Chega-se ao final desta obra não só com uma enorme vontade de visitar o Reino Maravilhoso, mas também, estranhamente, com uma certa pena de não se ter nascido transmontano! Graça Morais foi por estes dias agraciada com o Doutoramento Honoris Causa pela UTAD, mas Miguel Torga deixou-nos há muito, ambos artistas transmontanos, aqui evocados conjuntamente, Torga com um conto dedicado a Trás-os-Montes e Morais com cerca de 50 pinturas e desenhos. O conto termina evocando outro vulto transmontano, Camilo Castelo Branco.
Um Reino Maravilhoso (2002)
Este livro não surge pela mera coincidência de terem ambos nascido na mesma geografia, mas porque as obras de Torga e Morais se combinam na perfeição, ainda que este livro se abstenha de discutir essa união estética. Pois se Torga trocou São Martinho de Anta por Coimbra, o seu mundo nunca se dissociou do sentir de um Portugal do interior, garantindo-lhe simplicidade e humildade que muito bem soube manter com a sua enorme curiosidade. Já Graça Morais, apesar de ter viajado pelo mundo, continua a trabalhar em Vieiro-Freixiel, de onde retira muita da essência rural que perfaz as temáticas das suas obras.
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