E é isso que podemos ver nesta magnífica Ted Talk da escritora nigeriana Chimamanda Adichie.
"Quando era criança escrevia histórias passadas na neve, com pessoas que comiam macãs, falavam constantemente do tempo, e que diziam que bom que estava o dia quando o sol brilhava. Mas se o escrevia não era por viver naquela realidade, eu vivia na Nigéria aonde não existia neve, não comiamos maçãs, mas mangas, e não falávamos do tempo porque não era necessário. Eu escrevia sobre aquelas coisas porque aquela era a realidade literária a que eu tinha acesso. E isto demonstra o quão vulnerável podemos ser a uma história, particularmente enquanto crianças.Quando tive acesso a literatura africana fiquei impressionada, ocorreu uma mudança mental em mim."Sobre os efeitos negativos da História Única, como nos diz Adichie, quando a única história que tenho sobre os Nigerianos é sobre um pai que abusa de uma filha, essa história converte-se na história única sobre os nigerianos, e cria modelos mentais em quem conhece apenas essa história. Deste modo todos os nigerianos homens passam a ser violadores. Por outro lado,
"Não é porque vejo o filme American Psycho que acredito que todos os americanos são serial killers. Mas não é por eu ser uma pessoa melhor do que qualquer outra de outro país. É antes porque tenho acesso a imensas histórias diferentes sobre os americanos".No final da comunicação Adichie deixa-nos com um pensamento poderoso, e que nos devia levar a todos a reflectir,
"Quando rejeitarmos a História Única, quando percebermos que não existe, nunca, apenas uma história sobre qualquer lugar, redescobriremos uma espécie de paraíso."
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