janeiro 16, 2014

A história da tipografia em videojogo

"Type:Rider" (2013) é uma belíssima surpresa no mundo dos videojogos. Um jogo com carácter educativo capaz de apresentar argumentos e ombrear com qualquer jogo de entretenimento na plataforma tablet. A uma jogabilidade eficaz e criativa junta-se uma arte sonora e visual de grande qualidade, fazendo desta obra um exemplo do que pode ser feito no mundo dos videojogos educativos. Além de tudo isto, Type:Rider fará as maravilhas de qualquer designer gráfico pelo tema tratado.



Type:Rider é a primeira produção de um videojogo por parte do canal franco-alemão Arte. Aquilo que começou por ser um web documentário, passou a designar-se jogo documentário, para no final originar um videojogo completo. Ao todo e com apoio do Centre National du Cinéma et de l'Image Animée (CNC), o jogo teve um investimento de 250 mil euros. No jogo trabalhou ainda uma equipa de alunos do curso de especialização em Experiências Digitais Interactivas da escola Gobelins. São dez níveis ao todo, sendo que o primeiro é tutorial e o último um nível de bónus. Os produtores estão interessados em continuar a criar novos níveis, ou fazer uma parte 2, caso consigam investimento para avançar na produção.

O que torna Type:Rider tão interessante é acima de tudo o modo criativo como foi realizada a fusão entre o tema da história da tipografia e a jogabilidade. Os 8 níveis levam-nos através da história da escrita, atravessando desde a pré-história, aos hieróglifos egipcios, passando pelo alfabeto grego, chegando às fonts modernas. Controlamos dois pontos unidos que atravessam cenários de plataformas, em que as plataformas são constituídas por letras nas mais variadas e inventivas posições, obrigando-nos através do controlo dos dois pontos, a ultrapassar cada obstáculo até chegar ao final de cada alfabeto. A gratificação do jogo socorre-se da apanha das várias letras espalhadas pelo cenário que temos de ir apanhando para completar cada nível.

Trailer "Type:Rider" (2013) da Arte

Cada nível corresponde a um tipo de letra -  Gothic, Garamond, Didot, Clarendon, Futura, Times e Helvetica - sendo que cada um destes apresenta toda uma atmosfera visual e sonora apropriada em termos históricos e de motivos. Por exemplo quando entramos em Clarendon respiramos uma atmosfera western, ou quando entramos em Gothic respira-se o medieval. À medida que vamos avançando no interior de cada alfabeto vamos ainda recolhendo elementos que nos dão acesso a páginas de livros que contêm a história de cada uma destas fonts. Podemos mais tarde aceder a cada livro, e ler sobre a história das fonts e dos seus criadores.

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