Durante décadas acreditámos que a IA seria apenas uma ajuda ao humano, que não seria nunca capaz de o substituir em tarefas que exigem inteligência elaborada e educada. Contudo, em 2023 isso deixou de ser uma verdade absoluta. A IA consegue escrever tão bem como um ser humano, consegue sintetizar, criar e expressar ideias. Pouco já está fora do seu alcance em termos da ideação e conceptualização. A IA consegue desenhar e animar de raiz as mais complexas formas visuais e sonoras. A IA consegue compor texto com desenho, som e movimento no tempo recriando representações que expressam “imagens mentais” que até agora só os humanos tenderiam a imaginar. A IA consegue ainda programar essas composições para que cumpram ordens ou tomem decisões. A IA consegue criar réplicas de si mesma, com variações de performance com vista a otimizar a sua ação ou em resposta ao que lhe é pedido. Podemos ir ainda a algo mais extremo, e dizer que a IA consegue ter “consciência de si”, quando consegue apresentar um estágio de “teoria da mente” de uma criança de 9 anos [1]. Ou seja, a IA atual consegue atribuir estados mentais aos humanos que interagem com ela, consegue especular e supor o que está a pensar o humano quando este realiza perguntas, por forma a descortinar a intenção, para o que usa todo um conhecimento sobre os humanos que assenta não apenas na informação, mas na emoção, nas vivências, motivações e crenças.