The Adventures of Tintin: The Game (2011) pode não ser um grande jogo mas conseguiu capturar o tom do universo ficcional, tanto graficamente como do ponto de vista narrativo. Por várias vezes nos sentimos devolvidos ao mundo imaginário dos livros de Hergé, nomeadamente no modo como se desenha a aventura, assim como nas nuances do comportamento do próprio Tintin. É um jogo para crianças, como tal não se deve esperar emoções fortes ou gameplay complexo. Baseado num filme graficamente muito conseguido, o videojogo não lhe fica atrás em nada.
Teria sido interessante uma abordagem mais transmedia e menos adaptativa. No sentido em que o jogo se limita aos eventos do filme, e a levar-nos através do mesmo permitindo alguma interactividade com a representação. Está claramente dentro do nível de merchandising, tal como o livro da história do filme. Nada de novo nos é servido, apesar de tudo, e tendo em conta o público-alvo vale a pena pelo acesso interactivo gerado ao universo visual e narrativo, que estende a experiência do filme. O modo história é demasiado curto para o tipo de emocionalidade desenvolvida, mas o jogo permite voltar ao universo para realizar novas missões e desafios.
Em termos de gameplay temos ao longo do jogo um cruzamento interessante entre plataformas 2d e a acção em 3d. As plataformas parecem desenhadas como de quadros dos livros se tratassem, enquanto a acção 3d se aproxima do 3d do filme de Spielberg. O melhor do design está nos momentos cooperativos com Haddock e nas trocas de personagem jogável com Snowy. O que menos gostei foram as aventuras do pirata, o bisavô do capitão Haddock. A sua contribuição é pouco apelativa, mas pior é que a interacção está terrivelmente mal conseguida no caso das lutas com espadas. Percebi entretanto que estas partes tinham sido desenhadas para o comando Move, ainda assim não existe desculpa para uma implementação tão má para o dualshock.
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