A Universidade de Jenna foi criada em 1558, em 1900 tinha cerca de 1000 alunos que se multiplicaram por 20 até ao início deste novo milénio. O seu ponto alto, enquanto influencia internacional, foi exatamente este período do final do século XVIII, em que conseguiu juntar num breve período algumas das figuras mais relevantes das ideias da época, nomeadamente da poesia e filosofia.
O livro começa muito bem com Caroline Schelling a ser presa grávida por tentar defender ideias afetos à Revolução Francesa, algo que a Prússia tentava abafar a todo o custo com medo dos potenciais impactos na estrutura do poder. O mote de partida não podia ser mais ilustrativo, a Revolução Francesa, a liberdade do humano acima de qualquer outro valor que contribuiria para criar o marcador de relevância cultural o indivíduo, com a elevação do criador singular a génio.
Contudo, o registo das grandes ideias vão-se perdendo, para dar lugar ao diz que disse, e em particular, e de modo quase irritante, aos amores e desamores de cada um dos nomes acima identificados, mas com maior destaque para Caroline Schelling, a grande anfitriã que casou com Böhmer, Schlegel e Schelling. É verdade que o romantismo se liga ao fenómeno do amor, mas nem este se define pelos boatos e intrigas, nem ele é sequer o principal ingrediente do movimento. Teria sido mais interessante Wulf questionar-se sobre os impactos da Revolução Industrial, do Iluminsmo, ou contrastar com tudo aquilo que já vinha emergindo desde o Renascentismo. Mas não é isso que faz.
Fica-se a saber mais sobre as vidas de cada um, fui particularmente surpreendido com o percurso de Hegel e o impacto de Novalis, assim como sobre o efeito de Napoleão em muitos destes pensadores. De Humboldt, o pouco que é dito soa repetição daquilo que Wulf já nos tinha dado em "Invention of Nature". Por outro lado, Goethe é ilustrado ao longo de boa parte do trabalho, aprofundando-se mais a sua pessoa do que as suas ideias.
Uma leitura interessante e fluída, mas que acaba por ficar à porta de algo maior.
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