1 - Melancholia, de Lars Von Trier, Dinamarca
The Tree of Life, Terrence Malick, EUA
2 - Sucker Punch , Zack Snyder, EUA
3 - Drive, Nicolas Winding Refn, EUA
4 - Pina, Wim Wenders, Alemanha
5 - PressPausePlay, David Dworsky e Victor Köhler, Suécia
6 - Rio, Carlos Saldanha, EUA
7 - Midnight in Paris, Woody Allen, EUA
8 - Rise of the Planet of the Apes, Rupert Wyatt, EUA
9 - Source Code, Duncan Jones, EUA
10 - Cinema Verite, Shari Springer Berman e Robert Pulcini, EUA
Já falei dos três primeiros aqui no VI, por isso deixo apenas algumas linhas sobre Drive, Midnight e Planet of the Apes. Começando pelo Rise of the Planet of the Apes, que é o único filme presente na lista dos 10 mais rentáveis nos EUA este ano, e trazendo à discussão o trabalho comparativo realizado pelo blog Short of the Week a propósito das sequelas, da falta de criatividade ou decadência da originalidade.
Quero dizer que é um sintoma claro do cinema do fim do século passado, que se acentuou mais ainda neste novo século. Por vezes sinto que chegámos ao fim da linha, que não é possível continuar a debitar as massivas quantidades de conteúdos que os cada vez mais numerosos media exigem. Aliás quando olho para o meu TOP 10, vejo bons filmes, mas são assim tão originais? A cada filme que vejo, sinto cada vez mais conhecer a história de antemão, ligando-me apenas à forma, à estética. E mesmo aqui vejo cada autor cada vez mais, quase que desesperadamente a tentar surpreender-nos estilisticamente. Falo mesmo de Malick, Trier ou Wenders, para já não falar em Snyder, Refn ou Jones. Sinto cada vez um maior respeito pelo documentário, que é onde encontro mais originalidade, e a ficção, na maior parte das vezes, já só me surpreende na poética. Estarei a ficar velho?
Apesar de tudo isto Rise of the Planet of the Apes aparece aqui na minha lista, porque consegue surpreender narrativamente, aliás surpreendemente Rupert Wyatt vai além de Tim Burton, e consegue ao fim de tantas sequelas trazer um filme capaz de fazer jus ao original de 1968. O que mais me entusiasmou foi a aproximação à ciência, e a fuga ao misticismo da série.
Em Midnight in Paris sinto Woody Allen a viajar por entre vários filmes seus, nomeadamente Purple Rose of Cairo (1985). É a magia do cinema, é um filme clássico que nos leva aonde só a arte pode levar, e o cinema melhor que qualquer outra sabe fazer, que é viajar no tempo, reencontrar personagens históricas, conversar com elas. No fundo esta é uma das maiores atracções do cinema, o escapismo à realidade do quotidiano.
Finalmente Drive é uma peça de enorme qualidade estilística. Nicolas Winding Refn cria uma introdução de cerca de 15 minutos que vale ouro, ficava-me por ali. Julgo que a última abertura de um filme que foi capaz de me surpreender tanto foi Antichrist (2009). Refn subverte todas as nossas expectativas, refreia os nossos anseios, prende-nos na trama, e cria todo um universo para onde entramos. A qualidade de Drive advém da sua uma enorme coerência estética, o visual em sintonia completa com a sonoridade musical, e a capacidade para nos fazer aceitar um ritmo lento totalmente em contra-corrente com o cinema mainstream atual. Drive entra na linha do chamado neo-noir art, tocando influências mais hard-core como Irréversible (2002), mas bebendo muito no imaginário de Taxi Driver (1976) e To Live and Die in L.A. (1985), com uma figura de anti-herói totalmente reminescente de Eastwood do universo de Leone. Drive é uma experiência que fica colada a nós.
Vi muito poucos filmes de nota máxima neste ano que passou, por isso deixo aqui os outros três filmes que não são de 2011, aos quais dei também nota máxima: José e Pilar (2010) de Miguel Gonçalves Mendes; Tron: Legacy (2010) de Joseph Kosinski; e The Secret of Kells (2009) de Tomm Moore.
[Para ver todos os 203 filmes de 2011, e muito do que vou vendo fica a minha Lista Geral de Filmes]