Tony Scott morreu hoje com 68 anos, e ao que tudo indica foi suicídio, saltou da ponte Vincent Thomas em LA. Estou chocado, e só isto me fez interromper a pausa neste blog.
Vi todos os seus filmes, apesar de nunca me ter assumido um seu fã, mais porque adorava o trabalho do seu irmão, e por comparação, nunca consegui colocar o Tony Scott ao nível de Ridley Soctt. Apesar de operarem temáticas bastante distintas no início, uma simples comparação por exemplo entre
Someone to Watch Over Me (1987) de Ridley e
Revenge (1990) de Tony, dois filmes que se podem comparar no género, dá para ver de imediato o que eu sentia falta em Tony. Ridley sempre foi fabuloso em termos expressivos visuais, a sua formação de base em Pintura permitia-lhe brincar com a luz de uma forma inigualável, os brilhos, a saturação da cor, a sombra sobre o que não interessava e a forte iluminação sobre o que era importante. Tony por outro lado assumia um carácter muito mais naturalista na luz, menos expressivo, fazendo-se valer da acção criada no ecrã, em vez da estética visual.
Top Gun (1986)
Em termos metafóricos podemos dizer que era menos intelectual que Ridley, mas completamente hiperactivo. Um dos elementos centrais de Tony Scott tem sido e com forte acentuação nos seus últimos filmes a corrida contra o tempo. Com isso criava um verdadeiro frenesim visual e sonoro, experiências cinematográficas inesquecíveis. Em certa medida podemos ver o Tony Scott como um mentor de Michael Bay.
Enemy of the State (1998)
Por outro lado era um realizador adorado pelo público e também por uma grande parte da crítica, aliás só isso explica que tenha conseguido realizar 16 filmes de grande orçamento, com grandes estrelas de hollywood. É uma produção impressionante criada ao longo de quase 30 anos, dá um filme de grande produção a cada 2 anos.
- Unstoppable (2010)
- The Taking of Pelham 1 2 3 (2009)
- Deja Vu (2006)
- Domino (2005)
- Man on Fire (2004)
- Spy Game (2001)
- Enemy of the State (1998)
- The Fan (1996)
- Crimson Tide (1995)
- True Romance (1993)
- The Last Boy Scout (1991)
- Days of Thunder (1990)
- Revenge (1990)
- Beverly Hills Cop II (1987)
- Top Gun (1986)
- The Hunger (1983)
True Romance (1993)
Praticamente todos os seus filmes foram sucessos de bilheteira. Por outro lado alguns dos seus filmes transformaram-se em filmes de culto:
The Hunger com David Bowie e Catherine Deneuve e
True Romance com guião de Quentin Tarantino. Eu apesar de não ser um fã acérrimo, gostei de quase todos os seus filmes, talvez o menos conseguido tenha sido
Revenge. De todos gostei do
Top Gun quando saiu, podemos quase comparar Top Gun a uma canção pop dos anos 1980, sendo hoje um filme indissociável dessa década. Contudo os seus melhores trabalhos além das duas obras de culto, são para
mim
Enemy of the State e claro
Man on Fire. Gostei bastante também de
The Fan com De Niro, de
Deja Vu com Denzel Washington e
The Taking of Pelham 123 com Travolta, embora estes dois últimos estejam já demasiado carregados de uma estética visual que difere da sua marca, fruto da atual excessiva "maquilhagem" em pós-produção de Hollywood.
Man on Fire (2004)
Tony Scott foi responsável por dar lugar a uma geração inteira de actores negros de Hollywood, começando com Eddie Murphy em
Beverly Hills Cop II, passando por Damon Wayans em
The Last Boy Scout, Will Smith em
Enemy of the State e trabalhando umas impressionantes 5 vezes com Denzel Washington em
Crimson Tide, Man on Fire, Deja Vu, The Taking of Pelham 1 2 3, Unstoppable.
Tony Scott marcou e marcará a história de Hollywood por muitos anos.