agosto 01, 2011

Jogo: The Adventures of Dear Explorer (2011)

A Vortix é uma empresa portuguesa especializada no campo dos videojogos Flash free to play. São vários os títulos de sucesso internacional produzidos tanto em outsourcing (ex. Mold Rush) como de produção própria (ex. série Atomik Kaos).


O seu mais recente jogo The Adventures of Dear Explorer (2011) foi lançado em Maio deste ano e é um verdadeiro hino ao retro e revivalismo. Desde a estética 8 bits, à musica de sonoridade anos 80, aos adolescentes com roupas do cinema americano dos anos 50, tudo aqui nos transporta para o passado.


A história conta-nos que uma cheerleader é raptada e o seu namorado, armado com a shotgun do pai, irá abrir caminho até ao fim do mundo para a encontrar e resgatar. Uma premissa básica que tem servido muitos jogos, mas aqui acaba por fazer todo o sentido uma vez que serve o propósito nostálgico das quests dos jogos dos anos 80. Eu diria que em termos de storytelling poderíamos ter ido mais longe, até pelo uso que o jogo faz das páginas do diário e das t-shirts perdidas, ainda assim julgo que o objetivo de manter a história simples foi uma boa opção. Não deixa de ser interessante salientar a fusão de géneros narrativos que decorre entre o que vai aparecendo escrito ao jogador, que possui um tom cómico, em contraste com os personagens e locais por onde vamos passando que se baseiam no género do horror.


Menos nostálgico ou retro são os diferentes tipos de gameplay aqui mesclados, desde a aventura gráfica, ao shooter, com uns pozinhos de RPG e ainda salteado com puzzles em plataformas. Os níveis funcionam como grandes labirintos a serem decifrados, minados de inimigos, onde toda a construção de ações se torna num verdadeiro diamante em bruto à espera de ser lapidado pelo jogador.
A dinâmica do jogo demora a arrancar, julgo que em parte o arranque é menos conseguido para justificar a possibilidade evolutiva do personagem em termos de qualidades RPG. Mas com esta diversidade de jogabilidade, em pouco tempo começamos a dominar a lógica do jogo e a imergir totalmente no mesmo, começamos a sentir-lhe o pulsar, e parar torna-se difícil.


The Adventures of Dear Explorer, apesar de ser um pequeno jogo Flash, tem muito para oferecer: 16 níveis, 9 tipos de inimigos, 3 bosses, 33 pequenos objetivos, 9 grandes conquistas. E é toda esta dimensão do jogo que ao fim de pouco tempo nos começa a fazer sentir um enorme prazer de jogar.


A música e o design de som esteve a cargo do Francisco Furtado que é uma referência em Portugal na área das bandas sonoras para videojogos. A música está totalmente ao serviço do tema nostálgico dos anos 80, mas mais impressionante é a forma como ele consegue criar as atmosferas de cada zona do jogo. É verdade que a música é uma componente muitas vezes relegada para segundo plano na produção dos videojogos, mas aqui podemos ver como esta faz a diferença, como pode funcionar como uma mais-valia quando o trabalho é de excelência.


Não tenho dados concretos relativos ao número de views do jogo, mas a simples procura pelo título do jogo leva-nos a encontrar milhares de páginas que o disponibilizam. E mais interessante que isso as respostas dos jogadores, a julgar pelos comentários no Indie Games, Kongregate, Armor Games, são muito favoráveis.



Trailer de The Adventures of Dear Explorer (2011)

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