outubro 20, 2007

a ilusão de Escher

Echochrome parece uma resposta a muitas cabeças, nas quais me incluo, que sempre procuraram respostas para as narrativas interactivas nos universos de MC Escher. Aliás aqui há uns dois anos um ex-colega de curso fez, na senda do livro Godel, Escher, Bach: An Eternal Golden Braid (obra em profundidade sobre o conceito de emergência) um filme de animação 3d tendo por base exactamente o trabalho de Escher, nomeadamente a litografia Relativity (1953) e que se pode ver aqui em baixo.


Relatividade (2005) de Luís Mouta

Echochrome, não revoluciona nada, nem sequer o pretende, no entanto vem relembrar uma vez mais que a beleza de um jogo pode estar a apenas na sua composição formal. O facto é que estamos perante um novo formato de puzzle que foi capaz de tirar partido das distorções da realidade criadas por Escher e assim desenvolver todo um novo modo de jogo. Controlamos a realidade e não o peão (não é um personagem), movemos o mundo para que este, ainda que distorcidamente, possa "funcionar" em função do peão. O conceito não está longe dos jogos de tabuleiro em que temos de mover o tabuleiro para que as pequenas esferas se desloquem num labirinto evitando cair em buracos ou então procurar mesmo que estas caiam preenchendo os buracos até não existir mais esferas sem lugar. Apesar de próximo, o efeito é novo e mais interessante, acima de tudo porque o ambiente e as tarefas a executar se complexificaram com a tridimensionalidade, mas não só, com o facto de as próprias estruturas eschianas nem sempre serem fáceis de interpretar e desse modo permitir rápidas reacções às necessidades do jogo.

Echochrome provavelmente terá um maior valor quando jogado na consola portátil (PSP) do que feito o download para jogar no sofá (PS3). Isto porque sendo um jogo de níveis pequenos e rápidos, adapta-se muito bem às necessidades do jogo em deslocações.

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