junho 15, 2009

comunicação audiovisual

Nesta manhã foi com surpresa que abri um link proporcionado pelo colega Luís Pereira a quem agradeço, para ver o filme A Thousand Words de Ted Chung. Dado o meu maravilhamento com a curta, o Luís passou-me ainda um outro link, Signs de Patrick Hughes. Fiquei aqui parado durante uns bons minutos a reflectir e a pensar no que tinha acabado de presenciar.

Outrora tínhamos apenas os canais dos festivais para aceder a estas obras, hoje a net veio revolucionar a comunicação e esta é cada vez mais audiovisual e menos textual. Hoje ser literado não significa apenas saber ler e escrever, mas ver/interpretar e também criar visualmente. A net outrora vista como a revolução da interactividade é cada vez mais um bastião de propagação do media que é ainda o mais capaz no contar de histórias, o audiovisual. Especialmente para os meus alunos espero que tirem ilações sobre o potencial narrativo do media e que sejam capazes de largar as amarras que os prendem ao texto para deixarem a imagem falar.

Deixo abaixo os dois filmes que me deliciaram nesta manhã e espero que desfrutem tanto como eu. Ted Chung esteve presente com este filme no Berlin Talent Campus de 2008 e no Pangea Day o festival organizado pela TED. Patrick Hughes preparou o filme para o Schweppes Short Film Festival.




A Thousand Words de Ted Chung





Signs de Patrick Hughes (ver em HQ)

junho 14, 2009

Well Played 1.0

Drew Davidson o actual director do Entertainment Technology Center na CMU acaba de editar pela ETC-Press, Well Played 1.0: Video Game, Value and Meaning sob licença da Creative Commons, ou seja o livro pode ser descarregado integralmente da web de forma gratuita. O livro apresenta leituras de jogos com o objectivo de criar uma literacia sobre o mundo dos videojogos.
This book is full of in-depth close readings of video games that parse out the various meanings to be found in the experience of playing a game. 22 contributors (developers, scholars, reviewers and bloggers) look at video games through both senses of “well played.”
The goal is to help develop and define a literacy of games as well as a sense of their value as an experience. Video games are a complex medium that merits careful interpretation and insightful analysis.
Os capítulos podem ser descarregados directamente nos links abaixo:

no comments

Werner Herzog, realizador de cinema

in Público 13.06.2009
"A solidão humana aumentará em proporção directa do avanço nas formas de comunicação"
original quote, in IMDB
"It is my firm belief, and I say this as a dictum, that all these tools now at our disposal, these things part of this explosive evolution of means of communication, mean we are now heading for an era of solitude. Along with this rapid growth of forms of communication at our disposal - be it fax, phone, email, Internet or whatever - human solitude will increase in direct proportion."

junho 05, 2009

Home de Yann Arthus-Bertrand


Estreia hoje mundialmente e em multiplataformas, Home, o filme de Yann Arthus-Bertrand. O filme trabalha sobre o seu trabalho fotográfico prévio, La Terre vue du Ciel, no qual fotografou grande parte do nosso planeta a partir do céu. É a primeira vez que uma longa-metragem estreia em tão grande número de plataformas audiovisuais: Salas de Cinema, Projecções de rua, DVD, Televisão (TV2), Youtube .


O filme realizado por Yann Arthus-Bertrand, foi produzido por Luc Besson e narrado pela conhecida actriz Glenn Close, foi filmado em alta-definição, em 54 paises, 120 locais diferentes e durante quase um ano (217 dias). O primeiro filme a providenciar uma perspectiva contínua do ar, mostra a nú toda a beleza e chagas do planeta Terra e serve o propósito de nos alertar para o que estamos a destruir no Dia do Ambiente Mundial.
O filme será projectado por baixo da Torre Eiffel em Paris, no Central Park em Nova Iorque e na Trafalgar Square em Londres. Estreia em 100 paises e em 23 linguas.

Deixo o trailer aqui abaixo, e vejam o filme já a seguir no YouTube. Se não puderem ver já, guardem o link e vejam nos feriados que se aproximam. É um hino à natureza e ao que podemos ser. A ver obrigatoriamente por nós e pelos nosso filhos.

Steven Johnson no Twitter na Time

Uma brincadeira realizada pela Time sobre um texto de Steven Johnson para a Time sobre o Twitter que acaba na front page a demonstrar a velocidade a que rodam as coisas no mundo Tiwtter.
Não sou defensor da ferramenta, mas que está no seu auge, não há qualquer dúvida. (Já para não falar no Iphone que aqui aparece publicitado de forma indirecta, mas que é também grande responsável por muito do sucesso do Twitter.)

[a partir de setvenberlinjohnson.com]

junho 03, 2009

uma cultura, e uma arte portuguesas

Do que pude ouvir no MySpace só posso dizer que fiquei literalmente apaixonado pela nova banda portuguesa Sean Riley & The Slowriders. São um hino ao modelo canção, uma surpresa tal como foi Rita Redshoes, aqui menos pop, mais melancólico, mais profundo. Sean Riley encaixa-se na linha de Tindersticks, a dar laivos de melancolia de Tom Waits e Leonard Cohen e a encaixar numa sonoridade de Nick Cave. Para o Blitz nada menos que 5/5, "...não deixa de surpreender o fôlego e a coesão quase conceptual do novo Only Time Will Tell...Um disco exemplar e apaixonante”. Realmente ouvir esta banda é uma fonte de inspiração interminável e dá-nos vontade levitar, de lutar e viver, de sermos mais capazes de sermos criadores, seja em que área nos movamos, musica, cinema, videojogos, pintura. Por favor criem, criem mais, muito mais, façam deste um país criativo e criador (escrito enquanto ouvia Harry Rivers).

Sinto Portugal a mudar e a evoluir musicalmente, veja-se também o último trabalho de Rodrigo Leão, A Mãe (2009). Aliás julgo que devemos nos dar por muito contentes porque no nível cultural o nosso país têm sentido os efeitos de um aumento dos níveis de formação que permitiu às pessoas aceder a níveis superiores de cultura e desse modo produzir também a outros níveis. No cinema tivemos João Salaviza aqui há dias em Cannes com uma marca portuguesa que não é aquela que nos quiseram vender nos últimos anos, é uma marca embebida de cultura global, capaz de sair da casca e chegar ao íntimo de nós. Para que serve a arte, se não para nos penetrar e fazer estremecer, é disto que fala a emoção humana, e a arte é emoção antes de cognição. Ainda no campo da cultura temos casos como Sofia Escobar nomeada em Inglaterra para Best Actress in a Musical pela sua performance no 50º aniversário de produção do musical West Side Story. No design tivemos já estampas de portáteis da HP com a ilustração nacional, tivemos videoclips dos Incubus, tivemos protótipos da Peugeot, tivemos All-stars converse. A evolução no mundo do stand-up comedy, do qual não sou particularmente fã, também não é alheia a esta evolução decorrida no nosso país.

Muitos mais exemplos teriamos para colocar aqui, mas realmente não tenho aqui nenhuma lista e estes foram apenas os que me lembrei. Vou tentar trazer para aqui esses caso doravante e já agora peço-vos que deixem outros exemplos nos comentários.

maio 25, 2009

comunicação visual digital

Scott McCloud é um autor de reconhecido valor na área dos estudos de banda desenhada (comics). As suas maiores faculdades estão na forma como ele é capaz de categorizar e re-categorizar o mundo, de o assimilar e de o etiquetar e ao mesmo tempo de justificar com um forte argumentário, plausivel e inovador. McCloud é alguém particularmente dotado na área da comunicação visual e por isso faz todo o sentido dedicarmos algum tempo a ouvi-lo nesta conferência TED, mas não só, a lê-lo nos seus livros.
Nesta conferência o ponto que mais me impressionou foi o modo como ele apresentou a passagem da banda desenhada impressa (print comics) para os novos media digitais e interactive (web comics). Dois conceitos são verdadeiramente importantes e a reter, o momento em que ele fala da adição de som e movimento aos quadros desenhados, a ruptura que esta adição provoca na continuidade temporal. E em segundo lugar a perspectiva do monitor não como uma folha de papel, mas antes como uma janela, algo de que André Bazin falava embora enquanto objecto de realismo.
Desta apresentação ficam ainda as 4 prioridades de McCloud,
Learn From Everyone
Follow No One
Watch for Patterns
Work like Hell

maio 24, 2009

um dia feliz para Portugal

É a primeira vez que um filme português consegue tal feito, a curta-metragem Arena de João Salaviza ganhou a Palma de Ouro em Cannes 2009.
Depois de ganhar o grande prémio no Indie Lisboa 2009, no início deste mês, foi agora a vez desta produção da Filmes do Tejo ganhar no mais importante festival de cinema do mundo. O filme fala-nos de: "Mauro vive em prisão domiciliária. As tatuagens ajudam-no a queimar o tempo. Três putos do bairro aproximam-se da sua janela. Lá fora, o sol bate com a força do meio-dia". Sobre o filme João Salaviza, com 25 anos e o curso de cinema inacabado, escreveu um statement que se transcreve a seguir,
"What interests me more than capturing the transformations a place might undergo, is the tension that builds in the moments where nothing changes. The lead in “Arena” is restricted by limitations of both space and time. By filming Mauro in home confinement I was faced with the situation of a man with nowhere to go. I followed through with that idea from the script to the editing.
With the rule that no shot would prefigure the protagonist’s trajectory, nor suggest to him paths he simply could not see. That is right for someone who lives in a house with bars on the windows, and who secretly hopes that things will change by themselves. "
Não podemos ver o filme mas podemos ver bocados entrecortados com uma entrevista ao João Salaviza, no trabalho realizado pelo programa da RTP Fotograma,



Quero apenas aqui a deixar bem frisado que esta é a primeira vez que Portugal ganha tal prémio. A razão para eu frisar esta situação é dupla, por um lado porque é importante, mas por outro para se perceber de uma vez por todas que o cinema português dito de qualidade que não agrada ao público português mas que "vende bem em festivais internacionais" cai aqui por terra. Manoel de Oliveira ganhou apenas no ano passado uma Palma de Ouro mas atribuída pela carreira (Lifetime achievement award for his work), não por um trabalho em particular em concurso regular, uma espécie de doutoramento Honoris Causa.

Ainda sobre os Prémios Cannes2009, Michael Haneke leva pela segunda vez a Palma para a longa "Das Weisse Band".

o futuro da comunidade


Eurodeputada vai a sessão de votação no parlamento europeu com o bebé

Um exemplo do que deve ser uma comunidade que vive em harmonia e permite que as mulheres possam realizar a sua carreira sem que para isso tenham de sacrificar a maternidade. Neste caso temos claramente um comportamento escandinavo a procurar afirmar-se no seio de uma comunidade onde ainda se olha para os bebés como um estorvo e não como algo bom para toda a comunidade.

[a partir de El País]

maio 21, 2009

João Bénard da Costa (1935-2009)

Play the guitar
Play it again, my Johnny
Maybe you're cold
But you're so warm inside
I was always a fool
For my Johnny
For the one they call Johnny Guitar
Play it again, Johnny Guitar

What if you go
What if you stay
I love you
What if you're cruel
You can be kind
I know

There was never a man
Like my Johnny
Like the one they call Johnny Guitar

There was never a man
Like my Johnny
Like the one they call Johnny Guitar
Play it again, Johnny Guitar

Johnny Guitar de Peggy Lee faz parte da banda sonora do filme Johnny Guitar (1954) de Nicholas Ray, o filme da vida de João Bénard da Costa.