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agosto 05, 2010

Documentário sobre a Geração de 70

Uma na Bravo Outra na Ditadura (2010) é um "documentário retrato da geração nascida em Portugal pela revolução de Abril", de André Valentim Almeida* acabado de estrear na Web, com cerca de uma hora e de acesso integralmente gratuito.

Conta com mais de uma dezena de entrevistas, entre as quais, algumas figuras do panorama criativo nacional: Fernando Alvim, Gonçalo M. Tavares, Filipe Pedro, Inês Fonseca Santos, Inês Nadais, Jacinto Lucas Pires, Joana Vasconcelos, João Bonifácio, Jorge Guerra e Paz, JP Coutinho, JP Simões, Nuno Cardinho, Pedro Mexia, Pedro Ribeiro, Raquel Bulha, Raquel Vieira da Silva, Valter Hugo Mãe, Vanessa Granja.

Técnica e criativamente muito bom. O autor demonstra ao longo de todo o trabalho um sentido analítico bastante apurado na justaposição e inserção de imagens que apelam à construção de abrangentes contextos polissémicos. Apesar do recurso visceral à montagem paralela, de base eisensteiniana, este é um trabalho clássico de construção narrativa audiovisual que se socorre de uma dupla de narradores para nos levar ao longo de uma viagem no tempo atravessando palavras, esgares e sorrisos de mais de uma dezena de entrevistados, com progressão e arcos narrativos perfeitamente delineados. Ao longo de 60 minutos somos brindados com imagens, sons e textos que deram forma à paisagem dos últimos 35 anos, embora com uma maior preponderância para a década dos anos 80.

Segundo o autor**,
“O documentário não foi o resultado de nenhuma encomenda mas sim da vontade de trabalhar um tema que, a meu ver, estava estranhamente sub-representado no espaço documental português.”
É verdade que o tema está muito ausente da nossa esfera mediática. Tirando as datas comemorativas, o nosso cinema, música e arte pouco falam dos factos. Existem muitos medos reprimidos, e julgo que em parte o trabalho de José Gil, Portugal, Hoje - O Medo de Existir (2004) teve o sucesso que teve porque as pessoas se revêem nesse mesmo medo. Agora a ideia não é totalmente nova. Traçar um perfil da geração do 25 de Abril é algo que vem sendo feito nas datas comemorativas pelos canais de televisão, foi quando fizemos 30 anos, quando fizemos 35, e voltará a ser quando fizermos 40. Digo fizermos porque eu próprio nasci nesse ano de cisão da nossa história. Algo mais abrangente foi no entanto feito pelo António Barreto num documentário realizado pela Joana Pontes, Portugal Um retrato social (2007) com condições completamente distintas, não só de produção mas de preparação do tema. A ver nomeadamente o primeiro episódio.


As diferenças são claras nos objectivos e mais ainda nos meios de produção, se pensarmos que este documentário com todas as características de um produto profissional foi desenvolvido por uma pessoa apenas. Que os custos foram suportados inteiramente pelo autor e que este nos disponibiliza agora de forma inteiramente gratuita a obra completa na web. Para percebermos melhor os meandros da produção deste documentário nada melhor que seguir as palavras do André,
“foi um processo muito individual, caseiro, com as contrariedades e alegrias de qualquer processo de produção multimédia. Não é fácil, realmente, entrevistar pessoas e teres a teu cargo todo o processo: mochila às costas com a câmara e micro, tripé e foco de luz sob o braço, montar tudo em tempo recorde -luz, câmara, microfone de lapela-, sentar e fazer a entrevista, arrumar tudo de novo. Difícil mas possível, e o documentário pronto é a prova disso. Posso dizer que os entrevistados mais conhecidos da praça pública foram todos muito acessíveis, mais do que eu esperaria, não colocaram restrições à realização do documentário mesmo sem perceber a que espécie pertencia. Posso também acrescentar que é muito difícil seleccionar arquivo de entre milhões de opções que existem, e todas tão sedutoras: entre filmes, séries, publicidade, são incontáveis as referências que apetece incorporar mas é totalmente impossível fazê-lo.!"
Em termos técnicos é muito importante este factor do one-man-show que nos faz reflectir sobre todo o processo de construção da linguagem audiovisual na actualidade.
“toda a produção e distribuição despoletou (e continua a despoletar) uma série de reflexões, nomeadamente o facto de ter conseguido fazer um documentário praticamente sozinho - nos dias de hoje continuo ainda a fascinar-me com o potencial da tecnologia - ou a distribuição viral possível através da Internet”
Não podemos esquecer o facto de falarmos de um produto com características técnicas e estéticas profissionais e não de apenas um pequeno filme para YouTube. Não que as tecnologias sejam diferentes, como podemos ver na sua enumeração aqui abaixo, estas estão alcance da maior parte de nós,
“Utilizei o Final Cut Pro para a edição de vídeo, com algumas escapadelas ao Soundtrack Pro para alguns trabalhos de áudio mais específicos; o Compressor e o MPEG streamclip para transcodificações (MAC, claro está). A câmara foi uma Panasonic AG-HMC150.”
Poderíamos então questionar que o factor “tempo dedicado” aqui seria determinante, alguém que se dedique a tempo inteiro à execução de um trabalho. No entanto atente-se à duração e timings de execução do projecto,
“O trabalho foi feito nos tempos livres e nem sempre de forma contínua. As entrevistas foram realizadas entre o final de 2008 e início de 2009 (alguma pesquisa no mesmo período); a recolha de arquivo decorreu entre Março e Maio de 2009; a escrita do argumento nalguns dias de Maio (1 semana, provavelmente); a rodagem das sessões com o Jorge e o João ocorreram em 2/3 dias algures entre Junho/Julho de 2009; a pós-produção entre Julho-Setembro de 2009, com pequenas afinações até ao início de 2010.”
Impressionante. Ver como tecnologia acessível e com recurso ao pouco tempo não-útil se pode chegar a um produto deste nível. Por outro lado levantam-se outras questões como a duração de um documentário que vai ser distribuído pela Web, não será uma hora de filme demasiado? Mas a questão é o próprio tema e a sua dimensão, que no caso do António Barreto custou sete documentários de uma hora, aqui o autor diz-nos,
“Inicialmente tinha uma versão com 2 horas (um bocado esquizofrénica com tantas referências) e considerava impossível reduzi-la... tive de dar tempo a mim mesmo para conseguir ter a coragem de a ir cortando.”
Esta necessidade de tanto dizer, e tanto para dizer deve questionar-nos a nós e a todos os que se dedicam à comunicação e expressão artística, que está na hora de começarem a falar, de criarem e trabalharem sobre algo que é nosso que nos pertence e que é importante que nunca esqueçamos. Basta pensar no que se passou em Portugal em 1928, ver quem tomou o controlo e porque razões e depois para onde isso nos levou (atente-se no anúncio abaixo que ganhou o Leão de Ouro de Cannes em 1988). Existe uma clara necessidade de não esquecermos o que se passou e que de algum modo se está por aí a começar a redesenhar, é só ver as recentes tentativas de alteração da nossa Constituição.


E porque é à politica que somos conduzidos por um documentário destes que é também inevitável que analisemos o que nos diz parte da nossa geração. Sim parte, porque esta não é, e digamos que dificilmente o poderia ser, representativa de todos nós. Esta é uma selecção do autor do texto,
“As pessoas entrevistadas nasceram, como escrevi na sinopse do filme, "pelo 25 de Abril", tanto pouco antes como pouco depois. Indivíduos que cresceram com a Revolução. Tentei cobrir um leque o mais diversificado possível de áreas: profissionais da rádio, dos media, literatura, jornalismo, teatro, artes plásticas, música, cinema, necessariamente com boa capacidade de comunicação e expressão por razões evidentes. Foi necessário, também, encontrar perfis e feitos diferentes para que encontrasse leituras diferentes daquilo que é a geração: pessimistas, optimistas, cínicos, revivalistas...”
Temos aqui um recorte claro da nossa sociedade, o espectro criativo da mesma, que por sinal é o que mais domina a nossa paisagem cultural. Mas talvez por isso não fosse mau ter tentado ouvir outras vertentes, os agricultores, as classes operárias, as pessoas que nos atendem todos os dias nos serviços, os médicos e enfermeiros que tratam os problemas do corpo (e alma) da população, os juízes e advogados da barra do tribunal que são conduzidos pelas tragédias humanas, os técnicos e engenheiros que inovam todos os dias, no fundo todos aqueles profissionais que fazem de Portugal o país que é hoje.

Porque no final é com alguma tristeza que sinto na maioria dos discursos um claro desprezo por tudo o que foi aquela revolução, e principalmente por tudo o que representam as pessoas que a construíram. Para além de que esse desprezo claramente só poderia conduzir à falta de perspectivas para o futuro da geração aqui em causa. Este é um claro problema de uma parte da nossa sociedade, mais problemático que seja daquela que mais se dedica a interpretar o que somos, pois são estes os que criam as novas realidades, as novas ideologias (ver texto sobre o ensaio audiovisual Versions (2010)).

Existe muita reflexão, da parte dos entrevistados, ao longo do documentário completamente decalcada dos discursos vigentes nos media. O que não admira uma vez que grande parte deles são actores dessa arena. Mas não são só as frases feitas, pior que isso, são conceitos feitos sobre os quais pouco se reflectiu, ou noutros casos se reflectiu mas a partir de uma Torre de Marfim sem contacto, sem noção das texturas da realidade.

Talvez agora deva perguntar, sendo um documentário retrato, e sabendo nós que qualquer objecto de comunicação audiovisual é sempre uma interpretação do mundo realizado pelos olhos de alguém, não caberia ao autor criar mais sentido de tudo isto? Se poderia ter ido mais longe nas questões, pergunto também porquê atribuir um papel tão de superfície e passivo aos narradores? Por outro lado questiono-me a mim próprio se não é mesmo este lado menos bom, em minha opinião negativo, que faz do documentário uma peça tão importante no panorama audiovisual nacional. Sei bem que o autor está ciente disto, o título é claro em dizer ao que vem.

Vejamos então agora em maior detalhe o pior dos discursos propagados pelo documentário. À semelhança da opção deliberada do André em não rotular os entrevistados, dado o seu desejo de representação de uma "massa anónima" em detrimento das "individualização", não referenciarei os autores das frases aqui transcritas. Mais ainda, neste caso servirá de estímulo a quem ainda não viu, para ver e procurar descobrir quem disse o quê. Assim e de uma forma geral é sistematicamente dito que a culpa é dos outros, da geração anterior,
“A geração anterior entalou-nos”
“Não nos foi transmitido um modelo uma fórmula para transportar o país”
E alguém lhes transmitiu a eles um modelo para fazer uma revolução?
“As gerações anteriores dizem que davam mais valor às coisas... não davam nenhum valor às coisas... há esse mito... nos casos mais honestos olham para a geração de 70 com Inveja.”
Mas então o que dizer da abundância em que se vive hoje face a toda a escassez em que se viveu, em Ditadura e com duas Grandes Guerras?
“[A nossa geração] é uma geração traída, a quem foi prometido muita coisa...”
“E o que se está a verificar é uma grande injustiça. A geração que teve todos os direitos... sociais, laborais, etc., e a geração que não tem esses direitos”
Mas afinal eles têm inveja de nós, ou nós é que temos inveja deles?
E se essa geração viveu debaixo de uma ditadura como é que teve todos esses direitos?
“O nosso futuro é uma treta... ainda há um ou dois que passados 15 anos de faculdade, ainda não fazem nada... Temos que andar mais anos na escola para conseguir o mesmo que os nossos pais”
Não será natural e desejável que tenhamos que estudar mais do que a geração anterior?

Existem no entanto algumas reflexões inspiradoras, porque nos fazem questionar e olhar para o futuro,
A “confusão entre a moralidade e a legalidade” é algo que nos impede de nos revoltar contra as más leis e regozijar as boas leis.

“Seres livre para fazeres as tuas decisões, sobre o teu corpo, sobre o teu intelecto, sobre a tua vida... é um luxo que muitas mulheres durante muitas gerações não tiveram ”.

“Nós estamos onde está a nossa atenção” em relação ao poder dos media, da informação globalizada.

“Nós somos mais tolerantes, porque não estamos a seguir o modelo dos nossos pais, se assim fossem seriamos conservadores, e não, nós somos criadores, isto é um Privilégio”
Se quisermos resumir o retrato maioritariamente plasmado neste documentário, duas frases de dois entrevistados são suficientes,
“Geração dada à nostalgia precoce”
A evidência desta afirmação verifica-se de forma acentuada em programas nos media que dado o seu sucesso têm inclusive conseguido recuperar para o mercado actual produtos descontinuados há muito.
“Uma geração um pouco mimada do ‘eu tenho direito a tudo’”
Eu diria que a geração aqui representada é a da adoração ao monólito que nos entrou pela casa adentro nos anos 80. Que viveu toda uma década de ilusão emanada desse monólito e que hoje sente uma nostalgia melancólica dos tempos em que a mensagem era apenas um alinhamento, numa só direcção e partilhada, por igual, por toda a comunidade.


Agora a questão é se toda esta geração de 70 é realmente assim? Ou falamos da geração que conseguiu vingar na vida da que está hoje nos media, que escreve, que filma, que fala. De uma classe urbana e licenciada que ocupa posições dominantes na produção de representações do país?


Porque muito do que vemos neste documentário é os entrevistados falarem sobre os outros. Os outros do passado, os vilões (as representações que têm dos pais) e os outros do presente, os desgraçados (a representação que têm da suposta geração que não eles). A falta de reflexão sobre o Portugal real, sobre o objecto em si e não sobre a interpretação do mesmo pelos media, leva a que não exista aqui muita reflexão para o futuro.




[*] Conheço o André há muitos anos, passámos pela mesma licenciatura, no entanto optei por realizar uma análise do documentário distanciada dessa relação, ainda que admita que esta possa ter algum impacto sobre as minhas palavras.
[**] As palavras do autor transcritas neste texto foram retiradas de uma entrevista realizada por e-mail no início de Agosto 2010.

julho 29, 2010

Mestrados em Audiovisual e Arte Digital

Abriram no passado dia 26 Julho 2010 as candidaturas ao Mestrado em Ciências da Comunicação - Especialização em Audiovisual e Multimédia da Universidade do Minho. A este concurso poderão concorrer, até 7 de Setembro, todos os candidatos interessados que reúnam os requisitos constantes do Edital. As condições de acesso e o modo de proceder podem ser consultados no site.
Este mestrado está direccionado para o exercício de actividades de produção e criação em audiovisual e multimédia quer para ambientes tradicionais (televisão e cinema) quer para os novos media (online e móvel), trabalhando questões do interesse das seguintes profissões: produtor, editor, director de arte, designer de efeitos visuais. Para saber mais sobre o tipo de trabalhos realizados neste mestrado aconselho uma visita ao Canal YouTube DCC e deixo abaixo uma pequena animação realizada durante este último ano lectivo.



Já no próximo dia 3 de Agosto abrem as candidaturas para o Mestrado em Tecnologia e Arte Digital da Universidade do Minho. As mesmas estarão abertas até dia 9 de Setembro e as condições de acesso podem ser encontradas no site.
Este mestrado está direccionado para o desenvolvimento de capacidades de conjugação de conhecimentos ao nível da: computação gráfica, sensores, narrativa, som e música digitais entre outras e da sua exploração conjunta com técnicas de expressão artística, para gerar novas experiências estéticas, nas áreas das indústrias do multimédia, educação, entretenimento e expressão cultural. Para saber mais sobre o tipo de trabalhos realizados neste mestrado aconselho uma visita ao blog MTADum. Deixo abaixo um vídeo que promove um trabalho de instalação artística realizado durante este último ano lectivo.

julho 24, 2010

Doutoramento em Interactividade e Audiovisual

Doutoramento na U. Minho com especialidades em
Media Interactivos e Comunicação Audiovisual

Abrem dia 26 Julho 2010 as candidaturas à segunda edição do curso de doutoramento em Ciências da Comunicação da Universidade do Minho, que tem como áreas de especialidade os Media Interactivos e a Comunicação Audiovisual

A este concurso poderão concorrer, até 7 de Setembro, todos os candidatos interessados que reúnam os requisitos constantes do Edital. No caso de as vagas não terem sido preenchidas, haverá uma nova fase que irá de 27 de Setembro a 1 de Outubro. As condições de acesso e o modo de proceder podem ser consultados AQUI.

Para mais informações: secposgrag@ics.uminho.pt | (+351) 253 604 696.

julho 16, 2010

Turner no Prado

Appulia searching Appulo, 1814

Mais uma passagem por museus de cultura geral. A exposição temporária que está agora no Prado é do Turner uma exposição que já passou antes pelo Tate e Louvre. Não que seja um grande admirador do artista mas acho que a exposição vale pelo excelente trabalho académico que é apresentado. A exposição chama-se "Turner y los Maestros", o que quer dizer que para as suas obras mais significativas na colecção são apresentadas as influências ao lado, sejam de Rembrandt, Claude Lorrain, Ruisdael, Loutherbourg ou Titian. Por isso mesmo a exposição ganha todo um outro nível de significância porque passamos imenso tempo a realizar comparações técnicas e de traços estilísticos o que nos ajuda a construir uma compreensão muito mais detalhada e aprofundada das características estéticas de Turner.

Snow Storm-Steam-Boat off a Harbour's Mouth, 1842

É um trabalho bastante ambicioso dadas as dificuldades logísticas que estão sempre envolvidas, mas ainda mais pelos riscos contidos na selecção e exposição de perspectivas subjectivas e até contestáveis em alguns casos.

A exposição temporária estará por lá até 19 Setembro 2010.

Apresentação da exposição pelo comissário, Javier Barón Thaidigsmann, Chefe do Departamento de Pintura do Século XIX do Museo Nacional del Prado

julho 14, 2010

da UMinho para o Texas

Chega-nos uma reportagem do Mundo Universitário sobre os estudantes portugueses financiados pela ZON para realizar um curso de Scriptwriting Intensivo nos EUA durante dois meses. Pode ver-se na reportagem como se estão a dar com a experiência e podemos sentir que a escolha das pessoas foi bem conseguida, todas elas respiram cinema e isso é o mais importante. Do lado da Universidade do Minho temos a Susana Neves ex-aluna de Comunicação que aproveitou esta oportunidade para arriscar o que tinha já conseguido desde a concretização do curso. A Susana criou um blog para poder reportar tudo o que se vai passando no Texas e de algum modo aprofundar ideias que vai tendo para a sua curta.

Para quem não teve oportunidade de partir nesta viagem de foro cinematográfico fica a hipótese de participar na produção dos filmes. A Susana Neves disponibilizou já informação aos alunos da Universidade do Minho e alguns aceitaram o repto com entusiasmo. Para quem ainda quiser participar, basta contactar a Susana ou a mim directamente. Os mais interessados têm sido os alunos que este ano terminam o seu curso em Ciências da Comunicação, variante de Audiovisual e Multimédia, nomeadamente vários elementos por detrás de um dos melhores projectos de curta-metragem deste ano, Cliché, o Mais Sexy Banho de Sangue do Ano... (2010). Em breve iremos disponibilizar todos os trabalhos realizados pelos alunos deste ano lectivo no canal YouTube do curso.

julho 11, 2010

"campeona del mundo"


Aterrei em Barajas no intervalo do prolongamento com 35º e entrei no taxi no momento em que se iniciou a segunda parte, a viagem demorou exactamente 15 minutos. Foi a corrida de taxi mais louca que alguma vez vivi. Ouvir os jornalistas do OndaCero dizer asneiras em directo, a berrar e a gritar de desespero, chamar de Titans e Salvadores aos jogadores, gritar pela Espanha, "estamos todos nesse campo". Até ao momento do golo em que tudo explodiu, eu e o taxista chegámos a pensar que os homens da rádio iam ter um enfarte em directo, gritando de "Milagre", de "Campeones" de "Gigantes","el gol es de toda la España, para los padres, los niños, los abuelos e todos, e todos, e todos..."

É indescritível, as pessoas querem expressar a alegria que sentem, querem transbordar, pôr cá fora, mostrar a todos, algumas pessoas gritam desesperadamente, outras arranham-se na esperança de não estarem a sonhar, sentem que precisam de explodir, sair para fora do corpo... No bar do Hotel as pessoas choram e riem, abraçam-se e olham para a TV, algumas ainda não acreditam.


Na televisão na passerelle de entrevistas da Tele 5 no estádio, Rafael Nadal está rouco e quase sem fala. Placido Domingo mais sereno mas falando que esperava ver a Espanha pelo menos uma vez na sua vida na final, mas ser campeão da Europa e agora do Mundo é demais. Casillas depois de começar a chorar dá um beijo na boca à repórter que o entrevistava e foge deixando-a completamente sem fala e sem jeito...

UPDATE 12.7.2010: encontrei no YouTube a montagem com as imagens do golo com a voz do locutor da Onda Cero, Alfredo Martínez. Aliás esta mesma montagem está a passar nos vários canais por cá.



"Quiero llorar, quiero gritar.... serás Eterno Iniesta, serás Inmortal Iniesta... viva... viva España..."

junho 25, 2010

MUNCH, anti-Grito

Excelente exposição sobre Munch, o pintor mais importante da Noruega e, fundamentalmente conhecido por uma tela, O Grito (Skrik - 1893). Esta é uma exposição de homenagem por ausência. Para além de se ter construído toda uma exposição sem O Grito é ainda particularmente importante por se ter socorrido fundamentalmente de espólios privados. Alguns dos quadro nunca tinham mesmo sido expostos em espaços abertos ao público.
A exposição apresenta obras interessantíssimas como o "Jovem Pescador de Nice" (1895) na imagem a cima, ou o "Beijo" (1895) na imagem ao fundo. Para além destas podem ser vistos bastantes trabalhos gráficos de litografia e afins. Podem também ver-se muitas outras obras que serviriam de inspiração para trabalho posterior



Le mérite de l'exposition tient au nombre considérable - plus d'une centaine - des dessins et lithographies. Sur le papier ou la pierre, Munch n'hésite jamais. Il trouve des pictogrammes d'une efficacité féroce. Il invente des allégories de la concupiscence, de la trahison ou de la jalousie qui ont la force de l'évidence. (...) Une salle est consacrée aux 22 planches d'une sorte de fable en images dessinée par Munch en 1908-1909, Alpha et Omega. On les examine sans trop comprendre le sens du récit, à supposer qu'il y en ait véritablement un. C'est plutôt une suite d'images obsédantes et impossibles, parfois bouffonnes, parfois tragiques. Elles suffiraient à justifier la visite.
Le Monde


Assim se puderem passar por Paris este Verão, fica a dica. Está a decorrer na Pinacothèque de Paris, de 19 fevereiro 2010 a 08 agosto 2010.

junho 16, 2010

o Performer e o seu Duplo

Numa aproximação generativa à performance na sua vertente digital, tenta-se criar ambientes virtuais de transformação e transição, espaços existentes por entre os espaços reais, dotados de corporalidade e interactividade, numa sinergia entre a luz e a escuridão, entre o corpo e o gesto, entre o real e o digital.
João Martinho Moura
Será já amanhã que o artista digital João Martinho Moura irá apresentar a sua nova obra numa espécie de ante-visão daquele que será o seu projecto de mestrado. O João está em fase de conclusão da sua dissertação e em breve deverá realizar a sua defesa no âmbito do Mestrado em Tecnologia e Arte Digital (MTAD) na Universidade do Minho. Este é um projecto conjunto do MTAD e do Balleteatro sendo que a performance em palco estará directamente a cargo da directora do Balleteatro a coreógrafa Né Barros. Mais informação pode ser encontrada na página do projecto no EngageLab.
Não tive ainda oportunidade de ver o trabalho ao vivo mas por tudo o que já vi entre fotografias e vídeos e tendo em atenção os seus trabalhos anteriores YMYI, CARPAX, entre outros, aconselho vivamente a deslocação ao teatro para saborear e experienciar o momento.

A apresentação decorrerá no âmbito do ciclo Quintas de Leitura do Teatro do Campo Alegre, Porto, amanhã dia 17 de Junho de 2010 pelas 22h horas. Já agora, e porque já aqui antes referenciei os mesmos, a seguir teremos o prazer de contar com os Sean Riley & The Slowriders.

maio 14, 2010

Concurso Zon - Animação Digital

É a novidade deste ano, abertura de uma nova categoria no já conhecido Prémio Zon, a ANIMAÇÃO DIGITAL. Um concurso dirigido à Criatividade em Multimédia sendo uma iniciativa da ZON, com o apoio da FCT (Fundação para a Ciência e Tecnologia) e do ICA (Instituto do Cinema e Audiovisual).
Este é sem dúvida o maior prémio existente em Portugal para qualquer uma das categorias disponíveis a concurso, podendo um autor arrecadar um total de 80 mil euros como prémio final. Não tenho dúvidas em afirmar que a criação de um prémio com este enquadramento em Portugal representa um dos melhores estímulos à criação de saber, criatividade e inovação, acima de tudo pelo impacto que poderá ter sobre a transformação do tecido industrial nacional. E foi por respeitar o prémio que aceitei fazer parte do Júri para a categoria de Animação Digital deste Prémio Zon 2010.


O que se pretende na categoria de Animação Digital?
"Por animação digital entende-se a aplicação a obras e meios de entretenimento e comunicacionais, passivos ou interactivos, designadamente cinema, publicidade e vídeo-jogos, de técnicas resultantes da convergência entre tecnologias computacionais, computação gráfica e de animação por via da criação de objectos exclusivamente baseados em imagem de síntese ou por via da integração de imagem digitalmente produzida em ambientes cinematográficos e videográficos tradicionais."


A quem se dirige?
"O Prémio ZON está aberto à participação de indivíduos e/ou organizações em geral mas é particularmente vocacionado para a população universitária, jovens recém-licenciados e empresas da área multimédia e audiovisual.
As candidaturas poderão ser a titulo Individual, em Grupo (máximo de 5 elementos) e de Empresas/Instituições. As equipas podem ter nacionalidade mista, sendo que pelo menos um dos elementos deverá ser português. "


Prémios
- Grande Prémio: 50 000€ (escolhido entre os primeiros lugares de cada categoria)
- 1º Lugar de cada Categoria: 30 000 €
- 2º Lugar de cada Categoria: 12 500€
- 3º Lugar de cada Categoria: 7 500€
- Bolsa de Investigação, com estadia temporária, na Universidade do Texas em Austin, no âmbito do programa UTAustin-Portugal (Colab), para o primeiro classificado de cada categoria.


Deadline
5 de Novembro 2010

Fica o excelente spot publicitário realizado por Nuno Rocha e produzido pela Filmesdamente, criado para o evento deste ano, ele próprio um incentivo à produção de conteúdos digitais e criatividade.

abril 09, 2010

Concurso científico de Ilustração e Vídeo

O Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade do Instituto de Ciências Sociais (ICS) da Universidade do Minho lançou dois concursos de mérito especialmente dirigidos a estudantes de Ciências da Comunicação e áreas afins. A iniciativa é da equipa do projecto de investigação “Postais Ilustrados: para uma sócio-semiótica da imagem e do imaginário”.

Um dos concursos visa a criação de uma série de seis Postais Ilustrados alusivos à História dos Media e terá como prémio uma máquina fotográfica digital. O outro concurso propõe a criação de uma Reportagem Audiovisual que retrate o uso que as pessoas fazem ainda hoje dos postais ilustrados, tendo como prémio uma câmara digital. Os trabalhos vencedores vão estar em exibição no Congresso Mundial de Ciências da Comunicação da IAMCR - International Association for Media and Communication Research, que se realiza na Universidade do Minho em Julho de 2010. O prazo de submissão dos trabalhos termina a 31 de Maio 2010. O júri atenderá à criatividade e à originalidade, ao domínio das técnicas jornalísticas e à harmonia da narrativa.

março 14, 2010

Conversas na Aldeia Global: Realidade Virtual


Esta quinta-feira 18 de Março, pelas 21H30 vou participar numa sessão do 5º ciclo de Conversas na Aldeia Global organizadas pela Câmara Municipal de Oeiras, dedicado à Realidade Virtual. Mais informação pode ser obtida no blog do evento.
A eclosão do mundo digital no séc. XX veio impulsionar a gradual familiarização com os cenários simulados da realidade virtual e 3D. Como uma interface para aplicações computacionais, estes cenários permitem ao participante fazer uso dos seus sentidos e imergir, explorar e interagir com os dados do sistema num ambiente sintético tridimensional, em tempo real. Proporcionando meios mais interessantes de aprender, trabalhar e de entretenimento, as tecnologias 3D e os videojogos abrem caminhos paralelos, permitindo-nos viver nestas “realidades aumentadas”.

janeiro 13, 2010

Português online

Para quem já não acredita no Português, ainda que por vezes devido a pressões métricas infligidas pelos sistemas de avaliação centralizados e subservientes ao poder dominante, aqui ficam dados para reflectir um pouco mais para uma próxima vez em que pensarem usar o inglês como primeira língua, ou até eliminar o Português por completo.

Os dados de um estudo sobre o uso da língua no Twitter realizado pelo SemanticHacker blog e publicado a 8 Janeiro 2010 mostram o Português em 2º lugar. Para muitos dos meus colegas que twittam em inglês, fica aqui mais um estimulo para se dedicarem ao Português.

January 8th, 2010 by Cliff Crawford, SemanticHacker blog

Este é um resultado que deixou os próprios autores do estudo surpresos, referindo,
"As you might expect, English (..) but surprisingly, the next most common language is Portuguese (11%), beating out both Japanese (6%) and Spanish (4%). This is the opposite ordering of these three languages"
E assim podemos ver realmente a diferença no Internet World Stats com o Português em 6º lugar. Contudo se virem os restantes elementos sobre o nº de população falante da língua, podemos facilmente depreender que dentro de pouco tempo o Português poderá ser a 3ª ou 4ª língua web. O Japonês está quase no limite com uma penetração de 75%, e no caso do Francês e Espanhol se avaliarmos os territórios onde se falam as línguas para além do território de origem e tivermos em conta o potencial desenvolvimento económico que implica directamente sobre o desenvolvimento tecnológico e acesso internet para a próxima década. Aliás o aumento da língua online entre 2000-2009 é de 864% para o Português, só batido pela China com 1087%, que ficam bem distantes dos outros aumentos.

dezembro 08, 2009

"God Delusion", obrigatório

Aqui está um livro verdadeiramente obrigatório para todos. Se a Bíblia é o livro mais vendido de sempre, God Delusion (2006) de Richard Dawkins deveria passar a ser distribuído juntamente com a mesma, funcionando como uma espécie de "Ler Antes de Abrir". Este é um livro que poderia ter um impacto positivo sobre o modo como a civilização se relaciona.

A ilusão que Dawkins nos diz pretender desmascarar é aquela presente na cultura dos fundamentalismos e extremismos religiosos de algumas culturas islâmicas assim como de uma massa cristã do interior dos EUA. Mas claramente que não está apenas a falar para essas duas comunidades, está a fazê-lo para todos os que vivem a vida em função de um desígnio traçado por algo invisível que só a chamada “fé” aparentemente pode abranger. Ao tratar o assunto com esta profundidade Dawkins abre muitas portas que até aqui permaneciam fechadas.

O que Dawkins faz é proceder à análise segundo o método cientifico sobre a existência de Deus, sobre a credibilidade dos Dogmas e Fé instituídos pela Igreja de "Deus". Como Dawkins nos diz, porque é que Deus ou a religião deveriam ser um reduto não escrutinável pela ciência. Porque é que as únicas pessoas a poderem “falar” são os menos preparados metodológica e cientificamente para o fazer.

Acima de tudo o mais importante da mensagem deste livro está no desmontar de uma ideologia de intolerância, perpetrada pela religião, uma constante ao longo de toda a história da humanidade. “Quem não pensa como eu, não é digno de co-existir comigo”. São mais que muitos os factos desta intolerância a começar pelas atrocidades relatadas no Velho Testamento e a terminar no 11 de Setembro, passando pela ferida aberta da Irlanda do Norte para não falar em Inquisições, ou ainda por dilemas mais privados como a Homossexualidade ou o Aborto. A religião tal como no documentário feito sobre o tema pelo Channel 4 pode ser verdadeiramente vista como “A Raiz de Todo o Mal / The Root of All Evil”. Um título dado pelo canal sem o consentimento de Dawkins mas que reflecte bem tudo o que se pode descrever sobre o impacto do fundamentalismo religioso que a fé impõe.

Este livro funciona de certo modo como uma visão sobre a história da humanidade em função da sua necessidade de "crer". Ou seja, uma sociedade que acredita que sem crença não haverá razão para sustentar a vida. Uma verdadeira falácia, o número de suicídios nos grupos religiosos e ateus é semelhante o que demonstra que esta não é uma variável causal.

Finalmente Dawkins pretende apenas apresentar uma visão do mundo baseado nas condições que a natureza nos impõe e demonstrar que estas condições não devem ser menosprezadas e que não precisamos de imaginar “algo para além de” o simples facto de existirmos tem uma motivação enredada na natureza do planeta em que estamos inseridos, somos parte de todo um processo evolutivo darwiniano.


PS1: de notar que Dawkins faz questão de retirar da equação religiosa o Budismo, considerando-o antes uma forma de viver e não uma religião, com o que concordo.

novembro 25, 2009

Herwig Turk no MTAD


O artista Herwig Turk vai apresentar esta Sexta-feira 4 de Dezembro pelas 14h no campus de Azurém da Universidade do Minho, Guimarães o trabalho que tem vindo a realizar na intersecção da arte e ciência: www.herwigturk.net
i think that, generally, there is no such thing as a self-contained isolated entity called | existence, only transitional forms bound to time. this is a fundamental consideration which calls linguistic and social constructions into question. in this context, natural science and medicine offer interesting fields of exploration because they are based on facts and seek to break away from phenomena related to time. in my oeuvre, individual works are systematically modified as they are contextualized by new, subsequent works. similar to technical tools and experiments, they are at the tip of decision-making pyramids in a state of continuous development.
Artist Statement 2008
Este evento decorre no contexto do curso do Mestrado em Tecnologia e Arte Digital e realiza-se na sala engageLAB no edifício do Centro de Computação Gráfica, Campus de Azurém.

New Media & Society

New Media & Society OnlineFirst Alert
published 24 November 2009

User-generated content on the internet: an examination of gratifications,
civic engagement and psychological empowerment
Louis Leung
New Media Society published 24 November 2009, 10.1177/1461444809341264
http://nms.sagepub.com/cgi/content/abstract/1461444809341264v1?papetoc

The Question Concerning (Internet) Time
Susan Leong, Teodor Mitew, Marta Celletti, and Erika Pearson
New Media Society published 24 November 2009, 10.1177/1461444809349159
http://nms.sagepub.com/cgi/content/abstract/1461444809349159v1?papetoc

novembro 18, 2009

lançamento de Emoções Interactivas


Estão convidados a assistir ao lançamento do meu livro Emoções Interactivas. Do Cinema para os Videojogos a realizar durante a Conferência Videojogos2009, no dia 26 de Novembro de 2009, pelas 18h30 na Universidade de Aveiro (auditório DeCA).

O livro será apresentado por Vasco Branco, Prof. Doutor Associado da Universidade de Aveiro.

Sítio web: www.emocoesinteractivas.net

novembro 11, 2009

CFP: Screens and Sociotechnical Attachments

Call for papers: Journal Comunicação e Sociedade
Communication and Society Research Centre, University of Minho, Portugal

Special Issue: Screens and Sociotechnical Attachments

Screens as designed interfaces play a central role in the 21st century digital era: they mediate our daily activities, shape our cultural and technological imagination, and have an undeniable human significance. In this issue of Communication and Society on ‘Screens and sociotechnical attachments”, we are especially interested in computer screens, cinema and video screens, screens incorporated in urban spaces, as well as on those that are wearable. We focus on these kinds of screens and related information technologies and ask what its implications might be for the way people communicate and interact in private and public spaces.

Areas that might be explored under this general concern include, but are by no means limited to, the following:

- the many different roles of “screen”,
- the changing concepts of the screen or its social history;
- the presence of screens in the urban landscape, their implications for shared engagement and social experience;
- the interactions between “old” semiotic resources and new technologies;
- the way screens shape perception and the logic of visual reading:
- the play out between visibility and invisibility;
- the discourses that are a part of screens experiences;
- the embodied and social nature of pleasures, as well as of the “pains” associated with screens.

In this issue we especially encourage essays, but empirically-based papers will be accepted as long as their results are considered theoretically relevant.

Comunicação e Sociedade is a peer reviewed journal and operates a double-blind reviewing process. Once a paper has been submitted it is distributed to two reviewers who are asked to assess it on its individual merits according to academic quality, originality and relevance to the aims and scope of this issue.

Manuscripts should be sent by email as a Word attachment to j.pinheiro.neves@gmail.com by the 31st January 2010. Notification of acceptance decisions will be communicated via email by the beginning of March 2010.

See editorial and Manuscript Submission Guidelines.

Working languages: Portuguese, Spanish and English

This issue on ‘Screens and Sociotechnical Attachments” will be published by July 2010.

novembro 10, 2009

Curso XNA na Videojogos2009

Passatempo: Curso XNA com SPCV e Hotel As Américas

A TakeitGame alia-se à Sociedade Portuguesa de Ciências dos Videojogos (SPCV) para poderes usufruir das últimas vagas no curso de XNA, ferramenta de produção de jogos para Xbox 360, com a garantia da Microsoft. O curso realizar-se-à nos dias 24 e 25 de Novembro e serve como abertura ao evento Videojogos2009, evento em que a TakeitGame é o parceiro media oficial.

Além disso, e como o curso tem a duração de dois dias, e em estrita parceria com o Hotel As Américas****, tens uma noite gratuita no hotel mais luxuoso da cidade de Aveiro, em quarto duplo, em regime de alojamento e pequeno-almoço. Este hotel moderno situa-se a escassa distância da Universidade de Aveiro, onde decorrerá o curso XNA.

Aos três participantes mais originais, a TakeitGame tem para oferecer uma vaga no curso XNA e, destes, o mais original terá estadia gratuita no hotel As Américas****.

novembro 02, 2009

Gripes e suicídos

Sendo algo off-topic parece-me importante deixar aqui esta nota a bem de todos. Aliás estive para falar do assunto quando regressei de Bolonha na semana passada, onde não encontrei desinfectantes por todo lado, nem nos aeroportos de Frankfurt nem de Bolonha. Mas também não na Universidade de Bolonha nem em qualquer outro local. Nos media também pouco ou nada, e a única coisa que me chegou de gripe A aos ouvidos e olhos em 5 dias fora de Portugal (na Europa) foi a notícia de que o Obama preparava um plano para enfrentar a gripe A nos EUA. Isto poderá dizer-nos muito sobre a permeabilidade do jornalismo nacional e não só...

Mas hoje deixo aqui uma mensagem porque encontrei algo que procurava, dados científicos sobre o real potencial da chamada Gripe A e a sua relação com a gripe sazonal que nos afecta desde que nascemos. Coloco aqui apenas um excerto que em minha opinião mostra tudo a nu, e deixo o resto para lerem no sítio original de publicação. O texto vem assinado por Teresa Forcades i Vila, médica especialista em Medicina Interna e Doutorada em Saúde em Pública.
Desde su inicio hasta el 15 de septiembre del 2009, han muerto de esta gripe 137 personas en Europa y 3.559 en todo el mundo [6]; hay que tener en cuenta que cada año mueren en Europa entre 40.000 y 220.000 personas a causa de la gripe [7]
UPDATE:
Para quem questiona a autenticidade do texto desta senhora e da sua boa-vontade deixo aqui a ligação para os números oficiais que podem ser obtidos publicamente através de um organismo Europeu pago pelos impostos de todos nós o European Centre for Disease Prevention and Control (ECDC) e o excerto concreto onde os números aparecem.
Applying the range to the EU population as a whole (around 500 million in 2008) would result in between 40,000 excess death in a moderate season and 220,000 in a bad season, though Europe has not seen a bad season for some years.
Mas se não for suficiente podemos ainda comparar os mesmos com os números dos EUA mesmo devidamente tratados com métricas de redução de outras prováveis variáveis em vários artigos como este do Journal of Epidemiology que apontam para os 40,000/ano num período 1979-2001. Se tivermos em conta uma população similar à Europeia os números equivalem-se.

E finalmente os números de mortalidade da Gripe A, actualizados para 2 de Novembro 2009,

Europa: 317 casos fatais
Mundo: 6153 casos fatais

Dados retirados da Influenza A(H1N1)v Outbreak Table constantemente actualizada pela ECDC.


Este é sem dúvida um fenómeno da modernidade em que as "narrativas globais" proliferam à velocidade dos media omnipresentes, em que a pós-modernidade sofre o seu retrocesso. Veja-se o recente fenómeno dos chamados "suícidos na France Telecom". Mais um caso alimentado pelos media de forma totalmente passiva e sem o mínimo esforço de análise da autenticidade do epifenómeno. Bastava aos jornalistas um simples exercício de matemática para saber como tratar o assunto, mas não, interessa muito mais a NARRATIVA. Na verdade o jornalismo é hoje muito mais drama do que facto. Além de que sabe bem ter o poder para linchar um CEO de uma grande empresa como acabou por acontecer.

Édouard Manet, Le Suicidé, 1877-81, oil on canvas, 38 x 46 cm.

Neste caso veja-se que segundo a OMS, a França apresenta uma taxa de suicídio relativamente a 2006, de 25,5 por cada 100,000 homens, e 9,0 por cada 100,000 mulheres. Agora verifique-se que o número de suicídios na France Telecom foi de 25,0 em 18 meses (quase todos, ou todos homens). Isto dá-nos um número de 16,6 por ano. Se tivermos em linha de conta que a France Telecom tem entre 100,000 a 120,000 funcionários, retirem-se as devidas conclusões.

outubro 09, 2009

Prémio Nobel da Paz 2009


Barack Obama, n. 1961
"for his extraordinary efforts to strengthen international diplomacy and cooperation between peoples" (Nobel Prize)