abril 07, 2014

"Castle of Illusion" (2013)

Por estes dias acompanhei o meu filho ao longo do remake "Castle of Illusion. Starring Mickey Mouse" (2013) da Sega, e posso dizer que fiquei bem impressionado com o trabalho gráfico, nomeadamente com um Mikey 3d sempre muito atractivo, mesmo quando em plataformas 2d. Por outro lado fiquei menos impressionado com a manutenção do design de mecânicas dos anos 1990.




Pelo que li este remake manteve grande parte da jogabilidade, e isso percebe-se claramente na dificuldade de algumas plataformas e alguns bosses. Julgo que o meu filho por ainda não estar formatado pelos ritmos dos jogos de hoje acabou por suportar bastante bem o embate, mas dei por mim a querer desistir depois de tanto perder. Nomeadamente nas plataformas 3d, em que os saltos se tornam bastante difíceis por não estarem bem desenhados em relação ao controlo do personagem e câmara.

Mas foi na análise desta dificuldade que me deparei com alguns dos problemas deste tipo de design. Enquanto o via jogar notei que a dificuldade e o esforço, algo tão louvado nos jogos de "antigamente", acabam muitas vezes por evidenciar problemas derivados das mecânicas de repetição, nomeadamente quando o jogador, por realizar n tentativas, acaba detectando padrões de acção, e passa a usar esses padrões exclusivamente para avançar no jogo. A descoberta destes padrões funcionam quase como se se tivesse conseguido furar a lógica do design, o que acaba por desenvolver sensações estranhas, porque se sente a recompensa de se estar a avançar, mas por outro lado sente-se uma espécie de culpa por estar a usar um padrão de ação em repetição, como se se estivesse a fazer batota!

Um outro caso de lógicas dos anos 1990 foi o do final. Depois de várias horas a tentar derrotar o boss final, a Bruxa Má, a cinemática apresentada não podia ter sido mais pobre, e não estou a falar da componente narrativa, mas gráfica. Depois de ter assistido a algumas cutscenes em 3d interessantes a meio do jogo, foi com algum espanto que vi a cutscene final ser realizada em 2d, e apenas com imagens estáticas, uma espécie de animático. Até pode ser que este seja o final original, mas foi uma enorme desilusão. Fica aquela ideia que era comum, também no passado, de que só uma parte muito pequena de jogadores chega ao final, e por isso não vale a pena investir em criar conteúdos demasiado bons para tão poucas pessoas verem!!!


De resto, é um pequeno jogo interessante, com um jogabilidade intuitiva, bastante mecânica e repetitiva, mas ainda assim capaz de deliciar qualquer amante da Disney e do Mickey.

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