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outubro 28, 2009

Literacias, discussão pós-congresso

Estive na semana passada no Second European Congress on Media Literacy em Itália onde apresentei e moderei várias sessões e que me permitiram reflectir sobre o que está em causa e o que se move por detrás de tudo isto.

Na verdade nunca consigo deixar de pensar que as questões de literacia são algo que vem de há muitos anos, essencialmente todos os que se interessam pelo estudo do cinema e trabalham na academia sempre tiveram este desejo secreto, de criar uma sociedade "letrada" em imagens visuais e sonoras. Mesmo em Portugal nos anos 70 e 80 assistimos a muita discussão sobre o potencial uso ou criação de currículos para as escolas assentes no vídeo e/ou cinema que nunca deram em nada. E se olharmos para o que ainda temos é ridícula e insustentável a manutenção daquelas disciplinas que dão pelo nome de Educação Musical e Educação Visual que não são mais do que um embuste, um acto deliberado de faz de conta. Devemos ser das sociedades da Europa que apesar de apresentar uma taxa de alfabetismo de quase 100% apresentamos uma ausência gritante de conhecimentos mínimos sobre arte (pintura, escultura, arquitectura, música, cinema, etc.). Esta ausência tem impactos claros e profundos sobre tudo o que poderemos chamar de literacia mínima para lidar com a sociedade actual. Assim não está em causa apenas uma literacia dos Media, e nem uma literacia Digital, antes disso precisamos de uma Literacia Artísitca sem a qual as anteriores ficam coxas.

O que é a Literacia? De uma forma simplificada e dirigida ao primeiro nível de literacia que conhecemos a do texto, a literacia é tradicionalmente definida como um saber "ler e escrever". Para completar este binómio e em consonância com as reais expectativas de um letrado devemos acrescentar uma terceira dimensão a da "interpretação" sem a qual o saber ler “não funciona”. Assim e tendo em conta este triângulo de partida temos que a aplicação de Literacia a qualquer outra dimensão do saber terá de implicar sempre estas componentes, sem as quais não haverá um domínio da literacia desse campo. A proposta apresentada pela Carta Europeia para uma Literacia dos Media , vai nesse mesmo sentido e apresenta os chamados “Três Cs” – “Cultura, Critíca e Criatividade”
Cultura - “Alargar a sua experiência sobre diferentes tipos de conteúdos e formas mediáticas”
Crítica - "Desenvolver capacidades criticas de análise e apreciação dos media”
Criatividade - “Desenvolver capacidades criativas na utilização dos media como formas de expressão, comunicação e participação no debate público”
O que nos parece genericamente bem embora se sinta algum desacordo entre os dois primeiros pontos e dessa forma julgamos que poderemos ser mais específicos e directos ainda. Se olharmos para cima, temos “ler”, “interpretar”, e “escrever”, assim poderíamos ter de uma forma mais genérica:

“Acesso” – “Interpretação” – “Criação”

A este assunto voltarei nos próximos meses com a escrita de um artigo alargado para uma revista científica.

outubro 10, 2009

Sketch2Photo e a comunicação audiovisual

Surpreendente por duas razões: a aplicação em si e a comunicação criada para a apresentação na Siggraph Asia 2009. Sketch2Photo é um sistema de edição e composição de imagem digital desenvolvido por uma equipa de investigadores, Tao Chen, Ming-Ming Cheng, Ping Tan, Ariel Shamir, Shi-Min Hu, do Departmento de Ciência da Computação e Tecnologia da Universidade de Tsinghua na China.
Começando pelo software é algo que há muito se espera, pelo vídeo parece-nos que estamos perante muito bons resultados, contudo não seria tão optimista como Devin Coldewey ao ponto de dizer que "I don’t want to be premature here, but I’d say tentatively that this does appear to be the greatest thing of all time".

Sistema de pipeline

Claramente que é uma ferramenta de grande importância e que poderá ter um grande impacto na composição de imagens, no modo como as pessoas poderão começar a comunicar visualmente, uma espécie de novo avanço para a Web2.0 na área da imagem digital. Mas estamos apenas ainda a ver os exemplos que a equipa nos ofereceu a ver, vamos ter de ver a ferramenta a funcionar de modo efectivo.

Resultados

Agora o segundo motivo do meu entusiasmo está relacionado com o vídeo montado por estes investigadores para darem a conhecer numa conferência científica o modo de funcionamento da sua aplicação. Veja-se o regular abstract típico de um paper académico, aqui abaixo e compare-se o seu efeito com o vídeo. Facilmente se percebe que o alcance da mensagem será muito diferente e até podemos perceber porque de repente uma pequena aplicação desenvolvida com tecnologias que muitos outros grupos de investigação estão a utilizar têm tanto buzz na web.
We present a system that composes a realistic picture from a simple freehand sketch annotated with text labels. The composed picture is generated by seamlessly stitching several photographs in agreement with the sketch and text labels; these are found by searching the Internet. Although online image search generates many inappropriate results, our system is able to automatically select suitable photographs to generate a high quality composition, using a filtering scheme to exclude undesirable images. We also provide a novel image blending algorithm to allow seamless image composition. Each blending result is given a numeric score, allowing us to find an optimal combination of discovered images. Experimental results show the method is very successful; we also evaluate our system using the results from two user studies.

setembro 15, 2009

encenando ideias



Julgo que vale a pena ser visto e avaliado, não pelo conteúdo do que é dito, ou melhor, colado sobre o que é dito, mas pela ideia em si e o espírito criativo ainda que o texto poderia e deveria ser mais focado e aprofundado. Principalmente a parte final está já a queimar o que resta da ideia, faltando-lhe um evidente desenlace, isto no texto colado claro. Aliás este tipo de trabalho não é nada de novo, temos visto centenas de objectos destes. No entanto a ideia do uso desta dramatização genial de Bruno Ganz, sobre um dos episódios mais especulados na nossa história recente para entre aspas encenar um episódio de novela mexicana da política nacional actual, cria a maravilha deste objecto.
Este é um objecto que representa a essência das novas literacias, a capacidade do criador para fazer uso de diferentes suportes, media e artes para dar corpo à sua mensagem. Neste caso escolheu-se um tom humorístico, mas não deve ser por isso menos interessante. Aliás quantas são as rábulas que fazem o mesmo fazendo uso da oralidade sobre um figurino de linguagem corporal conhecido pelo público. O que aqui temos é isso mesmo, mas mais do que isso porque se socorre e trabalha conteúdos dispersos, e completamente desconexos, atribuindo-lhe todo um novo sentido.

Nota: Caso o espectador perceba o alemão, o objecto perde toda a sua graça, nesse caso teria sido bom alguma distorção do som, ainda que os actores não o merecessem.

agosto 05, 2009

Visualizar em vez de descrever

Jonathan Jarvis já tinha reduzido, com sucesso, a enorme complexidade da explicação da Crise do Crédito actual a um objecto audiovisual gráfico, que podemos chamar de motion graphic ou infografia animada, dependente da perspectiva. Agora Jarvis lança um novo artefacto com o intuito de criar uma legião de seguidores de um método ou processo de design de visualização, apelidados de Novos Mediadores.
New Mediators are practitioners who combine methods from design, journalism, and narrative analysis. The result is designed transparency — information that is not only made available, but accessible, relevant and beautiful.
A ideia não é nova, há muito que discutimos a franca evolução da sociedade do domínio das letras para o domínio das imagens, e por isso mesmo a necessidade de novas literacias mais preocupadas com os domínios das artes e menos da teoria escrita. O que está em causa já não é aprender a ler e escrever, mas aprender a visualizar e a comunicar visualmente.




Sobre este assunto ainda, veja-se uma entrevista feita a Spielberg em 1978 pela AFI falando sobre a sua admiração pelas competências de pré-visualização que os animadores possuem. Competências que parecem cada vez mais serem necessárias num âmbito de cultura geral.

maio 03, 2008

civismo com videojogos

I Can End Deportation (ICED) é um serious game lançado pela Breakthrough uma organização de direitos humanos americana. Jogo em 3d e primeira-pessoa desenvolvido na plataforma Torque Game Engine e com recurso a ferramentas de modelação 3d. Não apresentando um grafismo de última geração apresenta-se ao nível das 128 bits o que para um jogo desenvolvido a custo zero é bastante bom.

The player can choose a character and listen to the character's back story. While level one loads, the player is given information on the 1996 laws and how these laws changed immigration policy denying judges the right to rule on immigration cases, the laws are mandatory. The character is then taken to level one- the city. As the player navigates the city, s/he starts with 100 points as an immigrant youth. They must avoid immigration officers, make moral decisions and answer myth/fact questions about immigration.
Mais um videojogo a demonstrar que o elemento Fun não é o único máximo denominador no design e desenvolvimento de jogos. Um jogo que vem evidenciar as capacidades educativas do media e assim lançar novas possibilidades para o crescimento desta área de estudos.

março 10, 2008

é a simplicidade, estúpido

Num artigo hoje publicado na ReadWriteWeb faz-se a previsão da ascensão e domínio da Apple sobre a Microsoft apontando várias razões para tal. De todas as apontadas a que mais me chamou a atenção foi sem dúvida uma questão que me tem apoquentado nos últimos tempos e que diz respeito ao crescente aparecimento de linguagens sempre que uma nova plataforma de trabalho aparece (Java, C, C#, C++, Javscript, Lingo, LUA, Python, AJAX, SQL, PHP, Pascal, Fortran, Assembler, Basic, HTML, XHTML, DHTML, etc). Assim o que Alex Iskold refere neste artigo é a inteligência da Apple ao ter evitado dar saltos entre diferentes linguagens na evolução do seu sistema ao contrário da Microsoft que tem tentado acompanhar e impor muitas vezes sem sucesso, perdendo por vezes as batalhas contra outras linguagens (como o Java da Sun). Uma guerrilha que me faz lembrar a recente discussão Blu-ray ou HD-DVD, ou seja não existe um verdadeiro interesse em fomentar o incremento da utilização, mas antes em criar novas tecnologias, e assim justificar o trabalho dos batalhões de engenheiros informáticos.

Metaforicamente podemos pensar que existem de um lado os exércitos preocupados com o conteúdo e do outro os preocupados com a forma. Os primeiros querem apenas potenciar os materiais disponiveis facilitando o acesso alargado dada a estabilidade e permanência do conhecimento no tempo. Os segundos, preocupam-se maioritariamente com a potencialização do sistema, incremento de possibilidades e propriedades esquecendo que não dão tempo a quem vai utilizar para que este possa verdadeiramente utilizar todas aquelas novas capacidades. Aliás só mesmo assim faz sentido que cada vez que uma nova versão aparece seja necessário criar manuais adaptados aos utilizadores antigos para que eles percebam o que se alterou. Para quem não consegue ver o problema por detrás das linguagens, peço apenas que pensem no Office 2003 e no Office Vista e percebam o quanto a forma mudou, mas o conteúdo produzido pelo software continua idêntico.


Não estou aqui a defender uma atitude conservadora faze à evolução tecnológica. Julgo antes que o que potencia estes modelos de desenvolvimento não são as necessidade dos utilizadores e nem mesmo dos programadores mas antes de um mercado capitalista que não pode apresentar números negativos no final do ano e que por isso necessita de lançar no mercado objectos novos que contenham algo apelativo por forma a convencer os utilizadores a embarcar, nem que para isso se tenha de abdicar da estabilidade e conhecimento adquirido. No caso do Office nada de novo no horizonte, as diferenças estão mesmo na interface que geram burburinho e criam a curiosidade nos utilizadores e depois a artimanha da mudança de tipo de ficheiro que obriga à evolução do parque instalado para poder realizar a leitura dos ficheiros que se vão partilhando.

fevereiro 18, 2008

HP e a tecnologia no ensino

Cá vai mais um resumo live a partir de uma conferência. Hoje estou na 2008 HP Technology for Teaching Worldwide Higher Education Conference na Estancia Hotel La Jolla (San Diego), California, USA. A impressão da primeira manhã de dois dias, é o entusiasmo da HP não partilhado pelos investigadores. Estamos aqui todos a ouvir dizer que os Tablets PCs são fantásticos e que são revolucionários e que podem aumentar a colaboração entre estudantes, que podem aumentar a atenção, o interesse, a motivação. Isto é sustentado com estudos de algumas Universidades de peso como a Duke ou a Virginia Tech que parecem ter recebido financiamentos chorudos para estarem aqui a falar desta forma.


Na verdade se isto me parece estranho a mim, aos colegas do Brasil, Espanha, Itália ou UK não parece ser tão estranho aos americanos que estão mais habituados a estas fortes investidas da indústria sobre os investigadores fornecendo-lhes recursos e ao mesmo tempo pedindo de volta dados que sustentem e aumentem as vendas dos produtos. Acima de tudo fala-se de dados, e gráficos de dados, métodos de analisar e medir os dados. Existe um forte interesse nos dados, com o selo de cada Universidade por forma a poderem ser utilizados mais tarde como "produto comprovado cientificamente".


Existe algo que não consigo deixar de apontar com muita estranheza e apreensao, se esta é acima de tudo uma conferência sobre novos modelos de ensino e aprendizagem nas Universidades, como é que praticamente todos os investigadores são provenientes de Engenharia e Ciências da Computação. Onde está a Psicologia e as Humanidades e as Ciências Sociais, aqueles que não usam a tecnologia por norma nas suas aulas. Pois porque nós usamos a tecnologia sempre, com Tablets ou sem Tablets, as nossas aulas têm por base o computador. Mas interessava era ver aqueles que ainda se recusam a usar máquinas, e a usá-las para actividades diárias que não necessitam obrigatoriamente do computador. Perceber aí em matérias menos esquemáticas e mais conceptuais como é que poderemos dar um melhor uso à tecnologia.

Por agora deixo-vos com uma interessante frase da Gloria Rogers, executiva da ABET, Inc, que esteve a falar extensivamente sobre métodos de quantificação de dados e de procura da verdade científica. Adorei quando ela disse, Communicate, Communicate, Communicate. You need to tell your story.

outubro 22, 2007

Gameplay de Raiz Académica

Mais um caso de sucesso realizado na plataforma Half-Life e apadrinhado pela própria VALVe. Primeiro foi Counter Strike, versão multiplayer de Half-Life que se tornou mais famoso que o próprio jogo original e é hoje utilizado em competições de videojogos. Agora temos Portal, que pode ser adquirido com o Pack Orange ou então comprado online por cerca de $20. Portal é em si mesmo um magnífico desafio de inovação de gameplay. As palavras de resumo da VALVe definem muito sucintamente o jogo como,
"designed to change the way players approach, manipulate, and surmise the possibilities in a given environment (..) players must solve physical puzzles and challenges by opening portals to maneuvering objects, and themselves, through space." [VALVe]
O que me deixou ainda mais perplexo quando hoje analisava o jogo foram as similaridades que o gameplay denota face a Echochrome. O puzzle tridimensional virtual, supostamente Echochrome estaria a apresentar-nos uma inovadora forma de jogo, não digo que não o tenha feito e PORTAL também o estaria a fazer e na verdade está, mas também não deixa de ser real que ambos convergem em muitos pontos do seu gameplay. No caso de PORTAL apesar de ter saido há 10 dias, a versão que lhe dá origem e da qual falarei à frente, é de 2004. Assim ao jogador é pedido em ambos os jogos, que seja capaz de equacionar um modelo mental da geometria do espaço onde se encontra e a partir daí estabeleça relações alternativas entre elementos do espaço. Em Echochrome é necessário rodar o mundo para que o personagem não caia ou então possa subir esacadas, aqui é necessário abrir portais que permitam ligar diferentes áreas e assim permitam ultrapassar os obstáculos.

Portal é antes de mais, um conceito de jogo e como tal é necessário perceber de onde veio o conceito antes de dar os parabéns à VALVe. O conceito de jogo nasce no Digipen Institute of Technology pelas mãos de alunos do curso de Real-Time Interactive Simulation. Narbacular Drop, nome estranho apenas pela simples razão de se tornar facilmente pesquisável no google, oferece o conceito em todo o seu esplendor, faltando-lhe apenas uma componente gráfica mais cuidada e claro a quantidade de niveis que PORTAL oferece. Aliás o engraçado de tudo isto é que quem desenvolveu PORTAL na VALVe foram exactamente os mesmos miúdos que foram contratados pela VALVe após uma sessão de demonstração do jogo. Se não acreditarem no brilhantismo do jogo pelo que vos digo e pelo vídeo abaixo, façam o download de Narbacular Drop e joguem um bocado para perceberem porque é tão adictivo e interessante o conceito.

Este será apenas mais um dos exemplos que demonstra o quão errado tem sido a estratégia da indústria de videojogos ao andar de costas voltadas para a academia. Aqui um pequeno grupo de estudantes concebeu, projectou, desenhou, programou, prototipou (todas estas fases foram documentadas e podem ser visualizadas no site do jogo) e demonstraram o que é possível fazer num ambiente académico. Este projecto não é único nestas condições e ainda há alguns meses atrás tinha deixado aqui uma nota sobre fl0w, outro projecto académico que foi entretanto adoptado pela Sony para a PS3. Sem dúvida que o ambiente académico será o ambiente mais propício ao desenvolvimento criativo de novas mecânicas de jogo uma vez que se trabalha sem constrangimentos orçamentais. O único senão pode ser a falta de ambição tão característica dos projectos académicos que muitas vezes também é limitada por barreiras criativas impostas pelas universidades, departamentos ou mesmo os professores e orientadores. É necessário pensar-se mais além, é necessário dar as ferramentas de produção necessárias aos alunos e isso inclui apenas três coisas mas que são fundamentais: software; know-how e liberdade criativa.

Isto não quer dizer que tudo será um mar de rosas e fácil. Aliás no post-mortem que o próprio grupo faz é discriminado aquilo que correu bem e aquilo que correu mal e é interessantíssimo verificar que a primeira questão sobre o que correu mal foi exactamente a ocorrência de - communication barriers between the programmer and art teams - ou seja uma questão de comunicação organizacional essencial e para a qual é fundamental que existam bons comunicadores que não precisam obrigatoriamente de serem bons técnicos. Aliás é exactamente por causa desta questão que tenho defendido a criação de cursos de Comunicação orientados para as áreas do Multimédia, ou a denominada área dos Novos Média, que não precisam de possuir uma visão purista da arte ou uma orientação de engenharia dura mas que ficam exactamente no meio dos dois campos ocupando uma visão privilegiada dado os conhecimentos de banda larga adquiridos.

Espero que este projecto sirva para iluminar o caminho a alguns estudantes interessados em videojogos, mas também a alguns colegas para que possamos começar a desenvolver trabalhos nas nossas universidades com qualidades que permitam não só serem orientados para o seio de grandes empresas do meio, e porque não, criarem as suas próprias empresas partindo dos conceitos que desenvolveram nas universidades.

Portal (VALVe, 2007)

julho 20, 2007

Videojogos e Jornalismo

O Institute for New Media Studies da Universidade do Minnesota ganhou uma bolsa de 250 mil dólares financiada pela Poynter para o projecto de investigação Playing the News na área de estudos que fazem um cruzamento entre os Videojogos e o Jornalismo. A base passa por desenvolver mundos virtuais para cada tipo de notícia. Para isso vão desenvolver duas ferramentas: o "scenario builder" e o "dialog builder". Ou seja segundo Nora Paul do INMS

"We're seeing whether creating a simulation environment would be an interesting way to tell stories incrementally over time. Instead of creating background story links on news sites, we'd create a simulation world in which the information would be revealed in ongoing coverage."
Obrigado pela info Luís Santos.

Livro de Estilo dos Videojogos

Acaba de ser lançado um livro de estilo dos videojogos, The Videogame Style Guide, que pretende uniformizar a linguagem e definições jornalísticas sobre o medium dos videojogos. Escrito por David Thomas fundador da IGJA, Kyle Orland freelancer da GameSpot, The Escapist, Next Generation ou Joystiq, Scott Steinberg também freelancer escrevendo sobre videojogos para a CNN, o LA/NY Times, a Playboy ou ainda Rolling Stone. O livro é formalmente apoiado pela Games Press.

Um livro que pode ser muito útil a começar pela própria definição da palavra que dá nome ao novo media. Aplicando as regras do livro aqui numa tradução para português, deve-se escrever: Video Jogos, Video-Jogos ou Videojogos? Pelo nome do livro facilmente se poderá depreender que a última opção é a mais correcta, no entanto sabemos que tem sido muito pouco consensual desde sempre. Aliás foi em completo acordo com esta definição que em 2005 criámos a comunidade científica portuguesa de videojogos com a simples identificação VIDEOJOGOS.

O livro pode ser comprado em papel por cerca de 15 dólares ou então pode-se fazer o pedido do e-book via e-mail sendo deste modo completamente gratuito.

Gaming Literacy

A MacArthur Foundation atribuiu no passado mês de Junho uma bolsa de 1,1 milhões de dólares para a criação de uma nova escola pública de Nova Iorque com o objectivo de aumentar a literacia de ensino e outras capacidades através de “game design and game-inspired methods” a crianças da faixa 6-12 anos. Esta escola parte de uma iniciativa do Gamelab Institute of Play dirigido por Katie Salen uma das autoras do opus "Rules of Play".

Segundo Robert Hughes, presidente da New Visions for Public Schools.

“All players in the school – teachers, students, parents and administrators – will be empowered to innovate using 21st century literacies that are native to games and design. This means learning to think about the world as a set of in interconnected systems that can be affected or changed through action and choice, the ability to navigate complex information networks, the power to build worlds and tell stories, to see collaboration in competition, and communicate across diverse social spaces. It means that students and teachers will engage in their own learning in powerful ways. This project will reimagine the traditional school from top to bottom, based on research on how students today learn best—and will create a new learning environment that will prepare them for success in college and the 21st century workforce.”