fevereiro 05, 2012

The Gruffalo, um novo clássico

"The Gruffalo" (2009) é um filme britânico de animação baseado no best-seller homónimo de 1999 para crianças, escrito por Julia Donaldson e ilustrado por Axel Scheffler. Julia Donaldson é uma autora consagrada de literatura infantil, com mais de 100 livros publicados, e recentemente nomeada Children's Laureate para os anos 2011-2013.


Dito isto, fica mais fácil compreender porque sentimos um natural encanto, como se estivéssemos a entrar num clássico dos Grimm ou do La Fontaine, quando experienciamos a animação The Gruffalo. É verdadeiramente mágico, ainda que seja pensado para crianças dos 3 aos 8, não consigo deixar de me encantar, talvez por ter passado os anos recentes a ler histórias infantis ao fim da noite. Existe em The Gruffalo um mestria completa das regras básicas da narrativa infantil, dos limites de percepção das crianças, das necessárias redundâncias, repetições rítmicas fonéticas.


A animação ganha muito com a equipa de vozes de luxo, Helena Bonham Carter como a Mãe Esquilo, James Corden como o Rato, Robbie Coltrane como o Gruffalo, Tom Wilkinson como Raposa Fox, John Hurt como Coruja, e Rob Brydon como Cobra. A animação foi criada pelo estúdio inglês Magic Light Pictures e pelo alemão Studio Soi, tendo trabalhado no filme o excepcional Alexander Lindner. Em termos técnicos temos um mistura entre stop-motion e CGI muitíssimo cuidada e eficaz.


O filme foi nomeado para Melhor Curta de Animação nos Oscars de 2011, nos BAFTA 2010 e foi ainda nomeado ao Cartoon d'Or 2011. Tendo ganho a Melhor Curta para crianças no Anima Mundi Festival 2010 e o Melhor da TV no Annecy International Animated Film Festival 2010. 


Este Natal estreou no Reino Unido a segunda parte do filme, The Gruffalo's Child (2011) resta-nos aguardar para saber se é tão bom como a primeira parte.

fevereiro 04, 2012

Elena Kalis, artista conceptual de fotografia debaixo de água

Elena Kalis nasceu na Rússia, mas vive nas Bahamas, tendo feito do seu novo habitat o lugar ideal para criar um novo mundo fotográfico. A artista de fotografia aparece várias vezes rotulada como conceptual underwater photographer, o que captura totalmente a essência do seu trabalho.


Elena diz-nos que a sua maior inspiração é o oceano,
“The ocean. It’s vast and multifaceted. One day it is bright, sunny and fun. Yet there is another side which is darkness, unconsciousness, death. I can never get tired from it and it is my main daily dose of inspiration.” (fonte)




Na verdade nós também não nos cansamos de admirar as suas fotografias, muito por causa dessa variação e diversidade de formas. Existe algo de mundo de sonho, de surreal que nos espanta e cola às imagens. É estranho mas funciona como se estivéssemos a olhar para o outro lado do espelho. Um local que nos reflecte com curvaturas dinâmicas, semi-aprisionados num líquido que circunda os corpos.






São raras as pessoas que não sentem fascínio pela água, e logo não se sentirão atraídas por estas imagens. É difícil explicar porquê, o mais básico será dizer que foi dali que viemos, que nascemos no liquido, aprisionados por um útero. É uma explicação que não me satisfaz, mas quando penso em paralelos, fotografia no ar, ao vento, no gelo dificilmente nos conseguem tocar desta forma. Por isso talvez exista aqui algo palpável. É verdade que nos estudos que temos feito em termos emocionais, a água e o oceano apelam fortemente à nossa serenidade e calma, e isso não será de todo indiferente ao que sentimos com estas imagens.






Mas não é apenas a água e o oceano, muita da beleza das suas imagens deve-se também à modelo que tem sido central em muito do seu trabalho, a sua filha Sascha. Uma jovem que podia ser qualquer um de nós na sua infância ou adolescência, encarnando o nosso passado, nostalgia e fantasia.


O trabalho da Elena Kalis tem sido utilizado como inspiração para quadros, capas de livros, e tem surgido em várias revistas, e pode ser admirado no seu site, no deviantART, no Flickr, no 500px.

fevereiro 03, 2012

Primeiros jogos do Mestrado em Media Interativos

O Mestrado em Media Interactivos arrancou este ano pela primeira vez na Universidade do Minho com o objectivo de oferecer uma formação ampla no domínio do desenho de aplicações interactivas, desde a infografia interactiva aos videojogos, passando pela publicidade interactiva.

Somnium de Henrique Carvalho

Chegados ao final do primeiro semestre, foram realizados vários trabalhos interessantes no âmbito das várias unidades curriculares que perfazem o primeiro semestre. Assim resolvi trazer aqui apenas um pequeno apontamento sobre alguns trabalhos dos alunos (Vera Inácio, Rui Dias, André Pinto, Pedro Nogueira, João Martins, Joaquim Sousa, Tiago Coelho, Inês Sousa, João Cardoso, Alexandre Almeida, João Pedro Martins, João Silva, Henrique Carvalho, José Campo Silva) realizados na disciplina de Programação Interactiva leccionada pelo Professor Pedro Branco.

Tiro ao Pombo de Alexandre Almeida

Futebol de João Silva

A grande maioria dos trabalhos apresentados são da área de videojogos. O grande interesse destes trabalhos prende-se, na minha óptica, com o facto de estarmos perante pessoas que tinham pouca, alguns até nenhuma, prática de  programação. No final de um único semestre de aprendizagem de Actionscript 3.0 podemos ver que foram alcançados alguns resultados excepcionais em termos de uso e manuseamento das tecnologias de interactividade.

Kill your Ghost de Inês Sousa

Salvar a Floresta de João Martins

De realçar que o facto de estarmos perante uma turma multifacetada com formação prévia em Comunicação, Design, Arte e Informática ajudou bastante a facto de termos chegado a esta diversidade. Os seus trabalhos, que podem ser vistos no vídeo abaixo, não se limitam a um mero exibicionismo técnico, mas possuem um apurado sentido social.



A linguagem dos videojogos é aqui verdadeiramente utilizada como mais um modo de comunicar, de fazer chegar uma ideia às pessoas. A prova disso é o resultado mediático de alguns destes, nomeadamente o videojogo-cartoon, Missão Cavaco de Pedro Nogueira (ver vídeo no site da TVI e notícia no site do JN) que já pode ser jogado nos portais de jogos KongregateNewgrounds.

Matar Maças de João Cardoso

Castle and Partner de Tiago Coelho

Entretanto o professor Pedro Branco realizou um vídeo que dá uma pequena demonstração do trabalho desenvolvido pelos alunos ao longo do semestre, que como ele próprio diz "foi divertido, e é esse o espírito do vídeo".


Be Interactive, Be Creative, Be Artful but above all Play


Links relacionados 
Inspiração política para criação de Cartoon-Interactivo

fevereiro 01, 2012

Filmes de Janeiro 2012

Primeiro mês de 2012 com bons filmes de 2011, e um sobrevivente de 2010 que ainda anda em festivais internacionais (Incendies nos BAFTA 2012). Drive merecia quase o pleno, mas pequeninas falhas levam-me a não o conseguir distinguir dessa forma. O mesmo se passa com o último do Woody Allen.

xxxxx Incendies 2010 Denis Villeneuve Canada

xxxx Drive 2011 Nicolas Winding Refn USA

xxxx Midnight in Paris 2011 Woody Allen USA

xxxx Too Big to Fail 2011 Curtis Hanson USA

xxxx Une Vie de Chat 2010 Jean-Loup Felicioli & Alain Gagnol France

xxx Sanctum 2011 Alister Grierson USA

xxx Bal 2010 Semih Kaplanoglu Turkey

xxx Elizabeth: The Golden Age 2007 Shekhar Kapur UK

xx Bond of Silence 2011 Peter Werner USA
xx Season of the Witch 2011 Dominic Sena USA
xx Eat Pray Love 2010 Ryan Murphy USA
xx La Doubloure 2006 Francis Veber France
xx Mary 2005 Abel Ferrara Italy
xx Uncommon Valor 1983 Ted Kotcheff USA


[Nota, Título, Ano, Realizador, País]
[x - insuficiente; xx - a desfrutar; xxx - bom; xxxx - muito bom; xxxxx - obra prima]

Incendies (2010), difícil de digerir

Incendies (2010) comoveu-me como há muito não sentia com o cinema, chorei. Aliás a última vez que um filme me levou tão longe foi com Blood Diamond (2006).


Incendies leva-nos por uma descoberta das raízes de sangue, de um pai perdido, e de um filho doado para adopção também sem rasto. Uma mãe que morre e faz aos seus dois filhos, gémeos, em testamento, um último pedido: que encontrem o seu pai, e o seu irmão.


A narrativa leva-nos na aventura pelo médio-oriente (provavelmente o Líbano), mas não se limitará a levar-nos atrás dos filhos no presente. Simultaneamente poderosas revelações sobre quem era verdadeiramente a sua mãe são narradas na primeira pessoa, em flashback. O filme usa o tom documental, naturalista na abordagem do tema, e realista na técnica cinematográfica. Cinematograficamente é muito bem conseguido, mas é um filme que nos toca essencialmente a partir de três ângulos: a história, a forma narrativa e a dramatização.


Assim pelo lado da história, não é possível ir aqui mais longe sem estragar a experiência do filme. Posso apenas dizer que o que aquela mãe tem para revelar é importante para aqueles filhos, mas não só. A história apresenta um lado pedagógico sobre os efeitos do fundamentalismo religioso, muito exacerbado naquela zona do globo. Em termos metafóricos somos levados para a boca do inferno, e dificilmente saímos de lá ilesos, ou seja as nossas emoções são de algum modo vilipendiadas ao longo do filme.

E se a história é forte, é-o também pela forma como é narrativizada. Começando pelo facto de a história nos ser dada a conhecer através dos olhos dos filhos, pessoas novas que cresceram no ocidente, desconhecem por completo os costumes do país de origem da sua mãe. Isto cria todo um acesso facilitado para o espectador ocidental criando tempo e espaço para a introdução e aproximação do espectador aos filhos, e aos poucos a personagem principal, a mãe, vai-se dando a conhecer, e vamos sabendo mais e mais, sobre aquele país, e sobre o que é viver ali.

A história está lá, mas a forma narrativa desenhada entre o realizador Denis Villeneuve e o criador da peça de teatro original Wajdi Mouawad, é de uma delicadeza excepcional. O filme segue um lado de busca pela verdade, algo que nos atira para a narrativa da aventura, mas aqui a aventura não vive dos valores optimistas que nos conduzem à descoberta e conquista, mas antes de grotesco que nos conduz à tragédia. A narrativa por si, trabalha sempre contra nós, ilude-nos, atira-nos ao chão mas vai-nos dando esperança, e quanto mais avançamos mais percebemos, que esperança é algo que aqui não existe.


Finalmente no campo da dramatização temos um trabalho excepcional criado pela tríade mãe e filhos, e pelos povos do país em visita e claramente na direcção dos mesmos. É notável como muito do que nos é dito no filme, é-o sem palavras, mas por expressões faciais simples, que dizem tanto sobre o sentir de cada um. Como um esgar de olhos nos leva por entre as ideias, sem palavras. É o cinema no seu melhor, não dizendo mas mostrando.


PS: O filme estreou em Veneza em 2010, foi nomeado para Melhor Filme Estrangeiro nos Oscars 2011. E foi agora nomeado para Melhor Filme em Lingua Não-Inglesa dos BAFTA 2012, juntamente com Pina (2011) de Wim Wenders e The Skin I Live In (2011) do Almodovar.

EduMedia: "Videojogos: saltar para outro nível"

Estão agora disponíveis as versões digitais das brochuras sobre educação para os media desenvolvidas na Universidade do Minho, num projeto iniciado em finais de 2009, com o apoio da Evens Foundation (Bélgica), dedicados à Televisão, Internet e Videojogos.


No caso dos Videojogos parte-se do princípio de que conhecer a realidade dos videojogos é fundamental para se poder ajudar as crianças e os jovens a terem uma perspectiva mais crítica sobre uma actividade que uma grande maioria tanto aprecia. Vários estudos têm mostrado que os pais têm dificulade em lidar com esta realidade que, não sendo nova, está em constante evolução graças à proposta de novos jogos e aos diversos desenvolvimentos tecnológicos que têm permitdo diversificar as plataformas de jogo, como a internet, os telemóveis, as consolas móveis. O trabalho aqui apresentado resulta de conclusões de investigação anteriormente realizada, bem como de um estudo exploratório com pais e crianças de 10 a 12 anos. As cerca de 150 crianças envolvidas nesta pesquisa foram ‘escutadas’ através de textos livres e de desenhos. É uma selecção desses materiais que ilustra a brochura.


Depois de terem sido distribuídos exemplares impressos através de um jornal regional, em escolas e em encontros científicos (alguns exemplares podem ainda ser adquiridos no Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade da Universidade do Minho ou na livraria Centésima Página, em Braga), o projeto encerra com a disponibilização dos materiais através da internet.

As três brochuras estão acessíveis também em inglês.

janeiro 31, 2012

"Une Vie de Chat", nomeado ao Oscar 2012

A categoria de Melhor Animação faz 10 anos nos Oscars, e desses 10 anos a Pixar ganhou 6 - Finding Nemo (2003), The Incredibles (2004), Ratatouille (2007), WALL-E (2008), UP (2009), Toy Story 3 (2010) - 4 dos quais nos últimos quatro anos. Este ano não temos qualquer nomeado da Pixar, por isso teremos de escolher um filme fora dessa "categoria"! 


Os filmes nomeados são A Cat in Paris, Chico & Rita, Kung Fu Panda 2, Puss in Boots, Rango. Destes elimino qualquer uma das animações 3d, ou seja os últimos três porque não apresentam nada de novo, restando-nos duas opções Une Vie de Chat e Chico & Rita. Ainda não tendo visto Chico & Rita, apenas o seu trailer, e acabado de ver Une Vie de Chat, sinto-me inclinado para que este possa ganhar o prémio.


Une Vie de Chat é um filme francês de 2010, estreado nos EUA em 2011. Produzido pelo estúdio Folimage e realizado por Alain Gagnol e Jean-Loup Felicioli. Conta-nos a história de um gato que leva uma vida dupla na noite de Paris. O filme não é brilhante narrativamente, pegando nos clichés narrativos das histórias de crime, mas torcendo-os para que nunca consigamos chegar a antever com clareza o que vai acontecer. Por outro lado e em contra-ponto é magnífico em termos visuais, uma verdadeira pedra preciosa.


O filme apresenta a clara vantagem de conseguir chegar a um público com idade alargada, muito ao estilo da Pixar. Para além disso fazendo uso de uma base de crime, apelará facilmente ao público americano. A contribuir para isso serve também o uso da música espectáculo à la Batman que nos embala nas corridas sobre os telhados de Paris, na geração do suspense e thrill. O lado crime e aventura sobre os céus de Paris transporta-nos também para um registo de Código Da Vinci (2003). Mas é na atmosfera e no visual que o filme mexe conosco, por momentos parecia estar a revisitar o magnífico Estória do Gato e da Lua (1997) do Pedro Serrazina. 





Dito tudo isto, já se percebeu que o filme é multi-facetado, não se focando num tema, nem em defesa de nada em particular, é puro entretenimento, mas de grande qualidade.

janeiro 30, 2012

Portugal (2011), a BD como um instantâneo do nosso país

Cyril Pedrosa nasceu em Poitiers, França, em 1972, filho de pais portugueses. Com uma paixão pelo desenho desde pequeno, de Asterix a Hugo Pratt, será com a leitura dos comics americanos que descobre o que quer ser quando for grande, desenhador. Faz o curso numa das escolas mais emblemáticas do mundo da animação, a Gobelins - L'Ecole de L'Image. Daí salta para os estúdios da Disney em Paris, para trabalhar como inbetweener em The Hunchback of Notre Dame (1996). Demonstradas as suas capacidades, chega a animador-assistente em Hercules (1997). Pouco depois encontra David Chauvel que o irá levar de volta ao mundo da banda desenhada.


Esta é a pequena história do surgimento de um dos autores de banda desenhada franceses, com raízes portuguesas, mais interessantes da atualidade. A sua passagem pela animação claramente que deixou marcas que não podemos deixar de notar, principalmente no dinamismo gráfico e atmosferas criadas pelas suas imagens estáticas.

(Portugal,  quadro da página 165)

Em 2008 recebe o prémio Essentiels d'Angoulême pelo extraordinário album Trois Ombres (2007), que no ano passado o levou a convite a Belo Horizonte, Brasil aquando da sua publicação em português. Depois em 2009 recebe o prémio Tournesol pelo album Autobio de caracter mais ecológico.

(Portugal, quadro da página 172)

Mas a consagração total do trabalho de Pedrosa chegará em Setembro de 2011, com um título que nos é muito caro, nada menos que Portugal. Depois de logo em Outubro ter recebido o Le Point de la BD, ontem, recebeu o prémio Fnac BD 2012 no 39º Festival International de la Bande Dessinée d’Angoulême, escolhido de entre 58 candidatos.

(Portugal, página 180)

Um trabalho que começou por publicar online, de modo totalmente gratuito. Ainda que de modo a proteger o seu trabalho, mantivesse apenas cinco capítulos online, à medida que ia desenhando mais, ia apagando os anteriores. Assim se forem ao site neste momento, encontram apenas completos os últimos 5 capítulos dos 32, mas quem acompanhou o trabalho de Pedrosa pode ler todo o livro de modo gratuito. Para livro de banda desenhada ficou enorme, são 260 páginas, o que para muitos editores daria para criar vários tomos.

(Portugal, quadro da página 186)

Portugal surge depois de uma viagem a Portugal para revisitar familiares, acabando por se tornar na história do próprio livro. Aliás os livros de Pedrosa tem quase sempre algo de autobiográfico, e este não é diferente.Talvez seja mesmo essa característica do autor, que consegue atribuir tanta autenticidade às suas histórias. Portugal reveste-se de discussões do quotidiano existencialistas, sem enredo de fundo que motive a leitura. É mesmo pelo prazer puro da descoberta das peculiaridade de cada personagem que vamos seguindo página após página.

(Portugal, página 200)

Por outro lado não posso deixar de enaltecer a qualidade estética do seu trabalho. O seu trabalho da cor é de uma enorme intensidade atmosférica, que associado à excelente composição visual de cada quadro lhe conference grande carga dramática, capaz de nos transportar de imediato para dentro do desenho. Aliás Pedrosa descreve o seu trabalho, da forma como me sinto enquanto leitor do mesmo. Aqui fica parte de um texto que escreveu para a sua apresentação no Brasil, e um making of do livro Portugal que o próprio editou para usar numa palestra para os alunos do Maryland Institute College of Art nos EUA.
Desenhamos, e abracadabra, desaparecemos.
É exatamente disso que se trata. Aquele que desenha não pensa mais. Ele esquece de si mesmo e se incorpora, corpo e espírito, na ponta de seu lápis, ao contato do papel.
[fonte]



Making of do livro Portugal por Cyril Pedrosa, legendado em inglês