Para quem ficou a pensar do meu post anterior qual seria o meu interesse naquelas imagens de promoção ao filme The Birds (1963) do Hitchcock, aqui ficam os slides das aulas que estive a lecionar na Universidade de Maribor, Eslovénia entre os dias 11 e 13 de Maio.
São aulas dirigidas a alunos de primeiro ciclo que estudam Introdução à Animação 3d, como tal o meu objetivo era apresentar-lhes formas de fazerem uso dos seus modelos e animação na composição de projetos audiovisuais. Ou seja dar-lhes uma abordagem geral sobre vários dos aspetos mais importantes a ter em conta no momento de pós-produção.
Aliás estes slides são uma espécie de resumo das técnicas que lecionamos no primeiro ano do mestrado de Ciências da Comunicação: Audiovisual e Multimédia.
maio 15, 2011
maio 11, 2011
o marketing em Hitchcock
Andava à procura de materiais sobre The Birds (1963) de Alfred Hitchcock para umas aulas sobre composição digital, que vou dar esta sexta na Universidade de Maribor na Eslovénia, e encontrei algo muito interessante sobre a promoção do cinema clássico de hollywood. Algo que deixámos de ver no campo do cinema, uma sessão fotográfica, em pose, da atriz principal e dos outros personagens principais da obra, os pássaros.
Não sei se isto aconteceria de forma regular para todos os filmes, se aconteceu aqui por se tratar de um blockbuster de Hitchcock, ou se foi apenas derivado da beleza de Tippi Hedren, mãe de Melanie Griffith. Por uma razão ou outra, vejam as fotos, porque valem a pena. Para ver mais fotos do filme, e de outros filmes de Hitchcock, aconselho uma visita à galeria da HitchcockWiki.
Não sei se isto aconteceria de forma regular para todos os filmes, se aconteceu aqui por se tratar de um blockbuster de Hitchcock, ou se foi apenas derivado da beleza de Tippi Hedren, mãe de Melanie Griffith. Por uma razão ou outra, vejam as fotos, porque valem a pena. Para ver mais fotos do filme, e de outros filmes de Hitchcock, aconselho uma visita à galeria da HitchcockWiki.
maio 08, 2011
WordWorld, o Mundo das Palavras
Com um target definido entre os 3 e os 7 anos, WordWorld é sem dúvida uma das melhores séries educacionais de sempre, em pé de igualdade com a Rua Sésamo.
WordWorld como o próprio nome indica é um mundo história em que todos os animais, e muitos dos objetos, são desenhados com base na tipografia do seu nome. Deste modo as crianças podem desde cedo associar os sons do nome, com as letras, e as palavras. Como a fase entre os 3 e os 7 é de pura aprendizagem da literacia, estes vão descobrindo à medida que o tempo passa, que cada um dos animais é feito através das letras do seu próprio nome, o que confere um grau enorme de descoberta narrativa inerente à própria animação. O conteúdo da série é ainda escrito de modo a que ao longo da mesma as crianças vão percebendo que som emite cada letra, e que a junção de várias letras forma palavras, que por sua vez são objetos do mundo que conhecem.
Deste modo o que temos não é apenas uma tentativa de paralelamente à animação e ao entretenimento fazer passar um conteúdo educacional, mas é a própria mensagem educacional que serve de instrumento à brincadeira e ao divertimento. A aprendizagem é feita ao longo do desenvolvimento da série de um modo perfeitamente natural, como se de repente o alfabeto deixasse de ser uma estrutura meramente abstrata criada pelas nossas mentes e pudesse ser algo real, palpável no sentido do mundo história.
WordWorld é uma série produzida pela WTTW National Productions para o canal público americano, PBS, o mesmo que passa a Rua Sésamo nos EUA, e conta com financiamento do U.S. Department of Education como parte do programa de literacia americano Ready To Learn. Iniciada em 2007, foram produzidas três séries até ao momento com um total de 45 episodios. WordWorld recebeu entretanto três Emmy Awards nas categorias de Séries para Crianças e Escrita para Animação.
É pena que a versão portuguesa se tenha limitado a dobrar as vozes. Claro que adaptar todo o conteúdo teria custos demasiado elevados quase próximos da produção no original. Ainda assim julgo que se justificaria entrar num acordo apoiado pelos ministérios de educação para que a série pudesse ser dobrada e adaptada para o máximo de línguas possíveis. Seria sem dúvida uma enorme mais valia para a aprendizagem das crianças. Em Portugal como as crianças começam a ter contacto muito cedo com o Inglês, acaba por até nem funcionar muito mal. Contudo uma criança portuguesa está longe de tirar da experiência, aquilo que retira uma criança nativa em inglês.
WordWorld como o próprio nome indica é um mundo história em que todos os animais, e muitos dos objetos, são desenhados com base na tipografia do seu nome. Deste modo as crianças podem desde cedo associar os sons do nome, com as letras, e as palavras. Como a fase entre os 3 e os 7 é de pura aprendizagem da literacia, estes vão descobrindo à medida que o tempo passa, que cada um dos animais é feito através das letras do seu próprio nome, o que confere um grau enorme de descoberta narrativa inerente à própria animação. O conteúdo da série é ainda escrito de modo a que ao longo da mesma as crianças vão percebendo que som emite cada letra, e que a junção de várias letras forma palavras, que por sua vez são objetos do mundo que conhecem.
Deste modo o que temos não é apenas uma tentativa de paralelamente à animação e ao entretenimento fazer passar um conteúdo educacional, mas é a própria mensagem educacional que serve de instrumento à brincadeira e ao divertimento. A aprendizagem é feita ao longo do desenvolvimento da série de um modo perfeitamente natural, como se de repente o alfabeto deixasse de ser uma estrutura meramente abstrata criada pelas nossas mentes e pudesse ser algo real, palpável no sentido do mundo história.
Through its innovative approach of immersing viewers in a word-rich place, where things spell out the objects they represent, WordWorld aims to fascinate children with words and to inspire a love of words and reading. Featuring loveable, silly characters called WordFriends who embark on adventures in a world of words, WordWorld encourages preschoolers to see words as their friends, too. Providing constant opportunity for word play, WordWorld empowers children as early readers by making the important connections between letters, sounds, words and meaning that are necessary for reading. [PBS]
Teaser Dancing Dog
WordWorld é uma série produzida pela WTTW National Productions para o canal público americano, PBS, o mesmo que passa a Rua Sésamo nos EUA, e conta com financiamento do U.S. Department of Education como parte do programa de literacia americano Ready To Learn. Iniciada em 2007, foram produzidas três séries até ao momento com um total de 45 episodios. WordWorld recebeu entretanto três Emmy Awards nas categorias de Séries para Crianças e Escrita para Animação.
É pena que a versão portuguesa se tenha limitado a dobrar as vozes. Claro que adaptar todo o conteúdo teria custos demasiado elevados quase próximos da produção no original. Ainda assim julgo que se justificaria entrar num acordo apoiado pelos ministérios de educação para que a série pudesse ser dobrada e adaptada para o máximo de línguas possíveis. Seria sem dúvida uma enorme mais valia para a aprendizagem das crianças. Em Portugal como as crianças começam a ter contacto muito cedo com o Inglês, acaba por até nem funcionar muito mal. Contudo uma criança portuguesa está longe de tirar da experiência, aquilo que retira uma criança nativa em inglês.
Episódio completo dobrado em português, gravado do Canal Panda
maio 07, 2011
Documentário: "Indie Game"
Mais um documentário no campo dos videojogos, depois de sabermos do 8 Bit Generation, agora é a vez de Indie Game: The Movie. Um filme que está a ser produzido pelo realizador James Swirsky e pela jornalista Lisanne Pajot da BlinkWorks Media, Canada.
O "Indie Game: The Movie" pretende ser um documentário sobre os videojogos, os seus criadores, e a sua arte. Através da análise do trabalho dos criadores de jogos pretende-se compreender o medium e a teoria. O filme terá uma incidência sobre os aspectos humanos do processo criativo, e as ligações que se criam entre o criador e o jogo. No vídeo abaixo a funcionar como uma espécie de trailer podemos ver uma parte da entrevista do game designer Edmund McMillen e é genial ver como um videojogo pode servir de meio expressivo a um game designer.
Entretanto e até ao momento já foram realizadas entrevistas com Tommy Refenes e Edmund McMillen de "Super Meat Boy", Alec Holowka de "Infinite Ammo", Jon Blow de "Braid", Ron Carmel de "World of Goo", Derek Yu de "Spelunky", Phil Fish de "Fez", Jenova Chen de "Flower", Jason Rohrer de "Passage" entre outros. Em parte estes são os jogos que dei como exemplos a seguir para a indústria nacional na conferência de há um mês atrás, o que faz deste documentário um filme ainda mais importante e totalmente obrigatório.
O filme está a ser financiado através de uma mescla entre o sistema de crowd-funding e as pré-encomendas de DVDs. É de salientar que após apenas 48 horas de ter dado entrada no Kickstarter.com, já tinha conseguido recolher 23 000 dólares. Espera-se que o filme saia no Outono de 2011, vamos aguardar porque promete.
O "Indie Game: The Movie" pretende ser um documentário sobre os videojogos, os seus criadores, e a sua arte. Através da análise do trabalho dos criadores de jogos pretende-se compreender o medium e a teoria. O filme terá uma incidência sobre os aspectos humanos do processo criativo, e as ligações que se criam entre o criador e o jogo. No vídeo abaixo a funcionar como uma espécie de trailer podemos ver uma parte da entrevista do game designer Edmund McMillen e é genial ver como um videojogo pode servir de meio expressivo a um game designer.
Entretanto e até ao momento já foram realizadas entrevistas com Tommy Refenes e Edmund McMillen de "Super Meat Boy", Alec Holowka de "Infinite Ammo", Jon Blow de "Braid", Ron Carmel de "World of Goo", Derek Yu de "Spelunky", Phil Fish de "Fez", Jenova Chen de "Flower", Jason Rohrer de "Passage" entre outros. Em parte estes são os jogos que dei como exemplos a seguir para a indústria nacional na conferência de há um mês atrás, o que faz deste documentário um filme ainda mais importante e totalmente obrigatório.
O filme está a ser financiado através de uma mescla entre o sistema de crowd-funding e as pré-encomendas de DVDs. É de salientar que após apenas 48 horas de ter dado entrada no Kickstarter.com, já tinha conseguido recolher 23 000 dólares. Espera-se que o filme saia no Outono de 2011, vamos aguardar porque promete.
maio 06, 2011
a criatividade auto-motivada, parte 2
E assim depois de termos falado da criatividade auto-motivada no âmbito musical, fica aqui um breve texto sobre uma das equipas criativas que mais me surpreendeu nos últimos anos em Portugal. Diria que estamos perante um grupo que vai além do conseguido pelos Carne P'ra Canhão em 2008.
Tenho de começar por dizer que os Clones não são um grupo recém-criado. Se só me chegaram agora, foi porque chegou agora ao YouTube a sua segunda metragem, mas estão no activo desde 2009. O seu primeiro trabalho que possui já reconhecimento internacional em vários festivais, foi Papá Wrestling (2009). No ano passado lançaram então a sua segunda curta, BLARGHAAAHRGARG (2010).
Os Clones definem-se como "uma pequena produtora em Lisboa que se especializa em filmes independentes “low-budget” (ou, para ser mais específico, “no-budget”)".
Em termos estéticos diria que os Clones apresentam uma identidade perfeitamente definida, e que passa por dois aspetos essenciais: a qualidade narrativa audiovisal, e a qualidade dos efeitos especiais.
Em termos narrativos o trabalho desta equipa foca-se sobre um campo que pouco ou nada se tem trabalhado em Portugal, que é o âmbito do gore cómico. Ou seja mesclando convenções cinematográficas do género cómico e do género de terror. Faz este cruzamento de um modo tecnicamente perfeito em termos de guião. Em momento algum deixamos de perceber em que tipo de registo estamos, e a ideia passa de forma muito fluída para o espetador. Ou seja, é pouco exigente até porque faz uso de convenções muito marcadas, mas por outro lado não deixa de ser muito eficiente.
Em termos de efeitos visuais, fiquei espantadíssimo, quando vi Papá Wrestling. Nunca antes tinha visto desmembramentos num filme nacional tão bem conseguidos. E o que mais impressiona é que não se trata aqui de uma mera cosmética de montagem, mas é o próprio trabalho físico, os materiais escolhidos que funcionam na plenitude. Existem planos com durações enormes, em que eu só pensava, "vai perceber-se, vai-perceber-se", mas mesmo assim conseguiam segurar até ao final. É sem dúvida uma das coisas mais gratificantes, ver a excelência técnica desta equipa a funcionar. Uma equipa em que um dos elementos trabalha como freelancer na área do audiovisual, o outro está a fazer o curso de cinema na ESTC, e os restantes dois estudam guionismo em Londres.
Neste segundo trabalho, BLARGHAAARHGARG, o nível técnico subiu bastante em termos de cinematografia e também de direção de atores, contudo a sua primeira obra está melhor em termos de curva dramática. Julgo também que aqui arriscaram um pouco demais com os planos médios sobre o monstro. Ainda assim é um filme muito bem conseguido e que aconselho vivamente a ver.
Tenho de começar por dizer que os Clones não são um grupo recém-criado. Se só me chegaram agora, foi porque chegou agora ao YouTube a sua segunda metragem, mas estão no activo desde 2009. O seu primeiro trabalho que possui já reconhecimento internacional em vários festivais, foi Papá Wrestling (2009). No ano passado lançaram então a sua segunda curta, BLARGHAAAHRGARG (2010).
Os Clones definem-se como "uma pequena produtora em Lisboa que se especializa em filmes independentes “low-budget” (ou, para ser mais específico, “no-budget”)".
Em termos estéticos diria que os Clones apresentam uma identidade perfeitamente definida, e que passa por dois aspetos essenciais: a qualidade narrativa audiovisal, e a qualidade dos efeitos especiais.
Papá Wrestling (2009)
Em termos narrativos o trabalho desta equipa foca-se sobre um campo que pouco ou nada se tem trabalhado em Portugal, que é o âmbito do gore cómico. Ou seja mesclando convenções cinematográficas do género cómico e do género de terror. Faz este cruzamento de um modo tecnicamente perfeito em termos de guião. Em momento algum deixamos de perceber em que tipo de registo estamos, e a ideia passa de forma muito fluída para o espetador. Ou seja, é pouco exigente até porque faz uso de convenções muito marcadas, mas por outro lado não deixa de ser muito eficiente.
Em termos de efeitos visuais, fiquei espantadíssimo, quando vi Papá Wrestling. Nunca antes tinha visto desmembramentos num filme nacional tão bem conseguidos. E o que mais impressiona é que não se trata aqui de uma mera cosmética de montagem, mas é o próprio trabalho físico, os materiais escolhidos que funcionam na plenitude. Existem planos com durações enormes, em que eu só pensava, "vai perceber-se, vai-perceber-se", mas mesmo assim conseguiam segurar até ao final. É sem dúvida uma das coisas mais gratificantes, ver a excelência técnica desta equipa a funcionar. Uma equipa em que um dos elementos trabalha como freelancer na área do audiovisual, o outro está a fazer o curso de cinema na ESTC, e os restantes dois estudam guionismo em Londres.
Neste segundo trabalho, BLARGHAAARHGARG, o nível técnico subiu bastante em termos de cinematografia e também de direção de atores, contudo a sua primeira obra está melhor em termos de curva dramática. Julgo também que aqui arriscaram um pouco demais com os planos médios sobre o monstro. Ainda assim é um filme muito bem conseguido e que aconselho vivamente a ver.
BLARGHAAAHRGARG (2010)
a criatividade auto-motivada, parte 1
Hoje foi um dia em cheio para mim, descobri dois novos talentos nacionais, o Grupo Vocal da Escola Básica 2.3. da Maia (Açores) e a produtora Clones. Os primeiros a dar cartas no campo da música, os segundos no audiovisual. O que os liga?
Primeiro são ambos "produtos" nacionais, segundo são ambos "produtos" criativos, terceiro são fruto de trabalho auto-motivado e não-remunerado, quarto dão-se a conhecer através dos meios de distribuição que a internet lhes faculta a custo zero (MySpace, Facebook, e Blogs). Só isto, é para mim mais que motivo de regozijo e felicidade. Só tenho a dizer uma coisa, viva a motivação criativa, e viva quem num país, que apenas fala de troikas e finanças, ainda empurra, faz, constrói, e dá corpo aos sonhos.
Primeiro é preciso ter em atenção que se trata de um grupo musical constituído por crianças com idades compreendidas entre os 10 e os 13 anos e em segundo lugar é um trabalho germinado numa Escola Pública Portuguesa, o que só de si é já uma vitória. Podia ter mais qualidade, pois podia, gravando num estúdio, com produção a sério. Mas o que aqui temos vai muito além do comum trabalho amador.
E sobre os Clones vejam o texto seguinte.
Grupo Vocal da Escola Básica 2.3. da Maia (Açores)
Primeiro são ambos "produtos" nacionais, segundo são ambos "produtos" criativos, terceiro são fruto de trabalho auto-motivado e não-remunerado, quarto dão-se a conhecer através dos meios de distribuição que a internet lhes faculta a custo zero (MySpace, Facebook, e Blogs). Só isto, é para mim mais que motivo de regozijo e felicidade. Só tenho a dizer uma coisa, viva a motivação criativa, e viva quem num país, que apenas fala de troikas e finanças, ainda empurra, faz, constrói, e dá corpo aos sonhos.
ERA UMA VEZ UM CAVALO, Nirvana - Smell's Like Teen Spirit, pela E.B.2.3. da Maia
O Grupo Vocal da Escola Básica 2, 3 da Maia (São Miguel - Açores), iniciou-se em Setembro de 2010 com o intuito de aumentar a oferta de actividades musicais nesta mesma escola. Actualmente é constituído por 18 elementos com idades entre os 10 e 13 anos. A principal actividade neste ano lectivo foi a criação do espectáculo "Velvet Carochinha", onde as tradicionais músicas infantis receberam uma nova "roupagem" com base nos grande hits da música rock. AC/DC, Queen, Nirvana e Led Zeppelin, entre outros, conheceram as fantásticas personagens do imaginário infantil português, dando origem a um programa de recordações únicas.
MACHADINHA - Queen - Will Rock You, pela E.B.2.3. da Maia
Primeiro é preciso ter em atenção que se trata de um grupo musical constituído por crianças com idades compreendidas entre os 10 e os 13 anos e em segundo lugar é um trabalho germinado numa Escola Pública Portuguesa, o que só de si é já uma vitória. Podia ter mais qualidade, pois podia, gravando num estúdio, com produção a sério. Mas o que aqui temos vai muito além do comum trabalho amador.
E sobre os Clones vejam o texto seguinte.
maio 02, 2011
Olha para as Estrelas, Portugal!
É um trabalho poderoso este que Matthew Brown fez sobre o nosso país. Claramente fazendo uso de uma banda sonora que por si só já nos transporta, Sarajevo de Max Richter, em clara consonância rítmica com a montagem e uma imagem tratada para servir a temática do passado e do nostálgico.
É no entanto brilhante todo o labor de edição visual e sonora, e ainda mais o espírito desprendido com que seleciona e corta. Brown escolhe muita coisa simbólica mas acaba por nos mostrar apenas rasgos, traços, restos dessas representações. Como se estivesse constantemente a fugir do chamamento da representação, do postal ilustrado que representa um lugar inequivocamente. Aqui tudo é Portugal (Lisboa na maior parte do tempo) mas também muitas vezes podia ser outro sítio. É uma viagem por dentro de uma cultura, de uma sociedade que conhecemos bem, mas que ao mesmo tempo nos parece distante, e estranha. É um olhar externo sobre nós, e é uma análise do que somos, contada de forma audiovisual.
É um trabalho que demonstra uma enorme força criativa. Alguém que tem um claro talento para literalmente "brincar" com a imagem e o som, comunicar, expressar e produzir em nós sensações. Vejam do mesmo Matthew Brown, as curtas, Sincerely, Spain, (Março 2010) e Dear Japan. (Agosto, 2010).
É no entanto brilhante todo o labor de edição visual e sonora, e ainda mais o espírito desprendido com que seleciona e corta. Brown escolhe muita coisa simbólica mas acaba por nos mostrar apenas rasgos, traços, restos dessas representações. Como se estivesse constantemente a fugir do chamamento da representação, do postal ilustrado que representa um lugar inequivocamente. Aqui tudo é Portugal (Lisboa na maior parte do tempo) mas também muitas vezes podia ser outro sítio. É uma viagem por dentro de uma cultura, de uma sociedade que conhecemos bem, mas que ao mesmo tempo nos parece distante, e estranha. É um olhar externo sobre nós, e é uma análise do que somos, contada de forma audiovisual.
É um trabalho que demonstra uma enorme força criativa. Alguém que tem um claro talento para literalmente "brincar" com a imagem e o som, comunicar, expressar e produzir em nós sensações. Vejam do mesmo Matthew Brown, as curtas, Sincerely, Spain, (Março 2010) e Dear Japan. (Agosto, 2010).
Look Up at the Stars, Portugal! (2010) e Matty Brown
maio 01, 2011
Filmes de Abril 2011
Um mês cheio de boas surpresas, a começar por Kick-Ass que me surpreendeu ao aproximar-se da linha do delicioso Scott Pilgrim (2010). Control e Flash of Genius apesar de já esperar conseguiram mesmo assim surpreender e deixar-me com uma sensação de plenitude. Por outro lado Embargo de um dos meus realizadores portugueses preferidos, António Ferreira, deixou-me um bocadinho desgostoso, acho que tinha tudo para poder ter ido mais longe em termos de narrativa, ainda assim continua a ser um bom filme. Recuando no tempo anos 60 e 50, Hud com Paul Newman e Anatomy de Preminger com um cheiro a classicismo e a surpresa de Come Back, Little Sheba. Para fechar, Tron: Legacy, que me deixou boqui-aberto em termos de estética visual, uma obra prima, a ver e a rever.
xxxxx Tron: Legacy 2010 Joseph Kosinski USA
xxxx Control 2007 Anton Corbijn UK
xxxx Kick-Ass 2010 Matthew Vaughn USA
xxxx Flash of Genius 2008 Marc Abraham USA
xxxx Hud 1963 Martin Ritt USA
xxxx Anatomy Of A Murder 1959 Otto Preminger USA
xxxx Come Back, Little Sheba 1956 Daniel Mann USA
xxx Embargo 2010 António Ferreira Portugal
xxx Edge of Darkness 2010 Martin Campbell USA
xxx L'Affaire Farewell 2009 Christian Carion France
xxx Grace is Gone 2007 James C. Strouse USA
xxx Return to Paradise 1998 Joseph Ruben USA
xx Hop 2011 Tim Hill USA
xx I Love You Philip Morris 2009 Glenn Ficarra, John Requa USA
xx Amelia 2009 Mira Nair USA
xx 15 ans et demi 2008 François Desagnat France
xx Tara Road 2005 Gillies MacKinnon Ireland
[Nota, Título, Ano, País, Realizador]
[x - insuficiente; xx - a desfrutar; xxx - bom; xxxx - muito bom; xxxxx - obra prima]
xxxxx Tron: Legacy 2010 Joseph Kosinski USA
xxxx Control 2007 Anton Corbijn UK
xxxx Kick-Ass 2010 Matthew Vaughn USA
xxxx Flash of Genius 2008 Marc Abraham USA
xxxx Hud 1963 Martin Ritt USA
xxxx Anatomy Of A Murder 1959 Otto Preminger USA
xxxx Come Back, Little Sheba 1956 Daniel Mann USA
xxx Embargo 2010 António Ferreira Portugal
xxx Edge of Darkness 2010 Martin Campbell USA
xxx L'Affaire Farewell 2009 Christian Carion France
xxx Grace is Gone 2007 James C. Strouse USA
xxx Return to Paradise 1998 Joseph Ruben USA
xx Hop 2011 Tim Hill USA
xx I Love You Philip Morris 2009 Glenn Ficarra, John Requa USA
xx Amelia 2009 Mira Nair USA
xx 15 ans et demi 2008 François Desagnat France
xx Tara Road 2005 Gillies MacKinnon Ireland
[Nota, Título, Ano, País, Realizador]
[x - insuficiente; xx - a desfrutar; xxx - bom; xxxx - muito bom; xxxxx - obra prima]
abril 30, 2011
Eurogamer #3: "Prazer nos Videojogos"
Saiu hoje o meu novo texto na Eurogamer dedicado ao modo como funciona o prazer na arte dos videojogos, dando destaque a aspetos de familiaridade e discutindo o valor das séries. Podem ler aqui.
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