fevereiro 18, 2008

machinima, para ficar

Faz algum tempo que não via nenhum filme machinima, apesar de terem potencial, sempre se mostraram repletos dos problemas de linguagem emocional que os jogos contém, nomeadamente ao nivel da comunicação não-verbal. No entanto tenho a dizer que fiquei não só surpreendido mas contente com o facto de estarmos a assistir a uma mudança desta realidade. Agradeço ao Manuel Pinto pelo envio do artigo de Eva Domiguez no La Vanguardia no qual esta refere o facto de o machinima estar a ultrapassar as barreiras do próprio medium chegando a fazer parte de séries televisivas e anúncios comerciais, no entanto e apesar de achar isso interessante, julgo que o mais importante é perceber que temos aqui uma potencial nova ferramenta criativa. Além disso julgo mesmo que esta nova ferramenta poderá vir a ser utilizada no ensino da linguagem audiovisual e até interactiva, muito brevemente. Dois excertos são citados, um deles apesar de possuir toda a gramática audiovisual aplicada sofre tremendamente ainda com a ausência de um acompanhamento efectivo do drama visual, falo de A Few Good G-Men. Uma cena, já clássica do filme, A Few Good Men, de confronto verbal entre Tom Cruise a Jack Nicholson e onde aqui se pode ver tudo aquilo que vai faltando aos jogos para chegar aos niveis de expressão dramática do cinema. A outra sequência é a abertura do filme American Beauty, batizada aqui de Machinima Beauty, menos dependente da expressão dramática porque o que está em causa é a exteriorização dos dilemas do protagonista, ou seja a projecção dos seus problemas sobre o real que o rodeia. Sendo também uma sequência mais de exposição e introdução aos factos e menos de conflicto/climax como a anterior suporta-se muito melhor e faz-nos acreditar que dentro de algum tempo conseguiremos mais e melhor. Eu pelo menos fiquei a acreditar, vejam e retirem as vossas conclusões.



fevereiro 14, 2008

em nome de S.Valentim

Não tenho por hábito fazer referências festivas, mas não podia deixar de marcar este dia com o mais recente filme da Psyop. Vindo de uma empresa publicitária, a mensagem é de grande relevância e cada vez mais actual aqui aliada ao humor negro ganha toda uma dimensão e ajuda a uma fácil compreensão da ideia. Bem hajam, os corações palpitantes.




[em alta resolução]

fevereiro 13, 2008

robot

Novo spot publicitário da Philips, Robot Skin, a fazer lembrar o polémico videoclip de Chris Cunningham para a Bjork, All is Full of Love proibido de entrar no ar, na MTV, antes das 23h00. Neste caso parece-me que este filme vai um pouco mais longe, quanto mais não fosse porque já não temos apenas dois robôs mas um robô e um humano. O filme foi realizado por Bruno Aveillan com criação de Stuart Buckley, sendo produzido pela Short Films.


Robot Skin de Bruno Aveillan (2007)

Vale a pena ver em alta resolução.

fevereiro 12, 2008

Hitchcock revisitado

A Vanity Fair resolveu realizar um sessão fotográfica revisitando cenas de filmes de Alfred Hitchcock fazendo uso de actores contemporâneos bem conhecidos do grande público. Os resultados são muito interessantes. O trabalho que deverá sair na edição de Março 2008 foi entretanto digitalizado e disponibilizado on-line pelo ohnotheydidnt.

Entretanto aproveito para vos deixar aqui a comparação entre a cena original de Grace Kelly e a produção com Charlize Theron para Dial M for Murder.




[a partir de Brainstorm #9]

Jobs #8

Summer internships with Adobe's Creative Technologies Lab

Adobe’s Creative Technologies Lab (CTL) has openings in Seattle, the Boston area, San Francisco, and San Jose for student internships. We are looking for PhD students who are excited to push the state of the art in computer graphics, vision/audio research, visualization, HCI, and more — in ways that could be of interest to Adobe as well as the research community at large. We have just started recruiting for summer internships, and we would love to hear from you!

To apply, please send your CV to Paris Smaragdis (paris@adobe.com), with the subject line 'CTL intern: '. Internships will be granted on a rolling basis.

fevereiro 11, 2008

prémios em discussão

Mais um prémio, agora na área de vídeo, para a Diana Carvalho, aluna da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro do curso de Comunicação e Multimédia pelo filme Journey into Nature. O prémio foi atribuído pela UNESCO, no âmbito de um concurso de estudantes relativo à comemoração do International Year of Planet Earth. Este prémio é referente à categoria de país, neste caso Portugal e o júri da UNESCO foi constituído pelo "respective National IYPE Committees" tendo por objectivo atribuir até 5 prémios por país, até um máximo de 350 prémios no mundo. Os artefactos a premiar podiam ainda variar entre: essay: maximum of 1600 words; poem/song: maximum of 400 words; drawing/painting: maximum A3; video message: maximum of 10 minutes. Na final em Paris, teremos 43 países e cerca de 100 estudantes.
Journey into Nature de Diana Carvalho (2007)

O filme pode ser visto no Canal de Vídeos do Público, no qual se podem desde já ler também alguns comentários críticos relativos à qualidade técnica e estética do filme. Na generalidade concordo com as ineficiências apontadas, o filme apresenta sérias deficiências e julgo mesmo que neste caso e não existindo melhor não deveriam ter atribuído qualquer prémio. A razão é simples, julgo que a ideia da Diana é boa, mas socorreu-se do medium errado para verbalizar a sua mensagem. Valeria mais ter escrito um ensaio ou ter feito um desenho. Julgo até que o filme se suportaria melhor se fosse eliminada toda a parte real de fotografia e vídeo e mantido apenas a animação. Apesar do objectivo do concurso, na vertente vídeo, pedir apenas uma mensagem a verdade é que não acredito que no caso do ensaio escrito fossem capazes de premiar um ensaio apenas pela ideia descurando sérios problemas gramaticais, caso existissem.

fevereiro 10, 2008

"estranha", mas vulgar

Aquilo que começa por ser uma abertura para algo que nos surpreenda desemboca numa mera perseguição e vendetta. O filme leva-nos com ele, o thriller é efectivo e pega-nos, deixa-nos pedir por mais. Contudo a uma determinada altura a magia esvai-se para cairmos na mera perseguição, na mera vigança, no caso comum de quem quer executar uma finalidade própria. O filme que parecia ter aberto uma janela para algo mais abrangente esvai-se. Tínhamos um drama, que se transforma em thriller, para passar a um somenos de acção. Segura-se com uma fortíssima, e talvez uma das melhores, interpretações de Foster. Por outro lado Terrence Howard só nos traz à memória Crash (2004). Uma mistura entre o sublime do interior dos personagens de Crash e a rudeza de Bronson em Death Wish (1974).

Neil Jordan desilude porque nos habitou a mais. Um final que fica pelo caminho, deixando para trás tudo o que poderia ter sido, se não tivesse descido à banalidade. A discussão em redor da personalidade do personagem de Foster, a estranha, fica para trás pendurada numa mera voz off que não consegue marcar o ritmo em face dos eventos narrativos vulgares que arrastam a segunda metade do filme. Contudo é um bom filme de entertainment, com iluminação e sonorização soberbas que vão criando uma série de interessantes atmosferas, uma estética que se apresenta claramente com a marca da produção de Joel Silver.

fevereiro 09, 2008

bioanime

Belíssimo filme, tanto no conceito como esteticamente, a criatividade está bem presente. Temos aqui ilustração, animação, composição ou seja tudo aquilo que precisamos para elaborar um bom trabalho de motion design. Filme produzido pela francesa SL Co, para agência Young & Rubicam, sendo o cliente a estação de rádio francesa Nova. E já agora vejam os restantes spots da rádio aqui.

mais Ikea

Parece que a Ikea resolveu apostar em força no design web. Do design físico da madeira ao mundo digital da rede. Ainda há pouco tempo tinha deixado aqui um apontamento sobre a beleza do catálogo interactivo de cozinhas lançado on-line a Dream Kitchen. Desta vez o catálogo passa pelos quartos com um You Need a Quiet Space. Agora a navegação intra-fotografias dá lugar à camâra lenta e a interacção origina uma montagem cinematográfica invisível operada por perfeitos match-cuts (a composição mantém a acção de plano para plano, forçando a percepção de continuidade e invisibilidade do corte). Aqui a interactividade desenhada leva o utilizador em busca de novas e mais ricas perspectivas do que lhe é dado a ver. Pelo meu lado, fiquei durante algo tempo parado a ver a miúda cair sobre a cama, não só beleza da lentidão do movimento que por não ser natural se torna espectacular, mas também pela composição sonora. É verdade que não me lembro de nenhuma peça de mobiliário presente no anúncio. Poderia dizer-se, então é um fracasso enquanto publicidade. Eu julgo que não, o que conta ali, em minha opinião, é a marca, a identidade e esta que sai reforçada em muito pela beleza, inovação e criatividade do artefacto. O site parece ter sido feito pela F&B, mas ainda não consegui confirmar esta informação por completo.