Aqui há dias deixei aqui um post sobre a nova TV da Philips 21:9, ou seja 2.35, ou seja cinemascope puro. Agora trago o spot publicitário desenvolvido para o media online apenas e o seu making-of. O spot tem cerca de 2 minutos e está impressionante. Mais uma vez usa-se uma técnica que permite ver a realidade a partir de um ângulo impossível. E neste caso já até já conhecemos a estética, que vem do conhecido efeito Matrix, mas aqui o efeito prolonga-se temporal e espacialmente o que obriga a toda uma diferente abordagem e nos interroga. Aconselho vivamente a verem o filme no próprio site da Philips.
Ouvindo a entrada do making-of dizer que participou no desenvolvimento do spot, uma equipa de mais de 100 pessoas (ao contrário do anterior filme que aqui apresentei praticamente concebido por apenas uma pessoa), 3 gruas, 3 dias de rodagem e 5 dias de pós-produção tudo para construir uma publicidade a um novo ecrã que terá dificuldade de penetrar as massas e ainda para mais em ambiente online apenas, é impressionante.
No making-of tiramos as dúvidas e percebemos como foi conseguido, também graças a uma técnica usada extensivamente em matrix que passa por suster os actores através de fios e no final eliminar os fios. Mas uma parte do truque que gostei de ver foi o facto de filmarem com e sem actores para depois poder sobrepor e assim gerar um maior efeito de "estaticidade", e que se sente na visualização.
maio 16, 2009
maio 11, 2009
Sebastian's Voodoo
O trabalho que aqui vos trago foi-me enviado pelo João Martinho a quem agradeço a colaboração. Sebastian's Voodoo de Joaquin Baldwin é um trabalho audiovisual com componente 3d, de qualidade magistral.
Começando pela forma, temos um belíssimo trabalho de character design conseguido com os bonecos de voodoo, tanto pela sua estética, o uso da textura de saco de pano e a sua animação gerada toda com grandes contornos arredondados, ao modo como se expressam sem falar, o modo como nos contagiam e nos fazem construir empatias é muito bem conseguido. Em segundo lugar a atmosfera, toda ela do início ao final está perfeitamente desenhada, desde o humano do qual não conseguimos ver o rosto, ao detalhe final da porta aberta e a entrada de luz é excelente. Por fim a narrativa, que em minha opinião é o que lidera todo o conjunto de forma muito coerente e consegue todas aquelas emoções nuns míseros 3 minutos e meio. Desde a caracterização dos personagens, à construção da interacção entre eles e com o "inimigo" até à criação de suspense, ou seja de retenção e libertação de informação nos momentos chave, conseguindo ainda com isso elevar o personagem de "um entre muitos" a herói. A música não sendo algo brilhante, enquadra bem a atmosfera remete para os ritmos africanos do voodoo e funciona em plena harmonia com as necessidades da narrativa.
Vejam porque vale a pena ser visto e revisto, e diria até que para os meus alunos que seguem este blog vejam várias vezes este filme porque têm aqui muito para aprender. E já agora, não que alguém me tenha pedido mas porque sinto que o merece, votem no filme no YouTube. O filme está a participar num concurso organizado pelo National Film Board of Canada, com o Cannes Short Film Corner em parceria com o YouTube e os votos serão contabilizados apenas até ao dia 20 deste mês.
Começando pela forma, temos um belíssimo trabalho de character design conseguido com os bonecos de voodoo, tanto pela sua estética, o uso da textura de saco de pano e a sua animação gerada toda com grandes contornos arredondados, ao modo como se expressam sem falar, o modo como nos contagiam e nos fazem construir empatias é muito bem conseguido. Em segundo lugar a atmosfera, toda ela do início ao final está perfeitamente desenhada, desde o humano do qual não conseguimos ver o rosto, ao detalhe final da porta aberta e a entrada de luz é excelente. Por fim a narrativa, que em minha opinião é o que lidera todo o conjunto de forma muito coerente e consegue todas aquelas emoções nuns míseros 3 minutos e meio. Desde a caracterização dos personagens, à construção da interacção entre eles e com o "inimigo" até à criação de suspense, ou seja de retenção e libertação de informação nos momentos chave, conseguindo ainda com isso elevar o personagem de "um entre muitos" a herói. A música não sendo algo brilhante, enquadra bem a atmosfera remete para os ritmos africanos do voodoo e funciona em plena harmonia com as necessidades da narrativa.
Vejam porque vale a pena ser visto e revisto, e diria até que para os meus alunos que seguem este blog vejam várias vezes este filme porque têm aqui muito para aprender. E já agora, não que alguém me tenha pedido mas porque sinto que o merece, votem no filme no YouTube. O filme está a participar num concurso organizado pelo National Film Board of Canada, com o Cannes Short Film Corner em parceria com o YouTube e os votos serão contabilizados apenas até ao dia 20 deste mês.
maio 10, 2009
Today I Die
Daniel Benmergui acaba de publicar o seu terceiro videojogo arte Today I Die, depois de Storyteller e I Wish I Were the Moon. É um jogo independente e experimental/artístico, aposta no puzzle/enigma com uma base lógica de poema. Esteticamente usa o pixel art como suporte que em conjunto com a sonoridade nos transporta para ambientes Amiga dos anos 80.
A entrada no jogo pode não ser fácil para alguns, mas vale o esforço. A resolução dos puzzles visuais vai-nos transportando para dentro do poema que através dos seus verbos nos vai fazendo sentir cada vez mais parte daquela atmosfera. Sendo simples, consegue ser emotivo e deixar a sua marca.
Veja-se também o modelo de donativos desenvolvido pelo criador para suportar a criação do jogo.
A entrada no jogo pode não ser fácil para alguns, mas vale o esforço. A resolução dos puzzles visuais vai-nos transportando para dentro do poema que através dos seus verbos nos vai fazendo sentir cada vez mais parte daquela atmosfera. Sendo simples, consegue ser emotivo e deixar a sua marca.
Veja-se também o modelo de donativos desenvolvido pelo criador para suportar a criação do jogo.
o design
Danny Outlaw publicou recentemente uma lista de 50 Citações Inspiradoras sobre a Arte e Ciência do Design. Das 50 seleccionei 9, aquelas que mais se enquadram na minha definição de design e ao mesmo tempo definem o meu modelo ideal de trabalho.
Milton Glaser
To design is to communicate clearly by whatever means you can control or master.
Jim Jarmusch
Nothing is original. Steal from anywhere that resonates with inspiration or fuels your imagination. Devour old films, new films, music, books, paintings, photographs, poems, dreams, random conversations, architecture, bridges, street signs, trees, clouds, bodies of water, light and shadows. Select only things to steal from that speak directly to your soul. If you do this, your work (and theft) will be authentic. Authenticity is invaluable; originality is nonexistent. And don’t bother concealing your thievery - celebrate it if you feel like it.
Steve Jobs
Design is not just what it looks like and feels like. Design is how it works.
Nolan Bushnell
The ultimate inspiration is the deadline.
John Maeda
If there were a prerequisite for the future successful digital creative, it would be the passion for discovery.
Freeman Thomas
Good design begins with honesty, asks tough questions, comes from collaboration and from trusting your intuition.
Massimo Vignelli
I see graphic design as the organization of information that is semantically correct, syntactically consistent and pragmatically understandable.
Erik Adigard
Design is in everything we make, but it’s also between those things. It's a mix of craft, science, storytelling, propaganda, and philosophy.
Paul Rand
It is no secret that the real world in which the designer functions is not the world of art, but the world of buying and selling.
Milton Glaser
To design is to communicate clearly by whatever means you can control or master.
Jim Jarmusch
Nothing is original. Steal from anywhere that resonates with inspiration or fuels your imagination. Devour old films, new films, music, books, paintings, photographs, poems, dreams, random conversations, architecture, bridges, street signs, trees, clouds, bodies of water, light and shadows. Select only things to steal from that speak directly to your soul. If you do this, your work (and theft) will be authentic. Authenticity is invaluable; originality is nonexistent. And don’t bother concealing your thievery - celebrate it if you feel like it.
Steve Jobs
Design is not just what it looks like and feels like. Design is how it works.
Nolan Bushnell
The ultimate inspiration is the deadline.
John Maeda
If there were a prerequisite for the future successful digital creative, it would be the passion for discovery.
Freeman Thomas
Good design begins with honesty, asks tough questions, comes from collaboration and from trusting your intuition.
Massimo Vignelli
I see graphic design as the organization of information that is semantically correct, syntactically consistent and pragmatically understandable.
Erik Adigard
Design is in everything we make, but it’s also between those things. It's a mix of craft, science, storytelling, propaganda, and philosophy.
Paul Rand
It is no secret that the real world in which the designer functions is not the world of art, but the world of buying and selling.
maio 09, 2009
literacia dos videojogos
Foram disponibilizadas as contribuições resultantes da conferência organizada em Faro no passado mês de Fevereiro pelo projecto europeu EUROMEDUC sobre a Media Literacy and the Appropriation of Internet by Young People, e que podem ser consultadas aqui.
Participei nesta conferência enquanto especialista de tecnologia e ludologia e desse modo a minha participação resumiu-se mais a um papel de observador e sintetizador de ideias. Nesse sentido o trabalho dos especialistas será apenas editado aquando da conferência final a decorrer no mês de Outubro em Itália. Para já deixo a ideia de que a literacia dos media tem ainda um longo caminho a percorrer tanto na identificação dos seus alvos, jovens ou adultos, e na sua definição e operacionalização no que toca ao desenho de uma literacia de análise ou de produção, de e/ou para os media.
Participei nesta conferência enquanto especialista de tecnologia e ludologia e desse modo a minha participação resumiu-se mais a um papel de observador e sintetizador de ideias. Nesse sentido o trabalho dos especialistas será apenas editado aquando da conferência final a decorrer no mês de Outubro em Itália. Para já deixo a ideia de que a literacia dos media tem ainda um longo caminho a percorrer tanto na identificação dos seus alvos, jovens ou adultos, e na sua definição e operacionalização no que toca ao desenho de uma literacia de análise ou de produção, de e/ou para os media.
i para o seu público
Comprei o primeiro e segundo números do jornal i e posso dizer que fiquei bastante satisfeito, por variadas razões.
1 - A leveza do espectro informativo que em minha opinião se deve há ausência das famigeradas categorias já tão tipificadas pelos jornais comuns.
2 - A componente gráfica que lhe confere uma identidade própria. Baseada em formatos de revistas ou outros, o que é irrelevante, até porque original original só Adão e Eva.
3 - O editorial é honesto e fala com o "seu" público à semelhança dos spots que vão passando no rádio.
4 - Nota-se uma clara aposta no modelo opinativo que não é camuflado por entre as notícias mas assume o primeiro plano conferindo ao jornal um modelo menos hermético, menos veiculado pelo fluxo jornalístico e mais pela opinião da enorme quantidade e acima de tudo diversidade de pessoas da sociedade que ali imprimem a sua visão.
5 - O excelente spot rádio diz muito sobre o jornal. Sinto uma identificação completa com o factor de estar saturado de tanta informação, que na maior parte das vezes pouco ou nada diz e que se acotovela para nos entrar pelos sentidos adentro. Tenho em muitos momentos, que cada vez se vão prolongando mais no tempo, deixado deliberadamente de comprar jornais e ver telejornais, por pura saturação. A quantidade, a agressividade e a homogeneidade de conteúdo e forma deixam-nos cada vez mais imunes ao apelo dos arautos da informação.
Quanto ao que menos gostei. Essencialmente não gostei, ou melhor, fez disparar um alerta dentro de mim, sobre um facto que se adensa cada vez mais na sociedade portuguesa. A subserviência à cultura americana. Respira-se demasiado EUA no jornal, como vai acontecendo um pouco por todo o lado em Portugal. Isto é representativo da mudança da bússola cultural nacional que mudou nos últimos 10, 15 anos a agulha da França para os EUA. Gostaria de ler trabalhos sociológicos sobre este facto, o que está por detrás do mesmo, porquê tanto seguidismo dos padrões americanos. Agora que pertencemos a uma identidade cada vez mais realizada do cidadão Europeu estranho que o nosso quotidiano se permita ser trucidado desta forma agressiva.
Ao contrário de outros colegas, não gostei particularmente do sítio, fica muito aquém do jornal. Mas não me choca, o facto de existir desde o primeiro número é muito bom e terá a seu tempo capacidade para se ir autonomizando e ganhando vida própria. Não esqueçamos que são dois projectos o jornal papel, e o jornal digital. Uma boa parte da imprensa aposta de forma superficial na rede, e os que o fazem com qualidade levaram anos a consegui-lo. São muitas as revistas que saem para o mercado sem sítio no primeiro mês e até muitos meses depois. É um investimento paralelo que claramente deve ser racionalizado em tempo de contenção em função do sucesso que o jornal papel possa atingir. Mas pelo menos sabemos que existe um interesse claro em seguir por aí.
Quanto aos críticas dos meus colegas jornalistas e académicos do jornalismo (1, 2, 3) tenho apenas a dizer que claramente este não é um jornal para vós. Deixem-nos desfrutar de algo que se apresenta com uma nova visão e ideia da realidade.
1 - A leveza do espectro informativo que em minha opinião se deve há ausência das famigeradas categorias já tão tipificadas pelos jornais comuns.
2 - A componente gráfica que lhe confere uma identidade própria. Baseada em formatos de revistas ou outros, o que é irrelevante, até porque original original só Adão e Eva.
3 - O editorial é honesto e fala com o "seu" público à semelhança dos spots que vão passando no rádio.
4 - Nota-se uma clara aposta no modelo opinativo que não é camuflado por entre as notícias mas assume o primeiro plano conferindo ao jornal um modelo menos hermético, menos veiculado pelo fluxo jornalístico e mais pela opinião da enorme quantidade e acima de tudo diversidade de pessoas da sociedade que ali imprimem a sua visão.
5 - O excelente spot rádio diz muito sobre o jornal. Sinto uma identificação completa com o factor de estar saturado de tanta informação, que na maior parte das vezes pouco ou nada diz e que se acotovela para nos entrar pelos sentidos adentro. Tenho em muitos momentos, que cada vez se vão prolongando mais no tempo, deixado deliberadamente de comprar jornais e ver telejornais, por pura saturação. A quantidade, a agressividade e a homogeneidade de conteúdo e forma deixam-nos cada vez mais imunes ao apelo dos arautos da informação.
Quanto ao que menos gostei. Essencialmente não gostei, ou melhor, fez disparar um alerta dentro de mim, sobre um facto que se adensa cada vez mais na sociedade portuguesa. A subserviência à cultura americana. Respira-se demasiado EUA no jornal, como vai acontecendo um pouco por todo o lado em Portugal. Isto é representativo da mudança da bússola cultural nacional que mudou nos últimos 10, 15 anos a agulha da França para os EUA. Gostaria de ler trabalhos sociológicos sobre este facto, o que está por detrás do mesmo, porquê tanto seguidismo dos padrões americanos. Agora que pertencemos a uma identidade cada vez mais realizada do cidadão Europeu estranho que o nosso quotidiano se permita ser trucidado desta forma agressiva.
Ao contrário de outros colegas, não gostei particularmente do sítio, fica muito aquém do jornal. Mas não me choca, o facto de existir desde o primeiro número é muito bom e terá a seu tempo capacidade para se ir autonomizando e ganhando vida própria. Não esqueçamos que são dois projectos o jornal papel, e o jornal digital. Uma boa parte da imprensa aposta de forma superficial na rede, e os que o fazem com qualidade levaram anos a consegui-lo. São muitas as revistas que saem para o mercado sem sítio no primeiro mês e até muitos meses depois. É um investimento paralelo que claramente deve ser racionalizado em tempo de contenção em função do sucesso que o jornal papel possa atingir. Mas pelo menos sabemos que existe um interesse claro em seguir por aí.
Quanto aos críticas dos meus colegas jornalistas e académicos do jornalismo (1, 2, 3) tenho apenas a dizer que claramente este não é um jornal para vós. Deixem-nos desfrutar de algo que se apresenta com uma nova visão e ideia da realidade.
maio 06, 2009
da genialidade à banalidade
Mais um mito derrubado. Passados quase 120 anos, e após 10 anos de pesquisa, os historiadores Hans Kaufmann e Rita Wildegans vêm demonstrar, no livro In Van Gogh's Ear: Paul Gauguin and the Pact of Silence, que o mito que relatava o facto da genialidade/loucura de Van Gogh o ter levado a cortar a própria orelha para a poder desenhar com maior exactidão, nunca passou disso mesmo, de um mito.
Segundo consta nestas recentes descobertas o responsável terá sido Gauguin que num acesso de raiva ou defesa terá cortado a orelha a Van Gogh. Para que Gauguin não fosse preso Van Gogh terá omitido esse facto.
Segundo consta nestas recentes descobertas o responsável terá sido Gauguin que num acesso de raiva ou defesa terá cortado a orelha a Van Gogh. Para que Gauguin não fosse preso Van Gogh terá omitido esse facto.
tipografia em movimento
F is for FAIL de Brent Barson
F is for Fail is a short film about the creative process, and the failure we always encounter, but usually overcome. Told using the alphabet, each letter informs us of the state of the protagonist's creativity/state of mind. Each letter has two words associated with it (except A and Z); sometimes the positive word overpowers the negative word, and vice-versa.
Typographic footage was converted and exported one frame at a time. No filters or plug-ins!
Creative direction, design, and animation by Brent Barson.
Music by Micah Dahl Anderson. Oscar-caliber acting by Jon Troutman.
maio 04, 2009
videojogos arte
Interessante artigo, The Path For Art Games, de Leigh Alexander no Kotaku sobre novas abordagens estéticas no campos dos videojogos.
Audiences constantly demand video games fight familiar boundaries. We're sick of the same old, same old. We want creativity, artistic integrity, elegance and depth–or do we? Do players know what they're asking for when they look for "more" from games? And if this is really what we want, then what's with the mixed reception–both cultural and economic–when we get it?
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