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setembro 29, 2012

"Looper" com trailer a óleo

Looper (2012) tem talvez o trailer mais belo alguma vez feito na história do cinema. São 700 quadros pintados à mão por Zach Johnson e animados por Noah Fisher. Em termos estéticos fez-me recordar a fantástica curta, Khoda (2008) de Reza Dolatabadi.


Looper é um filme de Rian Johnson com Bruce Willis, Joseph Gordon-Levitt e Emily Blunt, com uma premissa interessante,
In 2072, when the mob wants to get rid of someone, the target is sent 30 years into the past, where a hired gun awaits. Someone like Joe, who one day learns the mob wants to 'close the loop' by transporting back Joe's future self.

Sobre o filme em si nada sei, mas a julgar pelo 8.5 do IMDB e pelos 87 do Metacritic poderemos ter algo interessante. Mas mesmo que não seja, o trailer já ficará na história dos trailers de cinema. O trailer regular pode ser visto aqui.




[via Brainstorm9]

setembro 26, 2012

Illustração e método de Pascal Campion

Pascal Campion é um ilustrador francês a viver e trabalhar nos EUA. Já trabalhou para Dreamworks, Disney TV, Cartoon Network, Nickelodeon, PBS entre outros. A beleza do seu trabalho está na constância do uso de cores alegres, quentes e brilhantes, no domínio da luz e no traço suave e fino.


Para se compreender o trabalho de Campion a Onyx realizou um pequeno documental sobre o artista que se pode ver abaixo. O documentário é muito inspirador porque Campion emana amor pelo que faz, e claramente seduz as pessoas a enveredar pela área. Ao longo dos sete minutos fala-nos das usas inspirações, do desenho como um super-poder, e dos seus efeitos de dopping.

Campion inicia os esboços no Flash e não no Illustrator

Da visita ao seu site fiquei deveras impressionado com o número descomunal de trabalhos ali apresentados, são para cima de 500, todos de grande qualidade. Entretanto visitando o seu blog percebo que faz disto uma tradição, o Sketch of the Day, e assim ao longo dos últimos 6 anos produziu e publicou no blog mais de 1000 esboços. Isto não é mera paixão, é uma necessidade intrínseca de comunicar, de expressar ideias, e a sua forma natural de o fazer acabou por se transformar em esboço.





Como Campion nos diz,
Art and talent is not a gift from god. I don't subscribe at all at all to this point of view. The art of drawing is purely mechanical. The more you practice, the better you get. There's no secret involved, no formulas, no crutch. If you want to become an artist...DRAW! Don't look for formulas and shortcuts.

Inspirational Artists: Pascal Campion (2011) criado por Onyx Cinema

[via The Concept Blog]

setembro 02, 2012

Sete Pecados por Dali

A Divina Comédia (1308- 1321) de Dante Alighieri faz parte da história religiosa da Europa, como tal tem servido de pano de fundo aos mais diversos trabalhos e aos mais diversos artistas. Desde Bosch a William Blake, de Gustave Doré a Rodin, e mais recentemente de David Fincher à Visceral Games, muitos têm trabalhado Dante.


A Divina Comédia é uma obra enorme, contém mais de 14 mil versos, está dividida em três livros - Inferno, Purgatório e Paraíso -,que por sua vez se subdividem em 100 cantos, cada um dos lugares de cada livro é constituído por nove círculos. Toda a obra é construída sob uma lógica matemática que sustenta a construção da narrativa de uma forma férrea. No livro do Purgatório existem sete círculos que são os mais conhecidos da obra, porque representam os chamados Sete Pecados Capitais Orgulho, Inveja, Ira, Preguiça, Avareza, Gula e Luxúria.

O Anjo Caído (gravura)

Descobri recentemente que Salvador Dali foi comissionado em 1951 pelo governo Italiano para desenvolver um conjunto de aguarelas para a impressão comemorativa dos 700 anos. Entretanto a comissão foi cancelada por causa de controvérsias sobre as simpatias manifestadas por Dali para com o Fascismo, e ainda pelo facto de a Itália estar a recorrer a um espanhol para criar um marco histórico italiano. Ainda assim Dali completou 100 ilustrações até 1959 que foram nesse ano publicadas por Joseph Foret numa edição limitada (33) e assinada. Depois disso foram feitas outras edições limitadas, sendo a mais conhecida a da Les Heures Claires.

Assim foi Criada a Terra (gravura)

Entretanto foi através do Open Culture que encontrei o site da Lockport Street Gallery onde é possível ver todas as 100 ilustrações. Para este artigo resolvi seleccionar apenas os Sete Pecados, ainda que estes não sejam todos directamente rotulados, mas da pesquisa que fiz estes parecem aproximar-se o mais possível. O site da Lockport apresenta os títulos para cada ilustração, mas para confirmar cada título é melhor seguir o site da Sociedade de Salvador Dali, porque vários títulos no Lockport estão errados. Abaixo ficam as melhores imagens que consegui de cada uma das sete xilogravuras.


A Vaidade

A Inveja 

A Ira

A Preguiça

A Avareza

A Gula

A Luxúria

julho 19, 2012

paisagem cinematográfica Otomanizada

Classic Movies in Miniature Style é um projecto experimental de reconstrução de imagens atuais segundo técnicas e com objectivos de envelhecimento específico. Nasceu de um trabalho de estudante de Murat Palta que pretendia fazer convergir iconografia ocidental com iconografia oriental. Deste modo pegou em cartazes e imagens do cinema americano contemporâneo e trabalhou-as no sentido de adquirirem uma nova identidade visual.

A Clockwork Orange

A paisagem cinematográfica visual de filmes como Alien (1979) ou A Clockwork Orange (1971) resultam numa nova configuração cultural visual que nos transporta para o século XVI em pleno Império Otomano. A reconstrução feita por Palta foi no sentido de lhe atribuir toda uma estilística emanada das convenções das Miniaturas Otomanas, que serviam como forma de expressão no império Otomano. As ilustrações destas miniaturas procuravam sempre ilustrar acontecimento ou eventos, mas a sua abordagem estética evitava a mera mimesis, indo assim mais pela campo da generalização e da abstracção.

Alien

Este projecto Murat Palta, não é único na forma, mas é de suma importância no mundo contemporâneo dos media visuais, porque nos dá a ver de uma forma cristalina como os nossos ideais mentais estão tão formatados e convencionados. Apesar de estilos diferentes, foi inevitável olhar para estas imagens e pensar no Cinema Indiano. Perceber porque sendo o país com a maior indústria do planeta, dificilmente consegue sair do seu país. Em contraponto levant questões como, então como é que o cinema americano consegue chegar a praticamente todos os países? Isto é trabalho para teses académicas, mas teremos aqui com certeza um misto do poder do marketing, do império, e claro da evolução estética num sentido de optimização do gosto comum.

 Goodfellas

 The Godfather

Inception 

 Kill Bill

 Pulp Fiction

 Scarface

 The Shining

 Star Wars

Terminator II

junho 30, 2012

animação atmosférica de Daniel Sousa

Daniel Sousa é um português nascido em Cabo Verde, cresceu em Portugal até se ter mudado para os EUA em 1986. Nos EUA licenciou-se em Ilustração na reconhecida Rhode Island School of Design, onde é professor desde 2001. Para além da RISD Sousa tem leccionado em regime de convidado desde 2009 em Harvard.

Feral, curta em desenvolvimento

Ruth Lingford, professora de Animação em Harvard, descreve o animador e o seu trabalho como “both incredibly aesthetically beautiful and nuanced. Its aesthetic sensibility is paired with a deep humanism”, descrição com que concordo integralmente e que está totalmente de acordo com as palavras com que o próprio Daniel Sousa descreve o seu trabalho,
“With my films, I seek to probe the fragility of moments, to see how long I can have a moment last onscreen.”
Daniel Sousa tem recebido bolsas para desenvolver várias curtas ao longo da sua carreira nomedamente da Leaf Foundation e da Creative Capital. Uma dessas bolsas deu origem a Fable (2005), que é o seu trabalho até à data mais premiado.

Fable (2005) de Daniel Sousa

Em 2007 Daniel Sousa começou a trabalhar no seu novo filme, Feral que deverá sair só este ano. Desse trabalho resultaram dois pequenos filmes The Windmill (2007) e The Drift (2009). Segundo Sousa, são dois trabalhos que se suportam em memórias da sua infância, recapitulando lugares, experiências e emoções dos tempos vividos em Portugal.

The Windmill (2007) de Daniel Sousa

Drift (2009) de Daniel Sousa

Feral é assim uma curta em construção. Financiado pela Creative Capital deverá sair ainda este ano. O projecto tem um blog onde se pode obter mais alguma informação sobre o trabalho. Espero com ansiedade para o poder ver.

junho 28, 2012

ilusão 3d em desenho

Para demonstrar que realmente não precisamos de tecnologias estereoscópicas para nada. A experiência da tridimensionalidade não precisa de mais tecnologia, mas de mais arte. Não confundir a estereoscopia cinematográfica, vulgo 3D, com os sistemas de interacção imersiva, do genero CAVE.


O trabalho que aqui trago foi criado por Nagai Hideyuki, um jovem artista japonês de apenas 21 anos. Gosto do seu trabalho não apenas pela componente impactante da tridimensionalidade, mas também pela beleza e assertividade do seu traço.


Tenho visto vários sites denominar a arte de Hideyuki, de arte 3d anamórfica, mas discordo desta designação. O que está aqui em causa não é obrigar o receptor a posicionar-se numa perspectiva concreta para poder chegar á plenitude do trabalho. O que aqui está aqui em causa é a criação de uma ilusão óptica, mais em concreto a ilusão de volume. Deste modo a criação de ilusões encaixa-se perfeitamente numa corrente estética denominada de tromp l'oeil.



Mais imagens na página do DeviantArt do autor.

junho 26, 2012

nova série do Homem-Aranha é arte nacional

Nuno Plati é o illustrador nacional que assegura a arte da nova série mensal do Homem-Aranha, Marvel Universe - Ultimate Spider-Man. Esta série é baseada na nova animação do herói que passa na televisão americana.


Na excelente entrevista que agora deu a James Harvey do Marvel Animation Age, Nuno Plati dá detalhes sobre o seu background e como atingiu este pico da sua carreira. Formado em Belas Artes na Universidade de Lisboa, começou por criar ilustração para a Elle e Cosmopolitan nacionais. A partir daí lançou-se no normal trabalho freelancer de criação de arte para capas de livros, storyboards, referindo colaborações com o brilhante estúdio de animação Axis Animation. Daí começou a envolver-se cada vez mais com a Marvel fazendo vários trabalhos até chegar aqui.


Leiam a entrevista, admirem o trabalho no DeviantArt e claro comprem os livros, valem a pena. É muito interessante perceber como o Homem-Aranha assume um novo traço, e como isso dá nova vida ao personagem.

junho 17, 2012

Nova editora: engagePress

No próximo dia 21 Junho 2012 4 de Julho vou apresentar, juntamente com o Pedro Branco, a nova editora de livros de "arte+ciência", a engagePress, que funcionará como editora do laboratório engageLab. Estão desde já todos convidados. O local será o LCD, Guimarães.


O nosso objectivo com este novo selo editorial é garantir uma maior transferência de trabalho académico para a sociedade, e para isso tudo será editado sob Creative Commons. Eu e o Pedro acreditamos que o mundo precisa de se libertar das amarras do copyright no que toca ao conhecimento. A criatividade é sempre gerada a partir do remix de conhecimento prévio, e sem acesso a este dificilmente se pode inovar e avançar. Precisamos de trabalhar para a criação de uma cultura de participação e disseminação do conhecimento criativo. Precisamos não só de desenvolver novas tecnologias criativas, mas também de libertar o conhecimento para que mais pessoas possam entrar no processo.


No dia da apresentação contamos com a presença do Heitor Alvelos que nos irá falar sobre a sua visão à volta destas questões, e contamos ainda com a presença das autoras dos dois primeiros livros, a Raquel Pinto e a Liliana Rocha.

Visitem o site para obter mais informações em engagePress. Os livros serão todos editados no formato Pdf e iPad.

Se acreditam que o vosso trabalho merece estar estar nesta colecção contactem-nos.

abril 10, 2012

Noma Bar e a comunicação do espaço esquecido

Noma Bar é um dos designers gráficos internacionais que mais admiro, acima de tudo pela sua brilhante mestria no entrosar da forma e conteúdo. A sua formação é em Design Gráfico e Tipografia, pela Bezalel Academy of Art & Design de Israel, uma das escolas mais interessantes no campo da representação visual no plano internacional. Já falei aqui no blog por várias vezes de trabalhos de animação daqui provenientes - Between Bears (2010), For The Remainder (2011), Beat (2011). O lema de trabalho de Noma Bar, não podia ser mais sintético e perfeito:


"I am after the maximum communication with minimum elements” [1].

Prison

Globalisation

O seu trabalho é reconhecido por dois tipos de público, o designer/artístico e o político. No campo do design é um prazer apreciar e distilar a obra deste autor, procurar entrar no seu pensamento, seguir as linhas e curvas, e procurar perceber como chegou àquele objecto final. Bar fala na influência que sentiu em Israel da escola da Bauhaus, e que é bem evidente em todo o seu trabalho. O seu trabalho é de uma simplicidade, minimalismo, e clareza brutais. O que nos impressiona é a sua constância na leitura do reverso, na capacidade para ver além da forma, fazendo uso do espaço esquecido, ou em linguagem de design, do espaço negativo. Aliás um dos seus livros chama-se mesmo Negative Space (2009).

Iraq War

Hoodies

Do lado do político, interessa o humor negro que consegue incutir às suas obras. Bar não se limita a criar obras formais minimalistas, marca claras posições políticas e ideológicas em muito daquilo que faz, e isso é em parte um dos grandes atributos de sucesso do seu trabalho. Como nos diz numa entrevista,
"I have liked stories all my life, telling them, reading them - and I think the original inspiration for my work was more about that than just pictograms. I always wanted to express myself, but I couldn't really use my language." [2]

abril 03, 2012

Era uma vez um Rei… (2010)

É um excelente trabalho multimédia este que o Instituto Camões Portugal disponibiliza online. A colecção original “Era uma vez um Rei…” (2010) do Jornal Expresso agora em formato digital. Os livros online são apresentados como se continuassem a ser livros que podemos folhear, mas com a vantagem de agora os podermos também ouvir. O texto é narrado sobre cada uma das páginas e conjugado com alguns arranjos sonoros.  É excelente para todas as crianças que ainda não sabem ler, e para aquelas que ainda estão a aprender. Não só aprendem a língua, como a história do país.


Claro que tudo isto funciona muito bem, porque a qualidade do trabalho apresentado é de excelência. Desde a voz da Barbara Guimarães à música de Gonçalo Pratas. O web design da Terra de Ideias funciona muito bem e conseguiram lidar muito bem com a questão do som da narração entre páginas. Mas claro, para mim foi o magnífico trabalho de ilustração de André Letria que me fez apaixonar por esta colecção.



O Andé Letria (1973) não é propriamente um desconhecido, porque já ganhou vários prémios: desde o Prémio Nacional de Ilustração, em 2000; o Prémio Gulbenkian, em 2004; e até um Award of Exellence for Illustration, atribuido pela Society for News Design (EUA). Para além da ilustração dedica-se ainda à realização de animação, tendo feito a curta Zé Pimpão, o «Acelera» (2007) e a série tv Foxy & Meg (2010).



A colecção contém 12 histórias que podem ser lidas integralmente aqui.

1. D. Afonso Henriques – O Conquistador;
2. D. Dinis – O Rei Poeta;
3. D. Pedro I – O Justiceiro;
4. D. João I – O de Boa Memória;
5. D. João II – O príncipe Perfeito;
6. D. Manuel I – O Venturoso;
7. D. Sebastião – O Desejado;
8. D. João IV – O Restaurador;
9. D. José – O Reformador;
10. D. Pedro IV – O Rei Soldado;
11. D. Maria II – A Educadora;
12. D. Carlos I – O Diplomata.