Ora o que vemos neste pequeno filme é exactamente aquilo que tenho vindo a discutir aqui a propósito da sociedade de informação e das alucinações do ensino à distância para milhões de pessoas (MOOCs). Os seres humanos precisam de contacto humano, precisam de interacção humana. O que aqui vemos são redes de relações montadas a partir de um centro nevrálgico social que é neste caso específico, a Biblioteca Pública. As Bibliotecas Públicas funcionam aqui como verdadeira extensão das Escolas Públicas, mantendo a ligação ao conhecimento para quem já não tem acesso à escola, e estendendo essa ligação para quem ainda a frequenta.
O mais interessante é verificar que a Biblioteca soube adaptar-se às novas necessidades dos seus visitantes, que já não a procuram apenas para aceder a livros, mas a continuam a procurar para aceder ao mesmo de sempre, o conhecimento. E fazem-no nestas bibliotecas porque ao contrário de outros exemplos, não se deixaram ficar paradas na posição de meros armazéns de livros. A Biblioteca sempre foi um centro de conhecimento, e numa sociedade de informação a sua importância não se perdeu, antes pelo contrário, aumentou tremendamente. Mais do que nunca, a função do bibliotecário é de proximidade com os visitantes, de guia, de criação de humanismo na relação com os registos e objectos desprovidos de vida.
"Why Libraries Matter" (2014) de Julie Dressner e Jesse Hicks
Links de interesse
Comunicação e as falácias da Sociedade de Informação (Copyright, MOOC, Democracia Directa, Open Access, Rankings), in Virtual Illusion
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