Detalhe da obra The Birth of Venus (1486) de Sandro Botticelli (Uffizi Gallery, Florence) (online)
Sou sincero já aqui tinha tocado no assunto, mas cada vez estou mais convencido que é possível retirar mais de uma visita virtual do que uma visita aos museus. Claramente que o prazer da experiência de presenciar, pela primeira vez in loco, uma Gioconda ou uma Noite Estrelada é insubstituível, não pela apreciação estética ou técnica mas antes pela necessidade de sentir a "essência", sentir a "existencialidade" de uma obra pintada por aquele ou outro autor.
Detalhe da obra Mona Lisa (1503–1519), Leonardo da Vinci (Louvre, Paris) (online)
O que se pode fazer com recurso a estas ferramentas disponibilizadas pelo Louvre (HD, Virtual, 3D) e agora pelo Google Art Project para o MET, MOMA ou TATE é ver, mas melhor que isso estudar e analisar em detalhe as obras. Uma coisa é passar uma tarde no museu e ver dezenas de obras, ficar com os pés arrasados de tanto andar, ou mesmo sentar à distância de 10 metros e estudar uma obra. Outra é poder estudar minuciosamente a técnica da pincelada, a rotação, a verticalidade, a rugosidade, o relevo, as camadas de tinta e as misturas. É um detalhe tal até hoje apenas acessível aos técnicos dos museus, e apreciado essencialmente pelos técnicos da arte do restauro. Olhar e perscrutar literalmente dentro da lua e estrelas da Noite Estrelada é absolutamente impressionante. A qualidade das imagens captadas e disponibilizadas online mostram as obras como nunca antes as vimos, uma delícia.
Mas o Google Art Project não é apenas arte em ultra HD, podemos passear dentro do museu virtualmente com um perfeito sentido da organização realizada pelos curadores dos museus, mas mais do que isso podemos instantaneamente aceder a toda a informação relacionada com a obra em questão: Vídeos, Notas, História da Obra e do Artista, Trabalhos Relacionados. Enfim este projecto é talvez a melhor aplicação sobre arte alguma vez criada, e como se não bastasse, de acesso integralmente gratuito. Não mais as pessoas se poderão queixar de inacessibilidade à cultura da arte que está hoje presente em alguns dos melhores museus do mundo.
Detalhe da obra Cupid as Victor (1601) de Caravaggio (Gemäldegalerie, Berlin) (Online)
Por exemplo atente-se no detalhe a que é possível chegar na visualização da obra Night Watch, mesmo depois de ter visto "Rembrandt's J'Accuse...!" (2008) de Peter Greenway que analisa minuciosamente a obra, diga-se que mais semântica do que sintáctica ou esteticamente é verdade, é possível encontrar aqui novas perspectivas, novos deslumbres.
Deixo o vídeo explicativo do Google Art Project para que se possa ter uma ideia genérica do que é possível fazer e obter desta aplicação.
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