Visualização das formas de Vonnegut por Maya Eilam
Fica bastante claro até pela forma como Vonnegut vai explicando as formas, que estas não são uma originalidade criativa, antes fazem parte do modo como a nossa biologia necessita delas, tal como discuti recentemente num artigo na Eurogamer sobre A Memória da Experiência. Razões da estrutura do storytelling (2013). Daí que o mais relevante para mim em tudo o que é dito nesta conferência e que torna tudo isto ainda mais interessante para o storytelling moderno, fica expresso quando Vonnegut diz: "não há nenhuma razão para que as simples formas das histórias não possam ser introduzidas num computador". Realmente, com curvas narrativas tão simples, porque é que então os computadores ainda não conseguem gerar novas histórias? Aliás, por isso mesmo é que me ri esta semana quando li uma notícia do NYTimes em que uns iluminados da análise de dados estão a ajudar a hollywood na descoberta da fórmula de sucesso para os seus filmes.
A primeira forma traçada e descrita como "Man in Hole" é aquela que acaba por dar corpo a todas as outras formas. Deixo a descrição de Vonnegut sobre o modo como essa forma surge, e vejam o vídeo a seguir.
"Now let me give you a marketing tip. The people who can afford to buy books and magazines and go to the movies don’t like to hear about people who are poor or sick, so start your story up here. You will see this story over and over again. People love it, and it is not copyrighted. The story is ‘Man in Hole,’ but the story needn’t be about a man or a hole. It’s: somebody gets into trouble, gets out of it again. It is not accidental that the line ends up higher than where it began. This is encouraging to readers."
Conferência Shapes of Stories de Kurt Vonnegut
Apesar do vídeo terminar com a forma de Cinderela, no livro Vonnegut descreve ainda a linha de Metamorfose de Kafka e Hamlet de Shakespeare. Podem ver essas linhas no Brain Pickings da Maria Popova. Além destas podemos ainda ver a teoria aplicada aos conceitos criacionistas, ou ainda aos testamentos bíblicos realizado por Maya Eilam a partir dos trabalhos de Vonnegut.
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