Os títulos das curtas de Brown são sempre bastante sugestivos ou auto-explicativos, e este não foge a essa idea. BIPOLAND apresenta uma mistura entre a palavra Bipolar e Polónia. No sentido em que o filme se divide literalmente em duas fortes emoções opostas. Apesar de nos mostrar a Polónia de hoje, uma parte é passada dentro de Auschwitz com a música sincronizada nas emoções que daí emergem, enquanto outra parte nos mostra a beleza e a vida da Polónia atual. A música é de Philip Glass Tirol Concerto for Piano and Orchestra: Movement II e carrega forte, mas a magnificência surge da captura de imagens, na beleza de cada enquadramento e depois no seu trabalho de correcção de cor, em que Brown leva a saturação ao extremo. Sobre tudo isto temos uma montagem de grande rigor, velocidade e pura sincronia com o tema e a sonoridade, uma pequena jóia visual.
"Kary, Sheila, Sandy, Michael, my beloved husband and my family. I have been in a place for six incredible years where winning meant a crust of bread and to live another day. Since the blessed day of my liberation I have asked the question, why am I here? I am no better. In my mind's eye I see those years and days and those who never lived to see the magic of a boring evening at home. On their behalf I wish to thank you for honoring their memory, and you cannot do it in any better way than when you return to your homes tonight to realize that each of you who know the joy of freedom."
Vale a pena ler depois esta entrevista com Matty Brown sobre a sua inspiração criativa e sobre Portugal. Muito bom o momento em que ele refere que os portugueses não gostam de ser filmados. Entrevista realizada por Gabriella Opaz para o site CataVino.