"(..) Instituto Tecnológico do Massachusetts, pioneiro em campos como a robótica, a inteligência artificial ou a supercomputação que recebeu, apenas nas últimas duas décadas, dez prémios Nobel (72 em toda a sua história), dois Turing (informática) e quatro Gairdner (biomedecina), mais do que qualquer outra escola. A lista de feitos do MIT (..) é um autêntico arquivo dos avanços tecnologicos fundamentais do sécula XX, desde os primeiros robôs humanoides, aos ecrãs tacteis às proteses cibernéticas. Foi dos seus laboratórios que sairam o relógio atómico, a máscara funcional de gás, o túnel de vento, até o sistema de controlo das naves Apollo. Hoje o MIT (..) continua a atrair a élite cientifica, o que acaba por gerar uma pressão académica brutal. De facto ostentava, até há uma década, juntamente com Harvard, a maior taxa de suícidios estudantis do mundo.
O primeiro dia como aluno do MIT é inesquecivel e aterrador. Inesquecivel, porque é possivel passar por baixo de uma macieira que descende directamente da árvore que inspirou Isaac Newton. Aterrador , pois aventurar-se no Corredor Infinito é uma experiencia intimidante. Nessa passagem, suecessivas portas ostentam os nomes de prémios Nobel ou do criador de uma tecnologia que faz hoje girar o planeta. Os átrios estão repletos de anúncios de seminários, conferências, aulas nocturnas e cursos. O último avanço em medicina, a mais recente inovação astronautica, a revolução genética, o futuro da geologia: os olhos não conseguem abarcar tudo e mergulhamos de súbito, numa onda de angústia." (p.52)
Into the Wild de Sean Penn (2007)
It's a mistery to me
we have a greed
with which we have agreed
You think you have to want
more than you need
until you have it all you won't be free
society, you're a crazy breed
I hope you're not lonely without me
When you want more than you have
you think you need
and when you think more than you want
your thoughts begin to bleed
I think I need to find a bigger place
'cos when you have more than you think
you need more space
society, you're a crazy breed
I hope you're not lonely without me
society, crazy and deep
I hope you're not lonely without me
there's those thinking more or less less is more
but if less is more how you're keeping score?
Means for every point you make
your level drops
kinda like its starting from the top
you can't do that...
society, you're a crazy breed
I hope you're not lonely without me
society, crazy and deep
I hope you're not lonely without me
society, have mercy on me
I hope you're not angry if I disagree
society, crazy and deep
I hope you're not lonely without me
Society de Eddie Vedder, da banda sonora do filme Into the wild
Este teu post é no minimo alucinante, passas do stress do MIT para o "Into the Wild", hehehehe. Já não sei o que é mais stressante se o dilema dos livros ou a sobrevivência verde ;-))) no meio de ursos violentos.
ResponderEliminarNão percas o vídeo sobre a helvetica. É muito bom mesmo. E as estrelas do design estão por ali a brilhar e a expandir o seu conhecimento.
xxx mouse
Parece que não ficou patente de forma clara a minha ideia ao misturar o ambiente do MIT e a ideia de Into the Wild. Eu vi as duas coisas como intimamente ligadas e ligo-as pelas frases que destaquei tanto no texto do MIT como na música do filme.
ResponderEliminarO mundo é de tal forma um turbilhão de necessidades e exigências que a uma dada altura deixa de fazer sentido. Claramente que estamos sempre a procurar dar sentido e significado ao que nos estimula, mas grande parte das vezes somos obrigado a ignorar, de outro modo estariamos loucos. O problema é que por vezes as nossas defesas caem e a capacidade para ingorar desce a niveis de tal forma baixos que nos sentimos oprimidos. Que sentimos que a sociedade nos leva as entranhas, que precisamos (more than you need) e que (until you have it all you won't be free).
Isto é o que está descrito naquelas passagens do pessoal do MIT. O peso da sociedade de mentes brilhantes daquela escola oprime, tal como quando na investigação temos de ir mais além do que aquilo que já foi feito. Estamos constantemente em busca do novo e original e do melhor possivel que por vezes se torna num fardo pesado e dificl de sustentar.
Por isso a jornada Into the Wild me parece tão lírica mas tão verdadeira, muito existencialisto-teenager, faz-me sentir esses meus anos e essa minha revolta e gritar por dentro "ACORDA". Onde está a verdadeira natureza do ser humano? Seremos apenas, as nossas conquistas externas ou somos mais do que isso interiormente?
xxx