O robô tem como objectivo criar uma imagem que lhe é dada, e à medida que vai processando o desenho, vai fotografando o mesmo e comparando-o com a imagem final pretendida. Nas pinceladas seguintes, procede às correções do que ficou menos conseguido, e assim sucessivamente até atingir o melhor resultado final possível. No fundo trata-se de um processo de análise e contra-análise, um diálogo interno entre o robô e o papel.
Aqui a explicação da evolução dos passos realizados por e-David para conseguir recriar a imagem que lhe é dada. Mais informação no paper "Feedback-guided Stroke Placement for a Painting Machine" (2012)
É verdade que este robô não é autor da imagem, ele apenas a executa. Mas o que está aqui em questão, pelo menos numa abordagem artística, é um processo de robótica, e não um questionamento filosófico. Ou seja da automatização de um processo que requer competências muito detalhadas por parte de um ser humano. O robô não será o pintor dos nossos sonhos do futuro, mas poderá bem ser o pintor da cópia do Van Gogh que quisermos ostentar na nossa sala.
Claro que isto levanta numa segunda análise questões filosóficas do foro social, nomeadamente no campo do trabalho. Se um robô pode atingir este tipo de performance, o que nos reserva o futuro, em termos de competências? O que poderemos nós, humanos, desenvolver como competências que nos mantenham úteis e necessários à sociedade? Ou será tempo de começar a pensar a sociedade segundo outros modelos?
No vídeo podem ver o robô em acção, a minuciosidade da execução...
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