A direção de todo o trabalho de video-mapping ficou a cargo de Rui Monteiro e Sérgio S. Ferreira da Public Reality. Entretanto o Sérgio Ferreira que é aluno do Mestrado em Tecnologia e Arte Digital da Universidade do Minho revelou-nos alguns dos detalhes por detrás do espetáculo.
As imagens que são projetadas sobre as 6 faces do castelo possuem uma resolução da ordem dos 8000 pixeis, mais de 4 vezes a resolução do Full HD, e as paredes do castelo têm cerca de 27 metros de altura. Para se poder realizar uma projeção deste género, com estes requisitos, não é possível utilizar projetores domésticos, e nem sequer os temos disponíveis em Portugal. Foi assim necessário recorrer à XL-Video, uma empresa especializada neste tipo de trabalhos, e que disponibiliza este tipo de projetores profissionais Barco em regime de aluguer para todo o mundo, uma vez que o custo de aquisição é demasiado elevado.
Ora o problema de trabalharmos com projetores alugados é que não os podemos utilizar para realizar testes, pré-visualizar efeitos enquanto se vai desenhando o espetáculo. Ou seja os projetores chegam em camiões de Inglaterra apenas poucos dias antes do espetáculo acontecer. Como tal a equipa do Sérgio foi obrigada a construir uma maquete (ver vídeo) e criar uma simulação da projeção, para poder criar todo o desenho do espetáculo.
Simulação em maquete do castelo de 1/20
Estes projetores são capazes de projetar um feixe de luz com 22000 lúmens, cerca de 10 vezes o valor utilizado em projetores domésticos. Mesmo assim a sua resolução limita-se a 1400 pixeis, ou seja para cada face do castelo foi necessário utilizar stacks com mais de um projetor. No total foram utilizados 2 x tripple stacks, 1 x double stack, e 4 x single stacks. Depois de alinhados era ainda necessário proceder à sincronização de todos os projetores para criar uma imagem única e coerente sobre as paredes do castelo.
Paris La Defense - Une Ville En Concert, Jean Michel Jarre (1990)
O conceito de video-mapping é algo que explodiu recentemente com várias marcas a criarem eventos publicitários um pouco por todo o mundo, contudo à primeira vista podíamos dizer que nada disto é novo, que artistas como Jean Michel Jarre, entre outros, já usaram isto no passado. Mas a diferença está exatamente no nome da arte, é que a projeção agora é realizada com vídeo, e para isso só agora conseguimos desenvolver a tecnologia de projeção necessária. Aquilo que víamos antigamente nos concertos de JMJ eram meros slides, transparências estáticas, que depois se podiam mover mecanicamente criando sensação de entrada e saída de cena, ou fazendo uso de loops para criar um maior dinamismo.
Vejam um excerto do espetáculo, ainda que seja uma experiência impossível de reproduzir em vídeo dada a sua grandeza, dá para ficarmos com uma pequena ideia.
Vídeo do espetáculo, 13.05.2011
Atualização: Para a criação dos conteúdos a projetar foram utilizados, entre outros, o Adobe After Effects e o Maxon Cinema 4d.
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