janeiro 07, 2012

Melhor 2011: Cinema Top 10

Vi menos filmes este ano, no ano passado tenho registados 243, este ano foram exactamente menos 40, ou seja 203 filmes. Claro que não são todos de 2011, mais de metade é dos anos imediatamente anteriores 2010 e 2009, o que é natural uma vez que vejo a maioria do cinema em casa. Este ano o meu TOP 10 tem 11 filmes porque não me consegui decidir em relação ao primeiro lugar, entre Trier e Malick não existe um melhor.

1 - Melancholia, de Lars Von Trier, Dinamarca
     The Tree of Life, Terrence Malick, EUA
2 - Sucker Punch , Zack Snyder, EUA
3 - Drive, Nicolas Winding Refn, EUA
4 - Pina, Wim Wenders, Alemanha
5 - PressPausePlay, David Dworsky e Victor Köhler, Suécia
6 - Rio, Carlos Saldanha, EUA
7 - Midnight in Paris, Woody Allen, EUA
8 - Rise of the Planet of the Apes, Rupert Wyatt, EUA
9 - Source Code, Duncan Jones, EUA
10 - Cinema Verite, Shari Springer Berman e Robert Pulcini, EUA

Já falei dos três primeiros aqui no VI, por isso deixo apenas algumas linhas sobre Drive, Midnight e Planet of the Apes. Começando pelo Rise of the Planet of the Apes, que é o único filme presente na lista dos 10 mais rentáveis nos EUA este ano, e trazendo à discussão o trabalho comparativo realizado pelo blog Short of the Week a propósito das sequelas, da falta de criatividade ou decadência da originalidade.


Quero dizer que é um sintoma claro do cinema do fim do século passado, que se acentuou mais ainda neste novo século. Por vezes sinto que chegámos ao fim da linha, que não é possível continuar a debitar as massivas quantidades de conteúdos que os cada vez mais numerosos media exigem. Aliás quando olho para o meu TOP 10, vejo bons filmes, mas são assim tão originais? A cada filme que vejo, sinto cada vez mais conhecer a história de antemão, ligando-me apenas à forma, à estética. E mesmo aqui vejo cada autor cada vez mais, quase que desesperadamente a tentar surpreender-nos estilisticamente. Falo mesmo de Malick, Trier ou Wenders, para já não falar em Snyder, Refn ou Jones. Sinto cada vez um maior respeito pelo documentário, que é onde encontro mais originalidade, e a ficção, na maior parte das vezes, já só me surpreende na poética. Estarei a ficar velho?


Apesar de tudo isto Rise of the Planet of the Apes aparece aqui na minha lista, porque consegue surpreender narrativamente, aliás surpreendemente Rupert Wyatt vai além de Tim Burton, e consegue ao fim de tantas sequelas trazer um filme capaz de fazer jus ao original de 1968. O que mais me entusiasmou foi a aproximação à ciência, e a fuga ao misticismo da série.


Em Midnight in Paris sinto Woody Allen a viajar por entre vários filmes seus, nomeadamente Purple Rose of Cairo (1985). É a magia do cinema, é um filme clássico que nos leva aonde só a arte pode levar, e o cinema melhor que qualquer outra sabe fazer, que é viajar no tempo, reencontrar personagens históricas, conversar com elas. No fundo esta é uma das maiores atracções do cinema, o escapismo à realidade do quotidiano.


Finalmente Drive é uma peça de enorme qualidade estilística. Nicolas Winding Refn cria uma introdução de cerca de 15 minutos que vale ouro, ficava-me por ali. Julgo que a última abertura de um filme que foi capaz de me surpreender tanto foi Antichrist (2009). Refn subverte todas as nossas expectativas, refreia os nossos anseios, prende-nos na trama, e cria todo um universo para onde entramos. A qualidade de Drive advém da sua uma enorme coerência estética, o visual em sintonia completa com a sonoridade musical, e a capacidade para nos fazer aceitar um ritmo lento totalmente em contra-corrente com o cinema mainstream atual. Drive entra na linha do chamado neo-noir art, tocando influências mais hard-core como Irréversible (2002), mas bebendo muito no imaginário de Taxi Driver (1976) e To Live and Die in L.A. (1985), com uma figura de anti-herói totalmente reminescente de Eastwood do universo de Leone. Drive é uma experiência que fica colada a nós.


Vi muito poucos filmes de nota máxima neste ano que passou, por isso deixo aqui os outros três filmes que não são de 2011, aos quais dei também nota máxima: José e Pilar (2010) de Miguel Gonçalves Mendes; Tron: Legacy (2010) de Joseph Kosinski; e The Secret of Kells (2009) de Tomm Moore.

[Para ver todos os 203 filmes de 2011, e muito do que vou vendo fica a minha Lista Geral de Filmes]

Filmes de Dezembro 2011

Foi um bom mês, via duas obras-primas, uma delas portuguesa, e quatro excelentes filmes. Posso dizer que o final de 2011 foi para mim em termos cinematográficos muito frutífero. Vários destes filmes estão na minha lista dos 10 melhores deste ano, que irei publicar já a seguir.


xxxxx Melancholia 2011 Lars Von Trier Danmark  Drama

xxxxx José e Pilar 2010 Miguel Gonçalves Mendes Portugal Documentary

xxxx Midnight in Paris 2011 Woody Allen USA Drama

xxxx Drive 2011 Nicolas Winding Refn USA Thriller

xxxx Rise of the Planet of the Apes 2011 Rupert Wyatt USA Sci-fi

xxxx Inside Deep Throat     2005 Fenton Bailey USA Documentary

xxx Super 8 2011 J.J. Abrams USA Drama
xxx Cars 2 2011 John Lasseter USA Animation
xxx Panda Kung Fu 2 2011 Jennifer Yuh USA Animation
xxx The Green Hornet  2011 Michel Gondry USA Comedy
xxx Veronica Guerin 2003 Joel Schumacher USA Biopic

xx Red Riding Hood 2011 Catherine Hardwicke USA Thriller
xx Made in Romania 2010 Guy J. Louthan Uk Comedy
xx Little Fockers 2010 Paul Weitz USA Comedy
xx Just Wright  2010 Sanaa Hamri USA Romance
xx The Tourist 2010 Florian Henckel von Donnersmarck USA Action
xx Chloe 2009 Atom Egoyan USA Drama
xx The Big Heat 1953 Fritz Lang USA Crime

x The Traveler 2010 Michael Oblowitz USA Thriller
x Burlesque 2010 Steve Antin USA Musical
x Rubber 2010 Quentin Dupieux USA Comedy


[Nota, Título, Ano, Realizador, País]
[x - insuficiente; xx - a desfrutar; xxx - bom; xxxx - muito bom; xxxxx - obra prima]

janeiro 06, 2012

Where is 2012?, jogo de natal a óleo

Novo jogo, Where is 2012? (2011), de Mateusz Skutnik o game designer de várias séries de jogos Flash, como Submachine ou Squirrel Family. Este trata a temática do Natal e da passagem do ano, e é um verdadeiro doce para os nossos olhos. Jogo integralmente desenhado a óleo. Skutnik refere no seu blog que a criação deste jogo foi uma viagem de volta à sua infância, quando nos bancos da primária passava o tempo a desenhar a jogos, de plataforma.

Platform games. Where you’d go around and push buttons and each time you’d die or go further. Now this game right here is the exact same thought process. I just sketched on paper and then added some actions in the computer. And voila.


O gameplay passa pela típica quest com puzzles point-and-click. Somos o pai natal e vamos à procura da criança perdida, ou melhor do novo ano! Mas a verdadeira beleza está no universo visual criado, pelo qual nos passeamos e com o qual interagimos, vamos entrando nas mecânicas, e estas vão fazendo sentido, recompensando-nos a cada quadro que passamos. Joga-se em 10 minutos, mas vale a pena voltar a jogar. Podem jogar aqui.

Melhor 2011: Artefactos Interactivos Online

Cheguei a pensar fazer um texto com os jogos indie e as aplicações interactivas em simultaneo, uma vez que ambos estão dentro da categoria de media interativos, contudo ficava demasiado pesado em termos de imagens e informação. Deste modo os Indie Games têm o seu texto próprio, e aqui ficam os melhores artefactos interactivos online do ano de 2011. Esta lista diz apenas respeito a artefactos criados para browser web.


1 - Wondermind


2 - A Girl Story 



3 - Desperados Experience


4 - Museum of Me


5 - Being Henry


6 - Take This Lolipop


7 - 3 Dreams of Black


8 - Hugo Boss


9 - Slavery Footprint


10 - Victims of Gang Violence


11 - Arab spring: an interactive timeline of Middle East protests


12 - My Switzerland


13 - Boone Oakley


14 - Pleasure Hunt


15 - Lights - Ellie Goulding

janeiro 05, 2012

Manikako, a auto-estima na criatividade

Manikako é um projecto Filipino que assenta numa ideia simples mas poderosa: kits de materiais reciclados que ensinam às crianças como criar as suas próprias bonecas. Baseado no movimento DIY, suporta-se nos actos de criar e construir para aumentar a auto-estima das crianças.


Para mim é um projecto verdadeiramente encantador. Dá-se a cana, e não o peixe, não para que possam sobreviver, mas para que possam crescer enquanto pessoas. Para que aquelas crianças possam criar as suas próprias identidades, e possam moldar as suas personalidades num mundo melhor. Como associa muito bem, uma mãe filipina no seu blog, a ideia subjacente a tudo isto aproxima-se do conceito da Escola de Waldorf, em que se promove uma aprendizagem integrada entre a componente analítica e a componente criativa. A criação em contacto físico com o mundo, é essencial à compreensão de si.


A história do projecto não é menos doce, nasceu de um workshop de criação de bonecas organizado pela Prof.ª Flaudette May V. Datuin do departamento de Estudos Artísticos da Universidade das Filipinas em 2007, numa das zonas das Filipinas, Bicol, fortemente afectadas pelo Tufão Reming em Dezembro de 2006. Nesse workshop uma criança de 8 anos, Ligia Daroy, criou uma boneca voadora que salvava animais, tendo a boneca depois sido adoptada como mascote dos subsequentes workshops. Seria depois a partir desta boneca que o conceito da Manikako viria a crescer, palavra que em filipino quer dizer "A Minha Boneca".


O projecto acabou por chamar a atenção internacional e a Energizer, fabricante de pilhas, resolveu dar uma ajuda na promoção do projecto patrocinando um filme de uma imensa ternura. O filme foi realizado por Alf Benaza e traduz todo o poder da ideia por detrás da Minha Boneca. Vale a pena ver e rever o filme, e mais do que isso, claro que apoiar a causa, mas também criar outros projectos de Manikako.

janeiro 03, 2012

Virtual Illusion na Eurogamer

Nos últimos meses tenho escrito uma crónica quinzenal, sobre videojogos, para a edição portuguesa da revista online Eurogamer. Com a entrada em 2012 a Eurogamer resolveu criar uma área específica para agregar todos os artigos entretanto escritos. Como era preciso um nome para a área achou-se que nada melhor do que dar o nome deste blog. Assim quem agora for ao site da Eurogamer, e clicar no fundo do menu da esquerda, no item Virtual Illusion, acederá a uma área onde estão todos os artigos entretanto publicados.


Isto vai permitir que a partir de agora as minhas publicações na Eurogamer apareçam como uma extensão do que vou escrevendo aqui no blog. Já eram, apenas fica mais claro. Na verdade os textos que faço para a Eurogamer reflectem por vezes assuntos que começo aqui no blog. Muitas vezes pego num assunto, ou ideia e trabalho-a em função de coisas que já escrevi anteriormente. Não são de todo sumários, nem sínteses, são reflexões mais trabalhadas e que de algum modo servem em complementaridade este blog. Claro que com a particularidade de que todos os textos para a Eurogamer tratam sempre o tema central dos videojogos, enquanto aqui abro a temática a outras dimensões como o cinema, a ciência ou a tecnologia.

janeiro 02, 2012

Off Book: "Book Art"

O 12º episódio da série Off Book trata da arte dos livros, "Book Art". É um episódio dedicado a todos aqueles que continuam a acreditar na persistência do formato de livro em papel. Muitos sabem que eu acredito que o livro em papel irá dar o seu lugar ao formato digital muito em breve.



Contudo isto não quer dizer que eu acredite que o livro acabará com o digital. O livro continuará por aí durante muitos anos, mas será mais neste formato que vemos aqui, o livro como obra de arte, e não mais como um mero contentor de texto produzido massivamente.



Books are in a conflicted state. Should they still exist in a digital era? Will they all be replaced by Kindles and Nooks? These questions dominate the discussion of books in our time. A select group of artists, who use books as their medium, engage this discussion from another angle. From pop culture pop-ups, to surreal sculptural stories, to reformations of antique sacred texts, these creators re-envision what the experience of a book can be. At times playful, and other times profound, this episode explores the boundaries of one of the most important human creations. 

 Episódios anteriores da série Off Book

1 - Light Paint
2 - Type
3 - Visual Culture Online
4 - Steampunk
5 - Hacking Art 
6 - Street Art
7 - Etsy Art & Culture
8 - Video Games
9 - Fashion of Artists
10 - Generative Art
11 - Product Design

janeiro 01, 2012

Melhor 2011: Vídeo Online 3/3

Este artigo é uma continuação do Melhor 2011: Vídeo Online 2/3, dos vídeos de 2011 que partilhei no Facebook ao longo do ano. Para o registo aqui defini as seguintes categorias de vídeo: Nacional (1), Artístico (2), Animação (3), Experiências (4), Narrativa (5), Lugares (6), Mudança (7). Nesta terceira parte apresento as categorias: Narrativa (5), Lugares (6), Mudança (7).

(1)

(2)

(3)


Vídeo Online Narrativa (5/7)

1 - Symmetry

2 - Unhate - The film

3 - Talent for Seeing

4 - John Lewis Christmas 2011

5 - Splitscreen: A Love Story

6 - Buenos Aires: Las Calles de Borges

7 - Mindshare "Storytelling"

8 - Plot Device (Imagem 1)

9 - Tick Tock

10 - Outside Aperture

11 - The Imagineer

12 - A History Of The Title Sequence

13 - The Picture of Dorian Gray

14 - Word as Image

15 - All Art is Advertising

16 - IBM Centennial Film: 100 X 100

17 - We Are The Future

18 - "Premakes" Up! (1965)

19 - History of Gaming

20 - A Day Made of Glass...

21 - The Birds


Vídeo Online Lugares (6/7)

1 - Above and Below (Filipinas) (Imagem 2)

2 - Hey You! What Song are you Listening to? (NY)

3 - Summer feelings (Alps)

4 - A Year in New York (NY)

5 - Brief Moment (France)

6 - HK Honey (Hong Kong)

7 - Traffic in Frenetic (Vietnam)

8 - Live The Language (Paris)

9 - Disneyland Paris - Tilt Shift

10 - Feguro (Iceland)


Vídeo Online Mudança (7/7)

1 - We Miss You

2 - Rhian Touches Herself (Imagem 3)

3 - When Will I Feel Love

4 - Meth Project (Alejandro González Iñárritu)

6 - Just Keep Going, You Got Nothing To Lose

6 - World's Most Typical Person

7 - Growing is Forever

8 - Online Safety Kit - Little Red Riding Mood

9 - AIDES - Clever Dick

10 - Water ink

11 - Losers

12 - Three Generations

13 - A Wake-Up Story

14 - Stella's Voice

15 - Back to the Start

16 - Equals

17 - From Hell

18 - La Verdad

19 - Anti Smoking



Melhor 2011: Video Online 1/3

Melhor 2011: Video Online 2/3

Melhor 2011: Vídeo Online 2/3

Este artigo é uma continuação do Melhor 2011: Video Online, dos vídeos de 2011 que partilhei no Facebook ao longo do ano. Para o registo aqui defini as seguintes categorias de vídeo: Nacional (1), Artístico (2), Animação (3), Experiências (4), Narrativa (5), Lugares (6), Mudança (7). Nesta segunda parte apresento as categorias: Artístico (2); Animação (3); Experiências (4).

(1)

(2)

(3)


Vídeo Online Artístico (2/7)

1 - Pincel de Zorro

2 - Magnus

3 - Breathe

4 - The Lake

5 - Stunt Poetry

6 - The Grim Reaper

7 - Air France - L'Envol (Imagem 1)

8 - Danse(s) by James Bort

9 - The Birth

10 - Soulwax Machine

11 - I Look & Move

12 – Memory Tapes "Yes I Know"

13 - Touchwood

14 - Resonance

15 - Silent Star Wars

16 - Rolling in the beats (live mashup)

17 - Jim Beam - "Bold Choice" Movement


Video Online Animação (3/7)

1 - Mac 'n' Cheese

2 - Defective Detective

3 - Hitch

4 - Moleskine The Little Prince - Carillon

5 - Sometimes the Stars

6 - Skoda - Curriculum Vitae

7 - How to eat your Apple

8 - Poussiere

9 - Bridge (Imagem 2)

10 - PencilHead

11 - Unchained

12 - Jolie Bobine

13 - MIAM

14 - Honda Jazz 'This Unpredictable Life"


Video Online Experiências (4/7)

1 - Experience Zero Gravity (Imagem 3)

2 - The Art of Flight

3 - Experience Human Flight

4 - Avalanche Cliff Jump with Matthias Giraud

5 - Danny MacAskill Plays Capetown

6 - Carving the Mountains (Longboard)

7 - Downhill MTB in New Zealand

8 - Nightsurf

9 - Being There

10 - Kilian Martin: A Skate Illustration

11 - I Believe I can Fly

12 - The Beauty of Mud

13 – Phantom Water Edit (ultra slow motion) 

14 - Raw Lightscapes (Iceland timelapse)

15 - Team Ghost - High Hopes (Ultra slow motion)

16 - Dream Xone

17 - Pipe Plant 

18 - Tchaikovsky Timelapse



Melhor 2011: Video Online 1/3
Melhor 2011: Video Online 3/3