fevereiro 22, 2008

salão de jogos

Reportagem da TSF, Salão de Jogos, sobre os videojogos e a realidade social portuguesa desta indústria emergente. Com convidados da indústria, da academia e jogadores a TSF apresenta-nos um programa rico em informação e bastante actual.

Gostei particularmente da forma como a pedopsiquiatra Ana Vasconcelos expôs o propósito do entertainment, ainda que não o tenha feito com essa intenção. Ou seja, esta referia-se, ao facto de as crianças passarem todo um dia em correrias e ambientes repletos de stress que nada mais fazem que é contribuir para o aumento da ansiedade por via da imprevisibilidade do que vai acontecer a seguir e que desse modo os videojogos ou o cinema funcionam como verdadeiros momento de relaxe e tranquilização do espírito no sentido em que lhes fornecem segurança. Uma segurança baseada na previsibilidade do que vai acontecer a seguir e quanto mais previsível esta for, mais controlado será o ambiente pela criança e desse modo mais tranquilizante.


É deste modo que julgo que podemos definir o Entretenimento. Ou seja, ele não pretende ocupar áreas cognitivas dedicadas ao trabalho, poluídas por stress, mas antes funcionar como momento de apaziguamento da psyche, momentos de puro controlo sem lugar para o destronar de expectativas.

Um aparte pessoal, esta exposição de Ana Vasconcelos fez-me recordar a razão pela qual eu deixei de ver futebol ou qualquer outro desporto na televisão ou ao vivo, há cerca de 20 anos atrás. Lembro-me perfeitamente do stress que alguns jogos geravam, as expectativas que se criavam o quão difícil era para mim lidar com elas em face da frustração. Por esse motivo decidi conscientemente, não mais prestar atenção a essas formas de entretenimento e concentrar-me fundamentalmente no cinema e artes. No cinema, e lembro que era principalmente na sala escura, podia fugir da minha realidade e viajar, conhecer outros mundos, outras realidades, outras sociedades e culturas. Encher-me de alegrias e tristezas, tudo dentro de um ambiente contido no tempo e no espaço que apenas se expandia quando a minha fantasia e imaginação assim o permitiam. Ou seja, a previsibilidade que aqui se fala, não está no fruto da mensagem mas antes na relação com o artefacto, esta relação é conhecida, existe uma literacia envolvida e apreendida que nos faz sentir á l'aise durante o processo de interacção.

[ligação a Literacia Digital]

fevereiro 21, 2008

Portal, o grande vencedor

Depois de termos elogiado o design, criatividade e inovação por detrás de Portal, eis que a GDC 2008 confirma esse valor, atribuindo-lhe 3 dos 10 prémios deste ano. Jogo do Ano, Melhor Game Design e Inovação, é caso para uns entusiastas parabéns aos criadores do jogo.


A lista de vencedores do 8th Annual Game Developers Choice Awards foram,

2007 Best Game Design
Portal (Valve)
Kim Swift, Realm Lovejoy, Paul Graham

2007 Best Visual Art
BioShock (2K Boston/2K Australia / 2K Games)
Scott Sinclair, Shawn Robertson, Andrew James

2007 Best Technology
Crysis (Crytek/Electronic Arts)
Cevat Yerli, Douglas Binks, Timur Davidenko, Martin Mittring

2007 Best Writing
BioShock (2K Boston/2K Australia / 2K Games)
Ken Levine, Emily Ridgway, Joe McDonagh, Susan O'Connor

2007 Best Audio
BioShock (2K Boston/2K Australia / 2K Games)
Eric Brosius, Pat Balthrop, Emily Ridgway, Justin Mullins

2007 Best Debut
Crackdown (Real Time Worlds / Microsoft Game Studios)
Ramon Gonzalez, Violetta Sanchez, Rafael Diaz, Jose Guerra

2007 Innovation
Portal (Valve)
Kim Swift, Erik Wolpaw

2007 Best Handheld Game
The Legend of Zelda: Phantom Hourglass (Nintendo / Nintendo)
Eiji Aonuma

2007 Best Downloadable Game
Flow (thatgamecompany / Sony Computer Entertainment)
Kellee Santiago, Jenova Chen, Martin Middleton, Hao Cui, John Edwards,
Nick Clark

2007 Game of the Year
Portal (Valve)
Kim Swift, Erik Wolpaw
Prémios especiais:

Lifetime Achievemacent Award
Sid Meier
Pioneer Award
Ralph Baer
Ambassador Award
Jason Della Rocca


A lista dos nomeados está aqui.

fevereiro 20, 2008

delicious

Antes de sair para o aeroporto aqui ficam dois momentos visuais e sonoros que nos transcendem. Deliciem-se.


De um motion graphics director, Pierre Michel, Fire Flower, é um spot publicitário que transpira sensualidade.

E do colectivo Zwei linke Hände, formado por dois alunos da German Film School, Alexandra Zühlke and Sven Heck fiquem com Water is my Eye. Uma curta que respira harmonia de cores, traço e introspecção. [a partir de CG Talk]


A character, who became unbalanced is being lead to a mysterious cathedral. Touching the sacred waterdrop he releases the birth of man and woman first
united as one who are separated and begin falling in love...

fevereiro 18, 2008

HP e a tecnologia no ensino

Cá vai mais um resumo live a partir de uma conferência. Hoje estou na 2008 HP Technology for Teaching Worldwide Higher Education Conference na Estancia Hotel La Jolla (San Diego), California, USA. A impressão da primeira manhã de dois dias, é o entusiasmo da HP não partilhado pelos investigadores. Estamos aqui todos a ouvir dizer que os Tablets PCs são fantásticos e que são revolucionários e que podem aumentar a colaboração entre estudantes, que podem aumentar a atenção, o interesse, a motivação. Isto é sustentado com estudos de algumas Universidades de peso como a Duke ou a Virginia Tech que parecem ter recebido financiamentos chorudos para estarem aqui a falar desta forma.


Na verdade se isto me parece estranho a mim, aos colegas do Brasil, Espanha, Itália ou UK não parece ser tão estranho aos americanos que estão mais habituados a estas fortes investidas da indústria sobre os investigadores fornecendo-lhes recursos e ao mesmo tempo pedindo de volta dados que sustentem e aumentem as vendas dos produtos. Acima de tudo fala-se de dados, e gráficos de dados, métodos de analisar e medir os dados. Existe um forte interesse nos dados, com o selo de cada Universidade por forma a poderem ser utilizados mais tarde como "produto comprovado cientificamente".


Existe algo que não consigo deixar de apontar com muita estranheza e apreensao, se esta é acima de tudo uma conferência sobre novos modelos de ensino e aprendizagem nas Universidades, como é que praticamente todos os investigadores são provenientes de Engenharia e Ciências da Computação. Onde está a Psicologia e as Humanidades e as Ciências Sociais, aqueles que não usam a tecnologia por norma nas suas aulas. Pois porque nós usamos a tecnologia sempre, com Tablets ou sem Tablets, as nossas aulas têm por base o computador. Mas interessava era ver aqueles que ainda se recusam a usar máquinas, e a usá-las para actividades diárias que não necessitam obrigatoriamente do computador. Perceber aí em matérias menos esquemáticas e mais conceptuais como é que poderemos dar um melhor uso à tecnologia.

Por agora deixo-vos com uma interessante frase da Gloria Rogers, executiva da ABET, Inc, que esteve a falar extensivamente sobre métodos de quantificação de dados e de procura da verdade científica. Adorei quando ela disse, Communicate, Communicate, Communicate. You need to tell your story.

machinima, para ficar

Faz algum tempo que não via nenhum filme machinima, apesar de terem potencial, sempre se mostraram repletos dos problemas de linguagem emocional que os jogos contém, nomeadamente ao nivel da comunicação não-verbal. No entanto tenho a dizer que fiquei não só surpreendido mas contente com o facto de estarmos a assistir a uma mudança desta realidade. Agradeço ao Manuel Pinto pelo envio do artigo de Eva Domiguez no La Vanguardia no qual esta refere o facto de o machinima estar a ultrapassar as barreiras do próprio medium chegando a fazer parte de séries televisivas e anúncios comerciais, no entanto e apesar de achar isso interessante, julgo que o mais importante é perceber que temos aqui uma potencial nova ferramenta criativa. Além disso julgo mesmo que esta nova ferramenta poderá vir a ser utilizada no ensino da linguagem audiovisual e até interactiva, muito brevemente. Dois excertos são citados, um deles apesar de possuir toda a gramática audiovisual aplicada sofre tremendamente ainda com a ausência de um acompanhamento efectivo do drama visual, falo de A Few Good G-Men. Uma cena, já clássica do filme, A Few Good Men, de confronto verbal entre Tom Cruise a Jack Nicholson e onde aqui se pode ver tudo aquilo que vai faltando aos jogos para chegar aos niveis de expressão dramática do cinema. A outra sequência é a abertura do filme American Beauty, batizada aqui de Machinima Beauty, menos dependente da expressão dramática porque o que está em causa é a exteriorização dos dilemas do protagonista, ou seja a projecção dos seus problemas sobre o real que o rodeia. Sendo também uma sequência mais de exposição e introdução aos factos e menos de conflicto/climax como a anterior suporta-se muito melhor e faz-nos acreditar que dentro de algum tempo conseguiremos mais e melhor. Eu pelo menos fiquei a acreditar, vejam e retirem as vossas conclusões.



fevereiro 14, 2008

em nome de S.Valentim

Não tenho por hábito fazer referências festivas, mas não podia deixar de marcar este dia com o mais recente filme da Psyop. Vindo de uma empresa publicitária, a mensagem é de grande relevância e cada vez mais actual aqui aliada ao humor negro ganha toda uma dimensão e ajuda a uma fácil compreensão da ideia. Bem hajam, os corações palpitantes.




[em alta resolução]

fevereiro 13, 2008

robot

Novo spot publicitário da Philips, Robot Skin, a fazer lembrar o polémico videoclip de Chris Cunningham para a Bjork, All is Full of Love proibido de entrar no ar, na MTV, antes das 23h00. Neste caso parece-me que este filme vai um pouco mais longe, quanto mais não fosse porque já não temos apenas dois robôs mas um robô e um humano. O filme foi realizado por Bruno Aveillan com criação de Stuart Buckley, sendo produzido pela Short Films.


Robot Skin de Bruno Aveillan (2007)

Vale a pena ver em alta resolução.

fevereiro 12, 2008

Hitchcock revisitado

A Vanity Fair resolveu realizar um sessão fotográfica revisitando cenas de filmes de Alfred Hitchcock fazendo uso de actores contemporâneos bem conhecidos do grande público. Os resultados são muito interessantes. O trabalho que deverá sair na edição de Março 2008 foi entretanto digitalizado e disponibilizado on-line pelo ohnotheydidnt.

Entretanto aproveito para vos deixar aqui a comparação entre a cena original de Grace Kelly e a produção com Charlize Theron para Dial M for Murder.




[a partir de Brainstorm #9]

Jobs #8

Summer internships with Adobe's Creative Technologies Lab

Adobe’s Creative Technologies Lab (CTL) has openings in Seattle, the Boston area, San Francisco, and San Jose for student internships. We are looking for PhD students who are excited to push the state of the art in computer graphics, vision/audio research, visualization, HCI, and more — in ways that could be of interest to Adobe as well as the research community at large. We have just started recruiting for summer internships, and we would love to hear from you!

To apply, please send your CV to Paris Smaragdis (paris@adobe.com), with the subject line 'CTL intern: '. Internships will be granted on a rolling basis.