janeiro 03, 2013

OffBook #34: "The Art of Creative Coding"

É já um dos melhores episódios da série OffBook porque trata uma das áreas mais importantes das artes digitais e porque o faz de forma bastante informativa. O tratamento dado ao tema, The Art of Creative Coding, é feito dentro do espírito da comunidade, citando apenas ferramentas opensource - Processing, Cinder e Open Frameworks - fazendo com que o documental ganhe um verdadeiro lado pedagógico.


No vídeo podemos ver entrevistas com Daniel Shiffman do Interactive Telecommunications Program, NYU, Keith Butters do Barbarian Group, e ainda James George e Jonathan Minard do RGBDToolkit. A equipa da PBS Arts seguindo o seu instinto pedagógico deixa-nos ainda a lista completa de todos os trabalhos utilizado no documentário. Pena não apresentar nenhum trabalho nacional do João Martinho Moura ou do André Sier, dois dos mais conceituados artistas nacionais na área



É isto que se faz no nosso Mestrado em Tecnologia e Arte Digital da Universidade do Minho sendo o local onde o João Martinho Moura, não apenas realizou o seu mestrado, mas onde é agora docente.

Melhor 2012: Cinema

Vi poucos filmes produzidos 2012 com qualidade suficiente para fazer um Top 10, nesse sentido resolvi fazer uma lista dos melhores filmes produzidos ou estreados este ano. Aliás as listas de cinema não se costumam fazer pelas datas de produção dos filmes, mas antes pelas datas de estreia. Denoto também o decrescendo de filmes vistos, em 2010 tinha visto 243, em 2011 vi 204, e este ano apenas 158, o que dá menos de um filme por cada dois dias. É pouco, mas o tempo escasseia e a produção é muita, nesse sentido optei por passar a filtrar muito mais aquilo que vejo, não apenas usando o IMDB e o Metacritic mas seguindo blogs como Cinema 2000 ou Bonjour Tristesse e alguns críticos como Roger Ebert e João Lopes. Deixo aqui ainda algumas menções de filmes de anos anteriores que apenas este ano vi e que merecem ser destacados, assim como deixo três das minhas grandes desilusões deste ano.

1 Amour 2012 Michael Haneke França

Oslo, 31. August 2011 Joachim Trier Noruega [IMDB]
Deixou-me profundamente emocionado, apesar de saber que a história não é original e que já tinha até sido explorada por Louis Malle, o filme não me largou durante uns bons dias. Acabei por não fazer a análise do filme porque quis ver primeiro a adaptação de Louis Malle Le Feu Follet (1963) que gostei bastante. Contudo Oslo, 31 August trabalha um personagem ligeiramente mais novo e num ambiente mais natural, fora do isolamento elitista de Malle, ganhando em empatia.

Shame 2011 Steve McQueen UK

Into the Abyss 2011 Werner Herzog EUA

Beasts Of The Southern Wild 2012 Benh Zeitlin EUA

Prometheus 2012 Ridley Scott EUA (ex-aequo)

   Cloud Atlas 2012 Tom Tykwer e Wachowski Bros, Alemanha (ex-aequo)

We Need to Talk About Kevin 2011 Lynne Ramsay UK

8 Once Upon a Time in Anatolia 2011 Nuri Bilge Ceylan Turquia [IMDB]
Uma belíssima e impressionista viagem através de uma Turquia rústica e humilde.

9 Detachment 2011 Tony Kaye EUA Drama [IMDB]
Filme que nos leva através de uma viagem alucinante na vida de um professor temporário que substitui professores temporariamente em escolas complicadas, um filme que nos ajuda a relativizar as nossas vidas.

10 Tabu 2012 Miguel Gomes Portugal [IMDB]
Um filme para cinéfilos pelas analogias que contém. Com uma fotografia e ritmo soberbos, o filme absorve-nos e transporta-nos para uma Africa colonizada em forma de paraíso. Teresa Madruga, Laura Soveral e Ana Moreira são um espanto.

Grandes desilusões de 2012
Holy Motors 2012 Leos Carax França
Cosmopolis 2012 David Cronenberg Canada 
Savages 2012 Oliver Stone EUA

O melhor que vi em 2012 que não pertence a 2012
Separation 2011 Asghar Farhadi Irão
Sangue do meu Sangue 2011 João Canijo Portugal
Incendies 2010 Denis Villeneuve Canada
Silent Souls 2010 Aleksei Fedorchenko Russia
The Secret World of Arrietty 2010 Hiromasa Yonebayashi Japão
About Elly 2009 Asghar Farhadi Irão
The Return 2003 Andrey Zvyagintsev Russia
Seventh Continent 1989 Michael Haneke Austria

Todas as restantes classificações podem ser vistas na minha
listagem pública de filmes vistos.

janeiro 02, 2013

supercut "Cinema 2012"

Depois de Filmography 2012 de Gen Ip, chegou a vez de Cinema 2012 de Kees Van Dijkhuizen. Não consigo deixar de me impressionar com a maturidade de Kees Van Dijkhuizen, que começou esta série de montagens anuais de filmes, aos 15 anos, e resolve agora encerrar a mesma ao fim de 5 anos. Com 19 anos e depois de ter conseguido entrar na escola de cinema como desejava. Não vale a pena dizer muito mais, deixo o texto que ele escreveu sobre esta montagem e em que se despede.

Our last night on earth; what better way to spend it than with Cinema. Avengers assembled, dark knights rose and odds were in our favor in a fantastic year in film. Epic conclusions conquered the box office, but smaller pictures like Beasts of the Southern Wild, Seeking A Friend for the End of the World, Safety Not Guaranteed, The Imposter and Ruby Sparks conquered the hearts of audiences around the world. It seems every story we've heard deserved to be told.

This year was not free of tragedy, however, and it struck close to home. It made me realize the importance of our shared love for cinema; in the darkest of times, it will bring us together. This recap shows the importance of love in difficult times, how we fool ourselves to cope with the pain we cause others and, in the face of the apocalypse, how small we really are.

Cinema is a friend, a teacher, a refuge and a safe place. Here's to that dream.

This fifth episode is also the finale of my Cinema series. It's been a tremendous joy and I've learned so much from your kind words and feedback. This project demanded a lot of time and effort and to see it rewarded so graciously was absolutely mind-blowing. Thank you all for your support these past years, it's meant so much to me.

A lista de todos os filmes e músicas. Entretanto se tiverem vontade de saber mais, podem descobrir como decorreu a inspiração para a montagem e algumas breves descrições conceptuais.

janeiro 01, 2013

Holy Motors, a desilusão

Holy Motors é um filme grotesco que ganha pelo simples facto de trabalhar numa linha de minimalismo anti-estrutural que obriga os seus espectadores a trabalhar que nem loucos para dar significado ao que estão a ver. Obriga é uma palavra forte, mas neste caso assim é porque a obra vem com o selo de autor, e por isso mesmo qualquer crítico se vê na obrigação de procurar lógica no que está a ver. E é aqui que começam os problemas da crítica, os problemas do enriquecimento de sentidos pela análise forçada de intertextualidades. O crítico está tão preocupado em perceber o que está a ver que estabelece as ligações mais extemporâneas, e aqui o filme ajuda. Já não chegava ser anti-estrutura, sem organização ou lógica narrativa, ainda é minimal, ou seja pouco diz sobre o que quer dizer, garantindo um terreno extremamente fértil para todas as leituras que se queiram fazer. Aliás neste sentido aconselho a leitura do texto de alguns dias atrás com Richard Feynman.


Holy Motors está longe de ser aquilo que grande parte da crítica diz ser. Sei bem que estou em minoria, e a remar contra um facto já consumado. O que mais me incomoda nem são tanto as fragilidades do filme que são muitas, mas é a crítica não se ter dignado a analisar o filme, e ter partido para as interpretações rebuscadas daquilo que o filme alegadamente diz. Acabado o filme, não existe uma ideia concreta sobre o que acabámos de ver, sem ler sobre o mesmo, sem ler qualquer entrevista o filme desfaz-se, porque nada o sustenta. Estaremos perante arte conceptual? Não, basta ler as entrevistas com Leos Carax, para perceber que o seu objectivo era narrativo e concreto, simplesmente ficou muito longe de o conseguir fazer. A ideia principal de Holy Motors é até poderosa, e está bem explanada nas entrevistas, mas o filme falha em transmitir a visão que podemos depreender das suas palavras,
"This character is supposed to go from life to life traveling in a limousine. I didn't want every life to be the same degree of reality. Some are more fantastic and others are more realistic. (..) The rich banker transforms into a beggar. That idea of transformation was invigorating. I wanted to make this movie for a long time because people can be amazing: Sometimes they're morbid and erotic and they want to be seen differently on the outside, and there's kind of a virtual world there. It's a life for rent for a few hours." [fonte]
Carax diz-nos que o filme pertence ao género de ficção-científica, mas só ele parece acreditar nisso. A realidade é que como Carax admite nas várias entrevistas, raramente vê cinema e mais raramente ainda faz cinema. A sua relação com produtores e actores é má. No caso dos actores não existe direcção de actores, porque detesta que estes o questionem, espera antes que estes interpretem, ou melhor se desenrasquem. Aliás só esta sua ausência de noção da realidade da profissão explica o seu ostracizamento pela comunidade cinematográfica francesa. O papel de Kylie Minogue foi escrito para Juliette Binoche que não aceitou trabalhar com ele.


Para podermos compreender Holy Motors, temos de procurar compreender quem é o autor, e não apenas partir para as análises intertextuais. E Carax demonstra estar longe de tantos dos significados que já se ali quiseram colar. Basta lembra a máscara no final que Édith Scob coloca e que deu origem a análises intertextuais e a múltiplas interpretações, tendo entretanto sido admitido pelo próprio Carax, que esta aparece por pura arbitrariedade, não existindo ali qualquer simbolismo subjacente.


Carax confessa ter visto um filme recentemente e de que gostou, Chronicle (2012). Era importante perceber a relação entre ambos os filmes, para perceber como surge o novo filme de Carax. Em ambos não sabemos porque as pessoas fazem o que fazem, porque estão naquela situação, a fantasia existe. Os condicionamentos dos protagonistas são os focos de ambos os filmes. Mas os filmes separam-se quando Chronicle tenta construir uma ideia do impacto dessas alterações ou transformações não apenas sobre o personagem, mas sobre a sociedade em geral. Já em Holy Motors, não existe qualquer construção, existe apenas um sucedâneo de ideias grotescas, que chocam, mas que nada dizem per se. No conjunto e se quisermos reconstruir todo o filme com base no conceito geral dado por Carax, poderemos até dar algum alento ao que fica em nós do filme, de resto é pura especulação interpretativa.

Filmes de Dezembro 2012

O último mês de 2012 trouxe-me muito bons filmes, com o filme de João Canijo a surpreender com intensidade. Por outro lado tive desilusões com filmes que pensei que iria adorar, Holy Motors, e boas surpresas com filmes que pensei que não conseguissem aguentar todo o hype em seu redor, Cloud Atlas. No texto seguinte, deixarei a lista dos melhores filmes deste ano.

xxxxx Amour 2012 Michael Haneke França [Análise]

xxxxx Sangue do meu Sangue 2011 João Canijo Portugal [Análise]

xxxx Tabu 2012 Miguel Gomes Portugal

xxxx Cloud Atlas 2012 Wahowski Alemanha [Análise]

xxxx Beasts Of The Southern Wild 2012 Benh Zeitlin EUA [Análise]

xxxx Separation 2011 Asghar Farhadi Irão [Análise]
xxxx The Gold Rush 1925 Charles Chaplin EUA

xxx Brave 2012 Mark Andrews and Brenda Chapman EUA
xxx Looper 2012 Rian Johnson EUA
xxx Monsieur Verdoux 1947 Charles Chaplin EUA

xx Holy Motors 2012 Leos Carax France [Análise]
xx Premium Rush 2012 David Koepp EUA

x Envy 2004 Barry Levinson EUA

dezembro 31, 2012

emoção em estado puro

Girls first Ski Jump (2012) é um pequeno vídeo online, sem montagem nem interpretação, pura realidade e emoção, captada com uma pequena câmara (Countour), montada no capacete de uma menina de 10 anos. Kevin B. Lee num ensaio vídeo sobre os melhores vídeos online de 2012 diz apenas,

these two minutes capture the transformative drama of sport more profoundly than any Olympic highlight
O vídeo é emoção em estado bruto, consegue em dois minutos completar um arco narrativo completo, gerando não apenas a emoção do salto, mas dando a ver todo o sentir da primeira experiência de um salto de ski. É belíssima a abertura com o sussurrar, com o diálogo estabelecido com quem incentiva, é quase pornográfico em termos emocionais audiovisuais, porque é estar dentro do sentir emocional humano, sem máscaras, sem arte, no estado puro, até que finalmente arranca e se sente a adrenalina converter o medo em alegria. Chegando ao final, aquilo que era apenas o lamento humano, transforma-se por via da arte de uma sombra numa rotunda vitória, digno do melhor cinema.

Melhor 2012: Mais Vistos e Entrevistas

Passou-se mais um ano e é sempre muito interessante olhar para trás e ver o que se fez, o que se publicou, e procurar compreender ao que é que os leitores deste blog deram mais valor. Analisei os 50 artigos mais visitados, e verifiquei que os três tópicos dominantes são: videojogos, audiovisual e criatividade. Sendo que o audiovisual e videojogos estão praticamente empatados. Por outro lado o tópico da Educação aparece apenas uma vez, mas aparece em primeiro lugar, o que denota duas ideias possíveis: escrevo pouco sobre educação, mas é um tópico que interessa a muitos dos que passam por aqui. Assim deixo aqui em destaque os 21 artigos de 2012 mais vistos neste ano, juntamente com um agradecimento a todos os que por aqui passaram.

Mais Vistos de 2012

01. O Fim da Universidade, ou a simples arrogância tecnológica [Educação]

02. "Estrangeiros", estranhezas do absurdo [Arte/Dança]

03. Minecraft of Thrones, dedicação e talento [Criatividade]

04. "Uncharted 3", incapaz de surpreender [Videojogos]

05. História e tecnologia do primeiro videojogo [Videojogos]

06. "Viagem de Bartolomeu Dias" (1995) [Videojogos]

07. Crioestaminal: da culpa irreversível [Audiovisual/Publicidade/Ciência]

08. "Steve Jobs" de Walter Isaacson, e o seu Manifesto [Livros]

09. "Indie Game: The Movie" é simplesmente inspirador [AV/VJ]

10. Regras da Pixar [Criatividade]

11. Jonah Lehrer forjou citações [Livros/Plágio]

12. "Imagine: How Creativity Works" [Livros]

13. Vídeo, Alemanha e Educação [Audiovisual]

14. Inspiração política para criação de Cartoon-Interactivo [Videojogos]

15. Jogos Flash no iOS (iPhone/iPad) [Tecnologia]

16. Nas ondas de um livro [Audiovisual]

17. Usabilidade do iPad em regime de exclusividade [Tecnologia]

18. Videojogos no MoMA [Videojogos]

19. Artigos "estúpidos" na Sábado?! [Videojogos]

20. "O Talento é Sobrestimado" [Livros]

21. Manikako, a auto-estima na criatividade [Criatividade]

Pelo meio dos 50 artigos mais vistos estão as várias Entrevistas que fui fazendo ao longo de 2012, e que são um outro tipo de artigos que atrai muito interesse além dos videojogos, audiovisual e criatividade. Este ano realizei oito entrevistas com criadores e três sobre artefactos - Toren, Randobot, e Nostalgiqa. De notar que não tenho trazido entrevistas com artistas de videojogos nacionais porque os tenho entrevistado para o livro que estou a acabar de escrever sobre a história dos videojogos em Portugal, e que espero que saia no início de 2013. Ficam aqui os links para todas as entrevistas por ordem alfabética.

Entrevistados em 2012
André Sier - Artista Digital
Artur Leão - Senior VFX Artist
Diogo Valente - Director Criativo
José Alves da Silva - Character Designer 3d
Mário Domingos - Artista 3d
Nuno Caroço - Composite Artist
Pedro Mota Teixeira - Professor de Animação 3d
Rui Louro - Artista 3d


Estatísticas
Foram publicados 332 artigos em 2012, para um número de visitas que ascendeu às 208 000. Sendo que cerca de 30% proveio de Portugal, 30% do Brasil, 20% dos EUA e os restantes 20% de países europeus diversos.

dezembro 29, 2012

Arte e Ciência, segundo Richard Feynman

Em 1981 Richard Feynman deu uma entrevista ao programa Horizon da BBC, The Pleasure of Finding Things Out, na qual discutiu vários tópicos que estão na fronteira entre a Ciência e as Artes. Prémio Nobel da Física em 1965, Feynman foi um dos cientistas que mais se aproximou do espírito de comunicador de ciência de Carl Sagan. Embora num registo menos acessível, ainda assim abrindo a porta a quem tiver um mínimo de curiosidade.


O que aqui trago é uma parte dessa entrevista em que Feynman responde a uma ideia bastante partilhada na comunidade das artes e humanidades que diz que os cientistas destroem a beleza das obras, da vida, e do universo, porque na sua busca por explicações científicas desconstroem tudo nas suas unidades mínimas, subtraindo-lhes a beleza. Para um humanista, a interpretação é tudo, e ela deve enriquecer a obra em análise, não diminuí-la. Pois bem, aqui fica a magnífica resposta de Richard Feynman, que foi agora transformada numa belíssima animação por Fraser Davidson e que deixo a seguir ao texto.
“I have a friend who's an artist and has sometimes taken a view which I don't agree with very well. He'll hold up a flower and say "look how beautiful it is," and I'll agree. Then he says "I as an artist can see how beautiful this is but you as a scientist take this all apart and it becomes a dull thing".
I think that he's kind of nutty. First of all, the beauty that he sees is available to other people and to me too, I believe. Although I may not be quite as refined aesthetically as he is ... I can appreciate the beauty of a flower. At the same time, I see much more about the flower than he sees.
I could imagine the cells in there, the complicated actions inside, which also have a beauty. I mean it's not just beauty at this dimension, at one centimeter; there's also beauty at smaller dimensions, the inner structure, also the processes. The fact that the colors in the flower evolved in order to attract insects to pollinate it is interesting; it means that insects can see the color.
It adds a question: does this aesthetic sense also exist in the lower forms? Why is it aesthetic? All kinds of interesting questions which the science knowledge only adds to the excitement, the mystery and the awe of a flower. It only adds. I don't understand how it subtracts.

Richard Feynman - Ode To A Flower

Entretanto se o espírito de Feynman vos deixou entusiasmados, aconselho vivamente o visionamento das cinco partes da The Feynman Series, criada por Reid Gower, o mesmo autor da The Sagan Series. Dos cinco episódios deixo o primeiro sobre o Belo que mistura excertos da mesma entrevista dada à BBC, sobre a arte, estética e o universo. Abre com o texto acima enunciado e visualizado sobre a flor, e segue para a discussão da beleza do universo, das certezas e dúvidas. Toca cá dentro quando ele diz de forma tão sentida, quase no final, "mind you, and look at what’s out there…? how can we…? it isn’t in proportion…!". Destaco abaixo algumas transcrições retiradas da curta.

"If you expected science to give all the answers to the wonderful questions about what we are, where we are going what the meaning of the universe is and so on then I think you can easily become disillusioned and then look for some mystic answer to these problems.
..
I can live with doubt and uncertainty and not knowing. I think it is much more interesting to live not knowing than to have answers that might be wrong.
..
But I don’t have to know an answer, I don’t have to… I don’t feel frightened by not knowing things, by being lost in the mysterious universe without having any purpose which is the way it really is as far as I can tell possibly. It doesn’t frighten me.
..
And so …altogether I can’t believe the special stories that’ve been made up about our relationship to the universe at large because they seem to be... too simple, too connected, too local, too provincial. The “earth,” He came to “the earth”, one of the aspects God came to “the earth!” mind you, and look at what’s out there…? how can we…? it isn’t in proportion…!"