Claude Berri deixa-nos depois de uma das mais prolíficas carreiras cinematográficas do século passado. Resta-nos um espólio para ver e rever e acima de tudo sentir, sentir muito. Berri não foi um dos autores acariciados pelos Cahiers nas vagas dos chamados Autores mas nem por isso se lhe deve menos no que toca à história do cinema francês e mundial. Dois épicos sociais, apenas, serviriam para classificar todo o seu esplendor enquanto visionário do cinema e acima de tudo do saber contar histórias visualmente, falo de Jean de Florette (1986) e Manon des Sources (1986). Aliás, bem cedo na sua carreira, em 1965, Claude Berri, recebia o Oscar para a melhor curta de ficção em Hollywood com Le Poulet (1962).
É no entanto enquanto produtor que Berri mais trabalhou e por isso mesmo nem sempre o seu trabalho obteve a visibilidade que pode obter um actor nos EUA ou um realizador na Europa. Contudo foi com ele que Gainsbourgh conseguiu realizar o seu Je t'aime moi non plus (1976); que Polanski conseguiu dar vida ao clássico Tess (1979); que Annaud pôde filmar L'Ours (1988) e L'Ammant (1992); que Berri pôs em cena Os Maias francês Germinal (1993); que Chéreau conseguiu uma proeza técnica e estética de contornos épicos La Reine Margot (1994); que Schlöndorff dirigiu The Ogre (1996). E já agora não podemos deixar de lembrar o primeiro filme da série Astérix et Obélix contre César (1999) realizado por Zidi.
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