Em termos estéticos a atmosfera é brilhante. Sørensen constrói um verdadeiro palpitar dos anos 1980, não apenas no que mostra, mas na cinematografia, a cor algo esbotada, com os verdes gastos, e a música de sintetizador. A construção dos enquadramentos de câmara ajudam a criar o sentido de mistério. Claro que o conteúdo faz o resto - o gravador de cassetes, o contador das voltas da fita, o ecrã e teclado do Commodore 64, os posters, a sala de aula.
O realismo impressiona por duas razões, primeiro por estar tão conseguido, mas mais por ser tudo feito por uma única pessoa, e ainda estudante. Desde a modelação, texturização, iluminação, animação à correcção de cor e montagem, assim como o som e a própria música. Ou seja, tive dúvidas que uma pessoa sozinha se pusesse a modelar a quantidade enorme de objectos que aqui vão apenas para um pequeno filme. Pelo que entretanto percebi, a curta é apenas uma parte de um projecto, ele teria já modelado algumas destas coisas para outros projectos, e aproveitou para daqui fazer o seu filme.
Load (2013) de Brian Sorensen
O impacto do realismo funciona melhor se não soubermos que é 3d na primeira vez que vemos. Na segunda vez, começamos a encontrar os detalhes que desmascaram facilmente o trabalho. Mas como o autor diz, sendo um projecto de fim de curso, com prazo apertado e fazer tudo sozinho não dava para mais.
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