novembro 14, 2010

conteúdos interactivos, novos investimentos

A National Film Board (NFB) do Canada, é uma instituição do género do nosso Instituto de Cinema Audiovisual. A NFB é sobejamente conhecida no mundo do cinema, pela imensidade de prémios atribuídos nos inúmeros festivais de cinema do mundo, tendo inclusive sido agraciada com um Oscar Honorário na comemoração dos seus 60 anos. Afirmou-se ao longo dos últimos 70 anos em três grandes áreas a animação, as curtas e o documentário. Na animação Norman Mclaren é o nome de referência e quase impossível dissociar por tudo o que fez em nome da NFB desde os anos 40.
Mas o que me faz trazer aqui a NFB é o seu recente investimento na componente de Interactividade. Não que seja algo de verdadeiramente inovador, até o nosso ICA já se chamou durante quase uma década ICAM (Instituto do Cinema, Audiovisual e Multimédia), mais uma daquelas situações de algo que aparece à frente do tempo.

Mas os desenvolvimentos verificados nos últimos 5 anos com o incremento explosivo da presença do vídeo online fez com que fosse possível começar a pensar em outras abordagens, outros modelos de audiovisual, nomeadamente na participação dos utilizadores que povoam as redes sociais e que estão cada vez mais disponíveis para ser parte activa e criativa.

E é dentro desta linha que aqui traço, que Tom Perlmutter o presidente da NFB dirá que,
“We need to support content that is not tied to existing broadcast properties and may never have a broadcast component. This is perhaps the riskiest and most difficult content to develop and, in some ways, the most important. It is here that the language, aesthetics and dynamics of new media programming will be developed. We are only at the very beginning of the emergence of new art forms and new modes of popular entertainment.”
Concordo totalmente, e apesar de andarmos com este discurso vai para quase 20 anos, acredito que é chegado o momento. Acredito que mais do que nunca os utilizadores, os jogadores, as pessoas nas redes sociais estão prontas para receber este tipo de conteúdos. Não só prontas, mas desejosas. O "estar na net" é já de si condição bem diferente do estar "frente à TV". A largura de banda fomentou o incremento da presença audiovisual online que consequentemente trouxe mais investimento intelectual e artístico na internet. Assim a internet assumiu o estatuto de "media ideal" para conteúdos interactivos em detrimento dos CD-Roms, DVDs, etc., dadas todas as propriedades apontadas e ainda as capacidades de distribuição e publicação muito apelativas.

Nesta colecção de obras interactivas disponibilizadas podemos ver desde já trabalhos no campo do documentário interactivo, a privilegiar uma tradição clara da NFB, mas também trabalhos de ensaio, artísticos e mesmo "user generated content". No fundo e em conjunto uma clara aposta da NFB na narrativa e storytelling, na autoria de ideias.

Highrise de Katerina Cizek, 2009, NFB
Waterlife de Kevin McMahon, 2009, NFB


O site da NFB que faz uso da tecnologia Flash foi entretanto adicionado à shortlist pública do FWA. Deixo aqui abaixo referências recentes para outros sítios que trabalham estas temáticas:

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