janeiro 16, 2010

Avatar vs. Modern Warfare 2

Com o novo Call of Duty a chegar à barreira dos mil milhões de dólares, temos o cinema e videojogos a discutir taco-a-taco os resultados financeiros. Ver a infografia acima (clicar para ver maior).

[a partir de BM]

colagem visual da civilização

"Do inferno para o céu, de elevador. Lembrando Dante, Bosch, Bruegel e o surrealismo, “Civilisação” de Marco Brambilla (2008) é uma instalação vídeo para os elevadores do Hotel Sandard em N.Y. Os clientes, ao subir, passam do inferno para o céu e vice-versa quando descem." Albertino Gonçalves



Mais um filme que precisa de ser visto em ecrã completo, HQ e tempo dedicado. Vale a pena. Pelo meu lado fiquei sem palavras, genial... a atmosfera criada é um trabalho fantástico e só de imaginar isto num elevador até me dá vontade de ir a esse hotel só para ver o espetáculo ao vivo.
O trabalho de colagem vídeo é de um detalhe e excelência fantásticos. Depois de verem uma vez, dediquem-se a procurar bocados de filmes, spots publicitários e video clips no meio daquele universo, muito muito bom.

Obrigado Albertino

um toque na Alma


Para usufruir da inteligência e qualidade formal desta curta de animação: deve ser vista em HQ, ecrã completo, com som e o tempo (5m) dedicado ao filme apenas.



Alma (2009) de Rodrigo Blaas

Obrigado Luís.

janeiro 13, 2010

Português online

Para quem já não acredita no Português, ainda que por vezes devido a pressões métricas infligidas pelos sistemas de avaliação centralizados e subservientes ao poder dominante, aqui ficam dados para reflectir um pouco mais para uma próxima vez em que pensarem usar o inglês como primeira língua, ou até eliminar o Português por completo.

Os dados de um estudo sobre o uso da língua no Twitter realizado pelo SemanticHacker blog e publicado a 8 Janeiro 2010 mostram o Português em 2º lugar. Para muitos dos meus colegas que twittam em inglês, fica aqui mais um estimulo para se dedicarem ao Português.

January 8th, 2010 by Cliff Crawford, SemanticHacker blog

Este é um resultado que deixou os próprios autores do estudo surpresos, referindo,
"As you might expect, English (..) but surprisingly, the next most common language is Portuguese (11%), beating out both Japanese (6%) and Spanish (4%). This is the opposite ordering of these three languages"
E assim podemos ver realmente a diferença no Internet World Stats com o Português em 6º lugar. Contudo se virem os restantes elementos sobre o nº de população falante da língua, podemos facilmente depreender que dentro de pouco tempo o Português poderá ser a 3ª ou 4ª língua web. O Japonês está quase no limite com uma penetração de 75%, e no caso do Francês e Espanhol se avaliarmos os territórios onde se falam as línguas para além do território de origem e tivermos em conta o potencial desenvolvimento económico que implica directamente sobre o desenvolvimento tecnológico e acesso internet para a próxima década. Aliás o aumento da língua online entre 2000-2009 é de 864% para o Português, só batido pela China com 1087%, que ficam bem distantes dos outros aumentos.

janeiro 05, 2010

ainda sobre os jogos da década

Depois de ter listado os meus jogos da década a 28.12.2009 vi agora as listas da Gamasutra (30.12.2009) e a da Auriea dos Tale of Tales (31.12.2009). Fiquei impressionado pela proximidade de valores.

Gamasutra's Top 12 Games of the Decade

12. Wii Sports (Nintendo Wii, 2006)
11. The Sims (PC, 2000)
10. Metroid Prime (GameCube, 2002)
9. Mass Effect (Xbox 360, 2007)
8. Super Mario Galaxy (Nintendo Wii, 2007)
7. Portal (Multiplatform, 2007)
6. Halo: Combat Evolved (Xbox, 2001)
5. Grand Theft Auto III (PlayStation 2, 2001)
4. Shadow of the Colossus (PlayStation 2, 2005)
3. Half-Life 2 (PC, 2004)
2. Deus Ex (PC, 2000)
1. World of Warcraft (PC, 2004)

Auriea’s Top 9 Games of the Decade

10. Neverwinter Nights (played 2002-2004)
9. Shadow of Memories (played 2001)
8. Kessen II (played 2002)
7. The Path (2008)
6. Silent Hill 3 (played 2003)
5. Black & White (played 2001-2002)
4. Fatal Frame II: Crimson Butterfly (played 2004)
3. Animal Crossing (played 2004-ongoing)
2. Silent Hill 2 (played 2001)
1. Ico (played 2002)

No caso da lista da Gamasutra tenho quatro jogos em comum listados. Para além disso, existem outros três que poderiam estar na minha lista e foram equacionados, são eles - Super Mario Galaxy; Portal; Half-Life 2. HL2 esteve em 10º lugar bastante tempo até o substituir por Max Payne. As razões para isso foram o facto de HL1 ser o gene de HL2 e este ser de 98, sendo provavelmente o melhor jogo dos anos 90.

Com a lista de Auriea partilho apenas os seus dois primeiros lugares, Silent Hill 2 e Ico. Auriea partilha exactamente o mesmo sentimento sobre qual o jogo que marcou esta década. Deixo aqui o seu texto sobre o jogo...


"Like no other game played this decade, with Ico I was moved, I was inspired to tears of joy and sorrow. If you ask me, THIS is Fumito Ueda’s masterpiece. When seeing a character’s idle motion carries with it so much meaning. When I long to go back to the sundrenched grassy knoll just to chase the birds. To hold Yorda’s hand, listen to the waterfall and stare at the view. When I cannot wait to meet the “boss” because I know it is the coolest moment in the game. It has to be my favorite game of the decade."
Finalmente não posso deixar de enunciar a sintonia sobre o que se passou com a década, nomeadamente a distinção entre primeira e segunda metade que eu tinha referido sobre o cinema e que ela refere aqui nos jogos.
Isn’t it odd that the games I loved most were all in the years 2001-2004. And nothing after 2004.

janeiro 04, 2010

capitalismo feudal

Os gestores não querem também aceitar que parte do que recebem ou receberam não foi remuneração pela produção realizada mas sim exploração de rendas resultante da posição dominante que têm como gestores. O argumento das qualificações raras para justificar elevados salários cai por terra com tudo o que assistimos, desde os casos de contas aldrabadas, estreado com a Enron em 2001, até às engenharias financeiras várias, que culminaram no quase colapso do capitalismo em 2008, com a falência da Lehman Brothers.

O mundo de algumas empresas replica no seu pior o feudalismo, com a pequena grande diferença de estes novos senhores não serem em geral os donos das terras - podem estragá-las à vontade - e terem ainda a garantia de serem salvos pelos soberanos.
Helena Garrido, subdirectora do Jornal de Negócios,
in Salários, Rendas e Ganâncias, 17 Dezembro 2009

janeiro 01, 2010

Filmes da Década 2000-2009

Sobre a década que agora acaba vi aproximadamente cerca de 850 filmes. Ou seja 70 filmes por ano, o que dá cerca de 6 a 7 filmes novos por mês referentes a 2000-2009. O modo como cheguei a esta lista foi analisando as notas máximas das minhas listagens, reavaliando apenas alguns casos.
Analisados os anos é com estranheza que verifico que de uma lista de cerca de 30 filmes, 90% são da primeira metade da década. Constato ainda que o ano de 2001 foi um ano de excelência. E comparando com a minha lista dos jogos da década verifico que aí também em 10, 4 eram de 2001. Aliás já tinha reparado que em termos de jogos memoráveis consigo sempre pensar em vários títulos de 2001, mas aqui é evidente o peso do aparecimento da PS2 em 2000. Agora no cinema não encontro uma explicação óbvia para toda esta excelência de criatividade. Ponho-me a pensar que 2001 é a viragem do milénio, todos estes filmes estreados em 2001 foram iniciados em 2000 ou antes. Aliás na década passada 1999 foi também um grande ano de produções nomeadamente no campo da ficção científica.

2009 Up, Pete Docter & Bob Peterson


2007 Into the Wild, Sean Penn
2007 The Savages, Tamara Jenkins


2006 300, Zack Snyder
2006 Apocalypto, Mel Gibson


2004 Collateral, Michael Mann
2004 The Incredibles, Brad Bird


2003 21 Grams, Alejandro González Iñárritu
2003 Animatrix, Various
2003 The Hours, Stephen Daldry
2003 Something's Gotta Give, Nancy Meyers
2003 Oldboy, Chan-wook Park


2002 25th Hour, Spike Lee
2002 About Schmidt, Alexander Payne
2002 Delfim, Fernando Lopes
2002 Gangs of New York, Martin Scorcese
2002 Punch Drunk Love, Paul Thomas Anderson
2002 Hable con Ella, Pedro Almodovar
2002 Hero, Yimou Zhang


2001 Le Fabuleux Destin d'Amélie, Jean-Pierre Jeunet
2001 Apocalypse Now Redux, Francis Ford Coppola
2001 Artificial Intelligence: AI, Steven Spielberg
2001 In the Bedroom, Todd Field
2001 In The Mood for Love, Wong Kar-Wai
2001 Le Peuple Migrateur, Jacques Perrin
2001 The Man Who Wasn't There, Joel Coen
2001 Monster's Ball, Marc Forster
2001 Mulholland Drive, David Lynch
2001 Spirited Away, Hayao Myazaki
2001 The Royal Tenenbaums, Wes Anderson
2001 The Lord of the Rings: The Fellowship of the Ring, Peter Jackson
2001 Donnie Darko, Richard Kelly


2000 Le Gout des Autres, Agnès Jaoui
2000 Memento, Christopher Nolan
2000 Gladiator, Ridley Scott
2000 Amores Perros, Alejandro González Iñárritu

dezembro 31, 2009

Dear Zachary, emoção ao rubro


Dear Zachary: A Letter to a Son About His Father (2008) é um filme documental, cunhado pela proximidade entre o protagonista da acção do filme e o realizador. Ou seja é um objecto de alguma forma pessoal e íntimo sobre a perspectiva que esta pessoa tem sobre a outra pessoa. O filme trata o assassinato de um médico americano, Andrew Bagby, visto pela perspectiva de Kurt Kuenne, amigos de infância, e actor e realizador respectivamente de vários pequenos filmes na adolescência.

À partida não seria o tipo de filme que eu veria, contudo a sua excelente recepção crítica e da IMDB fez-me procurar perceber o fenómeno. Diria que temos aqui aquilo que à partida não seria mais do que um filme caseiro, tornado em algo mais do que televisão, mesmo cinema, devido ao modo como é utilizada a linguagem audiovisual. Aliás até vou mais longe, este documentário é na sua gramática e conteúdo mais eficiente que o realizado por um monstro do cinema, Emir Kusturica, sobre Maradona.

Neste filme podemos ver várias coisas que fazem dele um objecto de referência. Primeiramente a história, esta possui a densidade dramática necessária, depois e acima de tudo, o modo como o enredo é construído ao longo do documentário. No início fiquei com a ideia de que estava a ver uma reportagem de telejornal sobre um caso da vida, mas rapidamente percebemos que é mais do que isso. O modo como Kurt Kuenne encena o primeiro acto e nos lança para uma nova problemática do conflito é de excelência. São dezenas de entrevistas recortadas no tempo e apresentadas em cadência que nos permitem ir construindo um figurino e nos aproximam, mais e mais dos personagens daquela narrativa.

Estes elementos, a história, o enredo e a empatia gerada criam um forte envolvimento do espectador que chegados ao seu clímax é difícil não nos levar a sentir perturbados e afectados emocionalmente pelo resultado final. Aliás só o visionamento do trailer abaixo e o relembrar do filme, toca-me em demasia.