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março 21, 2014

Da banda desenhada para animação

O artista de banda desenhada Rafael Grampá (Brasil) desenvolveu uma belíssima curta 3d, Dark Noir (2014), com a dupla de criativos Mario Ucci e Rick Thiele (Red Knuckles), para o Facebook e para a Absolut. A Absolut patrocina o evento, #NextFrame, através do qual a curta foi produzida, e o Facebook facilitou o processo criativo, no sentido de permitir a Grampá entrar num processo colaborativo de discussão da ideia de toda a animação com os seus fãs.



Se o processo criativo acaba sendo aquilo que mais promove a discussão à volta do trabalho, a mim o que mais me chamou à atenção foi o trabalho visual 3d conseguido pela dupla Mario Ucci e Rick Thiele, conhecidos pelo seu trabalho nos videoclips dos Gorillaz, assim como participação em inúmeros efeitos visuais para o cinema e spots publicitários. Chegaram a estar na Passion Pictures como Directores Criativos, mas saíram entretanto para continuar a trabalhar na área da animação.

Olhando para os portefólios de cada um será fácil de perceber que a assinatura da estética dos personagens 3d é de Mario Ucci, principalmente se olharmos para os seus trabalhos à óleo. A sua abordagem, na senda de Francis Bacon, confere-lhe uma abordagem visual particular que de alguma forma transpira para os personagens 3d de Dark Noir. Estou a falar claramente da impressão realista criada pelos shaders e luz na pele dos personagens que os faz parecerem reais, feitos de cera. Além disso a combinação que é depois realizada com os personagens 2d de Grampá é muito boa, sem qualquer dificuldade a diferença de registo estético permite-nos perceber que estamos a falar de dimensões do universo distintas.

Dark Noir (2014) de Rafael Grampá 

dezembro 08, 2012

curta, demasiado curta

Trago um pequeno filme que saiu há cinco meses, por altura dos Jogos Olímpicos de Londres 2012. Já o tinha visto antes, mas no seu formato curto de um minuto, só agora descobri que existia uma versão estendida, ou melhor que a versão original tinha 2m40.



Quando vi a versão curta, adorei o 3d, essencialmente a luz e a cor, mas enquanto filme não me pareceu suficientemente forte para perder tempo a partilhar, o que em certa medida explica porque razão um filme tão bom não conseguiu tornar-se viral. Mas vendo agora a versão completa, percebi o que se passava com o filme curto, a animação parecia ser um mero sucedâneo dos vários desportos, sem qualquer contextualização, sem detalhe do ambiente, nem espaço para respirar o ritmo do filme. Esta versão de 2min40 mostra bem porque a Passion Pictures é uma das empresas mais conceituadas internacionalmente no campo dos VFx para publicidade, o filme completo é um verdadeiro deleite.


Comparem com a versão curta.

fevereiro 28, 2011

Oscars 2011: a Origem d'Alice

Começando pelas categorias que mais nos interessam, as das artes visuais e expressivas, todos os filmes que tinha listado aqui como potenciais vencedores no final de Janeiro, ganharam nessas categorias e mais algumas.

Inception (2010) Christopher Nolan
Tal como esperava leva para casa todas as estatuetas técnicas, não é por acaso que lhe fiz várias referências aqui. Assim temos a Cinematografia (Wally Pfister), os Efeitos Visuais (Chris Corbould, Paul J. Franklin, Andrew Lockley, Pete Bebb), a Mistura de Som (Lora Hirschberg, Gary Rizzo, Ed Novick), e o Design de Som (Richard King).
Richard King leva o terceiro Oscar no design de som, depois de em 2008 ter trabalhado também Cristopher Nolan em The Dark Knight (2008), em em 2003 para Master and Commander: The Far Side of the World (2003). Já Wally Pfister vê finalmente o seu trabalho reconhecido. Tinha sido nomeado antes para The Dark Knight (2008); The Prestige (2006) e Batman Begins (2005). Ou seja não foi à 3ª, mas à 4ª que conseguiu.

Alice in Wonderland (2010) de Tim Burton
Arrecada como esperado a Direcção de Arte (Robert Stromberg e Karen O'Hara) e o Costume Design (Colleen Atwood). Robert Strombreg faz um bis na direcção de Arte, já que no ano passado tinha levado a estatueta para o seu belíssimo trabalho em Avatar (2009). Não tenho aqui qualquer dúvida em afirma que Stromberg é um autêntico mago no que toca à criação de "mundos história".

Toy Story 3 (2010), Lee Unkrich (Pixar)
Não teve competição à altura este ano. How to Train your Dragon (2010) até tem uma boa história, e bons personagens, mas tecnicamente foram feitas opções que tornaram o filme muito menos rico, nomeadamente no campo dos cenários e da iluminação.



The Lost Thing
(2010) de Shaun Tan, Andrew Ruhemann
Na altura do texto anterior não tinha falado sobre as curtas de animação, porque ainda tinha esperança de ver todas as curtas que estavam a concurso. Tinha aí uns apontamentos que apontavam para The Lost Thing ou The Gruffalo, por isso julgo que o prémio foi muito bem entregue. Um filme produzido pela Passion Pictures Australia subsidiária da casa mãe inglesa Passion Pictures que no campo da publicidade e efeitos visuais tem sido brilhante.

Agora indo às categorias mainstream, The King's Speech (2010) levou como esperado Melhor Filme, Melhor Actor (Colin Firth), Melhor Argumento Original (David Seidler) e Melhor Realização (Tom Hooper). Natalie Portman Melhor Actriz Principal (Black Swan (2010)). The Social Network (2010) levou a melhor Montagem (Kirk Baxter, Angus Wall) que deveria ter ido para Jon Harris em 127 Hours (2010), melhor Argumento Adaptado (Aaron Sorkin), e melhor música (Trent Reznor e Atticus Ross). Inside Job (2010) levou a melhor no documentário face a alguma expectativa para Exit Through the Gift Shop (2010).

Julgo que a questão da ausência de surpresas não se prende propriamente com a cerimónia mas com a quantidade de outros festivais e concursos prévios, aonde os mesmo filmes estão nomeados o que acaba por contribuir para a total ausência de interesse que a cerimónia dos Oscars se vem tornando com o passar dos anos.

Quando comparado com os outros grandes momentos do ano (Cannes, Veneza, Berlim e Sundance), este festival acaba por ser o menos original. A título de exemplo, desde Dezembro que perdi a conta ao número de prémios que Natalie Portman e The King's Speech ganharam. Desde os Bafta aos Golden Globes passando por quase uma dezena de Associações de Críticos Americanas (Austin, Boston, Ohio, Chicago, Dallas, Florida, Broadcast Film).


A lista completa dos Oscars 2011 pode ser vista na IMDB.

maio 08, 2008

the new world order

Mato Atom é um motion designer que tem trabalhado para empresas como a Paranoid-Us ou a La Pac em filmes para agências como a Passion Pictures ou a BBDO, e à semelhança de outros profissionais vai contribuindo para o adensar de uma paisagem visual que nos ajuda a reflectir sobre a estrutura social. Quando Mato Atom diz que este filme " is dedicated to the 5th anniversary of the "Mission Accomplished" and reminds us of the glorious moments and victories of the New World Order" faz-me pensar que na verdade o que temos aqui pode ser mais importante do que qualquer coluna de opinião escrita num New York Times, The Guardian, El País, Le Monde ou Público. O poder da mensagem visual é incomparavelmente mais impactante numa perspectiva emocional e desse modo na retenção da informação que um texto intelectualizado sobre o assunto. Aliado ao factor da memorização da mensagem, temos ainda o factor viral que leva a que um número exponencialmente superior aceda à mensagem e posso discuti-la em redes online. Vejam abaixo o filme Champions Remembering the New World Order.



[ver em alta qualidade]
[a partir de No Fat Clips]

outubro 15, 2007

Magia de plasticina

Filme produzido pela Fallon London e a Passion Pictures. Primeiro foram as bolas na cidade de São Francisco, “Balls”, depois a tinta que jorrava dos edifícios de Glasgow, Paint, e agora os coelhos que circulam em Manhattan, “Play-Doh”. Para ver o filme em definição de alta qualidade vá até ao site da Sony onde pode ver também o making of do filme. Já agora não posso deixar de enaltecer a criatividade patente no modelo de navegação (experimente usar as teclas cursoras), brilhante o modo como a navegação tridimensional permite um fácil e rápido acesso à informação sem ocorrência do sentimento de perda no espaço.


Para concretizar Play-Doh, foram necessários 2,5 toneladas de plasticina, 40 animadores durante três semanas no local das filmagens para coreografar os coelhos e foram produzidas cerca de 100,000 imagens para um filme de apenas 90 secundos. Para ter uma ideia do set de filmagens, podem ver as imagens captadas por Adrien Potier em NYC. Do ponto de vista técnico o filme apresenta um excelente nível de stop-motion na animação dos cerca de 200 coelhos que circulam sobre a ilha e a música de fundo do filme ajuda bastante ao tal sentimento de ternura que falava e depende apenas de uma canção, She’s A Rainbow dos Rolling Stones.

Para vários publicitários este filme não tem a força persuasiva de Paint, contudo e nisso eles também estão de acordo, é o mais empático da trilogia das cores Bravia. A utilização de um animal como o coelho confere uma imediata sensação de boa disposição e divertimento, diria mesmo de ternura, que é uma coisa que a publicidade não tem, a meu ver, sabido aproveitar suficientemente.