Luis Miguel Oliveira no Público, Cinecartaz, 21/12/2009, sobre o
3-D em Avatar de Cameron.
"Para convencer as pessoas de uma coisa de que elas há muito deixaram de querer ser convencidas - que ver um filme numa sala de cinema não é o mesmo que vê-lo num ecrã de computador ou num televisor - os cérebros de Hollywood lembraram-se de ir buscar a ideia das três dimensões. Parece que não "passa" nos "downloads" e fica como exclusivo da sala.
...mas não nos livrámos dos óculos... Para quem for como eu, passar duas horas e três quartos com aquelas coisas penduradas na cara implica sofrimento: comichões nas orelhas, e a desconfiança insistente, reavivada de cinco em cinco minutos, de que aquilo me está a fazer mal à vista. Mas se dou por mim a tirar os óculos de vez em quando há outra razão para além do desconforto. É para ver como é "aquilo" sem os óculos (há planos que são autênticos borrões), numa indecisão quanto ao que é mais "real": é o filme, tal qual está a ser projectado, ou é o efeito criado pelas lentes? Estou a ser mais "enganado" a olhar para o filme com os óculos ou sem os óculos? Esta leve angústia é uma sensação nova numa sala de cinema, e não deve ser descartada."
Sobre o primeiro parágrafo e a questão Free discutida no post prévio, veja-se a opinião de
Francis Ford Coppola, que nos diz que o 3-D é a,
"tábua de salvação... o mercado do vídeo e do DVD veio abaixo e a pirataria e os descarregamentos estão a comer muito desse lucro. Pessoalmente, não vejo como é que eles [estúdios de hollywood] conseguem sobreviver. E não sei de nenhum grande estúdio que faz filmes comerciais que não se pergunte como vai sobreviver. É por isso que eles falam tanto do 3D..."
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