janeiro 23, 2010

SuperFreakonomics - Obrigatório


Depois de ter lido Freakonomics (2005) e ter gostado resolvi dar hipotese à segunda investida dos autores, ainda que não ache grande ideia o seriado em livro. O inicio do livro pareceu-me uma colagem ao primeiro livro e senti que nem ia passar disso, mas a 3/4 o livro abre-se e leva-nos.

Para todos os que trabalham com ciências sociais, este é um livro que proporciona interessantes rasgos interpretativos sobre a variável humana. Sempre de uma perspectiva macro Steven Levitt e Stephen Dubner abre-nos um mundo novo, perfurando mitos e metanarrativas instaladas na esfera ideológica. Temas como a Prostituição, o Terrorismo, a Medicina, a Segurança Automóvel e das Crianças, e o Aquecimento Global são aqui discutidos e interpretados à luz de muita estatística, muita informação de base e uma capacidade fora do comum para interpretar dados.

Fiquei impressionado quando a dupla tentou realizar um experimento nos EUA com as cadeirinhas de crianças no sentido de descobrir a sua eficácia acrescida, ou não, face ao uso do regular cinto que vem com os carros e a grande maioria dos institutos de testes de automóveis se recusou a realizar o teste com receio das represálias da indústria que fabrica as ditas cadeirinhas.

Depois a "verdade" sobre o impacto e a evolução da prostituição na sociedade; assim como da elevada educação dos terroristas; do efeito da televisão na emancipação da mulher na Índia rural; ou por outro lado da fraca responsabilidade ética por parte dos médicos no que toca à desinfecção das suas mãos. Mas mais impressionante é a quantidade de informação que nos é despejada com as outras perspectivas sobre o que está acontecer com o Aquecimento Global, a comparação entre a produção de CO2 pelos meios transportes e a produção de metano pelas vacas. Depois o alerta sobre a plantação de árvores na Europa. Já lá vão mais de 10 anos quando um director da Direccção Geral de Florestas me disse para um pequeno filme que realizava que as florestas na Europa não estavam a desaparecer mas antes pelo contrário estavam a aumentar e que isso poderia ter implicações nos ecossistemas.

Mesmo no epílogo quando Levitt discute a possibilidade de criação de um mundo económico por parte de qualquer outra espécie deixa-nos completamente sem palavras.

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