Gostei particularmente da forma como a pedopsiquiatra Ana Vasconcelos expôs o propósito do entertainment, ainda que não o tenha feito com essa intenção. Ou seja, esta referia-se, ao facto de as crianças passarem todo um dia em correrias e ambientes repletos de stress que nada mais fazem que é contribuir para o aumento da ansiedade por via da imprevisibilidade do que vai acontecer a seguir e que desse modo os videojogos ou o cinema funcionam como verdadeiros momento de relaxe e tranquilização do espírito no sentido em que lhes fornecem segurança. Uma segurança baseada na previsibilidade do que vai acontecer a seguir e quanto mais previsível esta for, mais controlado será o ambiente pela criança e desse modo mais tranquilizante.
É deste modo que julgo que podemos definir o Entretenimento. Ou seja, ele não pretende ocupar áreas cognitivas dedicadas ao trabalho, poluídas por stress, mas antes funcionar como momento de apaziguamento da psyche, momentos de puro controlo sem lugar para o destronar de expectativas.
Um aparte pessoal, esta exposição de Ana Vasconcelos fez-me recordar a razão pela qual eu deixei de ver futebol ou qualquer outro desporto na televisão ou ao vivo, há cerca de 20 anos atrás. Lembro-me perfeitamente do stress que alguns jogos geravam, as expectativas que se criavam o quão difícil era para mim lidar com elas em face da frustração. Por esse motivo decidi conscientemente, não mais prestar atenção a essas formas de entretenimento e concentrar-me fundamentalmente no cinema e artes. No cinema, e lembro que era principalmente na sala escura, podia fugir da minha realidade e viajar, conhecer outros mundos, outras realidades, outras sociedades e culturas. Encher-me de alegrias e tristezas, tudo dentro de um ambiente contido no tempo e no espaço que apenas se expandia quando a minha fantasia e imaginação assim o permitiam. Ou seja, a previsibilidade que aqui se fala, não está no fruto da mensagem mas antes na relação com o artefacto, esta relação é conhecida, existe uma literacia envolvida e apreendida que nos faz sentir á l'aise durante o processo de interacção.
[ligação a Literacia Digital]
É deste modo que julgo que podemos definir o Entretenimento. Ou seja, ele não pretende ocupar áreas cognitivas dedicadas ao trabalho, poluídas por stress, mas antes funcionar como momento de apaziguamento da psyche, momentos de puro controlo sem lugar para o destronar de expectativas.
Um aparte pessoal, esta exposição de Ana Vasconcelos fez-me recordar a razão pela qual eu deixei de ver futebol ou qualquer outro desporto na televisão ou ao vivo, há cerca de 20 anos atrás. Lembro-me perfeitamente do stress que alguns jogos geravam, as expectativas que se criavam o quão difícil era para mim lidar com elas em face da frustração. Por esse motivo decidi conscientemente, não mais prestar atenção a essas formas de entretenimento e concentrar-me fundamentalmente no cinema e artes. No cinema, e lembro que era principalmente na sala escura, podia fugir da minha realidade e viajar, conhecer outros mundos, outras realidades, outras sociedades e culturas. Encher-me de alegrias e tristezas, tudo dentro de um ambiente contido no tempo e no espaço que apenas se expandia quando a minha fantasia e imaginação assim o permitiam. Ou seja, a previsibilidade que aqui se fala, não está no fruto da mensagem mas antes na relação com o artefacto, esta relação é conhecida, existe uma literacia envolvida e apreendida que nos faz sentir á l'aise durante o processo de interacção.
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