Hoje foi um dia para esquecer nas auto-estradas. Quando saí de Aveiro estavam 3 mais 3 carros acidentados na entrada para a A25, pela A29 encontrei mais uns 4 acidentados, ao chegar à entrada do Porto apanhei uma fila ainda na A29 que me fez estar mais de uma hora em pára arranca até chegar ao corte para a A3, com mais uns dois carros acidentados entre o Freixo e as Antas, e na A3 até Braga vi mais um carro acidentado e dois parados.No meio de tudo isto valeu-me o audiobook Freakonomics (2005) de Steven Levitt, que acabei de ler/ouvir. É um livro impressionante não pelas interpretações polémicas e conhecidas, mas pela forma intuitiva e rigor científico que Levitt fala dos dados. É um livro a ler por qualquer aluno das ciências sociais e a ler por quem se interesse um mínimo pela análise do social a partir dos números e das estatísticas. Abre-nos a mente e os horizontes a forma como podemos ler a vida, distanciando-nos de todas as questões morais e olhando exclusivamente para os números, pedindo-lhes respostas. Ajuda também a perceber o que está por detrás do trabalho de investigação nas ciências sociais e o quão difícil é o trabalho de obtenção dos dados necessários.
Para além das ilações sobre o impacto do aborto sobre as taxas de crime, julgo que as interpretações sobre o papel dos pais nos resultados dos filhos, sobre as questões eternas da natureza ou cultura, assim como as constatações sobre a "batota" nas relações humanas e o controlo de informação e o seu declínio com a web são motivos mais do que suficientes para tornar este livro uma leitura obrigatória.
Mais
Análise de SuperFreakonomics (2009).

Sendo algo off-topic parece-me importante deixar aqui esta nota a bem de todos. Aliás estive para falar do assunto quando regressei de Bolonha na semana passada, onde não encontrei desinfectantes por todo lado, nem nos aeroportos de Frankfurt nem de Bolonha. Mas também não na Universidade de Bolonha nem em qualquer outro local. Nos media também pouco ou nada, e a única coisa que me chegou de gripe A aos ouvidos e olhos em 5 dias fora de Portugal (na Europa) foi a notícia de que o Obama preparava um plano para enfrentar a gripe A nos EUA. Isto poderá dizer-nos muito sobre a permeabilidade do jornalismo nacional e não só...


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Estive na semana passada no 
O que é a Literacia? De uma forma simplificada e dirigida ao primeiro nível de literacia que conhecemos a do texto, a literacia é tradicionalmente definida como um saber "ler e escrever". Para completar este binómio e em consonância com as reais expectativas de um letrado devemos acrescentar uma terceira dimensão a da "interpretação" sem a qual o saber ler “não funciona”. Assim e tendo em conta este triângulo de partida temos que a aplicação de Literacia a qualquer outra dimensão do saber terá de implicar sempre estas componentes, sem as quais não haverá um domínio da literacia desse campo. A proposta apresentada pela