março 21, 2008
março 19, 2008
RIP Arthur C. Clarke
Morreu o pai de Hal 9000. Arthur C. Clarke morreu ontem com 90 anos no Sri Lanka. Autor de meia centena de livros e outros tantos contos está por detrás do mais importante filme de ficção científica da história do cinema, 2001: A Space Odyssey. C. Carke teve clarividência para ver além dos desenvolvimentos que ocorriam na indústria espacial e desse modo foi reconhecido com vários prémios na área da FC alguns Hugo e Nebula assim como recebeu o título de Sir concedido pela rainha de Inglaterra.
2001 apresenta várias questões filosóficas de relevo e nomeadamente no campo da estética fílmica opera várias revoluções reconhecidas e altamente citadas nos estudos fílmicos. Sendo possível escrever teses sobre o filme em si, gostaria de destacar aqui, apenas, uma pequena parte do diálogo entre Hal e Dave no momento de desligar a ficha, é algo verdadeiramente hipnótico e que nos deixa a reflectir. Em baixo temos uma imagem desse momento, a citação e se clicarem na citação podem ouvir o trecho sonoro.
2010 The Year we Make Contact, também de Arthur C. Clarke, costuma ser esquecido muito por ter seguido um caminho menos enigmático e mais acessível que 2001, também por não ser uma obra tão revolucionária como a de Kubrick, cinematograficamente falando. Contudo julgo que se lhe derem uma oportunidade vão sentir o quão maravilhoso pode ser o cinema e o quão pequeninos e agradecidos podemos estar pela "vida" e "oportunidade" que temos em estar "aqui".
2001 apresenta várias questões filosóficas de relevo e nomeadamente no campo da estética fílmica opera várias revoluções reconhecidas e altamente citadas nos estudos fílmicos. Sendo possível escrever teses sobre o filme em si, gostaria de destacar aqui, apenas, uma pequena parte do diálogo entre Hal e Dave no momento de desligar a ficha, é algo verdadeiramente hipnótico e que nos deixa a reflectir. Em baixo temos uma imagem desse momento, a citação e se clicarem na citação podem ouvir o trecho sonoro.
2010 The Year we Make Contact, também de Arthur C. Clarke, costuma ser esquecido muito por ter seguido um caminho menos enigmático e mais acessível que 2001, também por não ser uma obra tão revolucionária como a de Kubrick, cinematograficamente falando. Contudo julgo que se lhe derem uma oportunidade vão sentir o quão maravilhoso pode ser o cinema e o quão pequeninos e agradecidos podemos estar pela "vida" e "oportunidade" que temos em estar "aqui".
Politicians should read science fiction, not westerns and detective stories Arthur C. Clarke
é o evolucionismo
Se partirmos do animal com o organismo mais simples possível, ele só pode evoluir numa direcção - tornar-se mais complexo. *Ainda há dias tinha comentado aqui um tema que me é caro na investigação que tenho vindo a realizar, nomeadamente na área da emoção, a distinção entre a importância do impacto da cultura e da biologia sobre a natureza humana. Agora chega-nos mais um estudo do departamento de Biologia e Bioquímica da Universidade de Bath a demonstrar que a evolução biológica se tem feito sempre no sentido da complexificação das espécies originando e permitindo avanços. Obviamente que o impacto nesta corrente evolucionista não depende apenas da biologia, esta evolução é instigada pela cultura ou seja pela interacção entre os elementos vivos, desde as células ao homem. O factor interactivo é fundamental e isso pode ver-se na seguinte afirmação,
As poucas excepções à regra são espécies de crustáceos parasitas ou residentes em habitats remotos, como grutas marinhas isoladas. *No entanto o que mais interessa ressalvar destas descobertas é o facto de muito daquilo que nós somos estar inscrito em nós próprios à nascença. Ou seja o impacto cultural existe e deve ser altamente respeitado, mas o seu poder é muito mais importante na análise de um processo evolutivo a longo prazo do que propriamente no desenvolvimento de uma geração, e é ainda menor no desenvolvimento cognitivo de uma criança. Ou seja temos de aprender a lidar com o facto de que somos em grande medida, ao longo da nossa curta vida, aquilo que a natureza nos permite ser.
[a partir de CiênciaHoje]
março 14, 2008
Damásio vs. Descartes
Um estudo da equipa de Peter Bossaerts, Human Insula Activation Reflects Risk Prediction Errors As Well As Risk, publicado na edição de Março 2008 do Journal of Neuroscience argumenta mais um ponto em favor da teorização proposta por Damásio, derrubando mais um bloco da teoria de Descartes sobre a relação Emoção/Razão.
[a partir de Ciência Hoje]
"Using functional imaging during a simple gambling task in which we constantly changed risk, we show that an early-onset activation in the human insula correlates significantly with risk prediction error and that its time course is consistent with a role in rapid updating. Additionally, we show that activation previously associated with general uncertainty emerges with a delay consistent with a role in risk prediction." [1]ou seja,
“Contrariamente ao que enuncia a teoria de Descartes, a emoção pode ser um elemento constitutivo da racionalidade, sendo o seu objectivo o de medir o risco no contexto”, explicou, à agência France Presse, Peter Bossaerts, professor da EPFL [2]A pouco e pouco o suporte empírico baseado na biologia humana vai destronando algum do pensamento clássico meramente baseado na análise e observação pessoal dos eventos (Filosofia) ao mesmo tempo que vai derrubando alguns mitos que concebem o Homem suportado por uma agenda cultural (Ciências Humanas) substituindo-os por bases naturais, biológicas, predeterminadas mesmo que de argumentação evolucionista.
[a partir de Ciência Hoje]
março 13, 2008
como funciona o nosso ser?
Uma visão nova e integrada (apesar de bi-partida) do cérebro é-nos apresentada pela neuroanatomista Jill Bolte Taylor numa keynote apresentada em Fevereiro na TED 2008 e que ascendeu imediatamente a estatuto de clássico. Jill Bolte Taylor investiga o cérebro na Universidade de Harvard e é uma das mais importantes cientistas no campo da anatomia do cérebro. Nesta sessão a Drª Jill descreve uma nova forma de olharmos o lado direito e esquerdo do cérebro, mas não só, a sua comunicação plena de linguagem não-verbal, descreve todo o momento em que ela sentiu um AVC durante 4 horas, há 12 anos atrás. Como cientista do cérebro a Drª Jill sentiu-se maravilhada por poder assistir a um AVC no interior do seu próprio cérebro. E é nesta descrição fantástica aqui reproduzida que podemos ver uma cientista, ao mais alto nível, entrar por caminhos tipicamente esotéricos, sem nunca contudo necessitar de mencionar Deus, espíritos, ou vida no além. Julgo que é uma comunicação que não deixa, nem pode deixar-nos indiferentes e que nos obriga a reflectir sobre o nosso lugar neste universo. A ver, e a rever.
março 12, 2008
jogos independentes
Trago aqui o jogo Gesundheit! de Matt Hamill, vencedor do Student Showcase e assim presente no 2008 Independent Games Festival Games. Um jogo interessante por duas razões: estética e simplicidade. Ou seja socorre-se de uma espécie de desenho manual para dar um toque rústico ao objecto que é adocicado pela música de floreado barroco e depois tem como objectivo central a resolução de movimentos no espaço visual dadas certas restrições. O vídeo permite ver vários níveis e percepcionar o objecto, de qualquer modo é possível jogar os 12 níveis fazendo o download aqui. O jogo foi realizado na plataforma AGS (para plataforma Windows apenas) contudo poderia ter sido facilmente implementado em Flash, apesar de o AGS ser gratuito e trazer vários scripts de jogo já previamente definidos.
[a partir de Functional Autonomy]
[a partir de Functional Autonomy]
março 11, 2008
corpo interactor
Trago aqui um trabalho, YMYI - You Move You Interact, realizado por João Martinho Moura e Jorge Sousa no âmbito da cadeira de Projecto Integrado I do Mestrado em Tecnologias e Arte Digital. Um trabalho inteiramente realizado com recurso a open tools, neste caso o Processing e o Super Collider. O conceito do projecto segundo os autores roda à volta da criação de um espaço interactivo
Tratando-se de uma instalação interactiva o vídeo abaixo não transmite a essência sensória e perceptiva da obra contudo permite-nos perceber superficialmente do que estamos a falar. No entanto para quem estiver interessado poderá sempre deslocar-se ao Fórum da Maia de 29 de Março a 14 de Abril, 2008 onde este e outros projectos da mesma cadeira estarão expostos para serem experienciados.
YMYI - You Move You Interact
(..) onde se pretende criar um diálogo corporal com um sistema artificial, do qual resulta uma performance sincronizada entre um corpo real e um objecto virtual (..) onde o utilizador desenvolve um processo criativo com base nos gestos e movimentos do seu corpo (..)O que é verdadeiramente interessante neste projecto é a abordagem à interactividade fazendo uso de todo o corpo, procurando levar o experienciador a sentir-se integrado no novo mundo criado, evitando a ligação entre mundos, ténue, que se cria através das mãos, apenas. Esta é uma área que começa a ganhar novas dimensões no campo da investigação em realidade virtual e no qual Mel Slater é um dos mais importantes nomes.
Tratando-se de uma instalação interactiva o vídeo abaixo não transmite a essência sensória e perceptiva da obra contudo permite-nos perceber superficialmente do que estamos a falar. No entanto para quem estiver interessado poderá sempre deslocar-se ao Fórum da Maia de 29 de Março a 14 de Abril, 2008 onde este e outros projectos da mesma cadeira estarão expostos para serem experienciados.
YMYI - You Move You Interact
março 10, 2008
o nosso cérebro coloca-nos em risco
Mais uma excelente campanha de alerta, da Transport for London, capaz de nos ensinar em breves segundos algum conhecimento valioso que nos pode ajude a tomar consciência do risco e a evitar o controlo, errado, exercido pela nossa percepção visual. Para quem trabalha questões visuais este é um assunto linear, contudo quando aplicado em questões práticas a linearidade pode facilmente dar lugar à imprevisibilidade.
[a partir de AdFreak]
[a partir de AdFreak]
é a simplicidade, estúpido
Num artigo hoje publicado na ReadWriteWeb faz-se a previsão da ascensão e domínio da Apple sobre a Microsoft apontando várias razões para tal. De todas as apontadas a que mais me chamou a atenção foi sem dúvida uma questão que me tem apoquentado nos últimos tempos e que diz respeito ao crescente aparecimento de linguagens sempre que uma nova plataforma de trabalho aparece (Java, C, C#, C++, Javscript, Lingo, LUA, Python, AJAX, SQL, PHP, Pascal, Fortran, Assembler, Basic, HTML, XHTML, DHTML, etc). Assim o que Alex Iskold refere neste artigo é a inteligência da Apple ao ter evitado dar saltos entre diferentes linguagens na evolução do seu sistema ao contrário da Microsoft que tem tentado acompanhar e impor muitas vezes sem sucesso, perdendo por vezes as batalhas contra outras linguagens (como o Java da Sun). Uma guerrilha que me faz lembrar a recente discussão Blu-ray ou HD-DVD, ou seja não existe um verdadeiro interesse em fomentar o incremento da utilização, mas antes em criar novas tecnologias, e assim justificar o trabalho dos batalhões de engenheiros informáticos.
Metaforicamente podemos pensar que existem de um lado os exércitos preocupados com o conteúdo e do outro os preocupados com a forma. Os primeiros querem apenas potenciar os materiais disponiveis facilitando o acesso alargado dada a estabilidade e permanência do conhecimento no tempo. Os segundos, preocupam-se maioritariamente com a potencialização do sistema, incremento de possibilidades e propriedades esquecendo que não dão tempo a quem vai utilizar para que este possa verdadeiramente utilizar todas aquelas novas capacidades. Aliás só mesmo assim faz sentido que cada vez que uma nova versão aparece seja necessário criar manuais adaptados aos utilizadores antigos para que eles percebam o que se alterou. Para quem não consegue ver o problema por detrás das linguagens, peço apenas que pensem no Office 2003 e no Office Vista e percebam o quanto a forma mudou, mas o conteúdo produzido pelo software continua idêntico.
Não estou aqui a defender uma atitude conservadora faze à evolução tecnológica. Julgo antes que o que potencia estes modelos de desenvolvimento não são as necessidade dos utilizadores e nem mesmo dos programadores mas antes de um mercado capitalista que não pode apresentar números negativos no final do ano e que por isso necessita de lançar no mercado objectos novos que contenham algo apelativo por forma a convencer os utilizadores a embarcar, nem que para isso se tenha de abdicar da estabilidade e conhecimento adquirido. No caso do Office nada de novo no horizonte, as diferenças estão mesmo na interface que geram burburinho e criam a curiosidade nos utilizadores e depois a artimanha da mudança de tipo de ficheiro que obriga à evolução do parque instalado para poder realizar a leitura dos ficheiros que se vão partilhando.
Metaforicamente podemos pensar que existem de um lado os exércitos preocupados com o conteúdo e do outro os preocupados com a forma. Os primeiros querem apenas potenciar os materiais disponiveis facilitando o acesso alargado dada a estabilidade e permanência do conhecimento no tempo. Os segundos, preocupam-se maioritariamente com a potencialização do sistema, incremento de possibilidades e propriedades esquecendo que não dão tempo a quem vai utilizar para que este possa verdadeiramente utilizar todas aquelas novas capacidades. Aliás só mesmo assim faz sentido que cada vez que uma nova versão aparece seja necessário criar manuais adaptados aos utilizadores antigos para que eles percebam o que se alterou. Para quem não consegue ver o problema por detrás das linguagens, peço apenas que pensem no Office 2003 e no Office Vista e percebam o quanto a forma mudou, mas o conteúdo produzido pelo software continua idêntico.
Não estou aqui a defender uma atitude conservadora faze à evolução tecnológica. Julgo antes que o que potencia estes modelos de desenvolvimento não são as necessidade dos utilizadores e nem mesmo dos programadores mas antes de um mercado capitalista que não pode apresentar números negativos no final do ano e que por isso necessita de lançar no mercado objectos novos que contenham algo apelativo por forma a convencer os utilizadores a embarcar, nem que para isso se tenha de abdicar da estabilidade e conhecimento adquirido. No caso do Office nada de novo no horizonte, as diferenças estão mesmo na interface que geram burburinho e criam a curiosidade nos utilizadores e depois a artimanha da mudança de tipo de ficheiro que obriga à evolução do parque instalado para poder realizar a leitura dos ficheiros que se vão partilhando.
Subscrever:
Mensagens (Atom)