novembro 12, 2012

ritmo e surrealismo

Heart (2010) de Erick Ho é um trabalho de uma enorme grandiosidade experimental a roçar o surrealismo daliniano. São 8 minutos de acção visual com uma narrativa desestruturada, mas capaz de nos fazer sentir o crescendo. Heart é o resultado da tese de mestrado em Digital Media de Erick Ho na UCLA School of Theater Film and Television, depois disso foi trabalhar para a Pixar.


Erick Ho procura neste pequeno filme testar os limites da narrativa no âmbito da animação, e para isso socorre-se de um forte leimotiv, o coração, que todos conhecemos e ao qual atribuímos imensos potenciais significados. O filme decorre com base numa luta constante pela posse do dito coração, sem que nós possamos compreender exactamente porquê, embora tratemos de inferir imensos sentidos e possibilidades explicativas. Mas o que é relevante aqui é entrar, imergir na atmosfera do filme de Erick Ho, que por vezes parece um autêntico trabalho orquestral, no sentido em que o som serve de condutor ao movimento gráfico. O ritmo é assim perfeito porque fruto de um trabalho de mestria na combinação entre montagem, som, música e animação.




Não é um filme sobre o qual possamos escrever muito, porque é um trabalho experimental, que como tal precisa de ser experienciado para ser compreendido. Fala-nos numa linguagem particular, não assimilável por comuns cânones da análise filmográfica. O filme foi apresentado numa imensidão de festivais, tendo ganho vários prémios, e está agora disponível na internet.

An exploration of transcendence. HEART presents questions through abstract metaphors and symbols, illustrated by the human heart.

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