Publicidade cinematográfica e ideológica contra Trump
As últimas semanas foram muito férteis em anúncios com temas de fundo sobre união, cooperação, colaboração (Coca-Cola, Corona, Budweiser) tudo contra os instintos individualistas, xenófobos e racistas promovidos por Trump. Mas nada supera a campanha criada pela 84 Lumber, uma empresa de construção civil americana familiar. O filme é tão forte, ideologicamente, que a Fox e a NFL proibiram o anúncio. Em resposta, a empresa dividiu o anúncio em duas partes, colocando na televisão apenas a primeira parte, introdutória, e a segunda, de desenvolvimento e clímax, passou para o online. Resultado, o site da empresa não consegue ser acessado com a quantidade de pessoas que quer ver o filme, e quer saber mais sobre a empresa.
Em termos narrativos, nada podia ter sido melhor feito. O filme introdutório que surge nos ecrãs de televisão é excelente no modo como apresenta ao que vem, e cria uma necessidade atroz no espetador de querer saber o que vai acontecer àqueles personagens. O facto de o anúncio ter sido banido ajuda ainda mais à causa, criando a vontade de saber o porquê, conhecer e estar a par. Nada é mais apetecível que o proibido ou banido.
Primeira parte. Anúncio passado na televisão durante o Super Bowl 2017.
E tudo seria apenas isso, uma boa campanha de teasing, recorrendo ao melhor do suspense e mistério para captar a atenção, mas não é apenas isso. Aquilo que a 84 Lumber faz, o fechamento da narrativa, o clímax, e tudo aquilo que ele representa politicamente, é simplesmente brutal. É uma chapada na cara de Trump, Bannon e toda a ala da extrema direita republicana.
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