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junho 25, 2012

filme do universo das marcas

Logorama (2009) ganhou o Oscar de melhor curta-metragem de animação em 2010, entre outros prémios. Não sei como me passou despercebido mas é um filme essencial para todos os que trabalham no campo da comunicação.


O filme representa uma banal perseguição de carros, típica dos cinema de Hollywood, o interessante aparece na forma como a cidade, os personagens, e os elementos foram representados. Todos os elementos do filme fazem parte do universo dos logotipos e marcas de empresas e instituições globais.



Assim o filme reveste-se de um enorme potencial de análise e discussão sobre por exemplo o pós-modernismo (Fredric Jameson), a hiper-realidade (Baudrillard), o mito (Barthes), o simólico (Peirce), o ideológico (Althusser), e muitos mais, sem claro esquecer o manifesto No Logo (1999) de Naomi Klein. Impressiona ver o filme, e reconhecer de forma quase imediata cada um dos personagens, cada símbolo, cada objecto, cada cor. Fica bem evidente o poder e a presença destas marcas na nossa cultura.



Mas o filme do colectivo H5 é enquanto obra audiovisual muito rica em termos criativos, na forma como faz surgir cada uma das marcas, como se socorre de associações de ideias e contextos subjacentes a cada marca para nos questionar. Não se trata simplesmente de criar um mundo feito de logotipos, mas é muito mais do que isso, temos aqui uma narrativa bem entrosada, desenvolvida a partir de centenas, ou talvez milhares, de elementos dispersos da nossa cultura, que no conjunto formam um mundo narrativo credível e fascinante.

Logorama (2009) de François Alaux, Hervé de Crécy e Ludovic Houplainé

junho 02, 2012

Marcas, Facebook e Fãs

Nos últimos anos as marcas passaram a concentrar muita da sua atenção nas redes sociais, acreditando que o seu futuro está aí e não nos meios tradicionais. Contudo as experiências das marcas nestes meios não têm sido das melhores. As pessoas não gostam de informação nas redes sociais quando é veiculada por marcas ou por empresas. As pessoas sentem que aquela marca apenas está a partilhar aquela informação por interesse, porque espera ganhar alguma coisa com aquela partilha, e isso é mal visto.


Aliás quando uma pessoa partilha informação apenas sobre as suas conquistas, ou as suas viagens este sentimento também surge. Existe uma aversão natural às tiradas narcisistas de cada um. Uma espécie de sistema auto-regulatório do espírito comunitário, que procura preservar os laços comuns, criando resistências ao "Eu" e privilegiando o "Nós".


Neste documentário, Fan Culture - The Evolution of Influence (2012) da Amplify estão algumas respostas às preces das marcas sobre a forma como usar as redes sociais. A sua marca tem de chegar às redes por via dos Fãs, e não por via directa. Ninguém quer saber daquilo que diz a página de uma marca no Facebook, o número de likes não diz nada a quem visita a página, é irrelevante. O que as marcas precisam é de pessoas reais, genuínas que partilhem, que falem, que conversem sobre os produtos e as marcas.


Agora o problema não fica mais fácil, porque os fãs não se compram, é preciso dar tempo à sua geração e depois é preciso acarinhá-los sem os comprar. Porque um fã comprado dificilmente conseguirá ter uma audiência de consumidores reais.


Fan Culture - The Evolution of Influence (2012)

maio 17, 2012

Crioestaminal: da culpa irreversível

O novo anúncio da Crioestaminal é do ponto de vista ético, um desastre. Está escrito por forma a apelar a uma ideia na qual os autores do filme acreditam ser a única verdade possível, e dizendo a quem não concorda com eles, que estão completamente errados. Mas não se fica pela atribuição de valor moral, e apresentação da sua posição, e aqui é que fica ferido de morte o seu propósito, é que parte para culpabilização de quem não pensa como eles.


Vejamos em detalhe o artefacto, analisando o que pretenderia a Crioestaminal e o que temos realmente no filme em análise.

Público alvo da Crioestaminal: Futuros pais

Publico alvo do filme: Pais actuais, o futuro pai não se identifica com aquela criança nem com aqueles pais. Ainda não conceptualiza o filho naquela forma. Esta coisa de ser pai/mãe transforma-nos, e o anúncio está trabalhado para tocar quem já é pai, quem percebe o alcance do que está ali em questão.

Mensagem pretendida pela Crioestaminal: a preservação das células estaminais pode salvar a vida do seu filho no futuro.

Como é que esta mensagem chega ao público alvo acima identificado. Como se trata de um anúncio básico em termos de mensagem, sem amplitude de sentido, existem apenas duas leituras que são estimuladas, já que o climax do anúncio é baseado numa pergunta lançada ao espectador, que possui apenas duas respostas possíveis: "Mãe, Pai, guardaram as minhas células?"
“Há uma hipótese em 200 de um dia ser diagnosticado ao seu filho uma doença cujo tratamento pode encontrar-se nas suas células estaminais (...) uma doença como a Leucemia (...), nesse dia está preparado para responder a esta pergunta: Mãe, Pai, guardaram as minhas células? Crioestaminal, o futuro guarda muitos milagres”.
A) Reacção dos pais que depositaram as células num banco: Nós somos boas pessoas, sempre fizemos, e sempre faremos tudo para proteger os nossos.

B) Reacção dos pais que não depositaram as células num banco (por várias razões não guardei as células: falta de dinheiro, prática ainda não instalada, ou estudos ainda duvidosos): Nós não agimos bem, nós não somos bons pais. Não fiz aquilo que a sociedade esperava de mim, por isso sou mau pai

Mas isto vai muito mais longe do que esta simples dicotomia A e B. Porque este filme não está a falar de uma regra de boa-educação, de ensinar o meu filho a não cuspir para o chão. Quando eu vejo aquele grande plano daquela criança, com aquele texto, o que eu infiro, enquanto espectador, é que eu, não apenas falhei como membro da sociedade, mas eu sou o único culpado por o meu filho poder vir a morrer. O filme funciona como o anúncio da salvação, mas não é uma salvação que se possa caminhar para, que se possa construir algo no futuro. É uma salvação que está apenas ao alcance dos eleitos, dos que preservaram as células. Todos os outros devem ser excomungados.

Mãe, Pai, guardaram as minhas células? 

Ou seja, o que um pai sente quando vê este anúncio, é o poder da culpa irreversível. Poucas coisas na vida são irreversíveis, por isso a morte se opõem tanto à vida, porque esta é definitivamente irreversível. Ora o que anúncio diz é que o facto de não ter colocado as células estaminais num banco, assinei a sentença de morte do meu filho. Porque eu não posso fazer nada, não existe nada que eu possa fazer para reaver aquelas células. Terei de carregar para o resto da minha vida junto do meu filho o fardo da culpa irreversível.

Este não é um anúncio criado pela Crioestaminal, mas criado por Pedro Bidarra, um dos criativos de publicidade mais conceituados em Portugal para a Crioestaminal. E acredito que o estado de negação da Crioestaminal em não aceitar retirar o anúncio deva ser receita do próprio Bidarra. Mas nada disto nos admira. Quem já uma vez disse que devíamos mudar a cor da nossa bandeira, porque o facto de ter cores demasiado africanas nos tornava menos produtivos, eficientes, no fundo preguiçosos como os africanos!!!

E mais ainda, para quem também já disse que os cursos de Comunicação e Publicidade seriam "cursos inferiores", porque sobre a publicidade nada há a dizer, são apenas "coisas pequenas e engraçadas", isso quando são bons, porque quando são maus "nada há a dizer"!!! Vê-se aqui e agora o resultado cabal da sua visão do mundo, a tal que este diz ter aprendido nos livros. Vê-se neste filme, o resultado do auto-didatismo quando misturado com a falta de humildade.


Mas isto não pode ilibar a Crioestaminal. Esta tem por obrigação, e no mais curto espaço de tempo, de tirar a campanha do ar, e fazer um pedido desculpas público à sociedade portuguesa.


Declaração de interesses: tenho dois filhos, do primeiro não guardei as células por ser caro e por os estudos ainda serem dúbios quanto ao seu valor efectivo. Do segundo, por sentir culpa do que tinha acontecido com o primeiro, e imbuído de um sentimento de que as células de um irmão podem ajudar a salvar, guardei as células na Crioestaminal.

dezembro 10, 2011

Composição Real + 3d, pela Big Lazy Robot

A espanhola Big Lazy Robot acaba de lançar mais um trabalho na rede, o trailer para a sua curta Keloid (TBC), com uma qualidade assombrosa. A história é baseada num experimento de investigação que roça a FC, "A.I. Box" (2002) de Eliezer Yudkowsky, e é de si já bastante impressionante.


Mas é o trabalho de 3d, e acima de tudo de composição entre real e 3d, que mais impressiona aqui. A BLR (constituída por Hugo Bermúdez, Juan Civera, David Cordero, Alex Martín, JJ Palomo e Leopoldo Palomo) tem já uma vasta experiência com outros trabalhos neste campo. Para além de terem já participado nos efeitos visuais de um filme de grande orçamento de Hollywood,  Transformers (2007), um dos trabalhos que mais recordo deles é o do robô que fazia parkour num anúncio da Nike, Runner (2009). Vejam aqui abaixo, e depois vale a pena ver também o making of desse anúncio.



Depois disso realizaram os efeitos visuais para Gift (2010), realizado por Carl E. Rinsch para a Philips, que me parece ter servido de forte influência para avançarem com a sua própria curta. Como ainda não nos dão a ver a curta nova completa, aproveitem para ver este Gift, que se passa também na Rússia e apresenta toda uma atmosfera FC muito interessante.



Vendo Gift, e vendo o trailer de Keloid, percebemos que existem aqui muitas aproximações, tanto estéticas, como geográficas, como até de conteúdo. Não sabemos se a curta sairá ainda em 2011 ou só em 2012.



Trailer: Keloid (2011)

outubro 21, 2011

Godin: "Somos todos Esquisitos" (2011)

O último livro de Seth Godin é mais um manifesto sobre o funcionamento do marketing e das sociedades, das transformações que as tecnologias têm vindo a impor aos modelos de consumo. Godin é autor de mais de uma dezena de livros, incluindo Permission marketing (1995), Unleashing the Ideavirus (ebook grátis) (2000), Tribes (2008) todos no campo do marketing.


We Are All Weird (2011), é um pequeno livro de cento e poucas páginas, no qual Godin vem defender que para o marketing, as massas deixaram de ser prioridade, e o que é agora necessário é trabalhar para os Esquisitos, os nichos, as minorias. Godin assenta esta sua idea na expansão da base curva da normalidade, eboçando uma análise sobre o modo como esta se desenvolveu ao longo dos últimos 50 anos.


A partir desta análise, podemos verificar que as curvas de Bell se têm vindo a abater, a estender na base, fazendo com que a área central seja cada vez menor. Assim Godin diz-nos que a normalidade, que as massas que seguem um mesmo gosto, que ouvem uma mesma opinião, uma mesma música, veem um mesmo filme, leem um mesmo livro estão a desaparecer, e a dar lugar a pequenos grupos. Estes seus gráficos são bastante elucidativos de uma transformação decorrente do desenvolvimento tecnológico, nomeadamente a internet que consequentemente está a provocar alterações na nossa sociedade, desde o marketing aos mass media.

agosto 30, 2011

Move - Eat - Learn

Fantástica campanha audiovisual viral, I Want to Know, da STA Travel da Austrália. O primeiro filme Move é o mais belo visualmente, mas os outros dois impressionam pela quantidade de atividades realizadas, e pela informação debitada.

"3 pessoas, 44 dias, 11 países, 18 voos, 61 mil quilómetros, um vulcão em ebulição, 2 câmaras e quase um terabyte de imagens... tudo para recriar 3 conceitos ambiciosos e lineares - movimento, aprendizagem e comida.... em 3 bonitos e imersivos pequenos filmes...

= a viagem de uma vida."

movimento, comida, aprender (move, eat, learn)











As três pessoas envolvidas na construção destes três filmes foram, Rick Mereki como realizador e produtor, Tim White como DOP, editor e sonorização e Andrew Lees como o Ator. A música é de Kelsey James. Mais imagens da aventura podem ser vistas no Flickr.

julho 13, 2011

uma nova imagem EDP

No dia do lançamento da nova identidade da EDP e após ter colocado o novo logo da EDP no meu mural do Facebook iniciou-se uma discussão acesa à volta do logo e do seu criador. Entretanto o assunto passou, mas ontem voltei a tocar no assunto postando no mural um pequeno vídeo das reuniões criativas em redor da criação da nova imagem, e a discussão reacendeu-se com alguns intervenientes novos e com algumas novas ideias. Daí que eu tenha iniciado uma reposta em maior detalhe à discussão mas como não é possível fazer uso de imagem/vídeo nas caixas de comentário, acabei por resolver transformar esse comentário num artigo para o blog, servindo assim também de resumo e registo da discussão no Facebook.


Então dessas discussões o se pode resumir é que existem três abordagens enunciadas e defendidas por várias pessoas que avaliam negativamente o novo logo da EDP:

a) O não recurso a uma empresa portuguesa
b) O rebranding acontecer em muito pouco tempo
c) A estética pouco apurada

Percebo as três perspetivas, não dou razão a nenhuma delas, e é nesse sentido que faço este texto para tentar explicar em maior detalhe porque razão acolho muito bem a nova identidade da EDP.

A)
Apesar de poder perceber o mal-estar da comunidade portuguesa de design, é preciso que tenham noção que quando se centram sobre esse ponto, estão a assumir um posicionamento ético muito reprovável, apenas qualificável como discriminatório. Vivemos num mundo global, não aqui no nosso quintalzinho. Os produtos sejam eles quais forem, devem ser reprovados em termos qualitativos, nunca em termos de origem, raça, credo, nacionalidade, etc.
Mas este ponto ainda tem outra análise. É que o facto de ser feito por Portugueses, não garantiria absolutamente nenhum valor extra, e mais grave ainda, teria-se corrido o risco de ver o trabalho ser atribuído a uma empresa não pela sua qualidade, mas pelo amiguismo e clientelismo.
Dou um exemplo muito simples para que se perceba o território em que nos movemos. Hoje em dia quando abre uma vaga para professor, investigador ou Reitor de uma Universidade Portuguesa o concurso é obrigatoriamente internacional. Ou seja, não pode de modo algum ser sobreposta a nacionalidade da pessoa à qualidade do seu trabalho. E isto é para mim muito saudável. Por outro lado temos algumas forças dentro de nós que continuam a lutar contra isto, em que se denota exatamente o mesmo sentimento que vi nas discussões sobre o criador da nova imagem da EDP. Mas "o gajo é estrangeiro e vem para aqui armado em salvador, nós somos tão capazes, não precisamos cá desse pessoal", queiramos ou não, cheira a "Orgulhosamente Sós".

B)
Começando pelo facto de que as necessidades de rebranding no séc. XXI serem totalmente diferentes das necessidades no séc. XX. As transformações operadas em muitas das marcas nacionais, nomeadamente com a sua internacionalização, ou ainda a entrada em sectores anteriormente não contemplados, justificam o forte rebranding a que temos assistido em Portugal.


Como se não bastassem estas lógicas que tocam o âmago da atual EDP, temos ainda que a anterior imagem da EDP estava em Tribunal desde 2005 por plágio de imagem! Quem olhe à primeira vista para os dois logos, até pode ficar com aquela sensação de que o logo da EDP é profissionalmente melhor do que o do "O Feliz". Mas atenção porque em parte está apenas a ser iludido por um make-up estético. Quando analisados na sua essência, os logos são praticamente iguais.


O logo do O Feliz não caiu do céu, pode ser facilmente visto a quem passeia por Braga ou quem se cruza com os carros da sua emprea, está registado no Instituto Nacional da Propriedade Industrial com o número 11.842. No entanto houve espaço para serem colocados a circular rumores de que a marca bracarense teria recebido indemnizações para prescindir dos seus direitos de imagem. E como factor ainda mais relevante, o design da imagem tem todo um conceito subjacente concebido por Paulo Cabral, melhor ou pior conseguido tecnicamente, está lá,
"O logo foi criado há mais de 10 anos pelo designer gráfico que trabalhava com a empresa "O Feliz" e registado, sublinhando criativamente a associação da cor vermelha ao carácter do aço (tratando-se de uma metalomecânica), assim como a rigidez do quadrado perfeito que enquadra o sorriso conotado ao nome da empresa." Por Ana Feliz.

Mas tudo isto a própria EDP assume, percebe e explica. Mais ainda porque vai ao ponto de explicar o que está subjacente à coincidência, que é para mim o mais relevante no meio deste processo todo,
"Todas as marcas têm um ciclo de vida e consideramos que o anterior logo, o “smile”, já não representa a nova realidade da EDP e do mercado. O processo de internacionalização da companhia veio ainda reforçar o carácter não distintivo do “smile”, símbolo relativamente vulgar em diversos produtos e geografias, o que aliás trouxe também problemas de registo de marca e custos acrescidos. Paralelamente, a EDP foi confrontada com um processo interposto por uma empresa cuja logomarca era em tudo idêntica à da EDP e que já existia quando a EDP criou a sua, em 2004Paulo Campos Costa, director de marca e comunicação EDP

C)
A última abordagem que tem sido feita diz respeito à componente estética do novo logo. Ora falamos de Design e não de Arte. Assim a primeira coisa que é preciso avaliar numa nova imagem é a sua Funcionalidade, e só depois a sua Estética. E agora indo direto ao que me interessa, em termos de funcionalidade, não conheço mais nenhuma identidade Portuguesa com estas capacidades.



Vejamos então em termos técnicos como é feito, e depois qual a funcionalidade do trabalho técnico desenvolvido. Com recurso a elementos gráficos simplicíssimos, mas que combinados criam uma imagem complexa e muito coerente, temos:

1 - Uso de formas geométricas simples variáveis.
2 - Uso de um único tom de vermelho constante,
3 - Uso de três níveis gerais de saturação do tom, de modo constante em todas as variações.
4 - A constante variação da saturação do vermelho, justificada pela sobreposição e transparência das formas geométricas.
5 - A constância do lettering e da sua força como bloco uno, sempre centrado e sobre as formas.



Agora vejamos em que se traduz funcionalmente este trabalho,

1-  Uma identidade que não está fechada na forma, mas que pode gerar múltiplas formas, continuando a ser reconhecida. Pode ser associada a todos os segmentos existentes na EDP agora, e pode ser adaptado para todos os segmentos que venham a ser criados, sempre com identidade própria, mas sempre muito coerente com o discurso da imagem central.

2-  Uma imagem que consegue passar por visualizações verdadeiramente Abstractas, ou Icónicas, ou Simbólicas e até mesmo Diagramáticas e manter o reconhecimento da imagem central. Ou seja é possível criar uma imagem abstrata para segmentos menos facilmente traduzíveis em conceito visual, ou criar uma imagem figurativa que é automaticamente associada ao segmento em questão (exemplo das Renováveis)


Posta toda esta análise a única imagem que me vem à cabeça, e que em termos de inteligência funcional possa ombrear com esta é a do MIT Media Lab. Embora aí se tenha ido ainda mais longe ao criar um algoritmo para conceber formas de modo generativo. Ainda assim o algoritmo não é depois utilizado para colar as imagens aleatoriamente sobre cada departamento do Media Lab, o que no fundo acaba por vir dar ao que temos com este logo da EDP.

Quanto ao criador desta nova imagem, como repararam, não apareceu ao longo de todo o texto, porque simplesmente não é necessário chamar para aqui quem fez, basta que nós nos concentremos sobre os objetos e não sobre quem os faz. Mas e porque seria ridículo falar de tudo isto e não dar nome a quem é devido, o trabalho foi criado por Stefan Sagmeister. De notar que não é o seu primeiro trabalho para Portugal, a identidade da Casa da Música é também sua.


E no final quero agradecer a todos os que se dispuseram a discutir o assunto no meu mural do Facebook, sem os quais este texto não existiria: Artur Leão, Nicolau Pais, Cristina Sylla, Diogo Valente, Cristina Carvalho, Catarina Lelis, Leonel Morgado, Ana Melo, Luis Gama, David Mota, Heduino Rodrigues, Nuno Franco, Jorge Lima, Luís Ricardo.

abril 02, 2011

Mercedes: uma combinação de opostos

Nova campanha da Mercedes que aposta na complementaridade, na combinação de dimensões opostas para criar o melhor, para criar o ideal, para gerar o "motor" tecnológico e criativo.
Para além da mensagem, é uma campanha belíssima do ponto de vista gráfico. De uma forma genérica as ilustrações apostam na programação por oposição à pintura; na matemática por oposição à música; na lógica por oposição à paixão.

I am the left brain.
I am a scientist. A mathematician.
I love the familiar. I categorize. I am accurate. Linear.
Analytical. Strategic. I am practical.
Always in control. A master of words and language.
Realistic. I calculate equations and play with numbers.
I am order. I am logic.
I know exactly who I am.

I am the right brain.
I am creativity. A free spirit. I am passion.
Yearning. Sensuality. I am the sound of roaring laughter.
I am taste. The feeling of sand beneath bare feet.
I am movement. Vivid colors.
I am the urge to paint on an empty canvas.
I am boundless imagination. Art. Poetry. I sense. I feel.
I am everything I wanted to be.



Advertising Agency: Shalmor Avnon Amichay/Y&R Interactive Tel Aviv, Israel
‏Chief Creative Director: Gideon Amichay

Executive Creative Director: Tzur Golan

Creative Director: Yariv Twig
‏Art Directors: Gil Aviyam, Dror Nachumi
‏Illustrators: Gil Aviyam, Lena Guberman
‏Copywriters: Sharon Refael, Oren Meir
‏Executive Client Director: Adam Polachek
‏Account Supervisor: Yael Yuz
‏Account Manager: Mayran Sadeh
‏Head of Strategic Planning: Yoni Lahav
‏Planning Director: Zohar Reznik
‏Planner: Nili Rabinowitz
Published: February 2011

[via CommArts, Ads of World e Noslen]

março 25, 2011

Aveiro Lifecycle (2011)

A JumpCut Portugal produtora do filme José & Pilar (2010) acaba de colocar online uma curta mágica, realizada por Miguel Gonçalves Mendes, com fotografia de Daniel Neves e edição de Pedro Sousa.

É um trabalho produzido para a Câmara de Aveiro sobre a cidade e a bicicleta que nos mostra uma cidade de uma perspetiva universal, com traços rasgados de autenticidade humana. Em que a cidade não é apenas arquitetura, mas é antes parte e fruto das vivências e relações entre pessoas.
A fotografia é uma delícia, o ritmo da montagem segue a música que por sua vez se foca sobre os personagens e não sobre os décors. É um trabalho de excelência, não dou 10 em 10 porque a voz off final sai de tom e em minha opinião era completamente desnecessária.


Aveiro Lifecycle (2011) de Miguel Gonçalves Mendes

janeiro 25, 2011

Aardman na publicidade

A Aardman Studios não se dedica apenas à ficção (Wallace and Gromit, 1989 ou Chicken Run, 2000) devido à demanda internacional produzem cerca de 25 a 30 filmes de stop-motion para publicidade do mundo inteiro. O último trabalho é um autêntico caramelo visual e dá-nos alguma alegria ver que ainda existe quem acredite num mundo para além do 3d CGI.



E para manter o doce deixado pelo pequeno filme de 50s, aqui fica um making of de 6 minutos. No final fico sem saber se gosto mais do filme ou do making of.

janeiro 23, 2011

10 das Melhores Pubs 2010

Aqui fica uma selecção das melhores campanhas em formato audiovisual que passaram pela net. Muitas outras existem, mas as que destaco foram as que tive o prazer de experienciar ao longo deste ano e que mais me tocaram.


1 - Embrace Life, Daniel Cox, Sussex Safer Roads Partnership



Para além de outros prémios, ganhou o prémio do YouTube ao ser o viral publicitário mais visto. Falei dele aqui.



2 - Baby In The Sky - Jack-Antoine Charlot, Global Fund





3 - The 3D Truth in Old Masters de ViralFactory


Um filme publicitário com uma ideia que não é inovadora (ver 3D Guernica 2008 de Lena Gieseke) mas que funciona muito bem, acima de tudo pela dose de humor com que contamina o estado de espírito tradicionalmente associado à arte. Aliás talvez por causa da sátira, a Samsung se tenha visto obrigada a retirar o mesmo da web. Lançado em Abril de 2010, é difícil encontrar-lhe o rasto online. As cópias que aparecem no YouTube não ficam mais do que alguns dias, a produtora não o coloca no seu portefólio e a Samsung não fala do mesmo. Por isso coloquei o vídeo no meu Facebook de acesso restrito a Amigos.
Talvez a razão esteja na tag line do filme "Samsung 3D TV: A new dimension in TV because the old stuff is rubbish" que faz lembrar exactamente os problemas levantados na recente campanha da Zon com os Bon Jovi.



4 - Conectados, Flavio Pantigoso, Y&R Perú





5 - Inspired by Iceland Video, de Inspired by Iceland





6 - YDA: For those who are born to create drama, Rogier Hesp, TBWA Helsínquia





7 - Chuva de Azeitonas, Fred Fannon, McCann Erikson





8 - Guy Walks Across America, de Sam Griffith, Conscious Minds





9 - Something Lurking, Psyop, Y&R New York





10 - V Ladders, Nathan Price, BBDO New Zealand






Outros que valem a pena (re)ver

. Moleskine Stop-motion
. Mister Pink
. Sherwin-Williams - Bees
. Smart Technologies "The Magical Classroom
. Hate/Love
. Buick ‘Behind the Beauty’
. Economic Times - The power of Ideas

janeiro 11, 2011

Intel: o multitasking como filme de acção

A Intel acaba de lançar mais um viral na rede para promover a 2ª geração do processador Intel® Core™ i5. Um pequeno filme de 2 minutos criado pela agência Venables Bell & Partners e realizado pela dupla Smith & Foulkes.
A estética do filme faz uso da corrente vaga baseada no mundo digital a que temos assistido primeiro com o teledisco dos Arcade Fire ‘Wilderness Downtown’ criado pela Google para destacar a tecnologia HTML5 e também do teledisco dos Sour. Embora se deva dizer que o projecto da Intel distingue-se na essência destes dois pela falta da componente de personalização e tempo real. Nesse sentido podemos dizer que se aproxima mais dos virais Life on Facebook de Alex Droner ou Digital Story of Nativity da criativa portuguesa Excentric.
O objectivo era segundo o director criativo Tyler Hampton “illustrate the incredible multi-tasking power of the new Core i5 processors” e que "It all started with the desire to emotionalize what Intel makes possible in the most visual way possible".

A realização da Smith & Foulkes é brilhante com uma edição e composição tecnicamente perfeitas e altamente ritmadas, fazem passar a personagem principal através de programas como o Word, Facebook, Google Earth, YouTube, iTunes, MSN, Photoshop, QuickTime, Google Street View, Grand Theft Auto, entre outros. Diria mesmo que conseguiram criar uma bela metáfora entre a força e ritmo da narrativa do filme de acção e o poder de um processador de computador.





Via
[ComputerLove]
Fontes
[Popsop]
[Adgoodness]

agosto 07, 2009

cor e movimentos de delícia

A minha filha (4) pediu-me para ver este spot publicitário, Flavorhood da PandaPanther, seis vezes seguidas, e não foram mais porque não deixei. Julgo que seria suficiente para demonstrar o quão eficiente é, mas não resisto a deixar aqui um comentári o deixado no Vimeo e que exprime bem o que sinto,
wow man that was great and so inspiring...



E como sempre fica o making of, porque vale a pena perceber em maior profundidade o que está por detrás de um trabalho feito com tanto talento e dedicação.



Aliás a visita ao site da PandaPanther torna-se obrigatória para quem gostar da estética aqui apresentada, pois verifica-se que é um estilo recorrente nos seus projectos ver os exemplos abaixo.

Onitsuka Tiger “Zodiac Race”


Mika’s Marshmallow Train


Zune “Masks”

julho 28, 2009

Doritos interactivos


Aí está mais um trabalho da publicidade interactiva, Doritos ID3, que nos interessa pela vontade em desafiar o vídeo interactivo. Interessante dado o uso intensivo da câmara subjectiva e as escolhas que vão sendo dadas. É um trabalho a analisar com mais calma. Acima temos o trailer do jogo, e abaixo uma imagem da interface. Para já divirtam-se.


CréditosAgencia: Initials
Director Criativo: Allan Guy (Initials)
Planeamento Digital: Nicola Davies (AMV BBDO)

Producção Digital: rehabstudio, London
Director de Interactividade Criativa: Tim Rodgers
Director de Interactividade Técnica: Jurgen Prause
Produtor de Interactividade: Michael Veitch

Guionista e produção video: Upset TV, London
Realizador: Lucas Howe (Upset TV)
Produtores: Matt Cook, Toby Cook

julho 27, 2009

Ikea e a comunicação interactiva

A simples pesquisa neste blog pela palavra Ikea retorna vários posts, essencialmente sobre a sua actividade publicitária, nomeadamente com qualidades interactivas. Assim este post não foge à regra e é mais um desses artefactos de design interactivo que a Ikea nos oferece e que aqui vos deixo. A ideia com que vou ficando é que a Ikea aparece a investir cada vez mais no design da sua comunicação digital e como tal parece querer dizer-nos que esta é tão importante como os seus produtos.
De salientar que estão aqui em causa várias áreas da comunicação artística: ilustração, animação, som, motion graphics e design interactivo. A interactividade não sendo surpreendente, serve a experiência e envolve o receptor.

julho 18, 2009

camadas de real



Título: Exploit yourself - Spec commercial inspired by Nike.
Realizador: Carl Rinsch
Animação: Big Lazy Robot Visual Effects
Música: The Prodigy - The Big Gun Down


Música: Sepultura: Ratamahatta

Neste making-of o mais interessante são mesmo os últimos segundos onde podemos ver as várias camadas aplicadas sobre a composição para que o produto final tenha aquela carga expressivo-realista.

julho 12, 2009

Empatia reversa

Ikea com Spike Jonze no seu melhor. Se opto por aqui deixar este comercial não é apenas por ser de Jonze, até porque o anúncio tem algum tempo, mas é porque eles pegaram num conceito caro à animação e emoção em tudo o que é necessário trabalhar para criar a empatia com o espectador e viraram-no do avesso, genial.

maio 16, 2009

voando dentro da acção

Aqui há dias deixei aqui um post sobre a nova TV da Philips 21:9, ou seja 2.35, ou seja cinemascope puro. Agora trago o spot publicitário desenvolvido para o media online apenas e o seu making-of. O spot tem cerca de 2 minutos e está impressionante. Mais uma vez usa-se uma técnica que permite ver a realidade a partir de um ângulo impossível. E neste caso já até já conhecemos a estética, que vem do conhecido efeito Matrix, mas aqui o efeito prolonga-se temporal e espacialmente o que obriga a toda uma diferente abordagem e nos interroga. Aconselho vivamente a verem o filme no próprio site da Philips.



Ouvindo a entrada do making-of dizer que participou no desenvolvimento do spot, uma equipa de mais de 100 pessoas (ao contrário do anterior filme que aqui apresentei praticamente concebido por apenas uma pessoa), 3 gruas, 3 dias de rodagem e 5 dias de pós-produção tudo para construir uma publicidade a um novo ecrã que terá dificuldade de penetrar as massas e ainda para mais em ambiente online apenas, é impressionante.



No making-of tiramos as dúvidas e percebemos como foi conseguido, também graças a uma técnica usada extensivamente em matrix que passa por suster os actores através de fios e no final eliminar os fios. Mas uma parte do truque que gostei de ver foi o facto de filmarem com e sem actores para depois poder sobrepor e assim gerar um maior efeito de "estaticidade", e que se sente na visualização.

abril 09, 2009

comunicação visual II

Career Evolution de Work for Food

A questão apontada na imagem acima não acontece apenas na publicidade, mas em todas as áreas que toque software, e não só de media digital, como também de programação. Aliás, diria que isto acontece em todos os trabalhos mesmo. No entanto não o colocaria ou melhor interpretaria como um modelo depreciativo mas antes de mais como uma evolução darwinista. No entanto esta evolução não é bem recebida por todos e muitos prefeririam perder mais tempo de volta das ferramentas da essência do que correndo atrás da agenda. Pode até parecer uma natural e saudável evolução mas não é, uma vez que esta evolução vai no caminho da destruição da criatividade e da imaginação, da fantasia e do sonho em função da maximização e optimização da produção, seus processos e recursos humanos. Tudo a bem de uma arquitectura capitalista que ordena o progresso por meio de grandes resultados quantitativos e não qualitativos.