abril 02, 2011

Mercedes: uma combinação de opostos

Nova campanha da Mercedes que aposta na complementaridade, na combinação de dimensões opostas para criar o melhor, para criar o ideal, para gerar o "motor" tecnológico e criativo.
Para além da mensagem, é uma campanha belíssima do ponto de vista gráfico. De uma forma genérica as ilustrações apostam na programação por oposição à pintura; na matemática por oposição à música; na lógica por oposição à paixão.

I am the left brain.
I am a scientist. A mathematician.
I love the familiar. I categorize. I am accurate. Linear.
Analytical. Strategic. I am practical.
Always in control. A master of words and language.
Realistic. I calculate equations and play with numbers.
I am order. I am logic.
I know exactly who I am.

I am the right brain.
I am creativity. A free spirit. I am passion.
Yearning. Sensuality. I am the sound of roaring laughter.
I am taste. The feeling of sand beneath bare feet.
I am movement. Vivid colors.
I am the urge to paint on an empty canvas.
I am boundless imagination. Art. Poetry. I sense. I feel.
I am everything I wanted to be.



Advertising Agency: Shalmor Avnon Amichay/Y&R Interactive Tel Aviv, Israel
‏Chief Creative Director: Gideon Amichay

Executive Creative Director: Tzur Golan

Creative Director: Yariv Twig
‏Art Directors: Gil Aviyam, Dror Nachumi
‏Illustrators: Gil Aviyam, Lena Guberman
‏Copywriters: Sharon Refael, Oren Meir
‏Executive Client Director: Adam Polachek
‏Account Supervisor: Yael Yuz
‏Account Manager: Mayran Sadeh
‏Head of Strategic Planning: Yoni Lahav
‏Planning Director: Zohar Reznik
‏Planner: Nili Rabinowitz
Published: February 2011

[via CommArts, Ads of World e Noslen]

Colaboração com a Eurogamer

Iniciei esta semana uma colaboração com uma revista online portuguesa, a Eurogamer, que deverá funcionar em modo quinzenal. Vamos ver como corre, sinto que pode ser muito interessante o contacto com um público mais genérico do que aquele que me visita no Virtual Illusion, e espero também que as minhas contribuições representem alguma mais valia para o público da revista nacional.
A Eurogamer é uma rede de sítios web focada no domínio dos videojogos com análises, vídeos, foruns, etc. Nascida em Inglaterra em 1999, alargou-se a outros países e línguas - Alemanha, França, Espanha, Itália, Holanda, Dinamarca, Republica Checa, Suécia, e Portugal. A edição portuguesa da Eurogamer existe desde Maio de 2008 e é coordenada pelo Jorge Soares a partir de Braga.

O meu primeiro artigo, Os Pássaros Zangados, foca-se sobre o sucesso de Angry Birds (2010) e das plataformas mobile. Discuto um pouco as estratégias de desenvolvimento de um jogo para um mercado mobile atendendo ao caso particular de Angry Birds. Podem ler o artigo na Eurogamer.

abril 01, 2011

Free download: Inside Job (2010)

Inside Job (2010) foi qualificado como uma obra de interesse público e por isso arquivada e disponibilizada gratuitamente no Internet Archives. Para um filme que estreou em Cannes em Maio de 2010, estreia comercial em Outubro 2010, e Oscar para melhor documentário recebido em Fevereiro 2011, isto é um feito. Por várias razões, por um lado a Sony e os autores estarem dispostos a ceder a obra para acesso gratuito online, por outro o Internet Archives atribuir desde já a relevância de ser arquivada e tornada disponível a partir dos seus arquivos.
Através de uma pesquisa extensiva e entrevistas com economistas, políticos e jornalistas, "Inside Job - A Verdade da Crise", mostra-nos as relações corruptas existentes entre as várias partes da sociedade. Narrado pelo actor Matt Damon e realizado por Charles Fergunson, este é o primeiro filme que expõe a verdade acerca da crise económica de 2008. A catástrofe, que custou mais de $20 triliões, fez com que milhões de pessoas tenham perdido as suas casas e empregos.

Trailer de Inside Job (2010)
“Forgive me, I must start by pointing out that three years after our horrific financial crisis caused by financial fraud, not a single financial executive has gone to jail, and that’s wrong” [Charles Fergunson Oscar Speech]
Era bom que este filme tivesse capacidade para criar na opinião pública um movimento capaz de pressionar os estados a agir. Que terminem com a impunidade, e a evitem o que Krugman diz abaixo.
"I think this film will stay with us; when you ask how the even worse crisis of, say, 2015 happened, the fact that these people got away with it will loom large." [Krugman NYT Blog]


Direct Link Download: 512Kb MPEG4


Atualização em 4 Abril 2011: Do que me é dado a perceber o Internet Archives permite aos utilizadores a realização de uploads de ficheiros e criação de páginas para os mesmos, que depois ficam a aguardar aprovação. Deste modo o que percebo aqui e depois de os ficheiros terem sido apagados de 3 contas diferentes sempre com a mesma menção "The item is not available due to issues with the item's content", é que estes tinham sido aqui colocados sem autorização dos produtores da obra. O que me levou ao engano foi o facto de estes links aparecerem publicitados no Open Culture.

março 30, 2011

Media Labs na Europa

Este mês a revista francesa, Musiques et Cultures Digitales, publica no seu nº62 uma análise do estado dos Laboratórios de Media ou Media Labs na Europa. São cerca de 40 os laboratórios investigados, dos quais dois são portugueses: engageLab (Guimarães) e Audiência Zero (Porto).
O engageLab é um laboratório da Universidade do Minho dirigido por mim e pelo meu colega Pedro Branco, um laboratório que se dedica a acolher projetos que vão desde o campo do entretenimento interactivo até às instalações artísticas multimédia, muito dirigido aos alunos do nosso Mestrado em Tecnologia e Artes Digitais (MTAD) e aos que deverão entrar este ano para o novo Mestrado em Media Interactivos (MMI).

O Audiência Zero é uma associação cultural do Porto criada por pessoas com espírito criativo e bastante empreendedor. Entretanto dado o sucesso da iniciativa do Porto, foram constituídos mais dois laboratórios da AZ em Coimbra e em Lisboa. Alguns dos fundadores da AZ são alunos do MTAD, o que facilita o entendimento entre estes dois laboratórios estando em preparação uma acção conjunta entre os dois labs para a capital da cultura Guimarães 2012.

Aconselho vivamente a leitura deste número que abre portas à discussão sobre muitas das ideias que pairam no ar em tempos de crise, que aceleram as necessidades de inovação, avanço criativo e científico. Poderão ver que o que está hoje em causa nestes laboratórios não é mais aquela ideia romântica do cientista fechado num laboratório fazendo uso de maquinarias muito caras. Mas o que interessa é acima de tudo a criatividade, a partilha, a participação, a criação, e a inovação. O caminho é fazer uso de materiais e tecnologias low-cost, fazer convergir ideias e abordagens diferentes, se possível até opostas, para conseguir inovar o mais possível apenas através da via do investimento em massa cinzenta.

março 29, 2011

Rocket Engine, poderá ser revolucionário

Estou verdadeiramente impressionado, e já não sei se é com a tecnologia que acabo de descobrir se é com as constantes inovações vindas dos países Escandinavos, e em particular da Finlândia. Estou a trabalhar um texto sobre os Angry Birds, um dos maiores sucessos do iPhone de sempre, que vem da Finlândia, e agora descubro o Rocket Engine. Começa a parecer-me que a Finlândia é em si mesma o Silicon Valley da Europa.

Indo direto ao assunto, o Rocket Engine é um pacote de software que permite fazer tudo o que faríamos com o Flash no campo do desenvolvimento de jogos, mas para ambiente HTML5, ou seja sem qualquer necessidade de plug-ins instalados. E não só, para HTML5 sem funcionalidades de "canvas", ou seja, capaz de correr em qualquer versão de HTML5. No fundo é algo que pode destronar por completo o Flash na web, é algo que fará todas as vontades à Apple (o iPhone e iPad não suportam conteúdos Flash), mas mais do que isso é algo que está pronto a ser como eles dizem o "Google Docs for making games". Veja-se o quadro comparativo das features abaixo.

A Rocket Pack foi adquirida no início do mês pela Disney por valores desconhecidos, mas que as fontes dizem andar entre os 10 e os 20 milhões de dólares. Ou seja se a ferramenta vier a ser uma realidade, o que os media ainda não conseguiram confirmar, mas a julgar pelo investimento da Disney terá de o ser, estaremos face a uma completa revolução no meio da criação de conteúdos dinâmicos para a web. Mas não é só a web, é que a ferramenta promete terminar com o martírio que é a criação de ports de jogos, criando um processo de portabilidade sem precedentes no campo da web e mobile (os ports são a criação de versões específicas do mesmo jogo para Android, iOS, Symbian, MS Phone, etc).

Fica o vídeo de apresentação que foi lançado já em Setembro do ano passado, mas como já disse acima, carece de validação externa.

março 26, 2011

Série de Animação "Sucker Punch"

Dos criadores do fabuloso trailer para Dead Island, a Axis Animation, chega-nos uma abordagem pouco usual ao pacote de marketing baseado em trailers e teasers, com quatro curtas de animação que servem de prequelas ao filme Sucker Punch (2011). No entanto e apesar de invulgar esta abordagem não é totalmente nova, porque já em 2007 a Axis Animation tinha trabalhado com Ben Hibon na promoção do videojogo Heavenly Sword (2007) no qual fizeram também uso de uma base de pequenas animações (5) a servirem de prequelas narrativas.
Aqui ficam então os 4 trabalhos de animação por ordem de lançamento,



Sucker Punch - The Trenches



Sucker Punch - Dragon



Sucker Punch - Distant Planet



Sucker Punch - Feudal Warrirors

de Moai a Mark Rothko

Na passada terça-feira passei uma tarde de contemplação maravilhosa, repartida entre o The British Museum e o Tate Modern, genericamente apreciando a evolução da história da civilização no primeiro, e a criatividade e inventividade contemporâneas no segundo. O que me levou a cada um destes museus em concreto foi a vontade de apreciar duas obras específicas, que não defraudaram em nada todas as minhas expectativas. Falo aqui de "Hoa Hakananai'a" uma estátua trazida da Ilha da Páscoa para o British Museum, e da sala de Mark Rothko no Tate Modern.
Não me lembro da primeira vez que ouvi falar sobre a Ilha da Páscoa, tenho apenas a memória presente em mim como algo que sempre me perseguiu desde os tempos de criança. Muito provavelmente relacionado com todos os mitos criados em redor destas estátuas, mitos mágicos mas essencialmente sobre a sua ligação a formas de vida extra-terrestre. Algo que sabemos não fazer o menor sentido nos dias de hoje mas que mesmo assim sempre contribuíram para o desenvolvimento e adensamento de mistério na narrativa que envolve estas obras.

[Foto da Wikipedia]
A Ilha da Páscoa faz parte de um rol de itens e locais no nosso planeta que têm servido a nossa necessidade tão humana de misticismo, criado por narrativas que vivem de fortes incertezas e laivos de inexplicabilidade. Nesta categoria enquadram-se por exemplo as Pirâmides do Egipto, as Pirâmides Maias, as Cidades Perdidas (Atlantis, Angkor, Machu Picchu) entre outros.

Hoa Hakananai'a (1000 D.C) que quer dizer "Amigo Roubado ou Escondido",
apresentado no The British Museum

Apesar de todo o meu interesse pelos Moais sei que dificilmente algum dia os poderei visitar fisicamente dada a distância e os valores envolvidos numa viagem a esta ilha, mas o facto de poder apreciar uma dessas estátuas presencialmente criou em mim sensações de transcendência. Para além de tudo isso foi muito interessante descobrir que as estátuas contém traços e desenhos nas costas, algo que eu desconhecia até ver este Moai no British Museum. Se tiverem mais curiosidade sobre a ilha em si e alguma explicação sobre a razão de tanto mistéiro, recomendo a leitura de Collapse (2005) de Jared Diamond, ou então a visualização da sua TED de 2003.
No British Museum existe muito mais do que o Amigo Escondido, são tantas as obras que se podem ali encontrar, provenientes de quase todo o planeta que é possivel contar a história da humanidade apenas com recurso aos objectos existentes neste museu. E foi isto mesmo que Neil MacGregor diretor do museu fez no livro A History of the World in 100 Objects (2010).

Chegado ao Tate fui direto ao terceiro andar, à sala 3, aonde me deparei com uma sala sem janelas e com luminosidade bastante reduzida, como se pode ver na imagem abaixo. Sentado ali permaneci por uns bons dez minutos de frente para Black on Maroon (1958) o meu preferido das nove telas presentes na sala. As condições em que as obras são apresentadas ajudam bastante à criação do estado contemplativo necessário para apreciar plenamente o que temos na nossa frente.

Sala no Tate Modern, exclusivamente dedicada a Mark Rothko,
com 9 telas de 1958-59 apresentadas em penumbra

Existe aqui algo de mágico, os quadros parecem funcionar como portais para outras dimensões, ajudando à transcendência do nosso estado e das nossas sensações. Algo que nos interroga na racionalidade como é que traços tão simples podem ser detentores de tanta força.

Black on Maroon (1958), Mark Rothko (2667 x 3812 mm) [imagem do Tate]

Para ajudar a entrar no espírito de Rothko aconselho vivamente o visionamento da série documental Power of Art (2006) com 8 episódios, dos quais um deles é inteiramente dedicado a este artista.

março 25, 2011

Aveiro Lifecycle (2011)

A JumpCut Portugal produtora do filme José & Pilar (2010) acaba de colocar online uma curta mágica, realizada por Miguel Gonçalves Mendes, com fotografia de Daniel Neves e edição de Pedro Sousa.

É um trabalho produzido para a Câmara de Aveiro sobre a cidade e a bicicleta que nos mostra uma cidade de uma perspetiva universal, com traços rasgados de autenticidade humana. Em que a cidade não é apenas arquitetura, mas é antes parte e fruto das vivências e relações entre pessoas.
A fotografia é uma delícia, o ritmo da montagem segue a música que por sua vez se foca sobre os personagens e não sobre os décors. É um trabalho de excelência, não dou 10 em 10 porque a voz off final sai de tom e em minha opinião era completamente desnecessária.


Aveiro Lifecycle (2011) de Miguel Gonçalves Mendes

março 23, 2011

Elizabeth Taylor (1932-2011)

Hoje depois de um dia inteiro de trabalho, sem acesso a notícias ou net, e já no comboio para apanhar o avião e sair da sua cidade natal descubro que Elizabeth Taylor nos tinha deixado. Não foi surpresa, 79 anos não é propriamente uma idade que permita sonhar muito mais, mas não deixa de nos comover.
Chega ao fim a centelha da única verdadeira rival de Marilyn Monroe, que se fosse hoje viva teria 84 anos. Aliás Liz Taylor serve-nos de modelo sobre aquilo que poderia ter sido a vida de Marilyn Monroe, demonstrando que o glamour e a beleza se desvanece com os anos, e todo o poder magnético perde a força. Marilyn perdurará como eterna musa jovem, imutável na forma, ao passo que Elizabeth fica nas nossas memórias cinematográficas numa série de imagens que a acompanham desde a sua infância até quase ao final.

Retratos de Elizabeth Taylor e Marilyn Monroe retirados por mim de duas obras de Andy Warhol - Silver Liz (1963) e Gold Marilyn Monroe (1962)

A sua memória perdurará muito graças àquilo que referia hoje o Evening Standard como sendo um hat-trick: "being a child star, a bombshell and a credible actress" [1]. No cinema perdurará o seu talento por gerações que a conhecerão em filmes como: Giant (1956), Cat on a hot Tin Roof (1958), Cleopatra (1963), e um dos melhores filmes que o cinema já produziu Who is Affraid of Virginia Wolf (1966) que lhe deu o seu segundo Oscar.

Lassie Come Home (1943)


Cat on a hot Tin Roof (1958)


BUtterfly (1960) - primeiro Oscar


Cleopatra (1963)


Who's Afraid of Virginia Woolf? (1966), segundo Oscar