário, o que até acredito que venha a ser, é antes por causa do vídeo que a Moonbot criou para lançar a campanha no Kickstarter.



O vídeo começa cheio de energia e muito optimismo, apresentando não apenas os seus louros, mas marcando muito bem o que os diferencia dos demais. Para quem anda a pensar em campanhas no Kickstarter aqui fica um excelente exemplo de como deve ser feito. É difícil ver este vídeo e não acreditar que vamos ter jogo, e que este vai ter grande qualidade.

Video Campanha de The Golem 

janeiro 05, 2013

padrões do storytelling fílmico

Já aqui falei de Kogonada quando falei da nova tendência criativa do universo vídeo online, os supercuts. Trago agora os seus dois mais recentes trabalhos, o primeiro que analisa o elemento da passagem em Yasujirô Ozu. O segundo que trabalha excertos dos filmes que ganharam últimas edições do Moët British Independent Film Awards.


Não consigo deixar de me espantar e de dizer aqui, apesar de tudo o que já disse no texto anterior, que Konogada tem não só um olhar clínico, como uma enorme facilidade em materializar as ideias que observa. Aqui o objectivo de Kogonada é concentrar num efeito estilístico a marca autoral e estética de um autor.
The films of Ozu are filled with people walking through alleys and hallways: the in-between spaces of modern life. This is where Ozu resides. In the transitory. It’s what he values as a filmmaker. Alleys are not an opportunity for suspense but for passage. 
Ozu // Passageways

Já no segundo filme, Kogonada concentra-se em alinhar não apenas os padrões visuais, mas vai mais longe na tentativa de desenvolver quase uma espécie de mini-gramática dos verbos do storytelling cinematográfico. É extremamente interessante a forma como ele junta todas estas sequências, lhes desenha um padrão claro, e nos faz perceber mais concretamente do que é feito a linguagem do cinema.

2012 Moët British Independent Film Awards

novembro 29, 2012

video via instagram

Não é propriamente revolucionário, mas o interessante é percebermos que é possível criar vídeo a partir de qualquer tecnologia de produção visual. O Instagram é uma rede social de fotografias que tem a particularidade de colocar à disposição dos utilizadores um conjunto de filtros retro que transformam e marcam todas as fotos que ali entram. Estes filtros tornaram-se imediatamente numa imagem de marca da própria rede. Aliás o Instagram conseguiu em poucos anos roubar a mística que a Polaroid tinha criado no mundo das fotos físicas. Usando as mesmas dimensões de uma fotografia Polaroid, e aplicando filtros conjugados de transformações da saturação/desaturação, de brilho, contraste, e sharpening, o Instagram criou uma identidade formal própria na apresentação de fotografias. Com todo este sucesso era inevitável que alguém se lembrasse de criar um vídeo com recurso a esta aplicação.


“The First Ever Music Video Filmed Entirely Using Instagram"

O vídeo foi criado por Arturo Perez para a banda mexicana The Plastics Revolution. Foi fotografado na cidade de São Francisco mas ao contrário do que chegou a circular na rede, as fotografias não foram feitas com um iPhone, mas antes com uma Canon 7D, só depois foram colocadas no iPhone 4s para serem convertidas para o Instagram. O que era inevitável, pois existem partes do vídeo que só poderiam ter sido feitas com outras máquinas muito mais rápidas ou então no formato de vídeo. Arturo Perez refere assim que usou a Canon 7d, para poder fazer uso da sua capacidade de fotografar 7 imagens por segundo. Deste modo foram feitas 45 mil fotos na Canon, das quais foram seleccionadas 1905 para ser convertidas para Instagram e são essas que aparecem neste vídeo.

abril 25, 2012

Ted Tremper, e a consagração das Séries Web

A web é cada vez mais um canal de produção cultural audiovisual. Demorou a criar-se a ideia de série web, foram muitas as experiências falhadas, mas parece que ao chegar à segunda década de 2000 estamos a encontrar a forma de o fazer. Em 2009 foi criado o primeiro festival na área, os Streamy Awards e em 2010 o Vimeo Festival+Awards.


Alguns casos muito interessantes são o exemplo da série web N. de 2008 criada pela CBS e Marvel com argumento de Stephen King. Fazendo uso de trabalho de ilustração tipicamente Marvel, e com uma animação limitada ao movimento das ilustrações de modo a tornar mais barata a produção, com 25 episódios e uma duração de 2 minutos. Podem ver a série completa aqui.


A série web Off Book sobre novas correntes artísticas da PBS iniciada no ano passado, e que previa um total de 13 episódios, teve um tal sucesso que se justificou continuar a sua produção sempre em ambiente web. Tenho publicado aqui no blog todos os episódios, que saem normalmente de 15 em 15 dias, às quartas-feiras.


Mas se as séries web começaram a germinar seriamente e a criar conceitos novos, não foi graças ao investimento institucional, mas antes ao trabalho de freelancers. Em 2008 em Portugal foi criada a série web de animação Spam Cartoon de André Carrilho e João Paulo Cotrim, com desenhos de Cristina Sampaio , João Fazenda, e som de  José Condeixa. São muito pequenos episódios de 30 segundos que realizam criticas, à política nacional e internacional. Foram criados 62 episódios.


Claramente que existem muitas mais séries nacionais e internacionais, mas o que me levou a escrever este texto foi a descoberta de mais um autor de séries web, Ted Tremper. Realizador, escritor, e improvisador com formação em escrita e cinema pela School of the Art Institute of Chicago. A sua primeira série Break-ups: The Series foi um enorme sucesso no campo da improvisação, tendo ganho o 2010 Vimeo Global Film Festival Award para “Best Original Series”. Podem ver um dos três episóidos submetidos ao Vimeo "Katy & Ted".


No ano passado Ted Tremper partiu para um novo conceito, Shrink. Se o conceito de Break-ups era original, este não fica nada atrás. Um jovem doutor não consegue entrar para nenhum programa de residência, passo obrigatório para poder receber a licença de psiquiatria. Ele terá de cumprir este passo de terapia supervisionada, antes de poder começar a pagar o crédito realizado para as propinas no valor de  $586,000.


Por isso decide inovar, e cria um programa de terapias grátis na sua garagem, de modo a poder cumprir as 1750 horas necessárias. O trabalho resulta em excelência por muitas razões, uma das quais passam por continuar a apostar na improvisação de toda a representação. O tema não era possível num canal nacional, e a forma ainda menos. Temos assim mais um conceito original, e brilhantemente implementado por Ted Tremper. Fica o último episódio da série, publicado ontem.


Para quem sentir que este é o seu caminho, dê uma vista de olhos nos 30 Passos para Ser Freelance Videographer.

janeiro 01, 2012

Melhor 2011: Vídeo Online 3/3

Este artigo é uma continuação do Melhor 2011: Vídeo Online 2/3, dos vídeos de 2011 que partilhei no Facebook ao longo do ano. Para o registo aqui defini as seguintes categorias de vídeo: Nacional (1), Artístico (2), Animação (3), Experiências (4), Narrativa (5), Lugares (6), Mudança (7). Nesta terceira parte apresento as categorias: Narrativa (5), Lugares (6), Mudança (7).

(1)

(2)

(3)


Vídeo Online Narrativa (5/7)

1 - Symmetry

2 - Unhate - The film

3 - Talent for Seeing

4 - John Lewis Christmas 2011

5 - Splitscreen: A Love Story

6 - Buenos Aires: Las Calles de Borges

7 - Mindshare "Storytelling"

8 - Plot Device (Imagem 1)

9 - Tick Tock

10 - Outside Aperture

11 - The Imagineer

12 - A History Of The Title Sequence

13 - The Picture of Dorian Gray

14 - Word as Image

15 - All Art is Advertising

16 - IBM Centennial Film: 100 X 100

17 - We Are The Future

18 - "Premakes" Up! (1965)

19 - History of Gaming

20 - A Day Made of Glass...

21 - The Birds


Vídeo Online Lugares (6/7)

1 - Above and Below (Filipinas) (Imagem 2)

2 - Hey You! What Song are you Listening to? (NY)

3 - Summer feelings (Alps)

4 - A Year in New York (NY)

5 - Brief Moment (France)

6 - HK Honey (Hong Kong)

7 - Traffic in Frenetic (Vietnam)

8 - Live The Language (Paris)

9 - Disneyland Paris - Tilt Shift

10 - Feguro (Iceland)


Vídeo Online Mudança (7/7)

1 - We Miss You

2 - Rhian Touches Herself (Imagem 3)

3 - When Will I Feel Love

4 - Meth Project (Alejandro González Iñárritu)

6 - Just Keep Going, You Got Nothing To Lose

6 - World's Most Typical Person

7 - Growing is Forever

8 - Online Safety Kit - Little Red Riding Mood

9 - AIDES - Clever Dick

10 - Water ink

11 - Losers

12 - Three Generations

13 - A Wake-Up Story

14 - Stella's Voice

15 - Back to the Start

16 - Equals

17 - From Hell

18 - La Verdad

19 - Anti Smoking



Melhor 2011: Video Online 1/3

Melhor 2011: Video Online 2/3

Melhor 2011: Vídeo Online 2/3

Este artigo é uma continuação do Melhor 2011: Video Online, dos vídeos de 2011 que partilhei no Facebook ao longo do ano. Para o registo aqui defini as seguintes categorias de vídeo: Nacional (1), Artístico (2), Animação (3), Experiências (4), Narrativa (5), Lugares (6), Mudança (7). Nesta segunda parte apresento as categorias: Artístico (2); Animação (3); Experiências (4).

(1)

(2)

(3)


Vídeo Online Artístico (2/7)

1 - Pincel de Zorro

2 - Magnus

3 - Breathe

4 - The Lake

5 - Stunt Poetry

6 - The Grim Reaper

7 - Air France - L'Envol (Imagem 1)

8 - Danse(s) by James Bort

9 - The Birth

10 - Soulwax Machine

11 - I Look & Move

12 – Memory Tapes "Yes I Know"

13 - Touchwood

14 - Resonance

15 - Silent Star Wars

16 - Rolling in the beats (live mashup)

17 - Jim Beam - "Bold Choice" Movement


Video Online Animação (3/7)

1 - Mac 'n' Cheese

2 - Defective Detective

3 - Hitch

4 - Moleskine The Little Prince - Carillon

5 - Sometimes the Stars

6 - Skoda - Curriculum Vitae

7 - How to eat your Apple

8 - Poussiere

9 - Bridge (Imagem 2)

10 - PencilHead

11 - Unchained

12 - Jolie Bobine

13 - MIAM

14 - Honda Jazz 'This Unpredictable Life"


Video Online Experiências (4/7)

1 - Experience Zero Gravity (Imagem 3)

2 - The Art of Flight

3 - Experience Human Flight

4 - Avalanche Cliff Jump with Matthias Giraud

5 - Danny MacAskill Plays Capetown

6 - Carving the Mountains (Longboard)

7 - Downhill MTB in New Zealand

8 - Nightsurf

9 - Being There

10 - Kilian Martin: A Skate Illustration

11 - I Believe I can Fly

12 - The Beauty of Mud

13 – Phantom Water Edit (ultra slow motion) 

14 - Raw Lightscapes (Iceland timelapse)

15 - Team Ghost - High Hopes (Ultra slow motion)

16 - Dream Xone

17 - Pipe Plant 

18 - Tchaikovsky Timelapse



Melhor 2011: Video Online 1/3
Melhor 2011: Video Online 3/3

Melhor 2011: Vídeo Online 1/3

Tal como no ano passado, passei umas horas a rever os conteúdos que partilhei no Facebook em 2011. Ao contrário do ano anterior, em que listei os links e os vídeos de animação, este ano resolvi apenas listar vídeos, isto devido ao tempo que levaria para filtrar e catalogar toda a informação como fiz no ano anterior. Só os vídeos eram mais de duas centenas, de modo que assim registo aqui no blog os que me parecem valer a pena recordar, e que para mim ficarão como marca da paisagem do vídeo online de 2011. Claro que para além destes houve ainda os que me levaram a escrever aqui no blog quando saíram, filmes como Rosa, Mondego, Blik, Blind, Mourir Auprès de Toi, ou Forte da Graça. Mas para ver todos os vídeos online partilhados aqui no Virtual Illusion basta seguir a Etiqueta Curtas.


Dividi os vídeos em várias categorias, Nacional (1), Artístico (2), Animação (3), Experiências (4), Narrativa (5), Lugares (6), Mudança (7). Como sempre existem vídeos que podiam estar em mais do que uma, e outros em que tenho dúvidas sobre a sua melhor catalogação, contudo o que conta é que esta nos ajude na pesquisa. Devido à quantidade de vídeos, fiz três posts, começando pela categoria Nacional.


Vídeo Online Nacional (1)

1 - Lifeline, André Gaspar

2 - Portugal 2011, Turismo de Portugal, I.P.

3 - Um Dia Como os Outros, Dario Silva

4 - Póstroika, João Maria Condeixa

5 - Violência Doméstica, CIG

6 - Vampire Bash, António Silva

7 - The Hunt, Ricardo Garcês

8 - Portugalnomics: Ep. 1, Câmara Cascais

9 - Portugal Melhor, Excentric

10 - Sagres Preta Chocolate

11 - Sean Riley & The Slowriders - Everything Changes

12 - Luisa Sobral - Not There Yet

13 - We Trust - Time (Better Not Stop)

14 - Rouge - "Li Azul"

15 - Utter - "In The End"

16 - Daniel Pinheiro Wildlife Showreel 2011

17 - Vídeo Português 2011 Mais Visto



Melhor 2011: Vídeo Online 2/3
Melhor 2011: Vídeo Online 3/3

agosto 30, 2011

Move - Eat - Learn

Fantástica campanha audiovisual viral, I Want to Know, da STA Travel da Austrália. O primeiro filme Move é o mais belo visualmente, mas os outros dois impressionam pela quantidade de atividades realizadas, e pela informação debitada.

"3 pessoas, 44 dias, 11 países, 18 voos, 61 mil quilómetros, um vulcão em ebulição, 2 câmaras e quase um terabyte de imagens... tudo para recriar 3 conceitos ambiciosos e lineares - movimento, aprendizagem e comida.... em 3 bonitos e imersivos pequenos filmes...

= a viagem de uma vida."

movimento, comida, aprender (move, eat, learn)











As três pessoas envolvidas na construção destes três filmes foram, Rick Mereki como realizador e produtor, Tim White como DOP, editor e sonorização e Andrew Lees como o Ator. A música é de Kelsey James. Mais imagens da aventura podem ser vistas no Flickr.

maio 27, 2011

Video-mapping em Montalegre

Na passada sexta-feira 13 a Câmara Municipal de Montalegre aproveitou a superstição do dia para criar um espetáculo de dimensão considerável junto ao velho castelo. O espetáculo contou com uma peça de teatro sobre as lendas locais, principalmente a lenda da Mizarela, que por sua vez foi suportada por um trabalho de video-mapping.


A direção de todo o trabalho de video-mapping ficou a cargo de Rui Monteiro e Sérgio S. Ferreira da Public Reality. Entretanto o Sérgio Ferreira que é aluno do Mestrado em Tecnologia e Arte Digital da Universidade do Minho revelou-nos alguns dos detalhes por detrás do espetáculo.


As imagens que são projetadas sobre as 6 faces do castelo possuem uma resolução da ordem dos 8000 pixeis, mais de 4 vezes a resolução do Full HD, e as paredes do castelo têm cerca de 27 metros de altura. Para se poder realizar uma projeção deste género, com estes requisitos, não é possível utilizar projetores domésticos, e nem sequer os temos disponíveis em Portugal. Foi assim necessário recorrer à XL-Video, uma empresa especializada neste tipo de trabalhos, e que disponibiliza este tipo de projetores profissionais Barco em regime de aluguer para todo o mundo, uma vez que o custo de aquisição é demasiado elevado.
Ora o problema de trabalharmos com projetores alugados é que não os podemos utilizar para realizar testes, pré-visualizar efeitos enquanto se vai desenhando o espetáculo. Ou seja os projetores chegam em camiões de Inglaterra apenas poucos dias antes do espetáculo acontecer. Como tal a equipa do Sérgio foi obrigada a construir uma maquete (ver vídeo) e criar uma simulação da projeção, para poder criar todo o desenho do espetáculo.

Simulação em maquete do castelo de 1/20

Estes projetores são capazes de projetar um feixe de luz com 22000 lúmens, cerca de 10 vezes o valor utilizado em projetores domésticos. Mesmo assim a sua resolução limita-se a 1400 pixeis, ou seja para cada face do castelo foi necessário utilizar stacks com mais de um projetor. No total foram utilizados 2 x tripple stacks, 1 x double stack, e 4 x single stacks. Depois de alinhados era ainda necessário proceder à sincronização de todos os projetores para criar uma imagem única e coerente sobre as paredes do castelo.

 Paris La Defense - Une Ville En Concert, Jean Michel Jarre (1990)

O conceito de video-mapping é algo que explodiu recentemente com várias marcas a criarem eventos publicitários um pouco por todo o mundo, contudo à primeira vista podíamos dizer que nada disto é novo, que artistas como Jean Michel Jarre, entre outros, já usaram isto no passado. Mas a diferença está exatamente no nome da arte, é que a projeção agora é realizada com vídeo, e para isso só agora conseguimos desenvolver a tecnologia de projeção necessária. Aquilo que víamos antigamente nos concertos de JMJ eram meros slides, transparências estáticas, que depois se podiam mover mecanicamente criando sensação de entrada e saída de cena, ou fazendo uso de loops para criar um maior dinamismo.
Vejam um excerto do espetáculo, ainda que seja uma experiência impossível de reproduzir em vídeo dada a sua grandeza, dá para ficarmos com uma pequena ideia.


Vídeo do espetáculo, 13.05.2011

Atualização: Para a criação dos conteúdos a projetar foram utilizados, entre outros, o Adobe After Effects e o Maxon Cinema 4d.

Motivar Portugal



Um filme criado pela Excentric produtora de um dos maiores virais portugueses de sempre na rede nacional, "História Do Natal Digital", com 3 milhões de visualizações, e internacional, "The Digital Story Of The Nativity", com 10 milhões de visualizações.


Este novo filme/viral, Portugal Melhor, está bem conseguido, pega somente nos factos ao contrário do viral da câmara de Cascais, Portugalnomics: Ep. 1, que apesar de optar por um registo algo cómico cometia algumas gaffes imperdoáveis. Graficamente não é tão bom, mas o lado humano conseguido com a simplicidade de cenários e o uso de algumas pessoas com forte empatia faz com que se destaque. Em termos de conceito não tem comparação, o objetivo aqui não tem nada que ver com o orgulho ou com a superioridade, é tão somente um apelo ao melhor de cada um de nós, uma mensagem que se enquadra no discurso inaugural de John F. Kennedy (1961),

"Ask not what your country can do for you
ask what you can do for your country
"

Fez-me lembrar também o excelente viral da Islândia lançado na rede pouco depois do seu colapso em 2008, Inspired by Iceland, que à semelhança de Portugal Melhor era também uma iniciativa dos cidadãos da Islandia, e não uma promoção do governo, ainda assim com uma abordagem conceptual diferente, o filme era feito para nós os estrangeiros. Na forma fazia uso de uma mistura entre os vídeos promocionais do Turismo português e este agora lançado.

"Eu sei que vou conseguir, porque já o fiz antes!"

"Domingo Vá Votar"
"Segunda Vamos trabalhar"

janeiro 23, 2011

10 das Melhores Pubs 2010

Aqui fica uma selecção das melhores campanhas em formato audiovisual que passaram pela net. Muitas outras existem, mas as que destaco foram as que tive o prazer de experienciar ao longo deste ano e que mais me tocaram.


1 - Embrace Life, Daniel Cox, Sussex Safer Roads Partnership



Para além de outros prémios, ganhou o prémio do YouTube ao ser o viral publicitário mais visto. Falei dele aqui.



2 - Baby In The Sky - Jack-Antoine Charlot, Global Fund





3 - The 3D Truth in Old Masters de ViralFactory


Um filme publicitário com uma ideia que não é inovadora (ver 3D Guernica 2008 de Lena Gieseke) mas que funciona muito bem, acima de tudo pela dose de humor com que contamina o estado de espírito tradicionalmente associado à arte. Aliás talvez por causa da sátira, a Samsung se tenha visto obrigada a retirar o mesmo da web. Lançado em Abril de 2010, é difícil encontrar-lhe o rasto online. As cópias que aparecem no YouTube não ficam mais do que alguns dias, a produtora não o coloca no seu portefólio e a Samsung não fala do mesmo. Por isso coloquei o vídeo no meu Facebook de acesso restrito a Amigos.
Talvez a razão esteja na tag line do filme "Samsung 3D TV: A new dimension in TV because the old stuff is rubbish" que faz lembrar exactamente os problemas levantados na recente campanha da Zon com os Bon Jovi.



4 - Conectados, Flavio Pantigoso, Y&R Perú





5 - Inspired by Iceland Video, de Inspired by Iceland





6 - YDA: For those who are born to create drama, Rogier Hesp, TBWA Helsínquia





7 - Chuva de Azeitonas, Fred Fannon, McCann Erikson





8 - Guy Walks Across America, de Sam Griffith, Conscious Minds





9 - Something Lurking, Psyop, Y&R New York





10 - V Ladders, Nathan Price, BBDO New Zealand






Outros que valem a pena (re)ver

. Moleskine Stop-motion
. Mister Pink
. Sherwin-Williams - Bees
. Smart Technologies "The Magical Classroom
. Hate/Love
. Buick ‘Behind the Beauty’
. Economic Times - The power of Ideas

janeiro 11, 2011

Intel: o multitasking como filme de acção

A Intel acaba de lançar mais um viral na rede para promover a 2ª geração do processador Intel® Core™ i5. Um pequeno filme de 2 minutos criado pela agência Venables Bell & Partners e realizado pela dupla Smith & Foulkes.
A estética do filme faz uso da corrente vaga baseada no mundo digital a que temos assistido primeiro com o teledisco dos Arcade Fire ‘Wilderness Downtown’ criado pela Google para destacar a tecnologia HTML5 e também do teledisco dos Sour. Embora se deva dizer que o projecto da Intel distingue-se na essência destes dois pela falta da componente de personalização e tempo real. Nesse sentido podemos dizer que se aproxima mais dos virais Life on Facebook de Alex Droner ou Digital Story of Nativity da criativa portuguesa Excentric.
O objectivo era segundo o director criativo Tyler Hampton “illustrate the incredible multi-tasking power of the new Core i5 processors” e que "It all started with the desire to emotionalize what Intel makes possible in the most visual way possible".

A realização da Smith & Foulkes é brilhante com uma edição e composição tecnicamente perfeitas e altamente ritmadas, fazem passar a personagem principal através de programas como o Word, Facebook, Google Earth, YouTube, iTunes, MSN, Photoshop, QuickTime, Google Street View, Grand Theft Auto, entre outros. Diria mesmo que conseguiram criar uma bela metáfora entre a força e ritmo da narrativa do filme de acção e o poder de um processador de computador.





Via
[ComputerLove]
Fontes
[Popsop]
[Adgoodness]

dezembro 11, 2010

intensos momentos, estáticos e dinâmicos

É absolutamente penetrador, o trabalho fotográfico, The Scene Makers: Actors Who Defined Cinema in 2010, feito pelo norueguês Solve Sundsbo para o New York Times. No brilho, no contraste, na textura e claro no momento e performance.

Robert Duval

Nas qualidades referidas acima raramente o vídeo consegue superar a fotografia, porque a nossa atenção se torna menos concentrada e dispersa pelo movimento e narrativa que nos chega segundo a segundo. Mas foi desta vez tratado em pé de igualdade e com as atenções extra que o vídeo requer face à fotografia, sendo referido Fourteen Actors Acting: A Video Gallery of Classic Screen Types como: "This is the first time that video has been as significant as the print portfolio."

E é verdade ver a fotografia e ver o vídeo cria em nós ainda que de modos diferentes sensações muito fortes, o objectivo da editora Kathy Ryan desde o início: “We had to get somewhere really quickly with an impact. And it had to be beautiful.”

O que acontece então na passagem do estático ao movimento: "You’re going from making iconic images to creating narratives... but there is less of a narrative capacity in 60 seconds, so you need to create something like a poem that can lead your imagination.”

Claramente que no vídeo existe uma terceira dimensão, além do movimento não consagrada na fotografia, o som ou música. E aqui acredito que a escolha do músico Owen Pallett e a gravação pela Czech Symphony Strings ajuda e de que maneira à criação do tal poema, ou magia num minuto de tempo.

Dos vários trabalhos performativos vistos nos vídeos para mim alguns superam a fotografia outros nem por isso. Matt Damon e Anthony Mackie são soberbos no vídeo e conseguem um trabalho final muito acima da fotografia. Michael Douglas funciona muito bem em ambos os registos, no vídeo por momentos parece que estou a ver o pai Kirk Douglas. Mas é o trabalho de Chloë Moretz que me extasia, estática ou em movimento, é brutal, mais ainda se pensarmos que esta actriz tem apenas 13 anos.

Chloë Moretz

Finalmente apenas duas recomendações mais. Primeira atentem no trabalho de Tilda Swinton a encarnar Maria Falconetti em La passion de Jeanne d'Arc (1928) de Dreyer, o vídeo mais uma vez captura muito melhor o que vai na alma da nossa Joana. E do lado da imagem e porque a arte não vive apenas do drama um momento de excelente boa disposição e beleza estonteante consagrada na imagem de Annette Bening (52).

Annette Bening

outubro 08, 2009

Total War machinima

Muito bom machinima de Robert Stoneman feito a partir de Empire: Total War (2009). Stoneman refere não ter utilizado nenhum engine mas apenas ter recorrido à gravação das sequências enquanto jogava fazendo uso do Fraps e depois do Vegas da Sony para editar.
Mas Stoneman não se limita a gravar excertos do jogo e a montá-los, existe aqui todo um trabalho de preparação das cenas que precisa, da escolha prévia dos ângulos e locais de captura e sobre estas ainda todo um trabalho de edição gráfica. Depois temos uma montagem de grande qualidade que se faz transportar sobre a música de forma perfeitamente sincronizada. Apesar de eu discordar em absoluto com o uso desta música, A Perfect Day de Lou Reed, para este filme, sou obrigado a concordar com a excelência do tratamento dado.

E claro com trabalhos destes era natural que Stoneman conseguisse chegar à grande indústria onde trabalha actualmente como Cinematic Designer ("I make the conversations and some of the cutscenes in the game look awesome!") no videojogo em produção Mass Effect 2 da Bioware.


setembro 15, 2009

encenando ideias



Julgo que vale a pena ser visto e avaliado, não pelo conteúdo do que é dito, ou melhor, colado sobre o que é dito, mas pela ideia em si e o espírito criativo ainda que o texto poderia e deveria ser mais focado e aprofundado. Principalmente a parte final está já a queimar o que resta da ideia, faltando-lhe um evidente desenlace, isto no texto colado claro. Aliás este tipo de trabalho não é nada de novo, temos visto centenas de objectos destes. No entanto a ideia do uso desta dramatização genial de Bruno Ganz, sobre um dos episódios mais especulados na nossa história recente para entre aspas encenar um episódio de novela mexicana da política nacional actual, cria a maravilha deste objecto.
Este é um objecto que representa a essência das novas literacias, a capacidade do criador para fazer uso de diferentes suportes, media e artes para dar corpo à sua mensagem. Neste caso escolheu-se um tom humorístico, mas não deve ser por isso menos interessante. Aliás quantas são as rábulas que fazem o mesmo fazendo uso da oralidade sobre um figurino de linguagem corporal conhecido pelo público. O que aqui temos é isso mesmo, mas mais do que isso porque se socorre e trabalha conteúdos dispersos, e completamente desconexos, atribuindo-lhe todo um novo sentido.

Nota: Caso o espectador perceba o alemão, o objecto perde toda a sua graça, nesse caso teria sido bom alguma distorção do som, ainda que os actores não o merecessem.