março 08, 2010

Oscars no Dia da Mulher

Não posso deixar de iniciar este post batendo palmas à academia de Hollywood por ter atribuído já durante, pelo menos para nós, o Dia Internacional da Mulher, o primeiro Óscar de Realização a uma mulher, Kathryn Bigelow, julgo que estamos todos de parabéns por mais esta vitória da igualdade entre géneros. É algo que não fazia o menor sentido e até um pouco vergonhoso em 82 anos de cerimónias não existir uma única mulher a ganhar o Oscar de melhor realização.


Em relação ao de Melhor Filme e no geral, os Bafta reflectiram-se nos Oscars na corrida entre The Hurt Locker e Avatar. Entre ambos, sou sincero, não tinha uma preferência porque se equivalem muito. Dei a ambos 4 estrelas em 5, são muito bons filmes, mas nenhum é excelente. Não surpreendem, não marcam, não nos deixam com aquele desejo por mais cinema...
Qualquer um deles era uma aposta segura para Hollywood e por isso nada imprevisível, o que não seria o mesmo se tivéssemos visto Up ou Precious a levar a cobiçada estatueta. Do ponto de vista financeiro foi muito mais interessante para The Hurt Locker, que teve um box office muito modesto diria miserável face a Avatar, e agora verá as vendas disparar no mercado DVD. Interessante também ver como um filme sobre uma "guerrilha" que ainda decorre consegue toda esta aclamação. Uma narrativa é tida por contar o que se passou, mas aqui está a contar algo que ainda se está a passar. Muitos dirão que é uma opção política, talvez, mas não é só isso.


The Hurt Locker está muito mais próximos dos padrões votados para "Melhor Filme" pela academia de hollywood. Em primeiro lugar é um filme dramático com uma narrativa sólida e performances muito convincentes, um filme que sabe conduzir o espectador e que lhe dá algo em troca. Já Avatar tirando o facto de inovar nos efeitos especiais, traz pouco mais que isso ao cinema como arte. Dentro de 10 anos Avatar só será lembrado por ter batido o recorde de bilheteira de Titanic, mas até aí não jogou limpo. Um bilhete para Avatar para além de toda a inflação ocorrida nos 12 anos que os separam, levou ainda uma taxa de 20% para os óculos 3D. Ora se descontarmos estas duas variáveis facilmente se perceberão que o número de pessoas a ver um e outro foi bem diferente.

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