outubro 30, 2022

"Tomorrow, and Tomorrow, and Tomorrow” (2022)

Em "Tomorrow, and Tomorrow, and Tomorrow” de Gabrielle Zevin, dois adolescentes, Sam e Sadie, conhecem-se num hospital onde formam uma ligação de amizade jogando centenas de horas numa consola Nintendo. O resto do livro conta a sua história desde dos anos 1980 aos dias de hoje, desfiando desde o momento em que resolvem criar o primeiro jogo juntos até ao momento em que criam a sua empresa de jogos e começam a contratar pessoas. A história fala-nos da relação entre duas pessoas criativas, unidas pelo amor aos videojogos e um profundo sentimento de amizade. Ao longo das 400 páginas, que passam a voar, vários momentos complicados acontecem, muitas angústias são vividas, mas a compreensão do mundo e da vida à luz do design de videojogos é o que mantém toda o universo coerente e as personagens plenas de substrato.

Nem tudo é perfeito. Existe um sentimento otimista que percorre todo o historiar, que contamina e faz parecer aquilo que são verdadeiras tragédias meras passagens superficiais, seguindo um pouco o tom distante usual do cinema americano dos anos 1980. Por outro lado, existe alguma confusão na distinção entre arte/efeitos visuais/computação gráfica e design de jogo. Ainda assim, o mundo criado é suficientemente elaborado com personagens bem estruturadas e capazes de nos fazer esquecer os elementos menos bons.

A frase "Tomorrow, and Tomorrow, and Tomorrow” é retirado de um monólogo de Shakespeare e serve para enquadrar uma visão do mundo a partir das mecânicas dos videojogos.

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