abril 01, 2010

Cinema Português em 2010

Texto despoletado pelo programa Radar de Negócios de 2010.03.21, referenciado no CG Luso, a respeito da "Indústria de Cinema Portuguesa". O programa pode ser visto na integra aqui.

Sempre defendi o Cinema Português, por essa razão fui um dos responsáveis pela reactivação do festival Caminhos do Cinema Português em Coimbra em 1997, que estava parado há mais de 10 anos. O único festival inteiramente dedicado ao cinema português e que vai agora para a sua XVII edição, um festival que vai ganhando o seu espaço e criando espaço para o nosso cinema.

Um dos maiores problemas do cinema português tem sido desde sempre a falta de capacidade técnica, havendo claramente excepções em todo a história do nosso cinema. Mas durante anos tivemos incapacidade de desenvolver som directo de qualidade, e por isso este era depois ultrapassado com dobragens de som de qualidade muito medíocre. Depois as performances dos actores que se mantiveram até aos anos 90 coladas a lógicas de trabalho teatral, tão distantes da actividade de performance em cinema. A cinematografia foi outro calcanhar, raramente se viu filme nacional em que houvesse uma real preocupação com a técnica fotográfica. Para não falar de guionismo, ou tratamento visual dado aos textos, tão pobre de tão dependente do diálogo. Mas muito disto começou a mudar nos finais dos anos 90 com o aparecimento da televisão privada e de forma mais clara ainda com o aparecimento da indústria audiovisual publicitária nacional.

Quanto a ter cinema português no circuito internacional, é preciso primeiro entender a distribuição internacional, não apenas economicista mas também cultural. Do lado económico é impossível combater pesos pesados de Hollywood quando 1/3 da sua fatia vai para comercialização e distribuição, falamos de várias vezes o valor que custa toda a produção de um filme em Portugal. Depois a questão cultural, o cinema americano não é visto em todo o mundo apenas por razões comerciais, mas é-o pelo seu apelo cultural, os temas que trata e a forma como os trata ou seja, os temas são universais e estes são sempre tratados recorrendo a uma palete de emoções a estimular no espectador o mais universais (ou básicas) possíveis. A exemplo disso repare-se em Avatar (2009) e veja-se onde está o apelo do filme ao nível narrativo, na relação amorosa entre dois seres diferentes, a componente ecológica surge como adorno no momento actual da preocupação com o planeta. O mesmo tinha sido feito com The Day After Tomorrow (2004) em que o essencial rodava à volta de um pai em busca do filho e não das condições climatéricas.

Quanto à dimensão, tem muito que se lhe diga, a verdade está aí à nossa frente, os filmes do António Pedro Vasconcelos começam a pagar-se a si próprios (não sei se é contabilizado o financiamento do estado nesta equação). Já agora não fica muito bem ao António Pedro Vasconcelos dizer não existem filmes Portugueses citados em listas de 1000 ou 5000 filmes a ver, isso não é verdade de todo. Basta olhar para as listagens dos melhores filmes da década 2000-2009 em várias das revistas mais importantes de cinema dos EUA e Europa para ver como não o é.

Sobre tudo isto Orson Welles disse,
Fazer cinema é 98% do tempo à procura de financiamento e 2% do tempo a fazer filmes.
O cinema é uma arte demasiadamente cara para poder estar ao serviço de determinados caprichos pessoais, é antes de tudo o mais uma arte colectiva. E não esqueçamos que a arte foi e é antes de mais fruto de quem Encomenda, não de quem a Faz. A ideia de que o autor é o visionário e pode fazer tudo o que quer é um romantismo com pouco mais de 200 anos só aplicável à literatura e à pintura em pequena escala. Miguel Ângelo não fez o que quis na Capela Sistina, Leonardo DaVinci respondia perante os seus mecenas, etc., etc.

Contudo as revoluções tecnológicas trouxeram o cinema para novos patamares de possibilidades. Vejam-se casos como 405, World Builder, ou Ataque de Panico!. E já agora porque não pesquisar no YouTube os milhares de trabalhos que vão sendo feitos por esse mundo fora, com 1, 2 ou 3 pessoas. Tudo depende de cada um de nós, da nossa criatividade, que depende do nosso investimento, que depende do nosso entusiasmo, que depende da nossa motivação...

março 27, 2010

Entrevista a Carlos Cidrais (artista 3d)

Resolvi lançar o repto de uma entrevista vídeo ao Carlos Cidrais que aceitou de bom grado. Não tenho o prazer de o conhecer pessoalmente, apenas nos conhecemos online, via blog e LinkedIn. Descobri entretanto que o Carlos tinha criado um grupo no LinkedIn para artistas 3d a trabalhar fora de Portugal, e que depois disso resolveu criar um outro grupo mais abrangente, o CG Luso. O grupo é uma boa âncora para todos os profissionais, estudantes e professores de animação digital que trabalhem desde os videojogos, à publicidade, cinema, televisão ou web. O CG Luso foi criado apenas no passado dia 15 de Março pelo Carlos e conta já com 105 membros. Sendo uma área ainda em desenvolvimento em Portugal, este é um número relevante e que mostra que afinal há vida no 3d português.
Carlos Cidrais foi Director Técnico de Iluminação em Clash of the Titans (2010), filme que estreia nos EUA no próximo dia 2 de Abril

O que me levou a pedir esta entrevista ao Carlos foram duas simples razões, a primeira foi ter uma experiência profissional na área já bastante rica. A segunda o facto de ter investido também bastante na sua formação académica. Para além da normal licenciatura, realizou ainda o mestrado e depois disso continua a fazer formações altamente especializadas para poder melhorar o seu rendimento. Estas duas características fizeram-me pensar que tínhamos aqui uma pessoa bastante pro-activa, uma pessoa que poderia dar algo a aprender a quem visse a entrevista.
Depois de ver o resultado da entrevista no vídeo fiquei muito satisfeito, é posto bem a claro a importância dos estudos e da pro-actividade. É tão bem evidenciada a necessidade de uma maior aproximação do ensino académico à indústria, e ao mesmo tempo algumas razões para as suas falhas. Por outro lado evidencia-se a necessidade de grande especialização em detrimento da banda-larga tão propalada nos tempos que correm.
Antes do vídeo da entrevista e para quem ainda não conhece o trabalho do Carlos, vale a pena ver o seu reel mais recente,



E agora sim, as perguntas e o vídeo com as respostas.

. Como é que começaste na animação?
. Onde fizeste a Universidade?
. Valeu a pena?
. O que é que pensaste quando acabaste o curso?
. Tinhas alguma ideia para onde irias quando acabasses a Universidade?
. Surpreende-te estar onde estás hoje? E gostas de aí estar?
. Quantas horas trabalhas por dia?

março 25, 2010

Listas da Produção Nacional

Esteve ontem reunida a direcção da Sociedade Portuguesa de Ciências dos Videojogos e foi discutido, entre muitas outras coisas a criação de um directório das instituições que leccionam videojogos ou áreas conexas mais abrangente do que o que já dispomos em Ensino. Neste sentido lembrei-me da minha recente lista sobre os Artistas 3d PT e sua actualização e expansão para Animação Digital e Efeitos Visuais. E veio-me mais uma quantas ideias de listas à cabeça a fazer lembrar a Vertigem das Listas do Eco.
O objectivo seria então lançar um grande Directório Nacional sobre a área e disponbiliza-lo no sítio da Sociedade, público no que toca às pessoas individuais, havendo depois alguns requisitos no que toca a empresas e instituições, pelo menos para a criação dessa lista pública e sua manutenção actualizada. Vejamos então as listas que se poderiam criar, tendo sempre em conta que o que interessa aqui é a disseminação de informação relativa ao nacional, a pessoas e produção nacional. Seriam profissões ligadas aos Videojogos que pelo facto de se tratar de uma profissão altamente MULTIDISCIPLINAR cria todo um universo de áreas e necessidades que vão desde o Design à Arte, passando pela Programação .

Agradeço a todos os que me possam fazer chegar nomes para cada uma destas listas, assim como correcções ou adições a estas listas. Podem enviar-me a informação por e-mail, comentário blog, no facebook ou no linkedin. Se isto se afigurar com pés para andar podemos pensar na eventual criação de um projecto financiado para funcionar como Observatório das áreas. Existem já várias pessoas com as quais conversei com interesse em participar nesse eventual Observatório. Então teríamos:


Individual
. Criadores e Autores (designers de: gameplay, interactividade, sistemas, scripting, UI e conteúdos...).
. Artistas (Texturização, Ambientes, Iluminação, Modelação, Rigging, Ilustração digital, Animação Digital, Efeitos Sonoros, Guionistas, Composição Visual e Realizadores de Cutscenes...).
. Programadores (Rendering, AI, Ferramentas, Bases de dados e Redes...).
. Académicos (Professores e Formadores de qualquer uma das áreas acima enunciadas...).


Arte e Trabalhos
. Videojogos,
. Videos e Reels
. Efeitos e Bandas Sonoras,
. Conceitos, Artigos e Guiões


Institucional
. Universidades e Politécnicos (que leccionem: Videojogos, Animação, Motion, Efeitos Visuais e Sonoros, Programação para Animação e Conteúdos interactivos...).
. Laboratórios e Unidades de Investigação
. Empresas de Formação (que leccionem: Videojogos, Animação, Motion, Efeitos Visuais e Sonoros, Programação para Animação e Conteúdos interactivos....).
. Empresas Portuguesas (Videojogos, Animação, Motion Graphics, Programação, Aplicações e Conteúdos Interactivos...).


Informação produzida por Portugueses
. Blogs e Sítios de discussão Portugueses de Referência
. Canais YouTube, Vimeo, Daily Motion, etc
. Associações e Sociedades
. Revistas, Fanzines, Webzines
. Programas de financiamento e apoios ao desenvolvimento
. Conferências e Encontros

março 23, 2010

Bafta Videojogos 2010

Por um lado parecia quase uma sessão de distribuição de prémios por todas as aldeias, mas se atentarmos, temos algumas surpresas, e a principal é sem dúvida o Best Game que vai para Batman: Arkham Asylum (2009).
Outra surpresa a ausência de qualquer prémio para Assassin’s Creed II (2009), já muito menos surpreendente os 4 prémios para Uncharted 2: Among Thieves visto as 11 nomeações que tinha.
Adorei ainda dois outros prémios o de Artistic Achievement para Flower (2009) excelente e o prémio carreira Fellowship para Shigeru Miyamoto.

Na apresentação do prémio a Miyamoto é dito que Mario é um dos personagens mais reconhecidos na Terra só superável pelo Mickey, o que acredito ser verdade, a julgar pelos pequenitos que tenho cá em casa. E que provavelmente "Myamoto poderá ser responsável pelo consumo de maior número de milhões de horas de tempo humano em toda a história" o que também acredito. Se tivermos em conta Mario, Zelda e a Wii, muito dificilmente se poderá encontrar outra criação ou criações da mesma pessoa que supere o tempo que lhes é ou foi dedicado, tendo em conta toda a população e claro exceptuando as religiões e os seus cultos.

Miyamoto tem recebido imensos prémios e reconhecimentos desde a Ordre des Arts et des Lettres em França em 2006, ao primeiro lugar na lista da TIME das "100 Most Influential People of 2008".

Aqui fica um compacto da sessão de entrega dos 6th British Academy Video Games Awards decorrida a 19 Março 2010.

março 22, 2010

"Jogar o mundo"

Trago duas conferências que nos levam no mesmo sentido, e que são obrigatórias no contexto actual da tecnologia, do online e da produção digital. Jane McGonigal, autora do famoso ARG i love bees (2004) traz algo verdadeiramente radical mas que parece estar a explodir em tudo quanto é discurso académico sobre os videojogos por parte de académicos que são também designers de jogos. Falo também de Jesse Schell e Lee Sheldon.
Antes de entrar no discurso de Jesse, dizer que Lee Sheldon começou a avaliar os seus alunos na Universidade de Indiana através do sistema de pontuação de World of Warcraft, XP (experience points).

Students commenced the program as avatars at level one, which corresponded to zero XP and a grade of 'F'. They gained XP by completing 'quests', 'fighting monsters' and 'crafting'-- in other words, giving presentations, sitting quizzes and exams, and handing in projects.

Like in the popular online game World of Warcraft, the students were grouped into 'guilds' and had to complete quests solo, as guilds, or as 'pick up groups' with members of other guilds.

Por outro lado Jesse Schell fez uma apresentação na DICE 2010 e criou um buzz enorme ao anunciar que estamos a um passo de tornar um mundo inteiro num grande jogo, "gamefying the world" (Koster, 2010). Com exemplos como "receber pontos por cada vez que lavamos os dentes" ou por "cada vez que tomamos os cereais de manhã". No vídeo abaixo Schell diz-nos

"that the achievements and incentives that have wired us into playing Facebook games compulsively will soon be built into everything. Your toothbrush, for instance, will give you 10 achievement points for brushing your teeth in the morning, Schell said. Then it will give you more points for brushing for the right amount of time. Then it will give you points for brushing every morning in a week.

You may also get credit for eating your Corn Flakes. If you take the bus to work, your local government will give you 10 achievement points for reducing traffic. You will get credit for walking to work, as your digital shoes will testify. If you kid gets straight A’s on a report card, he or she will get 2000 points. And the Obama administration will give you 5,000 points for being a good parent."

Nesta comunicação de Schell vale a pena atentar também no seu discurso quando este fala da divergência da tecnologia, por oposiçõa tão proclamada convergência durante anos. Dando a excepção do iPhone e explicando o motivo da sua divergência funcional face ao iPad.

E depois de terem visto a iluminada palestra de Schell, de 28 minutos, segue-se a magnífica comunicação TED de Jane McGonical. E se Schell acaba a sua conferência a dizer que podemos utilizar todos estas mecânicas de jogo para nos levar a ser melhores pessoas no mundo, Jane vai exactamente no mesmo sentido mas ainda mais longe, e começa por dizer,
Right now we invest 3 billion hours weekly playing online games... I believe if we want to survive the next century on this planet we need to increase this ammount to 21 billion hours of gameplaying a week by the end of the next decade.

While playing online games... we are evolving to be a more collaborative and hearty species. This is true. I believe this. But what exactly are games getting good at?

1. Urgent Optimism - uma auto-motivação extrema.
2. Social Fabric - construir relações sociais fortes, baseadas na confiança.
3. Blissful Productivity - ter prazer enquanto se trabalha.
4. Epic Meaning - a construção de algo visionário e transcendente.
Segundo McGonigal os jogadores são "super-empowered hopeful individuals". São individuos que acreditam que são capazes de individualmente mudar o mundo. Deixo os links para os três jogos que ela desenvolveu entretanto tendo em conta estas ideias: World Without Oil (2007); Superstruct (2008) e Evoke (2010).


Muito destas duas palestras faz sentido, mas acima de tudo não esqueçamos que estes modelos não são exclusivos do jogo, são antes parte do nosso sistema biológico e cognitivo que nos foi destinado por forma a realizarmos uma boa gestão da nossa sobreviência enquanto espécie.

março 20, 2010

Artistas Portugueses de Animação Digital e Efeitos Visuais

No meu antigo post sobre os artistas 3d nacionais recebi vários comentários com nomes adicionais, alguns dos quais foram actualizados no próprio post, mas julgo que os nomes que me chegaram entretanto já justificam novo apontamento. Mais do que isso a qualidade dos talentos que entretanto descobri deixaram-me completamente estupefacto. Desconhecia a existência de tantas pessoas a trabalhar na indústria de efeitos visuais e animação digital fora de Portugal, nomeadamente em Inglaterra.

Muitos deles foram para UK fazer mestrados em Visual Effects, Scenography, Digital Effects, etc. Outro formaram-se em Portugal e rumaram ao estrangeiro para trabalhar em empresas como Framestore, Double Negative, Crytek, ILM, etc. Outros trabalham em Portugal na Ingreme, Seed Studios, Pato TV, BlueShark Studio, etc.


Algumas destas pessoas trabalharam em filmes como: 007 - Quantum of Solace (2008), 2012 (2009), Sherlock Holmes (2009), Where the Wild Things Are (2009), UP (2009), Wolfman (2010), Prince of Persia: The Sands of Time (2010), Clash of the Titans (2010).


Para saber mais, e entrar em contacto directo com esta comunidade foi criado há poucos dias o grupo CG Luso no LinkedIn pelo Carlos Cidrais. Com este grupo espera-se a criação de uma plataforma de contacto consistente e capaz de fomentar a troca de ideias assim como potenciar a colaboração, seja entre artistas a trabalhar em solo nacional, seja no estrangeiro.

Fica aqui uma lista mais exaustiva de pessoas que trabalham na área em Portugal e no estrangeiro, com links para páginas onde se podem consultar portefólios e reels, assim como links para as empresas no estrangeiro e em Portugal, correndo sempre o risco de deixar muitas pessoas de fora.

Tenho de agradecer aqui ao Carlos Cidrais que fez o favor de me fazer chegar a grande maioria de nomes e links, e corrigir grande parte das empresas. Este post é em parte fruto de uma autoria partilhada com ele. Sobre as empresas onde trabalham os artistas, disse,
"A nossa área é muito fluida, os artistas saltam muito de estúdio em estúdio (eu incluído ) de modo que compreendo que seja complicado manter um registo actualizado."
Ficamos muito impressionados ao olhar para esta lista com o facto de UK aparecer com tanta predominância, começa a perceber-se porque temos tão pouco 3d em Portugal, a grande maioria dos nossos artistas está no estrangeiro. Veja-se esta afirmação do Carlos Cidrais num post no Dimensao3.com "a dada altura eramos 9 portugueses a trabalhar na Framestore !". Nove portugueses com estas qualificações numa só empresa é um número muitíssimo elevado.

Afonso Salcedo - Pixar (EUA)
André Pinguinha - freelancer (Portugal)
Andre Silveira - freelancer (Portugal)
Artur Leão - Ingreme (Portugal)
Bruno Lopes
- Arqui300 (Portugal)
Bruno Mayor - Dandelion Studios (UK)
Bruno Simões - MPC (UK)
Carlos Cidrais - freelancer (UK)
Carlos Correia - Locomotion London (UK)
Carlos Santos - Generator Post (Finlandia)
Claudio Jordão - KotoStudios (Portugal)
Daniel Durão
- Universal Production Partners (Republica Checa)
David Anastácio
- Illusive Studios (Portugal)
Diogo Valente - Dreamlab (Portugal)
Diogo Vieira - Visual Labs (Portugal)
Duarte Victorino - Partizan (UK)
Fábio M. Silva - Guerrilla-Games, SCEE (Holanda)
Fernando Martins - freelancer (Portugal)
Filipe Carvalho
- Ate ao Fim do Mundo (Portugal)
Francisco Paim - Prime advertising (Portugal)
Helder Lopes - Seed Studios (portugal)
Helder Pinto - Crytek (Alemanha)
Hélder Real - freelancer (Portugal)
Hugo Guerra
- Jellyfish Pictures (UK)
Hugo Kiekeben - Generator Post (Finlandia)
Hugo Silva - Prime Advertising (Portugal)
Ivo Sousa - freelancer (UK)
João Sapiro Vaz Josue - 3 Points Studios (Espanha)
João Seabra - Jump Willy (Portugal)
Jorge Pimentel
- Framestore (UK)
Jose Carlos Poeiras - Pura Imagem (Portugal)
Luis Cardoso - SSY London (UK)
Luís Miguel Duarte
- YDreams (Portugal)
Luís Mouta - freelancer (Portugal)
Marco Ferreira - SIC (Portugal)
Marco Godinho - Axis Animation (UK)
Marco Leal
- freelancer (Portugal)
Marco Peixoto - BlueShark Studio (Portugal)
Marco Vale - GS - Vortix Games Studios (Portugal)
Mario Domingos - Pato TV (Portugal)
Miguel Angelo
- freelancer (Portugal)
Miguel Garção - Biodroid Entertainment (Portugal)
Miguel Madaíl de Freitas - freelancer (Portugal)
Nelson Painço
- Arqui300 (Portugal)
Nuno Conceição - Illusive Studios (Portugal)
Nuno Moreira - freelancer (Portugal)
Omar Fernandes
- freelancer (Portugal)
Paulo Silva
- Zona Paradoxal (Portugal)
Pedro Mota Teixeira
- freelancer (Portugal)
Pedro Murteira
- freelancer (EUA)
Pedro Pinto - freelancer (Portugal)
Pedro Santos - Double Negative (UK)
Ricardo Megre - freelancer (UK)
Ricardo Silva - MPC (UK)
Rodrigo Lacerda - Zed Filmes
Rui Romano - Ingreme (Portugal)
Sandro Henriques
- Cinesite (UK)
Sergio Duque
- freelancer (Portugal)
Tiago Santos
- CIS Vancouver (Canada)
Tiago Beijoco -
BlueShark Studio (Portugal)

Se separo os nomes das mulheres é apenas para reforçar a ideia de que apesar de ser uma área que tem sido fortemente dominada por homens, é muito bom ver mulheres portuguesas a aparecer e a impor-se no meio. Por isso aqui ficam alguns dos nomes,

Ana Gomes - Double Negative (UK)
Ana Luisa Santos - freelancer (Canada)
Ana Mestre - Double Negative (UK)
Claudia Carvalho - Uli Meyer Animation Studios (UK)
Joana Garrido - Lucasfilm Animation, ILM (Singapore)
Anabela Faria - freelancer (Portugal)
Sandra Murta -
MPC (UK)
Sandra Pinto - freelancer (Portugal)
Caroline Pires - freelancer (UK)



E agora alguns showreels, existem muitos mais online, praticamente cada artista tem o seu reel online, uma vez que esta é uma peça fundamental dos CVs desta área.

março 14, 2010

Conversas na Aldeia Global: Realidade Virtual


Esta quinta-feira 18 de Março, pelas 21H30 vou participar numa sessão do 5º ciclo de Conversas na Aldeia Global organizadas pela Câmara Municipal de Oeiras, dedicado à Realidade Virtual. Mais informação pode ser obtida no blog do evento.
A eclosão do mundo digital no séc. XX veio impulsionar a gradual familiarização com os cenários simulados da realidade virtual e 3D. Como uma interface para aplicações computacionais, estes cenários permitem ao participante fazer uso dos seus sentidos e imergir, explorar e interagir com os dados do sistema num ambiente sintético tridimensional, em tempo real. Proporcionando meios mais interessantes de aprender, trabalhar e de entretenimento, as tecnologias 3D e os videojogos abrem caminhos paralelos, permitindo-nos viver nestas “realidades aumentadas”.

março 12, 2010

no caminho, sem nada nem ninguém

Para Kenneth Turan do Los Angeles Times
"Up in the Air makes it look easy. Not just in its casual and apparently effortless excellence, but in its ability to blend entertainment and insight, comedy and poignancy, even drama and reality, things that are difficult by themselves but a whole lot harder in combination. This film does all that and never seems to break a sweat."
Isto define verdadeiramente o que se sente ao passar pelo filme. Uma leveza transportada por um fluxo cristalino de quem sabe o que quer em cena, e em que os actores acompanham e imprimem a sua marca. No conteúdo, Jason Reitman define-o como
"The movie is about the examination of a philosophy. What if you decided to live hub to hub, with nothing, with nobody?"
É um filme que representa uma actualidade pesada a partir de uma perspectiva despegada com fortes doses de ironia. É sobre alguém que passa a vida entre locais, no caminho, e que se tornou profissional disso mesmo, da viagem. A forma como o consegue é esvaziando o seu backpack de todo e qualquer peso relacional, em troca todos os seus esforços se dirigem para o status do cartão de plástico.


Por outro lado o filme retrata os momentos de desespero das pessoas quando atravessam o despedimento, e são forçadas a esvaziar o seu backpack sem o terem desejado. Percebo ambos os lados e talvez por isso me tenha tocado tanto o filme. O retrato do profissional da viagem faz-me lembrar os rituais que cumpro nos aeroportos e hotéis por onde vamos passando, de tão parecidos, só mostram o vazio humano que carregam, seja na Europa, África, Américas ou qualquer outro continente. Apenas isso, porque de resto tenho alguma aversão à história dos cartões de milhas um pouco como todos os cartões de pontos e promoções de qualquer loja, porque não passam de meios de fidelização ao consumo, parecendo oferecer algo que nos sai sempre, mais tarde ou mais cedo do bolso. Depois o despedimento é sem dúvida um dos embates mais complicados que o ser humano tem de atravessar numa sociedade de consumo como a nossa em que só existimos se pudermos pagar a nossa existência.


A cereja em cima do bolo é conseguida com aquela ideia completamente peregrina de que a tecnologia tudo pode. Julgo que o filme deveria tornar-se um elemento de estudo de caso para aqueles que ainda acreditam que o E-Learning é resposta para todos os nossos problemas no ensino.


Finalmente a força da composição dos personagens femininos do filme que mostram toda uma nova sociedade em pleno 3º milénio.

a Motivação pelos jogos, não a Educação

Entrevista de Will Wright sobre os videojogos educacionais para o The Chronicle of Higher Education. Concordo a 100% com a frase abaixo e por isso tenho uma perspectiva tão crítica sobre a forma como os estudos da Literacia dos Media/Artes (Cinema, Videojogos) se imiscuem com a Educação.
"...best use of games isn't such for education as it is for motivation." Will Wright

[a partir de a partir de Culturtainment]