Ruin (2012) é um filme experimental, ou melhor um conceito que tem servido a uma empresa de animação americana,
Oddball, para aprimorar as suas competências em animação 3d. O conceito serve-se essencialmente da recriação de uma grande cidade americana em ruínas, com a particularidade destas ruínas serem intensamente verdes. A deterioração dos materiais é de algum modo ofuscada pela intensa luz quente do sol em contraste com o intenso verde natural das plantas que brotam das ruínas.
Ruin (2012) de Wes Ball
Este não é um cenário novo, ainda recentemente o vimos no trailer de
Last of Us (
TBD) da Naughty Dog, que está a ser desenvolvido pelo mesmo lead designer, de outro grande exemplo desta corrente,
Enslaved, Odyssey to the West (
2010). Antes tínhamos tido um despontar tímido desta abordagem em
I Am Legend (2007), mas a marca de viragem desta nova corrente estética na representação do apocalipse, foi criada pelo documentário de base científica do History Channel,
Life After People (2008). Neste documentário deixámos de ver as típicas paisagens áridas, desertos de pó amarelo com total ausência de água e de natureza vegetal que nos acompanhavam desde
Mad Max (1979), ainda recentemente vistos em
The Book of Eli (2010). Ou ainda as ruínas vistas na escuridão apresentadas e,
Escape from New York (1981) de John Carpenter ou
28 Days Later... (2002) de Danny Boyle, criando ambientes pesados e soturnos.
Life After People (2008)
A curta foi realizada por
Wes Ball, licenciado em cinema pela Universidade da Florida. O seu trabalho de graduação,
A Work in Progress (2002), já continha elementos de animação 3d, ainda algo rudimentares, mas fazendo uso de uma linguagem visual já bastante interessante, aliás esse seu primeiro filme ganhou mesmo alguns prémios.
Ruin (2012) de Wes Ball
A Oddball que começou pelo desenvolvimento de animação para DVDs e Blurays, aos poucos tem vindo a aproximar-se da indústria dos VFX. Realizaram entretanto trabalho para alguns video clips, como o interactivo experimental
3 Dreams of Black de Chris Milk. Aliás os dois planos realizados para o vídeo de Chris Milk, foram retirados deste universo de Concept Ruins, e aparecem logo a abrir o vídeo.
Em termos de software temos: na modelação e renderização o
Modo, na animação o
Lightwave, para a composição o
After Effects, e na edição final o
Premiere. E agora o vejam o filme porque vale todos os segundos.
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