julho 29, 2010

Mestrados em Audiovisual e Arte Digital

Abriram no passado dia 26 Julho 2010 as candidaturas ao Mestrado em Ciências da Comunicação - Especialização em Audiovisual e Multimédia da Universidade do Minho. A este concurso poderão concorrer, até 7 de Setembro, todos os candidatos interessados que reúnam os requisitos constantes do Edital. As condições de acesso e o modo de proceder podem ser consultados no site.
Este mestrado está direccionado para o exercício de actividades de produção e criação em audiovisual e multimédia quer para ambientes tradicionais (televisão e cinema) quer para os novos media (online e móvel), trabalhando questões do interesse das seguintes profissões: produtor, editor, director de arte, designer de efeitos visuais. Para saber mais sobre o tipo de trabalhos realizados neste mestrado aconselho uma visita ao Canal YouTube DCC e deixo abaixo uma pequena animação realizada durante este último ano lectivo.



Já no próximo dia 3 de Agosto abrem as candidaturas para o Mestrado em Tecnologia e Arte Digital da Universidade do Minho. As mesmas estarão abertas até dia 9 de Setembro e as condições de acesso podem ser encontradas no site.
Este mestrado está direccionado para o desenvolvimento de capacidades de conjugação de conhecimentos ao nível da: computação gráfica, sensores, narrativa, som e música digitais entre outras e da sua exploração conjunta com técnicas de expressão artística, para gerar novas experiências estéticas, nas áreas das indústrias do multimédia, educação, entretenimento e expressão cultural. Para saber mais sobre o tipo de trabalhos realizados neste mestrado aconselho uma visita ao blog MTADum. Deixo abaixo um vídeo que promove um trabalho de instalação artística realizado durante este último ano lectivo.

7 comentários:

  1. Visitei o canal do youtube mas a qualidade geral das animações é muito fraca, mau 3D e histórias pobres. A boa notícia é que só podem melhorar...

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  2. Olá João
    Obrigado pelo comentário.

    O que se espera de um mestrado é que este exponha um aluno a vários domínios do saber, desde as tecnologias de construção plástica às técnicas de construção de conhecimento com/sobre essas mesmas tecnologias.

    Na sua generalidade os alunos que entram nestes mestrados têm um interesse generalizado pela área, que é de si já bastante abrangente e muitos deles, pouco, ou por vezes nenhum, contacto teve com certas ferramentas.

    Ou seja se quisermos ser realistas, basta olhar para o princípio de Gladwell que define a especialização através de uma regra de investimento ideal de 10,000 horas e comparar com as 45 horas de contacto que estes alunos têm num semestre com a tecnologia 3d.

    Daí que as competências que se espera que estes venham a ter quando saírem para o mercado seja know-how do espectro tecnológico existente, aplicabilidade, modos de actuação e acima de tudo capacidade de tomada de decisão em face da parafernália de tecnologias existentes e sempre em crescendo, nas áreas em que se especializam.

    O resto só pode ser adicionado pelo investimento pessoal de cada um e é preciso tempo.

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  3. Caro Nelson,

    A conclusão do seu argumento é de que um mestrado em Audiovisual e Multimédia que carrega o titulo de Especialização, serve no essencial para dotar os alunos de capacidade escolha de ferramentas adequadas à prática do Audiovisual e Multimédia.

    Está explicado. Obrigado pela pronta resposta.

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  4. Olá
    Interessante a questão da "especialização", algo que nos deverá fazer reflectir.
    Para nós a especialização acontece no seio das Ciências da Comunicação que é muito mais vasto que o AV e MM e que especifcamente no nosso caso possui em alternativa as especializações ou ramos de "Jornalismo e Informação" e "Relações Públicas e Publicidade".
    Contudo percebo que para quem vê de fora se possa entender a especialização atrelada a AV e MM e assim esperar algo diferente.

    abraço

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  5. Viva!

    Tenho de confessar que não concordo nada com esta definição. Nem me agrada!

    Quando alguém me diz que tem um "Mestrado" seja em que área for, penso imediatamente na pessoa como sendo alguém que seja um "expert" na matéria, alguém que estudou aprofundadamente um assunto, experimentou, comparou, passou imensas horas enfiado em bibliotecas a ler documentos sobre o tema, caso seja um tema teórico ou de investigação histórica, ou a fazer experiências ou a trabalhar afincadamente no que quer que seja que seja o tema do Mestrado.

    E penso isso porque ao ter um título de "Mestrado", a pessoa tem forçosamente de ser um "Mestre" na matéria, saber de trás para a frente o que estudou, ter levado o assunto a sítios onde ninguém ainda o levou, construir uma tese e, claro, apresentá-la e "defendê-la" (sempre achei curiosa a "defesa" da tese, como se se estivessem a apresentar ideias tão revolucionárias que nunca antes tinham sido levadas a sério e irem contra tudo o que está estabelecido, tendo assim de "defender" uma nova maneira de ver as coisas, tal como Galileu!).

    Por isso, quem se me apresenta como possuidor de um mestrado, penso que seja um "mestre" nesse assunto, e não espero nada menos que um perito na matéria.

    Compreendo que seja difícil, compreendo que as horas sejam escassas, compreendo que estejam a "começar do zero", compreendo que seja necessária uma imensa dedicação... mas assim, ao ver estas animações, lamento mas não vejo propriamente "mestria". Umas "experiências jeitosas" sim. Por tudo isto não chamaria a isto um "Mestrado" mas sim uma "Workshop". Sim, isto é uma workshop para quem se sente mais curioso sobre o assunto e queira ter "umas luzes" sobre a matéria. Depois, caso se interesse, pode aprofundar os conhecimentos e, depois sim, tirar um Mestrado.

    Não quero parecer elitista, apenas o meu ponto de vista em relação a "Mestrados".

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  6. Olá Fernando

    Uma resposta em dois comentários dado o excesso de caracteres. No primeiro uma precisão de teor específico, no segundo de carácter geral.

    O mestrado que está aqui em questão é antes de mais em Ciências da Comunicação (CC), e depois contém uma especialização em Audiovisual (AV) e Multimédia (MM). Isto distancia-o claramente de um mestrado em Modelação e Animação 3d.

    Ora quando dizes que isto não é um mestrado mas um workshop, estás a fazer uma enorme confusão. Claramente que o que os alunos deste mestrado específico podem aprender de Modelação e Animação 3d em termos técnicos é o que aprenderiam num workshop, mas sem as noções teóricas das implicações do uso das ferramentas em ambientes de comunicação, e ainda assim uma cadeira semestral não é um mestrado completo. A forma como vês poderia ser aplicada, em parte, a um Mestrado de Animação e Modelação 3d, onde tivesses todas as unidades curriculares direccionadas nesse sentido, e onde os projectos de investigação fossem centrados sobre o 3d.

    Ora vejamos então se seguíssemos a tua lógica de que o aluno deve apresentar mestria em Modelação e Animação 3d no Mestrado em CC AV MM, então teria também de a apresentar em Produção, Imagem, Som e Montagem isto na especificidade de AV (e nem sequer me atrevo a falar em Realização). Mas pelo lado de MM teria também de ser um especialista em Pós-produção, Design de Som, Música, e Efeitos Visuais. Mas ainda não chega, porque o mestrado é de CC e por isso teria de ser ainda um especialista em Cibercultura, Pragmática e Metodologias de Investigação em Ciências Sociais.
    Convenhamos que isto é de todo impossível e nem sequer desejável, o que se pretende é um especialista em Ciências da Comunicação com um claro pendor para as áreas de AV e MM, em detrimento da Informação e Jornalismo, da Publicidade e Relações Públicas.
    Não se espera que este Mestre desenvolva trabalho de alto nível de Modelação e Animação 3d, mas que antes perceba os meandros da linguagem, das técnicas e das possibilidades reais, para poder estabelecer pontes de comunicação com toda a restante equipa e assim potenciar a eficácia da criação da mensagem, ou seja da comunicação (claramente que se o seu desejo e a sua mestria estiver inclinada para o 3d, nada o impedirá de continuar a trabalhar nesse campo e aperfeiçoar o que aprendeu).

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  7. Agora em relação ao teor de um mestrado em modos genéricos.

    Percebo claramente a tua visão do Mestre, aliás essa é a concepção que a própria denominação carrega em senso comum. O mestre é aquele que domina por completo uma matéria, que adquiriu a mestria. Mas este Mestre do senso comum, é também alguém que aprendeu pela experiência dos anos. Aliás associamos o Mestre a alguém com idade, não alguém que passou meia dúzia de anos num banco de escola superior. Ainda no senso comum, Luke Skywalker está longe de ser Yoda, tem muitos anos pela frente para demonstrar que é um verdadeiro Mestre.

    Em relação ao Grau de Mestre Universitário ele é algo instituído com regras muito rígidas que diz respeito a um período de estudos pós-graduados, mas que foi evoluindo no tempo com a sociedade e a academia. Ser especialista em séculos passados estava muito longe de compreender o grau de complexidade que hoje conseguimos descortinar nas coisas.
    Além disso na academia recente ser "original" e "inovador" não cabe num grau de mestre, mas sim de doutor. O que um mestre tem de demonstrar e “defender” perante um tribunal académico é o domínio de um tópico e a capacidade de o investigar.
    Mas mesmo isto se tem alterado com Bolonha. A exigência de um mestre hoje é muito distinta de um mestre de há 20 anos. Um mestre hoje termina o seu percurso de aprendizagem, com 5 anos de ensino superior, quando ainda há 3 anos precisava de 7 anos. O projecto de mestrado ocorre no momento em que aconteciam os Projectos de fim de Licenciatura. Aliás alguns cursos como as Engenharias, possuem o Mestrado Integrado. Ou seja, a pessoa só poderá ostentar a distinção de “Engº” que é reconhecida pela Ordem dos Engenheiros, se realizar os 5 anos de estudos, ou seja realizar o mestrado. Nesse sentido o mestrado de hoje não é muito mais do que a continuação dos estudos de licenciatura, e a tese o projecto de licenciatura de outros tempos.

    Por outro lado um curso de mestrado de há 20 anos nunca se "daria ao trabalho" de ensinar competências em ferramentas, pois a sua única preocupação era a componente de investigação fundamental ou teórica. Sendo mesmo mal vista a parte relacionada com aspectos aplicados e práticos. Aliás é esta mesma componente mais aplicada e prática das questões teóricas que leva a que os alunos se queixem de que as coisas ficaram mais difíceis com Bolonha, quando como se pode ver pelo que digo acima não é bem assim.

    Enfim é um tema que dá para discutir, e discutir e discutir...

    abraço

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