O documentário é apresentado num fluxo de imagens, feito de dois vídeos que correm em paralelo, podendo o espectador escolher ao longo dos 40 minutos qual dos dois fluxos quer seguir, simplesmente arrastando com os dedos para cima ou para baixo. Um dos fluxos apresenta Alma relatando directamente para a câmara, no outro temos fotografias, ilustrações, e vídeos. No fundo, em vez de termos um documentário em que se vai entrecortando o relato com informação mais visual, escolheu-se ter ambos sempre presentes, deixando nas mãos do espectador escolher como prefere acompanhar a narrativa. Do meu lado, passei grande parte dos 40 minutos para cima e para baixo. O relato de Alma é muito genuíno e muito forte, de modo que não queria perder a sua expressão, ela é o garante da intensa emocionalidade de cada fotografia e ilustração.
A acompanhar o documento interactivo existe depois toda uma camada adicional de informação que podemos visitar antes ou depois do filme interactivo. Muito trabalho adicional de recolha de informação no terreno em vídeo, fotografia, audio e voz, mas também muita informação trabalhada. O mais interessante dessa camada adicional aparece sob a designação de Módulos de Informação, que não são mais do que textos e fotografias que podemos ir apreciando ao nosso ritmo, mas que são verdadeiramente informativos. São quatro os módulos de informação presentes na aplicação: Violence, Prevention, Guatemala e Maras. De todos aconselho vivamente o Violence, que nos explica como a Guatemala se transformou num dos países mais violentos do mundo.
Todo este trabalho foi criado pelo fotógrafo Miquel Dewever-Plana e pela jornalista Isabelle Fougère. Na ilustração tiveram Hugues Micol, na montagem Lydia Decobert, e na música Greg Corsaro. O trabalho foi produzido pelo canal Arte. Tudo está disponível de forma gratuita tanto na web como no iPad ou Android.
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